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Análise e Técnicas Parasitológica das Fezes

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Análise Parasitológica das Fezes
Para o êxito da análise parasitológica, deve-se colher e conservar corretamente as fezes. Após a colheita, se não for possível enviar a amostra rapidamente ao laboratório, conservar na geladeira ou no gelo até o momento da execução do exame, que deve ser realizado em até 48h da obtenção do material. Isso é necessário para evitar o desenvolvimento larval dentro do ovo. Se a temperatura do ambiente estiver amena, a larva desenvolve-se e muitas vezes eclodem, o que resulta em exames negativos ou incorretos já que a maioria das técnicas utilizadas é recomendada para pesquisa de ovos. Se não houver a possibilidade de refrigeração, podem-se estocar as fezes em formol a 10% ou MIF (solução de mertiolato/mercurocromo, iodo e formol).
Em pequenos animais como Cão ou Gato, deve-se colher as fezes no momento que o animal defecar. Evitar pegar as fezes que entraram em contato com o solo. Guardar em um pote estéril ou saco plástico identificado.
Identificação de Amostras
No envio ao laboratório descrever o máximo de informação possível. Alguns dados que devem ser remetidos: idade do animal, alimentação, exames anteriores (se já foi relatado algum parasitismo anterior), uso prévio de antiparasitários, sinais clínicos, localização geográfica, data da colheita, se o animal está gestante ou se apresentou algum problema de saúde anterior.
Técnicas Utilizadas Para o Exame de Fezes
Técnicas de Flutuação
Nessas técnicas são utilizadas soluções saturadas com uma densidade elevada que faz com que os ovos, cisto ou oocistos de parasitas flutuem e fiquem na superfície do líquido. 
· Técnica de Willis-Mollay, 1921 (Flutuação em Solução de Sal): é uma técnica qualitativa, ou seja, serve para ver se há ou não ovos de helmintos, cistos ou oocistos de protozoários. A solução empregada faz com que os ovos dos helmintos e oocistos de protozoários flutuem, aderindo-se à parte inferior de uma lamínula colocada na superfície do líquido. Um diferencial dessa técnica é que a solução de sal é barata e há pouca sujeira pra obscurecer a visão dos parasitas. Neste procedimento não flutuam ovos de trematódeos, alguns ovos de vermes chatos e há distorção de cistos de Giardia sp. Não deve ser feita em fezes gordurosas.
· Técnica de Sheather, 1923 (Flutuação em Solução Saturada de Açúcar): semelhante à técnica de Willis, porem utiliza açúcar no lugar do sal. A gravidade específica da solução deve ser de 1,27g/mL.
· Técnica de Faust et al., 1938 (Centrífugo-flutuação em Sulfato de Zinco): essa técnica tem as mesmas indicações da técnica de Willis, porém necessita de uma centrífuga. É a técnica preferencial para pesquisa de Giardia sp., pois o sulfato de zinco não distorce os cistos do protozoário
· Técnica da Dupla Centrifugação: esta técnica é muito semelhante à anterior, porem antes de centrifugar com a solução saturada, deve-se misturar as fezes com água e centrifugar por 5min a 1500rpm para remover detritos e gordura. Depois de feito isso, descarta-se o sobrenadante e mistura-se o sedimento retido no tubo com solução de flutuação (água, açúcar ou sulfato de zinco) completando até a borda do tubo. Coloca-se a lamínula e centrifuga-se novamente por 5min a 1500rpm.
· Técnica de McMaster: esta técnica determina o número de ovos de nematoides por grama de fezes para calcular a carga parasitária de vermes em um animal. Utilizada principalmente em fezes de ruminantes e equinos. É muito difícil, através dessa técnica, saber a real população de vermes no hospedeiro, porém contagem superiores a 500 indicam uma infecção moderada e superior a 1000 indicam uma grande infecção.
Técnicas de Sedimentação
São utilizadas para pesquisa de ovos pesados como os de alguns gêneros de Trematoda e Cestoda.
· Técnica de Sedimentação Simples: esta técnica é qualitativa e tem como princípio a sedimentação de ovos. É utilizada par pesquisa de ovos pesados de trematódeos e cestódeos.
· Técnica de Sedimentação por Centrifugação: esta técnica é mais rápida, mais limpa e mais sensível para a detecção das formas parasitárias que a anterior.
Coprocultura
É utilizada para identificação de larvas (L3) de nematódeos gastrointestinais de ruminantes e equinos. Como temos vários nematoides da ordem Strongylida nessas espécies animais e os ovos são muitos semelhantes, há a necessidade de fazer a cultura das fezes para identificar as larvas.
Exame Direto de Fezes
Técnica utilizada em casos de suspeita de grande infecção por parasitas e quando a quantidade de fezes é muito pequena (caso de fezes de peixes, algumas aves e outros animais silvestres). Indicada para visualização de trofozoítos de Giardia sp.
Esporulação de Oocistos
Para identificar o gênero e espécies de coccídeos é necessário que ocorra a esporulação dos mesmos. Para isso, coloca-se um a dois centímetros de fezes parasitadas por coccídeos em uma placa de Petri e adiciona-se dicromato de potássio a 2 a 2,5% até cobrir levemente as fezes. Não deixar secar o material, se necessário acrescentar mais dicromato. A esporulação ocorre em torno de uma semana. Para acelerar a esporulação (48h) pode-se aerar o material com uma bombinha de oxigênio utilizada em aquários e manter a cultura em 30ºC.

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