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Fitoterapia e Sistema digestorio

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1 
Curso de Fitoterapia Aplicada 
Capítulo 4. Sistema digestório 
Índice 
Índice ................................................................................................................ 1	
Introdução......................................................................................................... 1	
Mikania laevigata .............................................................................................. 2	
Punica granatum .............................................................................................. 4	
Outras plantas úteis no tratamento das mucosites ........................................... 5	
Achyrocline satureioides ................................................................................... 6	
Maytenus ilicifolia ............................................................................................. 8	
Outras plantas úteis para o tratamento da doença péptica .............................. 9	
Mentha piperita ............................................................................................... 10	
Taraxacum officinale ...................................................................................... 12	
Eclipta alba ..................................................................................................... 15	
Cynara scolimus ............................................................................................. 17	
Baccharis trimera ............................................................................................ 19	
Peumus boldus ............................................................................................... 21	
Plectranthus barbatus ..................................................................................... 23	
Constipação intestinal .................................................................................... 25	
Plantago major ............................................................................................... 25	
Hibiscus sabdariffa ......................................................................................... 28	
Rhamnus purshiana ....................................................................................... 30	
Cassia angustifolia ......................................................................................... 31	
Psidium guajava ............................................................................................. 33	
Referências .................................................................................................... 35	
 
Introdução 
Para compreendermos a utilização de fitoterápicos na prevenção e tratamento 
das doenças do sistema digestório, primeiro é necessário recordar alguns elementos 
da fisiologia e da farmacologia. 
1. Colerético é um agente que aumenta a produção de bile. 
2. Colagogo é um agente que favorece a excreção da bile e colabora na 
digestão de substâncias lipofílicas. 
3. O fígado é, em geral, alvo preferencial dos abusos de toda natureza. 
4. A constipação intestinal pode se dar por ingestão insuficiente de 
água, fibras, ou ainda por dismotilidade intestinal. 
5. Devemos evitar o uso de tinturas para o tratamento da doença 
péptica, devido ao seu conteúdo de etanol. 
 
O fitoterápico ideal para a prevenção e o tratamento das doenças do sistema 
digestório deveria possuir as seguintes propriedades: anti-inflamatória, anti-
ulcerogênica, anti-dispéptica, carminativa, hepatoprotetora, colagoga e colerética, 
tônica ou sedativa do fígado, laxativa ou constipante. 
A seguir, serão apresentadas algumas plantas medicinais com diferentes 
combinações das propriedades acima, extremamente úteis no tratamento das 
Farmácia da Natureza 
 2 
doenças do sistema digestório. Essas plantas geralmente são muito ricas em taninos 
(adstringentes, constipantes), fibras (laxativas), e são ricas em substâncias amargas. 
As substâncias amargas são um grupo de substâncias e compostos, sem 
semelhança química entre si, que têm em comum o sabor amargo e a atividade 
terapêutica. Podem pertencer a diversos grupos químicos como: óleos essenciais, 
glicosídeos, saponinas e alcaloides. Essas substâncias geralmente estimulam o 
funcionamento das glândulas digestivas, com aumento do suco gástrico e do apetite 
(porém em altas doses podem diminuir o apetite), e estimulam a atividade do fígado 
com ação colerética e colagoga. No caso do Plectranthus barbatus Andrews (boldo 
nacional), sua ação é hipossecretora gástrica. Em geral as substâncias amargas são 
usadas para anorexia, dispepsia, úlceras gastroduodenais e gastrites, intolerâncias 
alimentares e alergias, distúrbios biliares e hepáticos, diabetes mellitus e cefaleia 
associada à alimentação. São contraindicadas nos casos de úlceras duodenais e 
obstrução das vias biliares. 
Muitas das informações contidas neste capítulo são extraídas do Manual 
prático de multiplicação e colheita de plantas medicinais (Pereira et al., 2010) e do 
Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza (Pereira et al., 2014). 
Mikania laevigata 
 
ESPÉCIES: Mikania laevigata Sch. Bip. ex Baker e Mikania glomerata Spreng. 
Esta planta já foi apresentada na aula do sistema respiratório. 
COMENTÁRIOS: 
O guaco possui atividade contra Candida albicans (Duarte et al., 2005), 
Streptococos mutans (Lessa et al., 2012), anti-ulcerogênica (Bighetti et al., 2005), 
antimicrobiana (Pessini et al., 2003) e analgésica (Ruppelt et al., 1991) (pelas ações 
combinadas do ácido caurenoico, ácidos grandiflóricos, estigmasterol, cumarina and 
Farmácia da Natureza 
 3 
di-hidrocumarina), expectorante (cumarina), antissecretória gástrica mediada pelo 
sistema parassimpático (cumarina), anticoagulante (1,2-Benzopirona, cumarina e o-
cumarina), estimulante da síntese do ácido docosahexanoico no fígado (cumarina 
and o-cumarina), anti-veneno da jararaca (cumarina), entre outros. As atividades 
antiulcerogênica, antimicrobiana e anti-inflamatória são muito úteis no tratamento 
tópico das mucosites. 
Quando aplicado sobre áreas ulceradas de pele e mucosas, o guaco forma 
um filme sobre a lesão com atividade anti-inflamatória, analgésica, antisséptica e 
cicatrizante. 
Em um estudo duplo-cego, randomizado, avaliou-se a eficácia de uma 
solução de M. glomerata e M. laevigata na desinfecção de escovas-de-dentes 
usadas por 24 crianças pré-escolares, que eram positivas para o S. mutans. Os 
resultados mostraram que as soluções reduziram a contaminação das escovas-de-
dentes quase tão bem quanto a clorexidina (Lessa et al., 2012). 
MODO DE USAR: 
• Tintura – Uso oral: 1–3 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 
2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Tintura – Uso oral tópico: 40 gotas em meio copo de água, fazer bochechos 
ou gargarejos 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Infusão (M. glomerata) ou decocção (M. laevigata) – Uso oral: 3 g em 150 
mL, 2 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 
2017a). 
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
• Infusão (M. glomerata) ou decocção (M. laevigata) – Uso oral tópico: 0,5 g 
em 150 mL, fazer bochechos ou gargarejos 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
• Extrato padronizado – Uso oral: dose equivalente a 0,5 a 5 mg de cumarina 
por dia (BRASIL, 2014). 
• Xarope – Uso oral: 5 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2011). 
o Uso pediátrico: 3–7 anos, 2,5 mL, 2 x/dia; 7–12 anos, 2,5 mL, 3 x/dia; > 12 
anos, 5 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2011). 
Farmácia da Natureza 
 4 
Punica granatum 
 
ESPÉCIE: Punica granatum L. 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Punica florida Salisb, Punica grandiflora hort. ex Steud, 
Punica nana L., Punica spinosa Lam. 
FAMÍLIA: Lythraceae. 
NOMES REGIONAIS: Romanzeira. 
HISTÓRICO: 
É originária da região da Pérsia, Ásia e Mediterrâneo. A romanzeiratem sido 
considerada sagrada nas principais religiões do mundo, por apresentar propriedades 
medicinais, com potencial para tratar grande variedade de doenças. Folhas e flores 
foram encontradas em sarcófagos dos antigos egípcios. Como parte da cultura 
popular as sementes comestíveis da romã são tradicionalmente ingeridas na noite 
do ano novo com o objetivo de se angariar prosperidade financeira durante o ano 
que se inicia. Para os chineses esta planta simboliza longevidade e para os persas a 
invencibilidade nas guerras. Os babilônios guardavam suas sementes como agente 
de ressurreição, na tradição hebraica, as vestimentas das sacerdotisas eram 
adornadas com esta planta e na mitologia grega a romã era conhecida como fruta da 
morte. No Brasil esta espécie é cultivada há mais de 200 anos. 
PARTE UTILIZADA: Pericarpo do fruto maduro. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Taninos (até 20%): ácido elágico, ácido gálico, punicalina, punicalagina, 
granatina A e B, galagildilactona, casuarinina, pedunculagina, telimagrandina 
e corilagina; 
• Polifenois: cianidinas, antocianidinase catequinas; 
• Alcaloides derivados da piperidina e da tropinona (0,5%); peletierina, 
isopeletierina, metilpeletierina e pseudopeletierina; 
• O suco contém 85% de água, 10% de açúcares, 1,5% de pectina – fibra 
solúvel, vitamina C, flavonoides, ácido glutâmico e aspártico e esteroides; 
Farmácia da Natureza 
 5 
• O pericarpo é rico em taninos hidrolisáveis, como a punicalagina, punicalina e 
ácido elágico, digluconosídeos de delfinidina, cianidina e pelargonidina. Além 
disso, contém ácidos orgânicos, incluindo ácido ascórbico e cítrico; 
• O óleo extraído das sementes da romã apresenta grande quantidade do ácido 
punícico (58,14 mg/100 g), ácidos linoleico, oleico e eicosaenoico perfazendo 
um total de 70,09% de ácidos graxos insaturados. 
TROPISMO: Mucosas. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Infecções das vias aéreas superiores, 
mucosites e tosse seca. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: antisséptica, cicatrizante, hemostática, antiespasmódica, antioxidante 
e anti-inflamatória potente. 
• Pele e anexos: antisséptica e cicatrizante. 
• Sistema cardio-circulatório: antiagregante plaquetária. 
• Sistema digestório: anti-helmíntica, eupéptica e antidiarreica. 
COMENTÁRIOS: 
O extrato metanólico de P. granatum mostrou atividade antibacteriana contra 
S. aureus e S. epidermidis em todas as concentrações estudadas. Em 
concentrações maiores, foi eficaz contra L. acidophilus, S. mutans e S. salivarius. Os 
autores concluíram que este extrato pode ser usado como agente antibacteriano no 
controle de infecções orais (Abdollahzadeh et al., 2011). 
MODO DE USAR: 
• Infusão – Uso externo: 6 g em 150 mL, fazer bochechos ou gargarejos, 3 
x/dia, por até 7 dias (BRASIL, 2011); ou 1 g em 150 mL, fazer bochechos ou 
gargarejos, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b). 
• Tintura – Uso tópico: diluir 15 mL em 150 mL de água, fazer bochechos e 
gargarejos, 3 x/dia (BRASIL, 2018). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. O uso não deve exceder uma semana. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Não há relatos na literatura. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
O uso interno deve ser realizado com cautela, pois pode causar intoxicação 
em doses elevadas, principalmente hepatotoxicidade, pelo elevado teor de 
alcaloides. No caso da indicação como vermífugo, sempre associar com plantas que 
sejam laxativas, dada a grande quantidade de taninos. Contraindicada nos quadros 
de obstipação intestinal. Não deve ser misturada aos óleos e gorduras pois aumenta 
muito a sua toxicidade. Os sintomas de toxicidade são cefaleia, vertigens, tremores, 
midríase, diminuição da força muscular, fadiga, diarreias e vômitos. 
Outras plantas úteis no tratamento das mucosites 
• Malva sylvestris (malva) 
• Salvia officinalis (sálvia) 
• Matricaria camomila (camomila) 
• Lippia sidoides (alecrim-pimenta) 
• Plantago major (tanchagem) 
• Psidium guajava (goiabeira) 
• Própolis 
Farmácia da Natureza 
 6 
• Pterodon emarginatus (sucupira) 
Achyrocline satureioides 
 
ESPÉCIE: Achyrocline satureoides (Lam.) DC. 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Achyrocline vargasiana DC., Gnaphalium candicans 
Kunth., Gnaphalium rufum Willd. ex Less., Gnaphalium satureioides Lam., 
Gnaphalium saturejaefolium Poepp. ex DC. 
FAMÍLIA: Asteraceae. 
NOMES REGIONAIS: Marcela e macela. 
HISTÓRICO: 
Ocorre na Argentina, Uruguai e Brasil. Apresenta crescimento espontâneo e 
as flores secas são muito usadas para encher travesseiros com diversas finalidades 
terapêuticas, como por exemplo para problemas respiratórios e enxaqueca. 
PARTE UTILIZADA: Flores. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Óleos essenciais: cariofileno, galangina, cineol, isognafalina, cariatina, 
germacreno-D, α-pineno, α-gurjuneno, α-guaiano, α-himachaleno, 
lauricepirona, italidipirona, cafeoilcalerianina, mirceno, alfa-terpineno, 
alnustina, tamarixetina, borneol e cadineno; 
• Flavonoides: nas flores, quercetina, luteolina, galangina, tamarixetina, 
quercetagetina; ésteres de colerianina; e nas folhas, 3,5 dipidroxi-6,7,8- 
trionetoxiflavona, 3,5-dihidroxi-7,8-dimetoxiflavona e 3,5,7,3,4- 
pentahidroxiflavona (quescentina); 
• Derivados do fenilpirona; 
• Os ácidos polifenólicos, cafeico e clorogênico; 
Farmácia da Natureza 
 7 
• Outros: taninos, resinas, princípios amargos, kavapironas e italidipirona. 
TROPISMO: Sistema imunológico e digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos inflamatórios, alérgicos ou 
infecciosos das vias aéreas superiores, refluxo gastroesofágico, bebê chiador. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: anti-inflamatória (flavonoides), antiespasmódica, analgésica, antiviral 
(metilflavonas) para o herpes simples e o HIV, antiparasitária para o 
Trypanossoma cruzi, antisséptica, antifúngica, antioxidante, imunoestimulante 
(aumenta a fagocitose), anti-hemorrágica, antimutagênica, antitumoral, 
diaforética e antitérmica. 
• Pele e anexos: anti-herpética. 
• Sistema cardio-vascular: venotônica (flavonoides) e hipotensora. 
• Sistema digestório: antiespasmódica biliar e intestinal, colagoga, colerética 
(ácido cafeico) e vermífuga inespecífica. 
• Sistema imunológico: aumenta a atividade fagocitária dos macrófagos. 
• Sistema nervoso: sedativa suave de ação central, analgésica nas cefaleias e 
anticonvulsivante. 
• Sistema osteoarticular: miorrelaxante e anti-inflamatória. 
• Sistema reprodutor: emenagoga e reguladora menstrual. 
• Sistema respiratório: expectorante, anti-inflamatória e antialérgica 
(saponinas), sobretudo na mucosa nasal. 
• Sistema urinário: auxilia no controle da enurese noturna, antiespasmódica e 
diurética. 
COMENTÁRIOS: 
Um estudo em modelos animais de úlcera péptica gástrica (etanol, anti-
inflamatórios não-esteroidais e ligadura do piloro) mostrou que o extrato 
hidroetanólico das flores de A. satureioides reduziu significativamente as lesões, 
com efeito comparável ao do omeprazol e da cimetidina. Além disto, o extrato levou 
a aumento da secreção de muco, o que não foi observado com as outras drogas. 
Não houve nenhuma toxicidade. Os autores concluíram que o extrato hidroetanólico 
das flores de A. satureioides apresentou atividade antiulcerogênica, porém não 
relacionado a mecanismos anti-secretores (Santin et al., 2010). 
MODO DE USAR: 
• Tintura – Uso oral: 3–9 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 
2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Infusão – Uso oral: 0,6 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. Pode se usadapor longos períodos, sem necessidade 
de intervalos. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Não há dados na literatura. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Pode, em casos raros, provocar vertigens, cefaleias, dermatites, alergias 
oculares e fotodermatite. 
Farmácia da Natureza 
 8 
Maytenus ilicifolia 
 
ESPÉCIE: Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Maytenus officinalis Mabb. (denominação mais atual) 
FAMÍLIA: Celastraceae. 
NOMES REGIONAIS: Espinheira-santa. 
HISTÓRICO: 
O nome do gênero Maytenus vem de Maytén, nome de uma planta utilizada 
pelos Mapuches, no Chile. A denominação ilicifolia significa “o que tem folhas iguais 
ao Ilex.” A espinheira santa foi descrita botanicamente pela primeira vez por Reissek 
(1861), ocorre em várias regiões da América do Sul e no Brasil é encontrada 
principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O uso 
atual não foi estabelecido por levantamentos etnofarmacológicos, mas sim por 
ensaios pré-clínicos realizados em laboratório. 
PARTE UTILIZADA: Folhas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Triterpenos pentacíclicos: friedelina e friedelanol; 
• Triterpenos quinonametídicos: maitenina, pristimerina e celastrol; 
• Taninos – até 4%; 
• Flavonoides: catequina, rutina e kaempferol; 
• Mucilagens; 
• Antocianinas: leucoantocianidina. 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Dispepsias, gastrite, úlceras 
gastroduodenais e vômitos pós-quimioterapia. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
Farmácia da Natureza 
 9 
• Geral: analgésica, antitumoral, cicatrizante (acne, herpes), antioxidante 
(flavonoides), antiviral e antiprotozoária. 
• Sistema digestório: antidiarreica, anti-ulcerogênica, anti-dispéptica e anti-
inflamatória. 
• Sistema nervoso: ansiolítica. 
COMENTÁRIOS: 
Um estudo avaliou a eficácia dos extratos etilacetato e hexano das folhas da 
M. ilicifolia em suas atividades anti-inflamatória e antinociceptiva, e na proteção 
contra lesões gástricas, incluindo citoproteção e cicatrização. A administração oral 
dos extratos inibiu a dor e edema em modelo de inflamação em ratos. Os extratos 
também reduziram a gravidade das lesões gástricas induzidas por stress de frio-
restrição, além de aumentarem o volume gástrico e o pH (Jorge et al., 2004). 
Outros autores investigaram os efeitos e possíveis mecanismos de ação do 
extrato aquoso liofilizado das folhas de M. ilicifolia na secreção ácida em modelo 
animal. O extrato reduziu, de maneira semelhante à cimetidina, a secreção ácida 
basal e induzida por histamina de forma dose-dependente, provavelmente por 
inibição dos receptores H2 (Ferreira et al., 2004). 
MODO DE USAR: 
• Extrato seco em cápsulas ou comprimidos: Uso oral: 860 mg, 2–3 x/dia 
(BRASIL, 2016); ou 2–3 cápsulas de 500 mg, 2 x/dia (BRASIL, 2018). 
• Infusão – Uso oral: 0,5 a 3 g em 150 mL, 3–4 x/dia (BRASIL, 2011, 2016; 
Pereira et al., 2017b). 
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Não há dados na literatura. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Evitar o uso contínuo por mais de 1 ano. Pode diminuir a lactação se o uso for 
prolongado. 
Outras plantas úteis para o tratamento da doença péptica 
• Achyrocline satureioides (macela) 
• Taraxacum officinalis (dente-de-leão) 
• Baccharis trimera (carqueja) 
• Arctium lappa (bardana) 
• Curcuma longa (cúrcuma) 
Farmácia da Natureza 
 10 
Mentha piperita 
 
ESPÉCIE: Mentha × piperita L. 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Mentha × adspersa Moench, Mentha aquatica var. citrata 
(Ehrh.) Fresen., Mentha aquatica f. piperita (L.) G.Mey., Mentha × balsamea Willd., 
Mentha × banatica Heinr.Braun, Mentha × braousiana Pérard, Mentha canescens 
var. schultzii (Boutigny ex F.W.Schultz) Rouy, Mentha × citrata Ehrh., Mentha × 
concinna Pérard, Mentha × crispula Wender., Mentha × durandoana Malinv. ex Batt., 
Mentha × exaltata Heinr.Braun, Mentha × fraseri Druce, Mentha × glabrata Vahl, 
Mentha × hercynica Röhl., Mentha × heuffelii Heinr.Braun, Mentha × hircina J.Fraser, 
Mentha × hircina Hull, Mentha × hirtescens Heinr.Braun & Topitz, , Mentha hortensis 
var. citrata Ten., Mentha × hudsoniana Heinr.Braun, Mentha × kahirina Forssk., 
Mentha × langii Geiger ex T.Nees, Mentha × maximilianea var. schultzii (Boutigny ex 
F.W.Schultz) Briq., Mentha × napolitana Ten., Mentha × nigricans Mill., Mentha × 
odora Salisb., Mentha × odorata Sole, Mentha × officinalis Hull, Mentha × pimentum 
Nees ex Bluff & Fingerh., Mentha × piperoides Malinv., Mentha × schultzii Boutigny 
ex F.W.Schultz, Mentha × suavis var. schultzii (Boutigny ex F.W.Schultz) Briq. 
FAMÍLIA: Lamiaceae. 
NOMES REGIONAIS: Hortelã-pimenta. 
HISTÓRICO: 
Os registros de uso das mentas datam de 1000 anos A.C. Planta originária da 
Europa e Ásia, atualmente cosmopolita. É utilizada pela indústria alimentícia, de 
perfumarias, de bebidas, além da indústria de tabaco que é a principal consumidora 
de mentol. Os principais países produtores de óleo de menta são: EUA (70% da 
produção mundial, que é de 1200 toneladas), França, Índia, Brasil e Argentina. 
PARTE UTILIZADA: Folhas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Óleos essenciais (0,5 a 4 %): mentol (30 a 40%), acetado de mentila (10%), 
mentona (15%), isomentona, ésteres de mentolpineno, pulegona (mais 
Farmácia da Natureza 
 11 
concentrado nas plantas jovens – 0,5-4%), cineol (5-20%), limoneno (3-6%), 
felandreno, piperitona, viridoflorol, mentofurano (sabor amargo, máximo 3%); 
sabineno, eucalipitol, carvona, germacreno, beta-pineno, alfa-pineno e 
isoeugenol; 
• Flavonoides (12%): apigenol, apigenina, luteolol, luteolina, mentosídeo, rutina, 
isoroifolina e diosmetina; 
• Taninos (9%); 
• Triterpenos: ácido ursólico e oleanílico; 
• Outros: ácidos fenólicos, ácido rosmarínico, ácido p-cumárico, betaína, colina 
e minerais, vitaminas (C, betacaroteno) e azuleno (ciclopentaciclo-heptano). 
• Quanto mais jovem a planta, mais produz pulegona e menos mentol. 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Cólicas digestivas, má-digestão e 
flatulência. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: analgésica, anestésica, anti-inflamatória, antiespasmódica geral, 
antisséptica, antifúngica, antiviral, antioxidante, antitérmica e diaforética. 
• Pele e anexos: antipruriginosa tópica e anestésica local. 
• Sistema circulatório: cardiotônica. 
• Sistema digestório: carminativa, eupéptica, estomáquica, colerética, 
colagoga, antiespasmódica, antiemética e sialagoga. 
• Sistema nervoso: ansiolítica leve. 
• Sistema reprodutor: antiespasmódica. 
• Sistema respiratório: broncodilatadora, expectorante e antialérgica. 
COMENTÁRIOS: 
A atividade espasmolítica da M. piperita se dá pela presença do mentol, que é 
antagonista do cálcio. 
Um estudo randomizado, duplo-cego investigou a eficácia do óleo essencial 
da M. piperita e da M. spicata na prevenção de náusea e vômitos induzidos por 
quimioterapia em pacientes com câncer. Os pacientes receberam cápsulas com 2 
gotas do óleo essencial 30 minutos antes, e 4 e 8 horas depois da quimioterapia, ou 
placebo, ou o tratamento convencional. Houve redução significativa da intensidade e 
do número de vômitos nas primeiras 24 horas com ambos os óleos essenciais, 
quando comparados com os grupos controle, sem nenhum evento adverso. Além 
disto, o tratamento foi mais barato (Tayarani-Najaran et al., 2013). 
Uma associação bastante interessante da M. piperita é com Rosmarinus 
officinalis (alecrim), que possui as seguintes atividades farmacológicas no sistema 
digestório: hepatoprotetora e anti-ulcerogênica. A associação é útil para 
empachamento pós-prandial, flatulência e má-digestão. Podem ser usados na forma 
de infusão, na proporçãode 1:1, ou na forma de tintura, também na proporção de 
1:1. 
MODO DE USAR: 
• Infusão – Uso oral: 1,5 g em 150 mL, 2–4 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em 
150 mL, 3–4 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
• Tintura – Uso oral: 2–3 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 
2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 1–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
Farmácia da Natureza 
 12 
• Óleo volátil das partes aéreas em cápsulas – Uso oral: cada cápsula 
contém 0,2 mL de óleo volátil, tomar 1–2 cápsulas, 3 x/dia, 30 minutos antes 
de cada refeição (BRASIL, 2016, 2018). 
o Uso pediátrico (8–12 anos): 1 cápsula, 3 x/dia, 30 minutos antes de 
cada refeição (BRASIL, 2018). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. Não deve ser usado por pessoas com obstrução das vias 
biliares. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Interage com substâncias estrogênicas, potencializando seus efeitos. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Em pessoas sensíveis, pode aparecer irritabilidade e insônia paradoxal. Em 
crianças abaixo de 1 ano de idade, o mentol ingerido em doses mais elevadas do 
que as recomendadas pode provocar depressão respiratória e apneia, ou espasmos 
laríngeos, sendo esse risco significativo nos recém-nascidos. O mentol inalado pode 
irritar as vias respiratórias produzindo broncoespasmo ou laringoespasmo, em 
pessoas muito sensíveis. Contraindicado nas obstruções das vias biliares pois o 
mentol é quase que totalmente excretado por via biliar. Nos casos de afecções 
respiratórias causadas por frio, sempre associar plantas quentes, pois a natureza da 
menta é fria e pode agravar o quadro (conceito da medicina tradicional chinesa). 
Taraxacum officinale 
 
ESPÉCIE: Taraxacum campylodes G.E. Haglund (nomenclatura atual) 
Farmácia da Natureza 
 13 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Crepis taraxacum (L.) Stokes, Leontodon taraxacum L., 
Taraxacum dens-leonis var. dens-leonis, Taraxacum officinale (L.) Weber ex 
F.H.Wigg., Taraxacum subspathulatum A.J.Richards, Taraxacum taraxacum var. 
taraxacum, Taraxacum vulgare (Lam.) Schrank. 
FAMÍLIA: Asteraceae. 
NOMES REGIONAIS: Dente-de-leão. 
HISTÓRICO: 
Origem europeia, mais especificamente no norte da Europa, já era utilizada 
desde o século X pelos médicos árabes (Avicena). O nome Taraxacum provém do 
grego e significa comestível. Muito disseminada no Brasil onde é utilizada como 
planta diurética. A planta produz grande quantidade de néctar e é apreciada pelas 
abelhas. Em algumas regiões do Brasil o pó das raízes tostado e moído é utilizado 
como substituto do café. No folclore popular, quando as flores saem voando sem 
que haja vento, acredita-se em chuva iminente. 
PARTE UTILIZADA: Planta toda ou raízes e rizomas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Flavonoides: apigenol e luteolol (nas folhas); 
• Substâncias amargas: taraxacina (lactona sesquiterpênica); lactopicrina, 
taraxerina (resina ácida); inulina (1,5% nas folha; 38% nas raízes) e 
taraxacosíde; 
• Substâncias esteroidais: b-sitosterol e estigmasterol; 
• Lactonas sesquiterpênicas (nas folhas); 
• Derivados triterpênicos: taraxasterol, taraxerol, amerina e isolactucerol (no 
látex); 
• Ácidos: cafeico, clorogênico e cítrico; 
• Minerais: potássio, ferro, silício, magnésio, manganês, cobre, fósforo e zinco; 
• Outros: levulina; pectina; saponinas; taninos; ácidos graxos (oleico, linolênico, 
linoleico e palmítico); óleo-resinas; vitaminas (A, B, C, D); endesmanolídeos; 
carotenóides (taraxantina e violoxantina); mucilagens (raiz); germanolídeos 
(folhas) e lecitina (flores). 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Afecções hepáticas e das vias 
biliares, e edemas por retenção de líquidos. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: desintoxicante, antianêmica, antioxidante, anti-inflamatória, antiviral, 
antisséptica, laxante, diurética, colagoga, colerética e antifúngica. 
• Boca: antisséptica nas aftoses de repetição, reduz o sintoma de boca amarga 
por problemas hepáticos e hemostática no sangramento das gengivas. 
• Metabolismo: hipouricemiante, hipolipemiante e hipoglicemiante. 
• Pele e anexos: antisséptica. 
• Sistema digestório: laxativa, colagoga, colerética, tônica do fígado, 
estomáquica, antidiarreica, gastrocinética e anti-inflamatória. 
• Sistema endócrino: hipoglicemiante e hipolipemiante. 
• Sistema osteoarticular: fortalece tecidos conjuntivos de sustentação. 
• Sistema reprodutor: galactagoga, alivia sintomas da tensão pré-menstrual e 
antisséptica. 
• Sistema urinário: diurética. 
COMENTÁRIOS: 
Farmácia da Natureza 
 14 
A Taraxacum é diurética com grande concentração de potássio (extratos da 
planta toda), principalmente devido à inulina, lactonas-sesquiterpênicas (taraxina) e 
alto teor de potássio. Atua fortemente na regulação dos líquidos corporais. 
Na Medicina Chinesa, dispersa e regulariza o fígado e vesícula biliar, 
harmoniza os rins e bexiga, tonifica o baço-pâncreas e o estômago, limpa o calor e 
elimina toxinas. 
Características da personalidade: É uma planta masculina, com melhores 
resultados em homens, como drenadora do fígado (depurativa), tônica do baço-
pâncreas e REGENERADORA. Pode ser usada em mulheres descompensadas e 
que necessitam acionar seus conteúdos no aspecto masculino. 
Em um modelo animal de hepatotoxicidade por acetaminofen, avaliou-se a 
atividade do extrato das folhas de T. officinale. O estudo mostrou que o extrato 
reduziu os marcadores de oxidação, as alterações histológicas e a elevação das 
enzimas hepáticas. Além disso, o extrato mostrou atividade antioxidante in vitro. Os 
autores concluíram que o extrato de T. officinale foi hepatoprotetor, provavelmente 
pela atividade antioxidante, atribuída aos compostos fenólicos (Colle et al., 2012). 
MODO DE USAR: 
• Infusão (planta inteira) – Uso oral: 3–4 g em 150 mL, 3 x/dia (BRASIL, 
2011); ou 0,5 g em 150 mL, 3–4 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
• Tintura – Uso oral: 2–5 mL, 3 x/dia (tintura das folhas ou raízes) ou 6–15 
mL/dia (tintura somente das folhas) (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 
2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Extrato seco – Uso oral: 150 mg, 2 x/dia (BRASIL, 2018). 
• Droga vegetal – Uso oral: 4–10 g, 3 x/dia (Micromedex [Internet], 2017a). 
• Extrato fluido – Uso oral: 4–10 mL, 3 x/dia (Micromedex [Internet], 2017a). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Pode potencializar o efeito farmacológico dos hipoglicemiantes orais, dos 
diuréticos e dos anti-hipertensivos, devendo-se tomar cuidado quando usados 
concomitantemente, sempre com acompanhamento médico. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Não se deve usar em casos de obstrução de vias biliares e íleo paralítico. 
Pode ocorrer dermatite de contato devido às lactonas sesquiterpênicas. Pode 
provocar hiperacidez gástrica nos pacientes predispostos (princípios amargos), 
devendo ser evitada nos casos de úlceras gástricas ativas. A DL50, em estudos de 
toxicidade em ratos, via intraperitonial, foi de 36,8 g/kg, para extratos da raiz. 
Farmácia da Natureza 
 15 
Eclipta alba 
 
ESPÉCIE: Eclipta alba (L.) Haask 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Cotula alba (L.) L, Ecliptica alba (L.) Kuntze, Eclipta 
brachypoda Michx., Eclipta erecta L., Eclipta prostrata (L.) L. (nomenclatura 
atual), Eclipta punctata L., Eupatoriophalacron album (L.) Hitchc, Verbesina alba L., 
Verbesina prostrata L. 
FAMÍLIA: Asteraceae. 
NOMES REGIONAIS: Erva-botão. 
HISTÓRICO: 
Tem origem incerta, muito difundida na Índia sendo intensamente usada na 
medicina ayurvédica para hepatites infecciosas, cirrose hepática, hepatomegalia e 
outros acometimentosdo fígado e da vesícula biliar (Manvar et al., 2012). Os hindus 
afirmam que esta planta aumenta a longevidade e promove o rejuvenescimento. No 
Brasil é amplamente difundida entre os povos indígenas que a utiliza para combater 
os efeitos de veneno de animais peçonhentos. 
PARTE UTILIZADA: Planta toda. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Cumestanos: wedelolactona e dimetil-wedelolactona; 
• Saponinas: ecliptina; 
• Ácido mandélico; 
• Taninos; 
• Derivados do tiofeno; 
• Triterpeno glicosilado: ecliptasaponina; 
• Flavonoides: apigenina e euteolina; 
• Fitosterois: sitosterol e estigmasterol; 
• Nicotina (traços, alcaloides esteroidais); betacaroteno; entriacontanol, 14- 
heptacosanol e poliacetilenos. 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Alergias em geral, sobretudo em 
picadas de insetos, e afecções hepáticas. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: antialérgica, anti-inflamatória, antioxidante, desintoxicante e antiofídica. 
Farmácia da Natureza 
 16 
• Boca: hemostática e cicatrizante tópica. 
• Pele e anexos: repigmentadora da pele no vitiligo, anti-inflamatória, 
sobretudo nas picadas de inseto. 
• Sistema circulatório: anti-hipertensiva suave. 
• Sistema digestório: hepatoprotetora, laxativa suave e vermífuga 
inespecífica. 
• Sistema imunológico: antialérgica. 
COMENTÁRIOS: 
Um estudo avaliou a atividade in vitro anti-hepatite C de um extrato de E. 
alba, e mostrou que o extrato inibiu fortemente a replicação viral. O efeito 
provavelmente se dá pela presençaa de wedelolactona, luteolina e apigenina. Esses 
compostos apresentam inibição dose-dependente de uma enzima de replicação 
viral. Os autores concluíram que o extrato de E. alba pode ser usado como 
tratamento alternativo e complementar para a hepatite C (Manvar et al., 2012). 
Em outro estudo, o extrato hidroetanólico de E. alba mostrou, in vitro, 
atividade anti-proliferativa, protetora do DNA contra danos e anti-metástases, em 
modelos de câncer hepático, devendo ser explorada pelo seu potencial terapêutico 
(Chaudhary et al., 2011). 
Na Medicina Chinesa: seda o fígado e desintoxica, e tonifica o Yang do rim. 
Características da personalidade: Os melhores resultados são observados em 
indivíduos com metabolismo acelerado (magros) e que sofrem as consequências 
emocionais e físicas da raiva, necessitando de auxílio na sua drenagem. 
MODO DE USAR: 
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 3–4 x/dia (Pereira et al., 2017b). 
• Infusão – Uso externo: 0,5 g em 150 mL, aplicar na área afetada, 2–3 x/dia 
(Pereira et al., 2017b). 
• Droga vegetal em cápsulas – Uso oral: 250 mg, 2–3 x/dia (Pereira et al., 
2014). 
• Pomada, creme ou gel – Uso tópico: aplicar na área afetada, 2–3 x/dia 
(Pereira et al., 2014). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Não há dados na literatura. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Contraindicada nas diarreias crônicas. Doses elevadas podem ter efeito 
cardiodepressor. 
Farmácia da Natureza 
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Cynara scolimus 
 
ESPÉCIE: Cynara scolimus L. 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Não há. 
FAMÍLIA: Asteraceae. 
NOMES REGIONAIS: Alcachofra. 
HISTÓRICO: 
Planta originária do Mediterrâneo e norte da África foi extensivamente 
utilizada pelos médicos medievais árabes com o nome de Al-Kharsaf, que significa 
receptáculo com espinhos. O nome do gênero Cynara vem do latim canina, devido à 
semelhança dos espinhos que a envolvem com os dentes de um cachorro. O centro 
de origem da Cynara se estende pela Ásia Menor e norte da África, formando parte 
da Bacia do Mediterrâneo, incluindo as Ilhas Canárias, Egeus e sul da Turquia e 
Síria. A espécie era cultivada em jardins gregos, como planta ornamental e 
alimentícia, sendo utilizada na fabricação de queijos devido a presença da enzima 
cinarase. Na Idade Média foi intensamente utilizada em pacientes com icterícia e 
para problemas digestivos. 
PARTE UTILIZADA: Folhas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Cinarina: ácido 1,5 dicafeilquínico (0,02% a 0,06%); 
• Ácidos: clorogênico e cafeico; 
• Flavonoides derivados da luteolina: cinarosideos, cinaratriosideos e 
escolimosideos; 
• Inulina; 
• Ácidos orgânicos: málico, glicérico, glicólico, lático, cítrico, fumárico, 
succínico; 
• Sais minerais (10 a 15%): cálcio, boro, fósforo, potássio, magnésio, 
manganês e ferro; 
Farmácia da Natureza 
 18 
• Óleos essenciais: eugenol, ß-selineno, cinaratriol, cariofileno e humuleno; 
• Ácidos graxos essenciais: ácido láurico, ácido linolênico e ácido linoleico; 
• Fitosterois taraxasterol e taraxasterol; 
• Outros: mucilagens, pectina, glicosídeos (A e B), cinaropicrina e grosheimina 
(principais componente amargo, lactonas sesquiterpénicas); enzimas 
(oxidases, ascorbinases, catalase, peroxidase e cinarase); vitaminas (pró-
vitamina, betacaroteno, riboflavina, tiamina, ácido pantotênico e vit. C); 
taninos; saponinas esteroídais (cinarogenina); pseudotaraxasterol e pufa. 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Afecções hepáticas e dislipidemias. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: desintoxicante, antioxidante e antiespasmódica. 
• Pele e anexos: anti-inflamatória. 
• Sistema cardiovascular: hipolipemiante, exceto nos casos de dislipidemia 
familiar e hipotensora suave. 
• Sistema digestório: colagoga, colerética, laxativa, hepatoprotetora, 
eupéptica e anti-inflamatória do cólon. 
• Sistema endócrino: hipoglicemiante. 
• Sistema osteoarticular: hipouricemiante e anti-inflamatória. 
• Sistema urinário: diurética e antisséptica das vias urinárias. 
COMENTÁRIOS: 
A cinarina presente na C. scolimus é capaz de aumentar em até 100% a 
secreção biliar, além de aumentar a secreção gástrica. Na síndrome metabólica, a 
redução do colesterol é feita por estimulação metabólico-enzimática pela cinarina, 
enquanto a ação hipoglicemiante é dada pela ação das oxidases. 
Na Medicina Chinesa: Descongestiona e tonifica o meridiano do fígado, e 
aumenta o Yang do rim. 
Características da personalidade: Os melhores resultados são observados em 
indivíduos EXIGENTES que têm metabolismo lento e necessitam de ativação 
metabólica. Estimula o funcionamento do fígado, auxiliando na mobilização dos 
conteúdos acumulados (orgânicos e energéticos). Emoção envolvida: RAIVA. 
MODO DE USAR: 
• Tintura – Uso oral: 2–5 mL, 1–3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, 
em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Droga vegetal em cápsulas ou comprimidos – Uso oral: 2 cápsulas, 2–4 
x/dia (BRASIL, 2016); ou 60–1000 mg/dia, em 2–3 x/dia (Micromedex 
[Internet], 2017b). 
• Extrato seco padronizado – Uso oral: 1200 mg (extrato da folha fresca) ou 
600 mg (extrato da folha seca), 1–2 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–2 g/dia 
(BRASIL, 2016); ou 300–400 mg, 3 x/dia (Micromedex [Internet], 2017b). 
• Infusão – Uso oral: 0,5–1,0 g em 150 mL, antes das refeições (BRASIL, 
2011; Pereira et al., 2017a). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Seu efeito colagogo pode ser potencializado por bétula (Betula pendula), 
alecrim (Rosmarinus officinalis), dente de leão (Taraxacum officinale), boldo 
Farmácia da Natureza 
 19 
(Peumus boldus), carqueja (Baccharis trimera), genciana (Genciana lutea) e 
celidônia (Chelidonium maius). 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Pode diminuir a lactação em nutrizes (cinarina), pois podem alterar o sabor do 
leite, sendo rejeitado pelos lactentes. Foram descritos casos de urticária e dermatite 
de contato em pessoas que tiveram contato frequente com alcachofra, pela ação das 
lactonas sesquiterpênicas - cinaropicrina. Contra indicadonos casos de obstrução 
biliar por calculose ou tumor. 
Baccharis trimera 
 
ESPÉCIE: Baccharis trimera (Less.) DC. 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Baccharis genistelloides var. trimera (Less.) Baker, Molina 
trimera Less. 
FAMÍLIA: Asteraceae. 
NOMES REGIONAIS: Carqueja. 
HISTÓRICO: 
Originária da América do Sul e Andes Peruanos, cresce em solos áridos e 
pedregosos. Apresenta ampla distribuição nas regiões do Cerrado em áreas de 
pastagens e beira de estradas. 
PARTE UTILIZADA: Folhas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Óleos essenciais: carquejol, calameno, eudesmol, eledol, nopineno, acetato 
de carquejila, cariofileno, nerodilol, cis-cariofileno, elemeno, guaieno, 
cadineno, pinenoearomadendreno; 
• Flavonoides: apigenina, luteolina, hispidulina, quercetina e lupeol, 
kaempferol; 
• Lactonas diterpênicas; 
• Saponinas; 
• Resinas; 
• Substâncias esteroidais; 
• Polifenóis; 
• Outros: esqualeno, ácido crisosapônico, santonina, absintina, ácido resínico, 
articulina I, articulina acetato, genkwanina, acacetina, 7,4-dimetil-apigenina, 
cirsimaritina, salvigenina, jaceidina, jaceosidina, ácido oleanólico e 
chondrillasterol; 
Farmácia da Natureza 
 20 
• Nas flores: barticulidiol, diéster malonato-acetato e bacchotricuneatina A. 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Dispepsias biliares e dores ciática, 
lombar e na coluna, e diabetes mellitus tipo II. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: analgésica, anti-inflamatória, desintoxicante, sudorífica, antigripal e 
antioxidante. 
• Sistema circulatório: hipotensora suave, pela ação diurética, e 
hipolipemiante. 
• Sistema digestório: ação tônica e protetora sobre fígado (princípios 
amargos, flavonoides), estômago e intestino, e antiácida. 
• Sistema endócrino: hipoglicemiante no diabetes mellitus tipo 2 e 
coadjuvante nos tratamentos da obesidade. 
• Sistema osteoarticular: hipouricemiante. 
• Sistema urinário: diurético e anti-inflamatório das vias urinárias. 
COMENTÁRIOS: 
A ação hipoglicemiante é maior com o uso da infusão (chá), mas como o 
sabor é muito amargo, uma boa opção é a droga vegetal em cápsulas. 
Um estudo determinou que as atividades antioxidante e anti-inflamatória de 
seis extratos de B. trimera, comprovadas em modelos animais, provavelmente 
devem-se à presença de compostos fenólicos (Oliveira, De et al., 2012). 
Características da personalidade: Os melhores resultados são observados em 
indivíduos que vivem situação de subjugação, submetidos a grandes pressões, 
principalmente em relacionamentos. 
MODO DE USAR: 
• Decocção – Uso oral: 2,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,25 g 
em 150 mL, 3–4 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
• Tintura – Uso oral: 3–9 mL, 2 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 
2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Droga vegetal – Uso oral: 1 cápsula de 250 mg, 1–3 x/dia (Pereira et al., 
2014). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Pode ser associada com camapu (Physalis angulata) ou unha-de-gato 
(Uncaria guianensis) para potencializar o efeito anti-inflamatório e analgésico. Nas 
indicações de gastrite e úlceras gástricas, o efeito é muito potencializado pelo uso 
concomitante de Maytenus spp. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Pode provocar hipersensibilização, hipotensão arterial ou alterações 
digestivas em usos muito prolongados e doses elevadas, ou em pacientes muito 
sensíveis. Estudos de intoxicação aguda em humanos não encontraram quaisquer 
alterações ou sinais de toxicidade. Doses excessivas e prolongadas (acima de 3 
meses) podem provocar leucopenia. Alguns casos de hipoglicemia foram relatados, 
mesmo em pessoas normoglicêmicas. 
Farmácia da Natureza 
 21 
Peumus boldus 
 
ESPÉCIE: Peumus boldus Molina 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Boldea boldus (Molina) Looser, Boldea fragrans (Pers.) 
Endl., Boldu boldus (Molina) Lyons, Boldu chilanum Nees, Boldu chilensis Schult. & 
Schult.f. 
FAMÍLIA: Monimiaceae. 
NOMES REGIONAIS: Boldo chileno. 
HISTÓRICO: 
Originária dos Andes Chileno e Peruano. Já foram encontradas no Chile 
folhas fossilizadas com mais de 13.000 anos. As propriedades fitoterápicas de suas 
folhas eram conhecidas das comunidades indígenas sul-americanas que habitavam 
os Andes chilenos, tornando-se conhecidas mundialmente a partir da colonização 
europeia da América. 
PARTE UTILIZADA: Folhas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Óleos essenciais: Mais de 46 constituintes (90% monoterpenos); 
• Glucosídeos flavônicos: peumoside, boldoside; 
• Alcaloides isoquinolênicos: Boldina 1% (marcador). 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Má digestão, dispepsias e afecções 
hepáticas em geral. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: analgésica, anti-inflamatória, desintoxicante e antioxidante. 
• Sistema circulatório: hipertensora suave. 
• Sistema digestório: colerética, colagoga, antiespasmódica, estomáquica e 
hepatoprotetora. 
• Sistema urinário: diurética. 
Farmácia da Natureza 
 22 
COMENTÁRIOS: 
A boldina, um alcaloide encontrado nas folhas da P. boldus, previne eventos 
de peroxidação lipídica no fígado, preservando a atividade do citocromo P450, 
sendo valioso como agente hepatoprotetor (Kringstein e Cederbaum, 1995). 
Em voluntários saudáveis, o extrato seco de P. boldus apresentou ação 
anticolinérgica relaxando a musculatura lisa do intestino e prolongando o tempo de 
trânsito intestinal (Gotteland et al., 1995). 
Em animais, apresentou atividade diurética, aumentando a excreção urinária 
em 50% (Speisky e Cassels, 1994). 
Na Medicina Chinesa: atua nos meridianos do fígado, vesícula biliar, 
estômago e baço-pâncreas, dispersa os meridianos do fígado e vesícula-biliar, drena 
umidade e limpa o calor, e combate a estagnação de alimentos. 
MODO DE USAR: 
• Infusão – Uso oral: 1–2 g em 150 mL, 2 x/dia (BRASIL, 2011). 
• Extrato seco padronizado (mínimo 0,1% de boldina) – Uso oral: 50–100 
mg/dose, 2–3 x/dia (BRASIL, 2016). 
• Droga vegetal – Uso oral: 3 g/dia (Micromedex [Internet], 2017c). 
• Extrato fluido – Uso oral: 3 mL/dia (Micromedex [Internet], 2017c). 
• Tintura – Uso oral: 15 mL/dia por 8 semanas (Micromedex [Internet], 2017c). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. Contraindicada nos quadros de obstrução de vias 
biliares, hepatites agudas colestáticas, e em crianças menores de 6 anos 
(neurotoxicidade do óleo essencial). Evitar ultrapassar a dose recomendada e não 
usar por mais que 60 dias contínuos. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Não há dados na literatura. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Não há dados na literatura. 
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 23 
Plectranthus barbatus 
 
ESPÉCIE: Plectranthus barbatus Andrews 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Coleus barbatus (Andrews) Benth., Coleus forskohlii 
(Willd.) Briq. 
FAMÍLIA: Lamiaceae. 
NOMES REGIONAIS: Boldo nacional. 
HISTÓRICO: 
É originária da África, tendo sido trazida para o Brasil, provavelmente no 
período colonial, motivo esse que recebeu o nome de boldo-do-reino. 
PARTE UTILIZADA: Folhas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Óleo essencial: a-pineno, a-felandreno, (Z)-ocimeno, manol e abietatrieno; 
• Diterpenos: Barbatusina, ciclobutatusina, 6-Hidroxicarnosol, forskolin, 
barbatusol, plectrina, cariocal, coleonon E, coleon F, plectrinona A, plectrinona 
B, e 12,9(10,20)-abeo-abieta-8,11,13-trien-10,11,12-triol, ciclobutatusina e 7-
acetil-12-desace-toxiciclobutatusina. 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Afeções hepáticas e biliares em geral 
e infecções de repetição. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: antioxidante, anti-histamínica, antiagregante plaquetária e 
antiespasmódica. 
• Metabolismo: hipolipemiante.• Sistema circulatório: hipotensora e inotrópica. 
• Sistema digestório: hepatoprotetora, colagoga, colerética, desintoxicante e 
tônica do fígado, inibidora da bomba de prótons, eupéptica, antiespasmódica 
e carminativa. 
• Sistema imunológico: imunoestimulante. 
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 24 
• Sistema urinário: diurética suave. 
COMENTÁRIOS: 
 
Esta planta é usada tradicionalmente pela medicina Hindu e Ayurvédica, bem 
como no Brasil, África e China. Os maiores usos etnobotânicos incluem doenças 
intestinais, hepáticas, respiratórias, cardíacas e do sistema nervoso. 
Esta planta é uma das mais estudadas no mundo todo devido ao enorme 
potencial terapêutico de seus constituintes, sobretudo a forskolina. 
Os constituintes da planta apresentam diversas propriedades. O óleo 
essencial possui atividade antimocrobiana e antiespasmódica. Alguns diterpenos 
como barbatusin e coleon C apresentam atividade antitumoral, o barbtusol possui 
efeito hipotensor, a plectrinon A possui efeito inibitório sobre a bomba de prótons no 
estômago, entre outros. A forskolina e as outras dezenas de moléculas 
estruturalmente similares presentes na planta (diterpenoides labdanos) ativam 
diretamente a adenilato-ciclase (Alasbahi e Melzig, 2010a), aumentando a produção 
de AMPc em diversos tecidos, independente da ativação de receptores β-
adrenérgicos. Isto explica a atividade da planta em diversos órgãos e sistemas 
(Alasbahi e Melzig, 2010b). A forskolina é pouco solúvel em água, o que limitou até 
hoje a produção de medicamentos contendo esta molécula. Um derivado mais 
solúvel foi desenvolvido, chamado 6-(3-dimethylaminopropionyl) forskolin 
hydrochloride (NKH477). Este derivado é mais específico para a adenilato-ciclase V 
do miocárdio, sendo comercializado no Japão com o nome de Adehl® para o 
tratamento de doenças cardíacas (inotrópico e vasodilatador). 
Em humanos voluntários saudáveis, uma bebida contendo suco de P. 
barbatus a 12% levou a redução significativa dos níveis de leptina, enquanto a 
concentração de 24% levou a aumento da leptina, e essas alterações foram 
acompanhadas por alterações no apetite dos voluntários (Wadikar e Premavalli, 
2014). 
O P. barbatus possui atividade farmacológica digestiva e hepática mais 
intensa que o Peumus boldus (boldo-do-Chile). Entretanto, ela possui muita água, o 
que dificulta a produção de um medicamento industrializado. 
Na Medicina Chinesa: É regulador geral do metabolismo (fígado, baço-
pâncreas e estômago, mucosas, pressão arterial, intestino). Tem ação 
broncodilatadora importante. 
MODO DE USAR: 
• Infusão – Uso oral: 1–3 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL, 2011) ou 0,5 g em 
150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
• Tintura – Uso oral: 50 gotas, 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 
2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. Não associar com medicamentos antiácidos sintéticos 
utilizados no tratamento da hiperacidez gástrica. Contraindicada para pacientes com 
úlcera gástrica. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Não há dados na literatura. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Não se deve fazer uso prolongado desta planta, sem intervalos. Em altas 
doses pode provocar irritação do tubo digestivo. 
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Constipação intestinal 
A constipação intestinal pode ocorrer por três mecanismos básicos: baixa 
ingesta de água, baixa ingesta de fibras, e dismotilidade intestinal. Em geral, os 
quadros de dismotilidade intestinal são diagnosticados na infância. Em adultos, pode 
ser consequência do uso abusivo de laxantes. A constipação intestinal do adulto, em 
geral, pode ser resolvida com água e fibras. 
 
Plantago major 
 
ESPÉCIE: Plantago major L. 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Plantago borysthenica Wissjul., Plantago dregeana Decne., 
Plantago gigas H. Lév., Plantago jehohlensis Koidz., Plantago latifolia Salisb., 
Plantago macronipponica Yamam., Plantago sawadai (Yamam.) Yamam., Plantago 
villifera Kitag. 
FAMÍLIA: Plantaginaceae. 
NOMES REGIONAIS: Tanchagem. 
HISTÓRICO: 
Existem cerca de 200 espécies de Plantago, todas com atividade 
farmacológica. Originária da Europa, Ásia e norte da África, foi trazida ao Brasil 
pelos colonizadores. O uso tradicional desta planta como cicatrizante foi descrito há 
mais de 4000 anos. Foi muito usada para cicatrizar ferimentos causados por 
mordeduras de cachorro e outros animais. 
PARTE UTILIZADA: Folhas e sementes. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Flavonoides: luteolina, apigenina, baicaleina, hispidulina, nepetina, 
esculetarina e plantaginina; 
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 26 
• Mucilagens (7%): polissacarídeos ramno-galacturonano, arabnogalactano, 
glucomanano, xilose, ácido galacturônico, arabinose e ramnose; 
• Alcaloides: aucubina, indicaína e plantagonina; 
• Ácidos: benzoico, salicílico, fumárico, hidroxicinâmicos, fenilcarboxílicos, 
clorogênico, ursólico, silícico, ascórbico, cítrico, málico, ferrúlico, cumarínico e 
oleonólico; 
• Terpenoides; 
• Outros: lignanas; beta-sitosterol; sorbitol e manitol; pectina; ésteres do ácido 
cafeico (acteósido, plantaniósido); cumarinas (principalmente a esculetina); 
taninos (1 a 2%); saponinas; enzimas (invertina, emulsina); vitaminas (A e C); 
óleos essenciais (0,2%); minerais (potássio, sílica e enxofre); antraquinonas 
(pequena quantidade nas sementes); heterosídeos (aucubigenina); colina; 
resina; alantoína; ácidos graxos essenciais (ácidos oleico, linoleico, linolênico, 
palmítico, aracnídico e mirístico). 
TROPISMO: Sistema digestório e reprodutor. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Mucosites, miomas uterinos e 
constipação intestinal. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
FOLHAS 
• Geral: anti-inflamatória das mucosas, desintoxicante geral, uricosúrica e 
hemostática. 
• Boca: antisséptica. 
• Pele e anexos: cicatrizante, antifúngica e anti-inflamatória. 
• Sistema circulatório: hipolipemiante e hipotensora. 
• Sistema digestório: hepatoprotetora, antidiarreica, anti-inflamatória, anti-
hemorroidária e eupéptica. 
• Sistema endócrino: hipoglicemiante suave. 
• Sistema imunológico: imunomoduladora e antialérgica. 
• Sistema osteoarticular: uricosúrica. 
• Sistema reprodutor: antisséptica, anti-inflamatória e redutora de miomas 
uterinos. 
• Sistema respiratório: expectorante, mucolítica, anti-inflamatória, 
broncodilatadora e antialérgica. 
• Sistema urinário: diurética suave, anti-inflamatória e analgésica do trato 
urinário. 
SEMENTES 
• Geral: laxativa. 
COMENTÁRIOS: 
Existem outras espécies de Plantago: Plantago ovata Forssk., e Plantago 
lanceolata L. A P. lanceolata é mais usada pelas suas folhas, com as mesmas 
indicações das folhas de P. major, e a P. ovata é mais usada pelas suas sementes, 
com efeito laxativo. Existem diversos produtos comerciais com as sementes de P. 
ovata: PlantaBen®, Plantacil®, Metamucil®, etc. 
As sementes de Plantago são mais eficazes em pessoas que bebem pouca 
água. Quando em pH alcalino, as sementes de Plantago se abrem, mesmo com 
pouca água disponível, liberando a mucilagem, que aumenta o bolo fecal. Pode ser 
usada em quadros de diverticulite. 
MODO DE USAR: 
Plantago major 
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• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Tintura – Uso tópico: 2–4 mL, diluídos em água, fazer bochechos ou 
gargarejos, 1–3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, fazer bochechos 
ou gargarejos, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
• Infusão – Uso tópico: 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos ou gargarejos, 2–3 
x/dia (Pereira etal., 2017a). 
Plantago ovata 
• Droga vegetal (cascas das sementes) – Uso oral: 3–30 g/dia, ou 1–2 
cápsulas de 400 mg, 1–2 x/dia, ou 1–2 colheres de café, 2 x/dia (BRASIL, 
2014); ou 1 cápsula de 280 mg, 3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
o Uso pediátrico oral: 1,5 g, 1–3 x/dia (Micromedex [Internet], 2017d); ou 1 
colher de café em 1–3 refeições diárias. 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Potencializa os efeitos dos compostos digitálicos, aumentando o risco de 
intoxicação. Associar com mil em rama (Achillea millefolium) em casos de diarreias, 
colites e hemorragias e também com sálvia (Salvia officinalis) para o tratamento de 
amigdalites. Nos quadros de bronquite e asma, associar com guaco (Mikania 
laevigata). 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Evitar o uso em pacientes hipotensos, com obstrução intestinal, em grávidas e 
lactantes. Superdosagens podem causar arritmias (bradicardia) e hipotensão arterial. 
Farmácia da Natureza 
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Hibiscus sabdariffa 
 
ESPÉCIE: Hibiscus sabdariffa L. 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Abelmoschus cruentus (Bertol.) Walp., Furcaria sabdariffa 
Ulbr., Hibiscus cruentus Bertol., Hibiscus fraternus L., Hibiscus palmatilobus Baill., 
Sabdariffa rubra Kostel. 
FAMÍLIA: Malvaceae. 
NOMES REGIONAIS: Vinagreira e rosélia. 
HISTÓRICO: 
É uma planta originária das regiões tropicais da África. Foi introduzida na 
Europa no século XIX e hoje compõem a maioria das formulações de chás 
aromáticos consumidos no continente. No Brasil foi introduzida por escravos por 
volta do ano de 1700 e na atualidade os cálices são utilizados como medicamentos, 
na produção de geleias e as folhas são usadas na culinária em pratos típicos, 
especialmente o cuxá, muito apreciado pelo maranhense. 
PARTE UTILIZADA: Cálices e sépalas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Cálices 
o Os ácido cítricos e málicos (compostos majoritários), antocianina 
(cianidina-3 glucosídeo), delfinidina-pentoside glicosídeo, delfinidina-3 
glucoxyloside (delfinidina-3-sambubioside, também conhecido como 
hibiscin) cianidina-3 sambubioside, cianidina-3, 5 diglucoside e 
cianidina. 
o Niacina e caroteno. 
• Flores 
o Flavonoides: 3-monoglucoside de hibiscetina, hibiscetina, gossipitrina 
hibiscitrina, sabdaritrina, dimetoxiflavona (sabdaretina), hibiscina, 
quercetina, miricetina, sabdaritrins, sabdaretina e luteolina; 
Farmácia da Natureza 
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o Outros: ácido clorogênico, ácido ascórbico, antocianinas (delfinidina-
3-sambubiosideo, cianidina-3 sambubioside protocatecuico) e esterois 
(sitosterol e ergosterol). 
• Óleo da semente 
o Colesterol, campasterol, estigmasterol, ß-sitosterol, espinasterol-a e 
ergosterol. 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Anemia e constipação intestinal. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: remineralizante e laxativa. 
• Sistema circulatório: hipolipemiante. 
• Sistema digestório: digestiva e laxativa. 
COMENTÁRIOS: 
Os cálices desta planta são ricos em vitamina A, ácido ascórbico (140 mg/100 
g, quantidade superior à encontrada na laranja) (Adigun et al., 2006; Wong et al., 
2002), e também em elementos como cálcio (4 ppm), magnésio (13 ppm), sódio (50 
ppm), potássio (235 ppm) e ferro (1,17 ppm) (Falade et al., 2005; Foline et al., 2011; 
Wróbel e Urbina, 2001). A decocção dos cálices de H. sabdariffa apresenta reduzida 
quantidade de taninos e fitatos, contribuindo para elevada biodisponibilidade do ferro 
elementar. 
A H. sabdariffa é utilizada, em alguns países africanos, na preparação de uma 
infusão usada no tratamento da anemia ferropriva (Adigun et al., 2006). Em ratos 
Wistar, a administração do extrato aquoso do cálice seco da H. sabdariffa levou a 
aumento significativo no hematócrito e na hemoglobina, de forma dose-dependente. 
Este efeito é devido à presença de nutrientes como proteínas, minerais e vitamina C 
no cálice, além de antocianinas. As antocianinas, assim como outros compostos 
fenólicos, também têm atividade antioxidante e hipolipemiante (Fernández-Arroyo e 
Rodríguez-Medina, 2011). 
É provável que estas antocianinas sejam moléculas facilitadoras da 
biodisponibilidade do ferro, uma vez que compostos muito semelhantes (delfinidina e 
delfinidina-3-glicosideo) isolados de sementes de soja mostraram ser as 
responsáveis pela liberação do ferro da ferritina (Deng et al., 2010). Estudos 
realizados in vivo mostraram que antocianinas e compostos fenólicos isolados de H. 
sabdariffa apresentam atividade contra células leucêmicas e carcinoma de 
estômago, e que os compostos fenólicos são os responsáveis pelo significativo 
efeito antioxidante (Hou et al., 2005; Kao et al., 2009; Lin, H. H. et al., 2007; Tseng et 
al., 2000). Experimentos realizados com animais têm mostrado que são os 
compostos fenólicos as substâncias responsáveis por efeitos como a inibição do 
desenvolvimento de arteriosclerose (Chen et al., 2003), redução de triglicérides e 
colesterol (Lin, T. L. et al., 2007), bem como pela atividade hipoglicemiante, com 
melhora no quadro de nefropatia diabética (Wang et al., 2009). Ensaios clínicos em 
humanos comprovaram a atividade anti-hipertensiva e a redução dos níveis de 
colesterol (Herrera-Arellano et al., 2004; Lin, T. L. et al., 2007), as quais também 
foram atribuídas a presença de compostos fenólicos, em especial as antocianinas. 
O efeito desta planta na constipação intestinal é melhor nas pessoas que 
bebem bastante água. Além disso, pode ser adicionado a sucos e vitaminas. 
MODO DE USAR: 
• Droga vegetal – Uso oral: 1–2 cápsulas de 400 mg, ou 1–2 colheres de café, 
2 x/dia; ou adicionar 1 colher de café em sucos e vitaminas (Pereira et al., 
2014). 
Farmácia da Natureza 
 30 
o Uso pediátrico: 1 colher de café em sucos e vitaminas (Pereira et al., 
2014). 
• Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (não contém as fibras) 
(Pereira et al., 2017a). 
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Quando associado com Centella asiatica é indicada para pacientes com 
anemia ferropriva. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Não deve ser usada por pacientes que apresentem baixo nível de 
espermatogênese, mulheres grávidas, sendo também contraindicada para pacientes 
com úlcera gástrica. 
Rhamnus purshiana 
 
ESPÉCIE: Frangula purshiana Cooper (nomenclatura atual) 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Cardiolepis obtusa Raf., Frangula anonifolia (Greene) 
Grubov, Frangula purshiana subsp. ultramafica Sawyer & S.W.Edwards, Rhamnus 
annonifolia Greene, Rhamnus purshiana DC. 
FAMÍLIA: Rhamnaceae. 
NOMES REGIONAIS: Cáscara sagrada. 
HISTÓRICO: 
A cáscara sagrada é uma planta medicinal originária da floresta de coníferas 
do noroeste da América do Norte. As cascas deste planta têm sido utilizadas por 
séculos como um laxante, primeiro pelos nativos norte-americanos, depois pelos 
colonizadores europeus. 
PARTE UTILIZADA: Entrecasca. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Derivados antracêntricos (6-9%), C-heterosídeos ou C-glicosil-antronas (80-
90%), cascarosídeos 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Constipação intestinal. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: laxativa. 
Farmácia da Natureza 
 31 
COMENTÁRIOS: 
As antraquinonas (glicosídeos antraquinônicos A, B, C e D) estimulam a 
mucosa e a musculatura lisa intestinal, aumentando o peristaltismo e a secreção de 
água e eletrólitos para a luz intestinal. Está, portanto, indicada nos casos com 
dismotilidade intestinal. 
MODO DE USAR: 
• Droga vegetal – Uso oral: 0,3–1 g, à noite (BRASIL, 2016). 
o Uso pediátrico oral: 150–500 mg/dia (Micromedex [Internet], 2017e). 
• Extrato seco –Uso oral: 57–108 mg, à noite (BRASIL, 2016) ou em 2 x/dia 
(BRASIL, 2018). 
• Decocção – Uso oral: 1,0–2,5 g em 150 mL, 1–2 x/dia (Micromedex [Internet], 
2017e). 
• Tintura ou Extrato fluido – Uso oral: equivalente a 20 a 30 mg de derivados 
hidroxiantracênicos expressos em cascarosídeo A (BRASIL, 2016). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. Contraindicada nas doenças inflamatórias intestinais, e 
sangramento intestinal. Evitar o uso prolongado. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Não há dados na literatura. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Pode causar perda de eletrólitos, cólicas, náusea e diarreia. Há um caso na 
literatura de hepatite colestática com hipertensão portal secundária ao uso desta 
planta. 
Cassia angustifolia 
 
Farmácia da Natureza 
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ESPÉCIE: Senna alexandrina Mill. (nomenclatura atual) 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Cassia acutifolia Delile, Cassia alexandrina (Garsault) 
Thell., Cassia angustifolia M.Vahl, Cassia angustifolia Vahl, Cassia senna L., Senna 
acutifolia (Delile) Batka, Senna alexandrina Garsault, Senna angustifolia (Vahl) 
Batka. 
FAMÍLIA: Fabaceae. 
NOMES REGIONAIS: Sene e senna. 
HISTÓRICO: 
O sene vem sendo utilizado por suas propriedades fitoterápicas desde o 
século IX, mas seu uso como laxante teve destaque apenas na época do 
renascimento. Seu nome cientifico, Senna alexandrina Miller, se deu pelos 
taxonomistas modernos que agruparam duas espécies em um só nome, mas na 
maioria das farmacopeias o sene é encontrado sob dois nomes, Cassia senna L. 
(sene-de-alexandria) e Cassia angustifolia Vahl (sene-de-tinnevelly ou sene-indiana). 
PARTE UTILIZADA: Folhas. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Derivados antraquinônicos; 
• Glicosídeos antranoides; 
• Glicosídeos diméricos: senosídeos A e B. 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Constipação intestinal. 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: laxativa e purgativa. 
COMENTÁRIOS: 
Os heterosídeos são hidrolizados no intestino grosso pela flora bacteriana, 
com liberação das antraquinonas, que atuam sobre a mucosa, aumentando o 
peristaltismo. 
Uma revisão da literatura mostrou (a) que não há evidencias definitivas de 
que o uso crônico de sene tenha, como consequência, uma alteração estrutural ou 
funcional nos nervos entéricos ou na musculatura lisa intestinal, (b) que não há 
relação entre a administração prolongada de extratos de sene e o surgimento de 
tumores gastrointestinais ou de qualquer outro tipo em ratos, (c) que o sene não é 
carcinogênico em ratos mesmo após dois anos recebendo diariamente doses de até 
300 mg/kg/dia, e (d) que as evidências atuais não mostram que haja risco de 
genotoxicidade para pacientes que usam laxativos contendo extrato de sene ou 
senosídeos (Morales et al., 2009). 
Um estudo clínico randomizado, controlado por placebo, 96 sujeitos 
submetidos a cirurgia pélvica reconstrutora receberam aleatoriamente placebo ou 
sene com docusato. Os pacientes que usaram sene apresentaram retorno dos 
movimentos peristálticos 1 dia mais cedo, e os pacientes que usaram placebo 
tiveram maior necessidade de citrato de magnésio como estimulante do peristaltismo 
(Patel et al., 2010). 
MODO DE USAR: 
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Infusão ou Maceração – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, à noite (Pereira et al., 
2017a). 
• Droga vegetal – Uso oral: 1–2 g de folhas ou frutos, diariamente antes de 
dormir (BRASIL, 2016). 
Farmácia da Natureza 
 33 
• Extrato seco – Uso oral: 150 mg, 1–3 x/dia, equivalente a 10–30 mg de 
senosídeos (calculados como senosídeo B), administrada à noite (BRASIL, 
2016). 
ADVERTÊNCIAS: 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. Evitar o uso prolongado. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
O uso de bloqueadores dos canais de cálcio, antagonistas da calmodulina, ou 
indometacina em uso concomitante com a sene, pode reduzir os efeitos laxativos. 
Evitar o uso de sene concomitante com antiácidos, pois são incompatíveis. Pode 
aumentar o risco de intoxicação digitálica, se usado concomitante. Não se deve 
associar várias vezes seguidas o sene com drogas espasmolíticas como camomila e 
anis, e nem com drogas eméticas. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Cólicas abdominais não são raras. No início do tratamento pode causar 
diarreia, com perda de potássio. O uso contínuo pode causar constipação paradoxal. 
As antraquinonas podem escurecer a urina ou pigmentar o cólon (pseudomelanosis 
coli), devendo seu uso ser descontinuado 1 mês antes da realização de endoscopias 
digestivas baixas. Contraindicado nas obstruções intestinais, enterites e colites e 
hipocalemia. Mulheres em período de menstruação podem ter o fluxo aumentado. O 
uso muito prolongado pode provocar baqueteamento dos dedos. 
Psidium guajava 
 
ESPÉCIE: Psidium guajava L. 
SINONÍMIA BOTÂNICA: Guajava pumila (Vahl) Kuntze, Guajava pyrifera (L.) 
Kuntze, Myrtus guajava (L.) Kuntze, Psidium angustifolium Lam., Psidium cujavillus 
Burm.f., Psidium cujavus L., Psidium fragrans Macfad., Psidium guava Griseb., 
Psidium igatemyense Barb.Rodr., Psidium igatemyensis Barb. Rodr., Psidium 
intermedium Zipp. ex Blume, Psidium pomiferum L., Psidium prostratum O.Berg, 
Psidium pumilum Vahl, Psidium pyriferum L., Psidium sapidissimum Jacq., Psidium 
vulgare Rich., Syzygium ellipticum K.Schum. & Lauterb. 
FAMÍLIA: Myrtaceae. 
NOMES REGIONAIS: Goiabeira. 
HISTÓRICO: 
As goiabas são consumidas principalmente in natura ou em forma de doces 
(goiabada), compotas, geleias, sucos e sorvetes. São muito usadas na indústria. Em 
etnofarmacologia a goiabeira é usada para diarreias na infância. O chá das folhas, 
Farmácia da Natureza 
 34 
em bochechos e gargarejos, é usado para inflamações da boca e da garganta ou em 
lavagens de úlceras e na leucorreia. 
PARTE UTILIZADA: Brotos e folhas jovens da goiabeira de polpa vermelha. 
CONSTITUINTES QUÍMICOS: 
• Flavonoides – Guaijaverina, Avicularina 
• Saponinas 
• Triterpenos 
• Quercetina 
• Ácido oleanólico 
TROPISMO: Sistema digestório. 
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Diarreia aguda infecciosa 
(bacteriana). 
AÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Geral: antisséptica, antidiarreica, hemostática, antitérmica, anti-inflamatória, 
analgésica e antioxidante. 
• Boca: antisséptica e analgésica. 
• Sistema circulatório: cardioprotetora e inotrópica negativa. 
• Pele e anexos: antisséptica e anti-inflamatória. 
• Sistema digestório: antiemética, antiespasmódica e antidiarreica. 
• Sistema nervoso: analgésica e relaxante muscular. 
COMENTÁRIOS: 
As folhas da goiabeira têm óleo volátil rico em sesquiterpenos, entre eles o 
bisaboleno, além do dietoximetano e dietoxetano que dão o aroma dos frutos. O 
principal componente do óleo das sementes é o ácido linoleico. O extrato aquoso do 
"olho" (broto) da goiabeira tem intensa atividade contra Salmonela, Serratia e 
Staphylococcus, grandes responsáveis pela diarreias de origem microbiana. A 
atividade é mais forte na variedade de polpa vermelha, e mais fraca nas folhas 
adultas e casca. 
A atividade antiespasmódica é dada pela quercetina, que inibe a síntese de 
prostaglandinas e a liberação da acetilcolina no intestino. O extrato de goiabeira 
interfere também na passagem de água dos tecidos para o intestino. 
Em um estudo, a decocção das folhas da goiabeira, in vitro, exibiu atividade 
antibacteriana contra Shigella flexneri e Vibrio cholerae. Ela também reduziu a 
produção de toxinas pela Escherichia coli. A decocção ainda inibiu a aderência da E. 
coli enteropatogênica e a invasão da mucosa pela E. coli enteroinvasiva e pela S. 
flexneri. A quercetina isolada não teve as mesmas propriedades, enfatizando a 
importância do fitocomplexo da plantapara a atividade farmacológica. Os autores 
concluíram que, em conjunto, os resultados indicam que a decocção das folhas da 
goiabeira são um agente antidiarreico efetivo e que seu espectro de atividades não é 
devido à quercetina isoladamente (Birdi et al., 2010). 
MODO DE USAR: 
• Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL, 2016); ou 3–6 x/dia 
(Pereira et al., 2017b). 
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b). 
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014). 
• Droga vegetal – Uso oral: 500 mg, 3–4 x/dia (BRASIL, 2016). 
• Extrato seco – Uso oral: 250–350 mg, 3–4 x/dia (BRASIL, 2016). 
ADVERTÊNCIAS: 
Farmácia da Natureza 
 35 
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado 
para gestantes e lactantes. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: 
Não há dados na literatura. 
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE: 
Teste de toxicidade realizado com extrato de folha de Psidium guajava 
mostrou que a DL50 é de 5 g/kg e em nenhum dos trabalhos consultados foram 
encontrados dados de intoxicação com essa planta. 
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