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Natália Furlaneto INTRODUÇÃO Hepatite medicamentosa ou Drug Induced Liver Disease-DILI. Possíveis causas: Administração do medicamento em doses usuais à longo prazo. Dose ↑. Ex: - Mais frequente: ATB (9%), AINE (diclofenaco; 3%) e anticonvulsivantes (10%). - Maior fatalidade: antirretrovirais (17%), anticonvulsivantes (ácido valpróico), analgésicos (paracetamol; 17%), ATB e antineoplásicos. - As principais drogas relacionadas com lesão hepática sintomática são: Paracetamol 17%, Antirretrovirais 17%, Anticonvulsivantes 10%, Quimioterápicos 12%, Antibióticos 9%, Agentes anestésicos 5%, Tuberculostáticos 3%, Diclofenaco 3%. Manifestações: Ligeira alteração das enzimas hepáticas até a insuficiência hepática fulminante. Mecanismos: Fármaco ocorrem reações de Fase 1 (citocromo P450) produção de compostos/metabólitos polares urina. OU o metabólito pode seguir para a Fase 2 (glicoronização ou sulfatação ou inativação da glutationa) produção de compostos não polares fígado fezes. LESÃO HEPÁTICA 2 formas: DIRETA: por ação da própria substância (radicais livres ou metabólitos que causam peroxidação dos lipídeos da membrana). - Previsíveis, dose-dependente, período latente entre exposição e lesão hepática é curto (horas), embora as manifestações clínicas possam instalar-se até 24 a 48 horas. IDIOSSINCRÁSICAS: manifestam-se tardiamente. Período de latência que varia entre 5 e 90 dias depois da administração do medicamento. - Imprevisíveis, depende do paciente. A toxicidade hepática pode passar despercebida até o início da icterícia. Grupos de maior risco: AIDS, tuberculose, doença hepática prévia, alcoolismo, DM, crianças, idosos, gestantes. Avaliar causas alternativas (hepatites virais A, B, C, autoimunes ou alcoólicas) ou doença sobreposta. CONDUTA O tratamento da lesão hepática induzida por medicamentos é essencialmente de suporte. 1ª Descartar outras causas. Suspender o medicamento suspeito. Se por Paracetamol: inserir a N-acetilcisteína (antídoto) repõe os estoques de glutationa hepática, aumentando a conjugação desta substância ao NAPQI e sua consequente destoxificação. Valproato (carnitina). Colestase (ácido ursodesoxicólico). Uso de corticoides tem sido preconizado em situações especiais (doença hepática grave, colestase com fenômenos de hipersensibilidade ou autoimunidade). PARACETAMOL (ACETAMINOFEN) A metabolização normal segue 90% para a Fase 2 (Metabolismo da sulfatação e da glucoronização; é uma via boa) e 10% para a Fase 1 (formação de NAPQI). Essa via ''ruim'' do NAPQI é melhorada/neutralizada quando a glutationa gruda no NAPQI (conjugação). ↑ dose (supraterapêuticas) saturam as vias metabólicas desvio para a formação de NAPQI NAPQI se acumula e se liga ao hepatócito, causando lesão direta (necrose hepática). Como o Paracetamol está em ↑ dose, não há glutationa suficiente para neutralizar toda a NAPQI, por isso ela se acumula. OBS: é seguro em doses terapêuticas. A toxicidade é dose- dependente e previsível. Álcool, jejum, medicamentos (isoniazida) podem ↓ estoques da glutationa. AAS Hepatotoxicidade dose-dependente (> 25mg/100ml) e tempo- dependente. A resolução ocorre rapidamente após a retirada da droga, e podem ser reintroduzidos em dose baixa quando necessário. Todos os salicilatos podem levar à hepatotoxicidade e não há vantagem de substituir uma aspirina por outra. OUTROS AINES Reações hepáticas graves e taxa de hospitalização causada por diclofenaco são eventos incomuns. Diclofenado: cuidado em ↑ doses, idosos, longo tempo. Natália Furlaneto Ibuprofeno: perfil de segurança hepática mais elevado dentre os AINEs e não identifica lesão hepática grave. Oxicams também estão associados a um perfil de segurança hepática As reações hepáticas induzidas por nimesulida mostraram resultados conflitantes AINES: lesão hepática e lesão renal. IN IBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS MECANISMOS DE LIBERAÇÃO DE ÁCIDO A gastrina estimula CCK2, que ativa vias de Ca2+, que ativa bomba de H+. A histamina ativa receptores H2 histaminérgicos que, via AMPc ativam a bomba de H+. (CIMETIDINA) A acetilcolina ativa receptores muscarínicos M3 (colinérgicos), que ativam a bomba de H+. Proteção gástrica: Prostaglandina liberação de muco, bicarbonato, ↓ AMPc, ↓ secreção de H+. Bomba de prótons = H+/K+ ATPase ligada à membrana; é a etapa final da secreção de ácido gástrico. MECANISMO DOS IBPS Inibição específica da enzima H+/K+ ATPase na superfície secretora da célula parietal gástrica. INDICAÇÕES Eficácia no tratamento de manifestações e complicações de doença péptica, doença do refluxo gastresofágico (tratamento de escolha), tratamento sintomático e cicatrização de úlceras pépticas induzidas por uso crônico de AINE, prevenção de lesões gastrintestinais induzidas por uso crônico de AINE e coadjuvante na redução de recorrência de úlceras pépticas induzidas por Helicobacter pylori. SÃO PRO-FÁRMACOS: Possuem revestimento gastrorresistentes (inativação) pois em pH ácido formarão derivados ativos de sulfamida ou ácido sulfênico e sofrerão degradação antes da chegada ao sítio de ação. O revestimento é removido no meio alcalino do duodeno, e o pró- fármaco, uma base fraca, é absorvido e transportado aos canalículos da célula parietal. É convertido na forma ativa, que reage com o resíduo cisteína da H+/K+ ATPase, formando então uma ligação covalente e estável (18 h para que a enzima seja ressintetizada). IBPs devem ser ingeridos 30 minutos antes do desjejum ou da principal (maior) refeição do dia. EFEITOS ADVERSOS MAIS COMUNS Cefaleia, diarreia, distúrbios gastrintestinais, constipação e flatulência, náusea Os IBPs, particularmente o omeprazol, diminuem a eficácia do clopidogrel devido à inibição da CIP2C19 uso simultâneo é contraindicado (risco cardiovascular). Segurança do uso contínuo de IBP no manejo de doença péptica relacionada à acidez gástrica. Preocupação com os efeitos de longo prazo (mais de um ano), por intensa supressão ácida que promove aumento na secreção de gastrina e consequente hipergastrinemia. A longo prazo: ↓ absorção de vitamina B12. Má absorção do cálcio pelos ossos, podendo levar à osteoporose, e consequente aumento de fraturas ósseas. Deficiência de ferro e magnésio, minerais fundamentais ao metabolismo humano, que estão relacionados ao aumento da susceptibilidade à pneumonia e infecções entéricas (Clostridium difficile). Doenças renais, como nefrite intersticial aguda, lesão renal aguda e mais recentemente doença renal crônica (DRC). OMEPRAZOL 1º de uma classe de fármacos que se liga ao sistema enzimático H+/K+ ATPase (bomba de prótons) das células parietais e suprime a secreção de íons hidrogênio no lúmen gástrico. É uma mistura racêmica. OBS: o esomeprazol tem a porção quiral + potente. Todos os fármacos sofrem estéreoconversão (formação do outro enantiômero que está faltando), mas alguns formam menos e possuem ação + potente, por isso compensa. IBPs disponíveis: dexlansoprazol, esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol e rabeprazol, omeprazol. FÁRMACOS PARA TGI ATIVIDADES
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