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1 BRENDA BRUCE - TERAPÊUTICA ANESTÉSICO NO PACIENTE HIPERTENSO, DIABÉTICO E ASMÁTICO HIPERTENSÃO Nós sabemos que a hipertensão é uma doença silenciosa que acomete muitas pessoas, ela predomina dentro das patologias cardíacas que compromete o sistema circulatório, já que a hipertensão é uma doença que acomete os vasos (principalmente as artérias de grande calibre), fazendo com que eles percam a flexibilidade de relaxar e contrair (se tornando mais rígidas). Ao se tornarem mais rígidas, o coração necessita de maior força para ejetar o sengue, e ele consiga ser distribuído para os órgãos de maior aporte circulatório. Existem dois conceitos em relação a aferição da pressão arterial, um pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e o outro pela Sociedade Americana de Cardiologia (ela é mais rígida em relação ao controle da pressão arterial). SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA Ela fala que o PACIENTE NORMAL é aquele que apresenta uma pressão máxima (pressão sistólica, onde o coração faz maior força para ejetar o sangue) igual ou menor que 120mmHg, e a menor pressão (aquela quando os vasos sanguíneos relaxam, diástole) igual ou menor que 80mmHg. Em relação aos indivíduos PRÉ-HIPERTENSOS: quando a pressão arterial máxima estiver em torno de 121mmHg se estendendo até 139mmHg (diferença ou intervalo de 19mmHg) e/ou a mínima em torno de 81mmHg e se estende até 89mmHg (tendo uma diferença de 9mmHg). HIPERTENÇÃO SUSTENTÁVEL: 1400mmHg a 159mmHg e/ou 90 a 99mmHg. Já para os pacientes em ESTÁGIO II, ele já apresenta a pressão arterial em torno de 160 a 179mmHg e/ou 100 a 109mmHg. Enquanto aquele indivíduo que está no ESTÁGIO III, apresenta a pressão arterial igual ou superior a 180mmHg e/ou sua mínima igual ou superior a 110mmHg. SOCIEDADE AMERICANA DE CARDIOLOGIA Ela diz que a PRESSÃO NORMAL tem que ser inferior a 120mmHg (máxima) e a mínima tem que ser inferior a 80mmHg, ela não aceita o “igual a”. E considera aquele individuo com PRESSÃO ELEVADA quando ele apresenta pressão arterial igual 120mmHg tendo um intervalo que vai até 129mmHg (e esse intervalo é de apenas 9mmHg, enquanto a Brasileira dá um intervalo de 19mmHg), porém a mínima precisa estar abaixo de 80mmHg. Isso quer dizer que aquele paciente com pressão elevada, é um paciente que se recomenda que mude seu estilo de vida, que vai desde um paciente sedentário começar a caminhar a modificar os hábitos alimentares, um paciente que fuma precisaria diminuir ou deixar de fumar. A mudança será necessária, desde a alimentação, dormir mais, fazer exercício físico, tirar gordura e frituras muitas vezes, substituir a carne vermelha pela carne branca e depois de 3- 6 meses esse paciente será reavaliado, para verificar se essa pressão elevada consegue retornar ao seu estado saudável (abaixo de 120mmHg e abaixo de 80mmHg). Eles consideram como hipertensão aqueles pacientes que estejam no ESTÁGIO I, no qual a pressão arterial desse paciente chega a máxima de 130 a 139mmHg e/ou a mínima de 80 a 89mmHg (se a máxima estiver normal e a mínima em 80mmHg ele já é considerado estágio I, pois eles consideram que a mínima precisa estar abaixo de 80mmHg para o paciente ser considerado como normal). Já o estágio II, segundo a Sociedade Americana, ele considera que a máxima esteja igual ou maior que 140mmHg e/ou a mínima igual ou maior que 90mmHg. SOCIEDADE AMERICANA DE ANESTESIOLOGIA Em relação a Sociedade Americana de Anestesiologia, eles consideram o paciente ASA I: paciente em bom estado de saúde, ASA II: doença sistêmica leve a moderada, ASA III: doença sistêmica grave que limita a atividade diária, mas não é incapacitante. Já o ASA IV: doença sistêmica grave que limita a atividade e ameaça a vida, ASA V: paciente moribundo e o paciente com ASA VI: paciente com morte cerebral. PROTOCOLOS DA SOCIEDADE AMERICANA DE ANESTESIOLOGIA Para o paciente que tem ASA II (doença sistêmica leve a moderada), no caso, um paciente hipertenso que esteja com sistólica em torno de 160 e diastólica em torno de 100mmHG. O que deve ser feito: ▪ Avaliar o paciente para outras doenças cardiovasculares que estejam interferindo nessa hipertensão arterial, diabetes e insuficiência renal, ou seja avaliar outras comorbidade que podem interferir na alteração da pressão arterial Eles preconizam que nesse caso, nos devemos dar uma preferência para a utilização da Prilocaína (3 tubetes no 2 BRENDA BRUCE - TERAPÊUTICA máx), mas isso não quer dizer que as aminas simpatomiméticas estejam totalmente contraindicadas, em alguns procedimentos nos quais sejam necessários a utilização das aminas simpatomiméticas para que haja uma melhor vasoconstrição, em situações como uma remoção de resto radicular ou uma apicectomia, por exemplo, podemos lançar mão, utilizando como vasoconstritor as epinefrinas, mesmo sabendo que ela tem um efeito beta 1 cardíaco, no qual vai provocar um aumento da pressão e da frequência cardíaca, da força de contração e frequência daquele músculo cardíaco, porém, se aquele indivíduo apresentar dor durante o procedimento a descarga endógena de adrenalina é muito maior do que se for utilizar uma epinefrina com uma diluição maior (no caso 1:100.000 – 2 tubetes e 1:200.000 – 4 tubetes. E fazer uma boa vasoconstrição daquele local) Aquele paciente que tem ASA II no qual tem uma hipertensão sistólica de 180mmHg e diastólica de 110, nesse caso o procedimento eletivo está contraindicado para esse paciente. O que eu devo fazer se esse paciente apresentar uma urgência (uma pulpite, um quadro de abscesso, ou uma hemorragia advinda, por exemplo)? Eu posso realizar o procedimento utilizando um anestésico local, a prilocaína, sendo a quantidade máxima de 2 a 3 tubetes e tendo o cuidado de sedar esse paciente com Midazolam. Obs: no caso de uma paciente que não possuía um dos rins, foi utilizado a prilocaína (com vasoconstritor, e a utilização dele vai diminuir a toxicidade), pois a mepivacaína também tem uma agressão renal por passar maior tempo circulando (metabolização mais lenta) Obs: aqui no Brasil sempre vamos encontrar a prilocaína associada a um vasoconstritor (Felipressina ou Octapressin), que faz a constrição de vasos e não arteríolas consequentemente não tem ação em beta-1 cardíaco. ASA III: doença sistêmica grave que limita a atividade, mas não é incapacitante. Apresenta uma hipertensão que ultrapassa os 180mmHg (sístole) e uma diástole acima de 110mmHg. Assintomático: ▪ Contraindicado atendimento em consultório; ▪ Procedimento eletivo contraindicado; ▪ Urgência no hospital (pois esse paciente corre o risco de apresentar um quadro de AVC). Sintomático: (dor de cabeça, alteração visual, sangramento nasal, sangramento gengival espontâneo e dificuldade respiratória) ▪ Contraindicado atendimento no ambulatório; ▪ Urgência odontológica no hospital. Obs: sabemos que os procedimentos odontológicos em menor ou maior grau geram um tipo de ansiedade nos nossos pacientes, fazendo com que o paciente que antes estava compensado, descompense. E o protocolo para um paciente ASA III com hipertensão acima de 160 (sístole) e diástole 100, sem ultrapassar 180 de sístole e 110 de diástole. ▪ Contraindicado atendimento eletivo ▪ Urgência: sedação com midazolam e utilizar no máximo 2 a 3 tubetes anestésicos (prilocaína). Protocolo para paciente com hipertensão essencial ou primária (paciente que possui hipertensão arterial advindo de um tumor no SNC, tendo capacidade de secretar catecolaminas, logo o paciente apresenta um quadro de hipertensão não porque ele tem um problema de vaso e sim por conta da tumoração) ou sem qualquer causa identificável. Apresentando uma pressão sístole superior a 140 e diástole superior a 90. ▪ Deve-se utilizar a prilocaína 3% com Felipressina 0,03UIpor ml, a dose máxima é de 3 tubetes e meio: o que equivale a 6ml da solução; ▪ A dose máxima é de 0,18UI para o hipertenso; ▪ Prilocaína pode provocar isquemia do miocárdio (assim que a prilocaína foi lançada era tido como anestésico seguro para pacientes hipertensos ou com doença cardíaca e notou-se com o passar do tempo que não era bem assim, ela em grandes quantidades de tubetes anestésicos pode prejudicar o musculo cardíaco, podendo provocar isquemia desse miocárdio). LOGO, PACIENTES QUE APRESENTAM UMA HIPERTENSÃO É INDICADO A UTILIZAÇÃO DE PRILOCAÍNA COM FELIPRESSINA. Quantidade máxima de tubetes é em torno de 2 a 3. OBS: É contraindicado a utilização de vasoconstritor (amina simpatomimética)? Não. Desde que essa pressão arterial máxima não ultrapasse os 160mmHg e a mínima abaixo de 100, mesmo assim devemos ter cautela, controlando o medo e ansiedade do paciente para evitar que ele apresente um quadro de hipertensão. Quando utilizamos a prilocaína, lidocaína ou articaína de 1:100.000 (dois tubetes) ou 1:200.000 (4 tubetes anestésicos). Protocolo para hipertensão sístole até 160 e diástole até 100 ▪ Avaliar: diabetes e insuficiência renal ▪ Sedação com midazolam ou decepam 7,5 mg ▪ Prilocaína com Felipressina 2 a 3 tubetes; ▪ Lidocaína ou articaína epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 (precisa estar bem diluída por ao utilizar 3 BRENDA BRUCE - TERAPÊUTICA as aminas simpatomiméticas ela vai provocar uma vasoconstrição mais potente). Obs: já que a adrenalina possui uma ação em alfa (em vênulas e arteríolas) e em beta, aumentando o tempo de anestesia e deixando o campo operatório mais limpo, consequentemente agilizando o tempo de trabalho. DOSE MÁXIMA DE ANESTÉSICO (INDIVÍDUO NORMAL) Obs: professora Katia prefere os dados de Eduardo, pois todo efeito adverso de uma droga depende da dose e tempo de administração, logo se eu administrar menor quantidade de tubetes anestésicos eu corro o menor risco de ter uma complicação para o meu paciente. Segundo Eduardo um indivíduo normal (70kg) , ao utilizar um sal anestésico (a questão da toxicidade está mais relacionada ao sal e não ao vasoconstritor) lido ou mepivacaína a quantidade máxima por mg/kg de peso é 4,4. Logo eu pego essa constante e multiplico pelo peso do paciente, ai teremos a quantidade em mg de quanto aquele paciente suporta. (TABELA). CALCULAR VOLUME MÁXIMO Se a lidocaína está a 3%, sabemos que contém 3g do sal em 100ml de solução (multiplicamos o 3g por 10 para transformar em 30mg/ml) , porém, no tubete anestésico temos 1,8ml. Logo temos 54mg de lidocaína, e sabemos que a dose máxima de 4,4 mg/ml de peso corporal. 308mg = é a quantidade que o paciente suportaria de anestésico. Porém, existe uma regra de que A DOSE MÁXIMA DE LIDOCAÍNA E MEPIVACAÍNA PARA O ADULTO, INDEPENDENTE DO PESO, É DE 300MG. Obs: sempre iremos realizar a conta, porém se der maior que 300, vamos realizar a conta com o valor de 300. Obs: fazendo a conta do peso x constante (não está representado na imagem) e ele der maior que 400, vamos usar 400, se der menor, vamos usar o valor que deu. EDUARDO MALAMEDE LIDOCAÍNA 4,4 mg/kg 7mg/kg MEPIVACAÍNA 4,4mg/kg 6,6mg/kg PRILOCAÍNA 6mg/kg 8mg/kg ARTICAÍNA 7mg/kg 7mg/kg BUPIVACAÍNA 1,3mg/kg 2mg/kg 4 BRENDA BRUCE - TERAPÊUTICA ASMÁTICO Cuidado com asmáticos com história de alergia aos sulfitos (substâncias preservadoras contidas nos enlatados, para evitar oxidação) , especialmente nos dependentes de corticoides, são muito mais susceptíveis a apresentar um quadro de alergia quando em contato com os sulfitos. E TEM SULFITO NO TUBETE ANESTÉSICO? Sim, existe tubetes anestésicos que tem a presença de sulfitos sobre a forma de Sulfito ou Metabissulfito de sódio, mas nem todos eles vão conter o sulfito como substância preservadora. Quando estão presentes no tubete sal anestésico e vasoconstritor, sendo esse último uma amina simpatomimética, todos anestésico que tenha uma amina simpatomimética vai estar presente uma substância preservadora Bissulfito ou Metabissulfito de sódio para evitar a oxidação dessas aminas simpatomiméticas. ▪ Soluções anestésicas que contém vasoconstritores adrenérgicos têm incorporado os sulfitos 2mg/ml, com o objetivo de evitar a oxidação. Obs: se um paciente na anamnese falar, por exemplo, que ele toma corticoide frequentemente ou que ele é usuário de “bombinha” (broncodilatador), não devemos utilizar anestésicos contendo as aminas simpatomiméticas, pois vão estar contido 2mg/ml de Bissulfito ou Metabissulfito de sódio. Logo, a solução anestésica mais indicada seria a prilocaína que está associada a Felipressina. DIABÉTICO Cuidados com a alimentação antes e após as consultas, pois ele pode desencadear um quadro de hipoglicemia e um quadro de hipoglicemia pode até levar a morte. Então qual seria nossa conduta diante de um quadro de hipoglicemia? Dar açúcar para o paciente. COMO SABEMOS QUE O PACIENTE ESTÁ TENDO UM QUADRO DE HIPOGLICEMIA? Ele vai apresentar vontade de vomitar e sudorese intensa, por exemplo. Obs: a ansiedade aguda e o medo relacionado ao tratamento pode induzir a secreção de catecolaminas, 40 vezes mais, pelas supra-renais, desencadeando a gliconeogênese hepática (a insulina pega a glicose que está na corrente circulatória e leva para o fígado, e lá ela é transformada em glicogênio, reservas de glicose no nosso organismo)(a adrenalina pega o glicogênio hepático e transforma em glicose e lança para a corrente circulatória, aumentando o nível de glicemia). ▪ A epinefrina tem ação de estimular a glicogenólise e a gliconeogênese hepática, sendo assim considerada hiperglicêmica (ela tanto tira a glicose do fígado e lança para a circulação como também impede que a glicose saia da circulação e vá para o fígado se transformar em glicogênio); ▪ Mesmo os pacientes insulinodependentes podem ser beneficiados com epinefrina 1:100.000 no máximo 2 tubetes (desde que esse paciente esteja controlado e estável); ▪ Deve-se evitar as catecolaminas nos pacientes instáveis ou não compensados; ▪ Solução anestésica indicada: prilocaína com Felipressina, pois não possui essa ação hiperglicemiante no seu vasoconstritor. HIPERTIREOIDISMO Aumento da glândula tireoide. Sinais e sintomas: taquicardia, palpitação, nervosismo, tremores nas extremidades, hipersensibilidade ao calor e exoftalmia. QUAL A RELAÇÃO COM O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO? É importante lembrar que os procedimentos odontológicos em maior ou menor grau vão induzir medo e ansiedade, que geram a liberação de catecolaminas pelas suprarrenais 40 vezes mais. E um paciente que apresenta um aumento dos batimentos cardíacos, um paciente altamente nervoso, pode alterar inclusive a pressão arterial. ▪ Cuidados com a alimentação antes e após as consultas (pois ele tem um metabolismo acelerado, podendo apresentar um quadro de hipoglicemia); ▪ No hipertireoidismo não controlado é contraindicado o atendimento; assim como também as soluções anestésicas com vasoconstritores adrenérgicos (pois esses vasoconstritores adrenérgicos podem aumentar os quadros de palpitação, aumento dos batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial do paciente). 5 BRENDA BRUCE - TERAPÊUTICA ▪ O paciente controlado pode utilizar as aminas simpatomiméticas (como epinefrina ou Felipressina) respeitando-se o limite de 2 tubetes, em injeção lenta. ▪ Se não sei se esse paciente está controlado ou não, a solução anestésica indicada é a prilocaína com Felipressina.
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