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DISCIPLINA PORTUGUÊS INSTRUMENTAL Apostila Cursos Técnicos Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................. 05 O QUE É PORTUGUÊS INSTRUMENTAL? ......................................................... 06 UNIDADE 1 - RECURSOS FUNDAMENTAIS DA COMUNICAÇÃO HUMANA 1.1 Linguagem, língua: conceitos e variedades linguísticas ............................ 07 1.2 Conotação e denotação ............................................................................ 07 1.3 Níveis de linguagem .................................................................................. 08 1.4 Funções da linguagem ............................................................................... 09 1.5 Elementos da Língua Portuguesa .............................................................. 10 UNIDADE 2 – A LINGUAGEM DO TEXTO 2.1 Frase, oração e período ............................................................................. 10 2.2 Parágrafo: unidade de organização ........................................................... 11 2.3 Coesão e coerência .................................................................................... 13 UNIDADE 3 – ESTRUTURA DO TEXTO 3.1 Estrutura de uma redação .......................................................................... 13 3.2 Formato e conteúdo ................................................................................... 13 3.3 Tipos de redação ........................................................................................ 14 3.4 Texto descritivo .......................................................................................... 14 3.5 Texto narrativo ........................................................................................... 15 3.6 Discurso ...................................................................................................... 15 3.7 Texto dissertativo ....................................................................................... 16 3.8 O ato de escrever ........................................................................................ 16 UNIDADE 4 – OS GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS 4.1 Redação Oficial ........................................................................................... 17 4.2 Gêneros textuais ......................................................................................... 17 4.3 Interpretação textual .................................................................................. 18 4.4 Textos técnicos e de instrução .................................................................... 19 4.5 Prontuário ................................................................................................... 20 UNIDADE 5 – ORTOGRAFIA, DIVISÃO SILÁBICA, ACENTUAÇÃO, EMPREGO DO HÍFEN E QUESTÕES NOCIONAIS DA LÍNGUA 5.1 Ortografia ................................................................................................ 21 5.2 O que mudou? ........................................................................................ 21 5.3 Emprego de por que, porquê, porque e porquê ..................................... 23 5.4 Palavras parônimas e homônimas .......................................................... 24 Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 2 Apostila Cursos Técnicos UNIDADE 6 – PONTUAÇÃO 6.1 Vírgula e ponto e vírgula ........................................................................ 25 6.2 Ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação e dois pontos ..... 26 6.3 Travessão, reticências e aspas ............................................................... 27 UNIDADE 7 – DICAS PARA INTERPRETAR TEXTOS ...................................... REFERÊNCIAS ............................................................................................... 28 Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 3 Apostila Cursos Técnicos Apresentação Caro (a) aluno (a): Apresentamos abaixo, uma coletânea diversificada de textos, atividades complementares, portfólios, conteúdos de português instrumental, que você irá utilizar em seu percurso profissional. O Português Instrumental tem como objetivo dar condições para o desenvolvimento da expressão oral e escrita, de forma a compreender e criar habilidades no exercício de sua vida e em seu desempenho profissional. Acreditamos que estamos fornecendo competências básicas que serão requeridas pelo mercado de trabalho. Sempre que tiver dúvidas e necessitar, consulte os textos e outros autores que lhes são fornecidos. 0s objetivos pedagógicos da disciplina Português Instrumental, nos Cursos de Técnicos, visam levar o aluno a situações e aspectos em que possa reconhecer os tipos e gêneros de textos, compreender as variações linguística, debater temas propostos pelos textos e desenvolver habilidades de comunicação, opinião e descrição orais, aceitando opiniões divergentes, produzir textos coesos, claros, concisos, precisos e coerentes com os temas propostos na forma descritiva, narrativa e dissertativa, simular situações para a elaboração de relatórios, pesquisas, projetos, estudos, prontuários e outros documentos, utilizar a norma culta da língua e comportar-se de acordo com as situações de comunicação exigidas, percebendo a importância de moldar sua atitude em função da necessidade dos grupos sociais. Neste contexto, o professor deve atuar como um mediador entre o aluno e a aprendizagem, orientando os estudantes. 0 estudante deve aprender estratégias intelectuais para ter acesso a novos conhecimentos. Não pode decorar sem compreender, pois assim não poderia aplicar o conhecimento em outros contextos que não fossem o da escola. Além de todos os aspectos pedagógicos acima citados, não se descarta a formação humana e cidadã, visando formar cidadãos comprometidos com a ética profissional, bem-estar pessoal e interpessoal, saúde coletiva em uma sociedade diversificada, em seus diversos postos de trabalhos. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 4 Apostila Cursos Técnicos INTRODUÇÃO Esta Apostila tem por objetivo a elucidação dos componentes que deverão ser tratados na área de Português Instrumental ao longo dos Cursos Técnicos, onde trataremos os seguintes tópicos do Português Instrumental: Comunicação Oral e Escrita Níveis de Linguagem e Adequação Linguística Diversidade dos gêneros textuais O processo de produção textual Gramática Aplicada Leitura e Compreensão de Textos de Área Profissional Redação Técnica Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 5 Apostila Cursos Técnicos O que é Português Instrumental? Português Instrumental é o estudo da língua portuguesa, que objetiva a capacitação para a compreensão, a interpretação e para a composição de textos. Equívocos de concordância, de regência e a elaboração de textos sem clareza e objetividade são as maiores deficiências apresentadas por quem redige tecnicamente um texto. Atualmente, as empresas investem cada vez mais nos treinamentos de seus funcionários. Investem em cursos de informática, atendimento ao cliente e técnicas de vendas, entretanto, se não houver domínio do idioma pátrio, o resultado será pouco satisfatório. Comunicar-se bem, tanto na expressão oral quanto na escrita, exige objetividade, clareza e coesão. Evitar modismos e gírias, além de cuidar da ortografia, correção e coerência das ideias apresentadas ajudam bastante na boa comunicação. Vivemos em uma era altamente tecnológica e que exige rapidez nas comunicações.Assim, as possibilidades de "erros", sejam elas por meio do correio eletrônico (e-mail), memorandos, cartas comerciais e outros aumentam. Se a agilidade é importante em plena era da "sociedade conectada", comunicar-se bem e de forma eficiente em língua portuguesa, tornou-se algo essencial. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 6 Apostila Cursos Técnicos UNIDADE 1 - RECURSOS FUNDAMENTAIS DA COMUNICAÇÃO HUMANA 1.1 - Linguagem, língua: conceitos e variedades linguísticas Linguagem, língua e dialetos: conceitos e variedades linguísticas Apresentamos a seguir alguns conceitos que julgamos fundamental que você os assimile e entenda. Contamos com sua participação e sua interação afetivo-educativa. a) Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Há outras concepções de linguagem que você pode pesquisar para ampliar o seu conceito. b) Língua é um sistema abstrato de regras, não só gramaticais, mas também, semânticas e fonológicas, por meio das quais a linguagem (ou fala) se revela. Martinet (1978) foi um dos primeiros linguistas a apresentar uma distinção clara entre língua e linguagem. Segundo ele, a linguagem designa propriamente a faculdade de que os homens dispõem para se compreenderem por meio de signos vocais. c) Dialetos são variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (ex.: gíria). d) Variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. e) Norma culta é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social. f) Norma popular são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão. Atividades de aprendizagem 1. Depois de ler os conceitos de Linguagem, Língua e Dialetos, selecione um deles e faça um comentário no seu caderno. 1.2 Comunicação: conotação e denotação Conceito: À raiz semântica ou protossignificado podemos chamar denotação; ao processo de desenvolvimento de um protossignificado, chamaremos conotação. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 7 Apostila Cursos Técnicos A distinção entre denotação e conotação faz-se por via analítica. Em um discurso autêntico, seja de natureza literária ou não, seja de caráter técnico ou de caráter científico. Denotação e conotação são, na maior parte das situações comuns de comunicação verbal, simultâneas e dialógicas. Denotação é a forma de uso e manifestação da linguagem em seu sentido literal, dicionarizado. A conotação é a forma de uso e manifestação da linguagem em seu sentido figurado. 1.3 - Níveis de linguagem A) O que é a linguagem A linguagem é um sistema de signos ou sinais usados para indicar coisas, para a comunicação entre pessoas e para a expressão de ideias, valores e sentimentos. Indica os signos linguísticos, função indicativa ou denotativa. B) A importância da linguagem Aristóteles afirma que somente o homem é um “animal político”, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. 0s animais possuem a voz, mas o homem possui a palavra e com ela, exprimem o bom e o mau, o justo e o injusto. C) A força da linguagem A linguagem tem um poder encantatório, isto é, uma capacidade para reunir o sagrado e o profano, trazer os deuses e as forças cósmicas para o meio do mundo. 0 poder mágico-religioso da palavra aparece ainda num outro contexto: o do direito. Diferença entre Linguagem Oral e Escrita A língua portuguesa encontra-se em constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado. O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e necessidades. Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e diferentes graus de escolarização, ocorrem variações na língua, principalmente de caráter local, temporal e social. Nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo prestígio, sendo algumas consideradas menos cultas. Contudo, todas as variações devem ser encaradas como 1fator de enriquecimento e cultura e não como erros ou desvios. Níveis de linguagem O objetivo principal do estudo dos níveis de fala é encaminhar o estudante a reconhecer as diferenças entre a linguagem padrão e a linguagem coloquial, para que possa selecionar o registro adequado nas mais diferentes situações de comunicação. A fim de entendermos os diferentes níveis de linguagem e suas mudanças, temos de recorrer à sociolinguística, que é o ramo da linguística que tem como foco de estudos a relação direta entre língua e sociedade. O domínio dos diferentes níveis de linguagem propicia oportunidades mais efetivas ao falante, de promover a adequação da sua linguagem às exigências do contexto social e, dessa forma, estabelecer uma comunicação mais eficiente e aumentar seu nível de compreensão, interação e interlocução nas várias instâncias sociais nas quais estará inserido. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 8 Apostila Cursos Técnicos 1.4 - Funções da linguagem As funções da linguagem estão relacionadas com os estudos da linguagem e da comunicação. As funções da linguagem são: função referencial; função poética; função fática; função conativa; função emotiva; função metalinguística. Elementos da comunicação As funções da linguagem estão intimamente relacionadas com a comunicação e seus efeitos de sentido, já que cada elemento da comunicação está associado a uma função da linguagem. Dessa forma, não é recomendável estudá-las sem antes abordar tais elementos comunicativos. O processo de comunicação envolve alguns elementos para que se estabeleça. O linguista Roman Jakobson teorizou que, para a comunicação ocorrer, é necessário que um remetente (ou emissor) envie uma mensagem a um destinatário (ou receptor), dentro de um contexto (ou referente), por meio de um código passado via contato (ou canal). Remetente/Emissor: é quem produz o enunciado e emite a mensagem para estabelecer a comunicação. Destinatário/Receptor: é quem recebe o enunciado emitido pelo remetente. Mensagem: é o enunciado em si, o que foi comunicado pelo emissor ao receptor. Contexto: é o assunto do enunciado, indicando seu significado. Pelo contexto, os interlocutores terão maior clareza sobre a mensagem. Contato: é o canal através do qual se estabelece a comunicação. Código: é o sistema seguido pelos interlocutores para estabelecer a comunicação. Função referencial ou denotativa Quando o enunciado se centra no contexto, dizemos que a linguagem possui função referencial ou denotativa. Nesse caso, o emissor transmite a mensagem da maneira mais realista e objetiva possível. Costuma ser a função predominante em notícias de jornais e em artigos científicos. Função poética Na função poética, o enunciado centra-se na mensagem. Significa que há muito mais preocupação estética e nos efeitos que a mensagem pode causar. Por isso mesmo, costuma ser um enunciado que pode gerar muitas interpretações pessoais. Tende a ser a função predominante em poemas, músicas, quadros e obras artísticas em geral. Função fática Quando o enunciado se centra no contato (ou no canal), dizemos que a linguagem possui função fática. Nesse caso, a mensagem está sempre voltada para o contato em si, a fim de certificar-se de que o canal está aberto, funcionando eficientemente, e de prolongar a comunicação. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro- Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 9 Apostila Cursos Técnicos Costuma estar presente em determinados momentos de ligações telefônicas ou contatos por escrito (cartas e e-mails), além de algumas construções orais. Função conativa ou apelativa Se o enunciado se centra no receptor da mensagem, a linguagem possui função conativa (ou apelativa). Aqui, o enunciado procura estabelecer um vínculo muito forte com o receptor, chamando sua atenção. Por isso, muitas vezes é um enunciado na 2ª pessoa. Essa função está fortemente relacionada a anúncios publicitários. Função emotiva ou expressiva A função emotiva, por outro lado, está centrada no próprio emissor. Assim sendo, costuma tratar-se de um enunciado repleto de lirismo e de subjetividade, comumente construído na 1ª pessoa. O eu-lírico mostra-se de maneira muito evidente. Costuma estar presente em diários e em obras artísticas narradas em 1ª pessoa ou baseadas na autorrepresentação. Função metalinguística Quando o código é que se mostra o centro do enunciado, trata-se da função metalinguística. Como o próprio nome diz, o enunciado foca o código por meio do qual se estabelece a mensagem, citando-o e/ou descrevendo-o explicitamente. Está presente sempre que o código é explicitado de alguma forma. 1.5 – Elementos da língua portuguesa A gramática da Língua Portuguesa está dividida em grandes campos de estudo: a fonética, a morfologia, a semântica, e a sintaxe. A fonética que estuda os sons da fala. A morfologia estuda a forma das palavras, ou seja, a representação gráfica, o vocábulo. A semântica preocupa-se não só com a representação gráfica do vocábulo, mas com seu significado. Portanto, é um campo da gramática que estuda a palavra, não apenas o vocábulo. A sintaxe é o campo da gramática que estuda a unidade linguística em seu contexto oracional, ou seja, estuda os termos que compõem uma oração. A oração, em Língua Portuguesa, basicamente pode ter sujeito, terá sempre um predicado, e pode ter ou não complementos. Pode-se dizer, então, que a fonética e a morfologia tratam cada qual de um dos aspectos dos vocábulos, a semântica trata do significado que determinada palavra assume e a sintaxe trata da colocação dos termos nas orações, encarregando-se a fonética de estudar os sons das palavras Quem deseja escrever bem, deve respeitar as normas da variante padrão, empregar sua criatividade e ter ciência de que um texto é muito mais do que a soma ou justaposição de orações. É antes uma unidade de sentido, coesa e bem articulada acima de tudo. UNIDADE 2 – A LINGUAGEM DO TEXTO Objetivos de aprendizagem: -- Reconhecer os diferentes tipos de linguagem e de gênero, e utilizá-los adequadamente; -- Considerar a leitura como objeto de qualificação social, atentando para o potencial crítico que ela confere ao indivíduo; -- Compreender a relação indissociável entre leitura e escrita, explicitada pela facilidade em elaborar um texto após contato regular e contínuo com textos de variadas origens e linguagens. 2.1 Frase, oração e período Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 10 Apostila Cursos Técnicos São fatores constituintes de qualquer texto escrito em prosa, pois ele compõe-se de uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e dispostas em parágrafos minuciosamente construídos. Por isso, é importante saber o conceito de cada um deles. Em se tratando de todo e qualquer texto, sabemos que ele é um todo organizado de ideias justapostas entre si, de modo a estabelecer uma comunicação clara e objetiva. Assim sendo, todo o discurso é constituído por elementos que formam o chamado “enunciado linguístico”. E dentre estes elementos figuram a tríade composta pelas frases, orações e períodos. a) Frase é todo enunciado de sentido completo, capaz de estabelecer comunicação. Pode ser nominal ou verbal. b) Oração é um enunciado que se estrutura em torno de um verbo ou locução verbal. Ex: A menina sujou seu vestido. c) Período constitui-se de uma ou mais orações. Pode ser simples ou composto. -- Período simples: A menina ofereceu um livro a Joana. -- Período composto: O povo anseia que haja uma eleição justa, pois, a última obviamente não o foi. 2.2 Parágrafo: unidade de organização O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. Divisão de um texto escrito, indicada pela mudança de linha, cuja função é mostrar que as frases aí contidas mantêm maior relação entre si do que com o restante do texto. O parágrafo obedece a uma lógica maior, a de ser, inegavelmente, produto e produtor do encadeamento das ideias de um texto. Se desenvolve em torno e a partir de um núcleo central, seja este uma ideia, um acontecimento, ou uma paisagem. Por outro lado, o parágrafo permite ao leitor entrever o desenrolar das ideias que o texto carrega consigo. Portanto, cada parágrafo, independentemente de seu tamanho, tem um núcleo. É claro que alguns parágrafos, muitas vezes, além de desenvolver seu núcleo central (uma ideia, uma paisagem, um acontecimento), apresentam outros pequenos núcleos (ideias) que vão tomar forma ao longo do texto. A extensão de um parágrafo pode variar bastante, tanto por opção de estilo, de efeito, como por melhor adequação à sua ideia central. Deste modo, podemos concluir, há parágrafos de duas páginas e há aqueles de apenas uma linha. Como saber a hora de usá-los? Diferentes Maneiras de Fazer um Parágrafo a. Declaração Inicial - Esta parece a feição mais comum: o autor afirma ou nega alguma coisa logo de saída para, em seguida, justificar ou fundamentar a declaração, apresentando argumentos sob a forma de exemplos, confrontos, analogias, razões, restrições – fatos ou evidências. b. Definição ou Explicação - É uma forma muito presente nos textos dissertativos. Exige do redator segurança intelectual, a fim de não apresentar uma definição equivocada. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 11 Apostila Cursos Técnicos c. Divisão - É uma maneira bastante didática de construção do parágrafo. Segundo o professor Jayme, “o tópico frasal é apenas a discriminação das ideias que serão expostas”. d. Oposição ou Tema Polêmico - O redator estabelece o rumo da sua argumentação, a partir das duas ideias que se confrontam no parágrafo. e. Alusão Histórica - Esse tipo de construção do parágrafo requer, obviamente, do leitor um conhecimento seguro da história, para que ele, o redator, tenha condições de apresentar dados coerentes. Segundo o prof. Jayme Barros, esse caminho “desperta a curiosidade do leitor. Reportar-se a fatos históricos, lendas, tradições, anedotas ou acontecimentos. É artifício empregado por oradores e por cronistas que, com frequência, aproveitam incidentes do cotidiano como assunto ‘não apenas para um parágrafo, mas até para toda a crônica’”. f. Uma Pergunta - Com este recurso, o redator visa a chamar atenção do leitor para a ideia fundamental daquele parágrafo. É um recurso elegante, pois o redator chama, inevitavelmente, o leitor a acompanhá-lo naquele exercício de reflexão. Perceba, todavia, que não se cria o vínculo direto redator x leitor, condenável no texto dissertativo, como se o primeiro estivesse “batendo papo” com o segundo. Por isso, devem ser evitadas palavras do tipo: você, eu, nós, nosso (a) e verbos em 1ª pessoa. g. Confrontação Espacial - Esse tipo de parágrafo serve para a confrontação de duas regiões, duas áreas, duas localidades de uma mesma cidade, estado, país ou não. Para que o redator faça uma boa confrontação é necessário que ele conheça o assunto, as especificidades de cada lugar, para não fugir da realidade, não cometer erros,não contrariar a lógica. h. Adjetivação - A partir dos adjetivos apresentados acerca de uma determinada ideia, o redator define a base para desenvolvê-la em seguida. i. Citação - O redator traz ao seu texto um pensamento de outrem, coerente, é óbvio, com o que ele pretende defender no seu parágrafo. Este pensamento geralmente é colhido no mundo da cultura, da arte, da política, da filosofia, cujos pensadores, pela própria atividade intelectual que desenvolvem, constroem afirmações, observações muito inteligentes sobre os mais diversificados temas relacionados à vida humana. Ressalte-se que é indispensável ao redator apontar a autoria da frase, do pensamento que ele coloca em seu texto, para que sobre ele não recaia qualquer suspeita de falsidade ideológica. j. Citação Indireta - Devemos usar esta forma quando não sabemos reproduzir textualmente a citação que pretendemos registrar. A mente humana às vezes é traiçoeira e, por isso mesmo, recria fatos e pensamentos. Portanto, para nos salvaguardar de qualquer omissão ou invenção do que não é de nossa autoria quando não lembrarmos a ideia de forma exata, textual, recorremos à citação indireta, afinal, como salienta o prof. Antônio Viana, em Roteiro de Redação: “é melhor citar de forma indireta que de forma errada”. k. Exposição de um Ponto de Vista Oposto - Apresenta-se um pensamento que será refutado, combatido pelo redator. l. Retomada de um Provérbio - A partir de um dito popular, o escrevente fundamenta seu posicionamento defendido no parágrafo. Cuidado para não utilizar aforismos, máximas e provérbios populares de forma clichê, senso comum. m. Omissão de Dados Identificadores - Com esse mecanismo, o redator cria uma expectativa no leitor acerca da ideia que será desenvolvida no parágrafo. Também pode ser chamado de parágrafo indutivo, pois vai deixando o tópico para o final. n. Parágrafos de Causa e Consequência - Muitos temas propiciam a elaboração levando-se em conta os fatores causais e os decorrentes. Assim, o melhor é abordar o assunto de forma que se possa argumentar das duas formas: apresentando as causas e as consequências. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 12 Apostila Cursos Técnicos 2.3 Coesão e coerência a) Coesão: ou unidade, consiste no resultado do emprego correto dos termos conectivos da linguagem, o que permite expressar uma ideia de cada vez, omitindo o desnecessário e prendendo-se às relações existentes entre a ideia principal e as secundárias. Tal resultado em muito se deve ao correto emprego do tópico frasal. b) Coerência: valendo-nos da definição primariamente apresentada para coerência (a ligação perfeitamente inteligível das partes de um texto com o seu todo), podemos auferir que esta consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira clara e lógica e de acordo com um plano definido. Atividades de aprendizagem 1. Demonstre, por meio de um texto, que você domina os conceitos de oração, frase, período e parágrafo. Apresente, também, com suas palavras, um texto no qual fique clara a definição de coesão e coerência. UNIDADE 3 – ESTRUTURA DO TEXTO Objetivo de aprendizagem -- Entender a relevância comunicativa na produção textual: ter o que dizer, querer dizê-lo para si mesmo ou para alguém, colocando-se como sujeito de suas próprias palavras. 3.1 - A estrutura de uma redação O leitor de uma redação deve poder detectar, claramente, três partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. O texto da redação deve ter a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Isto facilita o trabalho de quem se habilita a escrever, especialmente uma redação como a que é solicitada para ingresso na universidade ou num processo de seleção para quem pleiteia um emprego. A figura apresenta as três partes de uma redação, que são elementos primordiais para o trabalho inicial de quem escreve. É partindo do conhecimento das partes que compõem o texto de uma redação que se pode planejar aquilo que se vai escrever. O processo de planejamento começa com a escolha do tema sobre o qual se vai escrever. Outro fator de sucesso para uma boa redação é que se faça uma pesquisa sobre o assunto, lendo o Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 13 Apostila Cursos Técnicos maior número possível de textos sobre o tema que será abordado no processo de uma nova escrita. Garcia (1985) diz que aprender a escrever bem é, antes de tudo, aprender a pensar. No fundo, quer dizer que o escritor deve aprender a organizar as ideias e a planejar o que vai escrever, para que no momento da escrita as palavras obedeçam a uma lógica e possam conduzir o leitor até o final do texto, com pleno entendimento de tudo o que foi dito. É importante lembrar que os textos literários possuem a especial licença para provocar suspense e, às vezes, demandar outras leituras para uma compreensão mais ampla. Assim, existe um jogo de palavras, muitas vezes travestidas de seu sentido denotativo, ganhando, pois, um sentido novo e especial dentro do texto, ou seja, um sentido conotativo, uma nova roupagem um papel diferente do que comumente possuem. Podemos dizer que, na linguagem literária, as palavras usam máscaras temporárias e específicas para um determinado contexto literário; portanto seu sentido está intimamente ligado a esse contexto. 3.2 Formato e conteúdo A separação entre forma e conteúdo nos livros didáticos tem o único fim de facilitar o aprendizado. No entanto, forma e conteúdo vivem intimamente ligados. Podemos dizer que a forma é o modo que você usa para pôr suas sensações, seus pensamentos e suas opiniões num papel, compondo o que chamamos de texto. A forma é algo pessoal, é o "jeito" que cada um tem de escrever. Poderia ser chamada de estilo, pois a forma se caracteriza pelas palavras escolhidas (vocabulário), as conjunções e preposições (conectivos), os tempos verbais e os sinais de pontuação. Esses símbolos formam o código (a Língua Portuguesa) e são tomados por empréstimo para as pessoas se expressarem. Se todas as pessoas fizessem o mesmo "empréstimo" dos símbolos do código, na mesma sequência, com o mesmo sentido etc., os textos escritos em qualquer lugar seriam todos iguais. Portanto, a forma é o modo particular que cada autor escolhe para expressar suas ideias. O conteúdo é o assunto sobre o qual se vai escrever. Suponhamos que você seja solicitado a redigir um texto sobre o calor. Você teria que saber o que é, onde, como e por que ocorre o fenômeno, enumerando, ainda, as causas, consequências e exemplos, bem como os fatos complementares. Percebemos, então, que os conteúdos (assuntos) podem ser os mesmos para várias redações. No entanto, mudará a forma como cada pessoa irá tratá-lo em seu texto. Neste caso você teria dois tipos de escolha de palavras para dois gêneros de textos diferentes. Um texto ficcional, literário, no qual as palavras teriam um sentido mais conotativo e dois textos técnicos: um descritivo e outro dissertativo, ambos de natureza informativa nos quais as palavras estariam em seu sentido denotativo e referencial. 3.4 Texto descritivo Enquanto, por meio da dissertação, quem escreve defende uma ideia e se posiciona a respeito do assunto sobre o qual escolheu dissertar, em uma descrição, a ênfase objetivará com maior detalhe descrever objetos, ambientes, estado de espírito etc. O importante da descrição é que quem escreve consiga fazer com que o leitor entenda claramente aquilo que é descrito. Lembramos que outro fator importante na descrição é que o redator tenta apenas descrever algo, sem tomar partido, sem se envolver, apenas descrevendo de modo distanciado o que está observando. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 14 ApostilaCursos Técnicos Enfatizamos, ainda, que a descrição "pura" não existe e que descrever é colocar no papel as características de objetos, de imagens, de locais, de pessoas, da forma mais próxima possível do real para, assim, o leitor ser capaz de reconstruir o que foi descrito. É como se o tempo não existisse e o leitor mergulhasse no assunto com a sensação de que a descrição é atual, não importando o tempo a que ela remete ou em que foi escrita. 3.5 – Texto narrativo Narração é uma redação por meio da qual se escreve uma história, uma piada, um conto, uma novela ou qualquer outro tipo de texto que tenha dois elementos essenciais: ação e personagem. Quando se trata de uma narração literária, tentar narrar algo de maneira diferente do que as pessoas costumam imaginar é o primeiro passo para quem pensa em "escrever bem". Quem escreve não deve esquecer que "escrever bem" é fazer boas escolhas, ter boas ideias, é dedicar atenção no trato dos padrões linguísticos já apontados aqui, é ser criativo procurando sempre ser entendido pelas pessoas que estão lendo o texto escrito. Lembramos, ainda, que você deve considerar os componentes básicos da narração, já comentados neste caderno, pois eles o auxiliarão a obter sucesso na escrita de sua narrativa. Assim, será sempre importante que as narrativas respondam às seguintes questões: a) QUEM? A resposta a esta pergunta aponta o personagem ou os personagens da narração. b) O QUÊ? Conduz ao fato central; é o que se pode chamar de "fio condutor". É como se fosse a estrutura do enredo (assunto). Na narração, poderíamos simplificar e dizer que se trata do conteúdo. c) QUANDO? É o tempo em que os fatos narrados ocorreram. d) ONDE? Marca o espaço, o local onde os fatos ocorreram ou estão ocorrendo. e) COMO? O enredo, ou seja, o conteúdo baseia-se nas respostas a essa pergunta. f) POR QUÊ? As razões, os motivos, as causas que levaram ao fato que se está narrando. Como podemos ver, a narração carrega, em si, uma ideia de ação, de movimento. É como se quem narra estivesse acompanhando os fatos no exato momento em que se desenrolam. O narrador seria, pois, uma espécie de testemunha ocular do que está acontecendo, enquanto narra. 3.6 – Discurso Na dissertação, existem três formas de o autor se posicionar. Isso implica nas formas do discurso que ele empregará em seu texto. Conheça-as a seguir. 3.6.1 Discurso direto É aquele em que o autor reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. Podemos enumerar algumas características do discurso direto: a) emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros; b) uso, especificamente para introduzir os diálogos, dos seguintes sinais de pontuação: dois pontos e travessão. 3.6.2 Discurso indireto É aquele em que o narrador reproduz com suas próprias palavras aquilo que escutou de outra pessoa ou leu sobre ela. No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação que introduzem o diálogo e usamos conjunções: que, se, como etc. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 15 Apostila Cursos Técnicos 3.6.3 Discurso indireto livre É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações. 3.7 – Texto dissertativo Dissertar é um ato praticado pelas pessoas todos os dias. Elas procuram justificativas para a elevação dos preços, para o aumento da violência nas cidades, para a repressão dos pais. É mundial a preocupação com a Floresta Amazônica, a AIDS, a solidão, a poluição. Muitas vezes, em casos de divergência de opiniões, cada um defende seu ponto de vista em relação ao tema que está sendo discutido, como por exemplo, o futebol, o cinema, a música. Agora pense em ARGUMENTAR e CONVENCER. A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposição de ideias pessoais, opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma nova forma de pensar. Em todas essas situações e em muitas outras, utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentação de ideias, dados e conceitos, chegar a conclusões. Em suma, dissertar ou escrever uma dissertação implica apresentar uma discussão de ideias, oferecer argumentação e organização do pensamento, expor a defesa de pontos de vista, oferecer a descoberta de soluções. É, portanto, necessário que se tenha conhecimento sobre o assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante dele. Nas dissertações aceita-se o uso do plural majestático, ou seja, o uso da primeira pessoa do plural, e, modernamente, passou-se a aceitar o uso da primeira pessoa do singular. Mas, se você optar pela primeira pessoa do singular, evite "aparecer" no texto, usando inteligentemente essa escolha como um instrumento argumentativo, fazendo parecer ao leitor que as ideias expostas por você são de aceitação universal. Vejamos alguns exemplos de frases para você compreender como é "aparecer" em uma dissertação: -"Eu acho que o problema dos escândalos na política só terá solução quando os partidos..." -"Eu penso que o autor tem razão quando afirma..." -"As pessoas, na minha opinião, deveriam ser conscientizadas da participação social..." Agora, exemplos de frases de dissertação em que você não "aparece": -"O problema dos escândalos na política ..." -"O autor tem razão quando afirma..." "As pessoas deveriam ser conscientizadas..." Lembramos que na dissertação sempre haverá um tema (geralmente um problema social, educacional, político etc.) e uma delimitação desse mesmo tema. O desenvolvimento pode estar dividido em dois ou três parágrafos. Na conclusão o autor fala da impressão final sobre o assunto. Essa parte da redação pode conter em torno de cinco a dez linhas. Pode-se fazer uma reafirmação do tema e apresentar possíveis soluções para o problema apresentado. 3.8 O ato de escrever Considerando que o redator só alcança o objetivo de produzir resposta, tornar comum suas ideias e persuadir se estiver usando um código conhecido do leitor, que é seu receptor, e que Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 16 Apostila Cursos Técnicos em certas circunstâncias a redação é feita para satisfazer necessidades curriculares, a pessoa que escreve uma redação escolar ou de vestibular, por exemplo, não pode esquecer que os examinadores estarão sempre levando em conta os conhecimentos básicos de Língua Portuguesa, bem como a clareza de raciocínio, demonstrada no modo como a redação é estruturada. De forma simplificada, isso significa que toda boa redação deve ter começo, meio e fim. Cada uma dessas partes deve ter ligação com a parte anterior, para dar unidade (coesão) ao texto. Não se deve esquecer que o emissor codifica a mensagem que será enviada ao receptor e que este, ao recebê-la, inicia o processo de decodificação, interpretando-a. Por isso, é fundamental que os códigos utilizados pelo emissor sejam conhecidos do receptor. No caso de uma redação, o código (a Língua Portuguesa) deve ser entendido por todos os que escrevem e leem. Daí, ser uma necessidade básica de quem escreve ter conhecimentos da Língua Portuguesa. UNIDADE 4 – OS GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS Objetivos de aprendizagem -- Reconhecer gêneros do discurso; -- Redigir documentos 4.1 Redação oficial Redação Oficial "é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações" (MENDES; FOSTER JR., 2002). Segundo a Constituição Federal, são princípios fundamentais de toda a Administração Pública a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência, sendo inadmissível que um documento expedido pelo Poder Público esteja redigido de maneira obscura ou ambígua. Dessa forma, impessoalidade, clareza, concisão, formalidade, uniformidade e o uso dopadrão culto da linguagem deverão ser características norteadoras da redação de documentos e correspondências oficiais, a fim de produzir-se um texto transparente e inteligível para todo o conjunto de cidadãos (MENDES; FOSTER JR., 2002). Procure não esquecer: Impessoalidade – O "tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: - "da ausência de impressões individuais de quem comunica, [...] de quem recebe a comunicação, [...] do caráter impessoal do próprio assunto tratado[...] A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade."(Id.Ibid., p.4-5) 4.1.1 A linguagem dos atos e comunicações oficiais A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. [...] [...] por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que: a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma (MENDES; FOSTER JR.,2002). Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 17 Apostila Cursos Técnicos 4.2 – Gêneros Textuais Gêneros textuais exercem uma determinada função social e acontecem em situações cotidianas da comunicação. Eles são classificados a partir de suas características e do contexto que envolve. São identificados por meio dos objetivos, circunstâncias, funções. A intenção comunicativa, as particularidades, a estrutura e o conteúdo são os aspectos que possibilitam a variação dos gêneros textuais. Os processos de comunicação do cotidiano acontecem por meio dos gêneros textuais, pois estão ligados a histórias. Apesar de eles terem estruturas próprias, os gêneros são flexíveis e se adaptam a linguagem. Vivem assim em constante evolução e a depender das necessidades podem surgir novos gêneros textuais. Alguns textos apresentam mais de um tipo de linguagem e para identificar o gênero é necessário observar qual a predominante. Mas para isso é importante entender a diferença entre tipos e gêneros textuais. Diferença entre tipos e gêneros textuais Quando estão estudando para o Enem ou outra prova de ingresso em Universidades, os estudantes normalmente confundem os conceitos de tipos de textos e gêneros textuais. Apesar da confusão, há diferenças entre os conceitos. A classificação dos tipos de textos é gerada a partir dos formatos. Possuem número limitado, ou seja, não são gerados novos. São divididos em: • Texto narrativo; • Dissertativo; • Expositivo; • Descritivo; • Injuntivo. Os gêneros textuais, por sua vez, são particularizados conforme o seu conteúdo. São flexíveis e permitem a criação de novos modelos. Além disso, suas estruturas e temáticas permitem que sejam colocados em modelos predefinidos de tipos textuais, o que significa que para cada tipo há um gênero. Alguns gêneros textuais são: • Romance; • Conto; • Fábula; • Lenda; • Editorial; • Notícia; • Carta; • Bula de medicamento; • Lista de compras; • Cardápio de restaurante; • Outros. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 18 Apostila Cursos Técnicos 4.3 Interpretação textual Interpretar não é afirmar, pressupor, deduzir o que o autor/emissor quis dizer, mas estabelecer relações, levantar hipóteses e comprová-las no texto. Cabe ao receptor levantar-se os implícitos e pressupostos da mensagem, sempre ancorado no texto. A intelecção é entender e compreender as reais intenções do emissor em relação à mensagem. É retirar do texto o que está explícito e claro. A exemplo, se o emissor expõe em um texto que é favorável ao aborto, na intelecção desse texto o receptor deve descrever o que está explícito, ou seja, mesmo o receptor não concordando com as ideias do autor/emissor, não se pode deduzir, ou achar que essa não era a ideia principal do texto, simplesmente porque o receptor não é favorável a tais ideias. Assim, a intelecção não admite o uso de termos como “o autor quis dizer”, mas sim de termos que demonstrem, afirmem o que realmente está explícito na mensagem/texto/ discurso. No processo de leitura, é importante que haja interação entre o emissor e o receptor da mensagem, mediada pelo texto, de modo que haja compreensão e interpretação da mensagem. 4.4 Textos técnicos e de instrução 4.4.1 - Mensagem eletrônica (e-mail) As mensagens eletrônicas, que também podem ter cunho técnico-administrativo, estão sendo muito usadas atualmente, e a celeridade de sua circulação requer cuidados quando utilizadas para fins profissionais. O emissor da mensagem deve atentar para sua clareza, coerência e coesão, não se esquecendo do uso de uma linguagem padrão, formal, uma vez que nas mensagens eletrônicas institucionais e profissionais não cabem abreviaturas, gírias, linguagem coloquial, tal qual usamos em mensagens eletrônicas pessoais. É um texto elaborado a partir de relatos, fatos, deliberações ocorridas em uma reunião, encontro, assembleia. Suas principais características são: • Texto constituído sem parágrafos, emendas ou rasuras, uma vez que a ata é um documento, não se admitindo modificações posteriores. Caso seja necessária alguma alteração, deve-se usar a expressão “Em tempo:”, com a anuência do presidente; Números são grafados por extenso; • O texto poderá ser manuscrito em livro próprio para este fim ou digitado, este último com numeração para cada ata; • A ata deverá ser assinada, obrigatoriamente, pelo presidente da reunião e pelo secretário desta. Poderá ser assinada pelos demais presentes à reunião, desde que necessário; • Obrigatoriamente, o texto/ata deverá conter dia, mês, ano e hora da reunião, grafados por extenso; local da reunião; relação nominal dos presentes à reunião; pauta (ordem do dia) e o fecho da ata. 4.4.3 Requerimento É um texto produzido com a finalidade de solicitar, requerer algo dentro de uma mesma instituição pública ou privada. Esse documento é elaborado quando se tem a presunção de que a solicitação tem amparo legal. Como exemplo, tomemos a solicitação, via requerimento, da licença-maternidade. 4.4.4 – Declaração É um documento em que se declara, conceitua, ou explica algo a alguém. Quando queremos comprovar que estamos estudando em determinada instituição, por exemplo, solicitamos da secretaria escolar uma declaração de que estamos matriculados. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 19 Apostila Cursos Técnicos 4.4.5 – Resumo Nessa aula vimos o conceito de texto técnico e de instrução e as principais características de cada tipo de texto/gênero textual abordado. Oferecemos um endereço eletrônico para você revisar alguns pronomes de tratamento, os quais garantem a formalidade da comunicação. Observamos que o uso da linguagem formal na redação de textos oficiais e comerciais se faz necessário, uma vez que, além de serem claros, concisos e coesos, tais textos fogem da esfera pessoal, e têm valor de documento. 4.5 – Prontuário (Específico para o Técnico em Enfermagem) A Comunicação Escrita na Enfermagem* A comunicação escrita representa um meio de documentar as informações relevantes sobre os cuidados prestados por diversos profissionais da saúde que podem integrar-se, também por meio dos registros realizados. No ambiente médico-hospitalar, a comunicação escrita tem recebido cada vez maior ênfase atualmente. Antes, muitas informações eram transmitidas somente de maneira verbal. Hoje, cresce a importânciado registro escrito enquanto respaldo legal para o profissional e para a instituição. Por isso, enfocaremos a partir de agora no maior representante desse tipo de comunicação na Enfermagem: O PRONTUÁRIO O que é o Prontuário? O prontuário é um documento que se origina da passagem de um paciente em um serviço de saúde, seja para uma simples consulta e/ou uma internação hospitalar. Qual a sua importância? Ele é um importante documento onde se registra não só a anamnese do paciente e sim toda assistência prestada, onde se inclui o exame físico, as prescrições terapêuticas, os resultados dos exames complementa e relatórios de várias equipes que atuam no processo de saúde doença. Além disso, serve também para analisar a evolução da doença e os resultados alcançados, bem como constitui-se em fonte de dados estatísticos e defesa do profissional de saúde. Funções do Prontuário O prontuário do paciente tem as seguintes funções: Apoiar o processo de atenção, servindo de fonte de informação clínica e administrativa para tomada de decisão e meio de comunicação compartilhada entre todos os profissionais que atuam nestes processos. É o registro legal das ações realizadas pela equipe multiprofissional. Deve apoiar a pesquisa, estudos clínicos, epidemiológicos, avaliação de qualidade, entre outros. Deve promover o ensino e gerenciamento dos serviços, fornecendo dados para cobrança e reembolso, autorização dos seguros, suporte para aspectos organizacionais e gerenciamento do custo. O que encontramos em um Prontuário? Alguns documentos que compõem o prontuário do cliente: 1.Formulários com dados de identificação. 2.Folha de anamnese e exame físico. 3.Evoluções e prescrições da equipe multidisciplinar. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 20 Apostila Cursos Técnicos 4.Exames complementares (laboratoriais, radiológicos, ultrassonográficos e outros) e seus respectivos resultados. 5.Formulário de descrição cirúrgica 6.Partograma (em obstetrícia) 7.Anestesia - ficha de avaliação pré-anestésica, ficha de anestesia, ficha da sala de recuperação pós-anestésica. 8.Formulário de débitos do centro cirúrgico ou obstétrico (gasto de sala) 9.Formulários de interconsultas Tipos de Relatórios/Prontuários Os relatórios de enfermagem podem ser apresentados em diferentes formatos (gráficos, numéricos, descritivos...) e em diferentes locais (prontuários do cliente, livro ata, cadernos administrativos, impressos comuns...). Podem ser realizados manual ou eletronicamente. Existem dois tipos de prontuários: eletrônico e de papel. Esse documento é valioso, porque armazena informações que permitem retomar dados clínicos de um indivíduo, viabilizando a comunicação entre profissionais da área da saúde UNIDADE 5 ORTOGRAFIA, DIVISÃO SILÁBICA, ACENTUAÇÃO, EMPREGO DO HÍFEN E QUESTÕES NOCIONAIS DA LÍNGUA 5.1 Ortografia Em nossa primeira aula observamos que a linguagem e a comunicação integram os membros de uma sociedade, e há quem diga que essa integração é maior quando nos comunicamos pela escrita. Mas já vimos que tanto a linguagem oral como a escrita são importantes no processo de interação entre os seres humanos. Para iniciarmos nosso diálogo, vamos definir o que é ortografia. A ortografia é um sistema convencionado de representar, grafar a fala. Foi estabelecida como forma de padronizar a grafia das palavras, pois, conforme Faraco e Tezza (2010, p. 56), “[...] no seu primeiro momento, lá pelo século XII, a escrita da língua portuguesa pretendia imitar a fala das pessoas [...], que não falam de modo uniforme”. Como forma de sistematizar a língua escrita, tivemos ao longo da história ortográfica brasileira três grandes reformas: a do ano de 1943, com alterações nos encontros consonantais, como a mudança de phármacia para farmácia; de 1971, que se ateve à acentuação, com a queda de quase todos os acentos diferenciais, como de côr para cor, êle para ele; e a de 2009, Novo Acordo Ortográfico, com prazo de adaptação prorrogado até 2016, com alterações novamente na acentuação, no hífen, no alfabeto e no trema. Você poderá conhecer as alterações constantes nesse novo acordo acessando o endereço eletrônico que disponibilizamos logo a seguir. 5.2 O que mudou? A reforma ortográfica do ano de 2009 trouxe algumas alterações significativas, como a inclusão de mais três letras em nosso alfabeto (K, W e Y), a extinção do trema, salvo em nomes próprios e seus derivados. As alterações também aconteceram na acentuação das palavras paroxítonas (penúltima sílaba tônica) que possuem ditongos abertos éi e ói, bem como perderam os acentos as palavras com ee e oo dobrados. Ainda na ortografia, a supressão do hífen aconteceu em alguns casos. Na tabela abaixo você poderá identificar o que mudou e como ficou agora, exemplificado. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 21 Apostila Cursos Técnicos Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 22 Apostila Cursos Técnicos O que deve ficar claro quando falamos de ortografia, é que se trata da grafia oficial e única da Língua Portuguesa, pois a norma escrita é convencionada, sistematizada. Você, como técnico(a) em Informática para Internet, deve atentar para as questões ortográficas, uma vez que a produção textual oficial ou científica deve seguir e garantir o uso correto da língua escrita, da língua padrão. Para o bom entendimento do texto escrito, dependemos da relação direta de todos os tópicos que estudamos neste fascículo e não poderia ser diferente com a ortografia, ou seja, o entendimento da mensagem pelo receptor também depende de uma correta grafia das palavras que vão compor o texto. 5.3 Emprego de por que, porquê, porque e porquê Por que, por quê, porque e porquê. Você já deve ter percebido que todas essas formas existem e que todas estão corretas, não é mesmo? Você certamente notou também que os diferentes porquês são empregados em situações específicas, pois, embora sejam muito parecidos, não devem ser confundidos na modalidade escrita. Observe a síntese abaixo: 5.4 Palavras parônimas e homônimas Parônimos e homônimos são palavras que possuem semelhanças no som e na grafia, porém se constituem de significados diferentes. E por falar em significado, cabe-nos ressaltar que esse é um fator preponderante na construção de nossos discursos – na oralidade e, principalmente, na escrita. Para você não correr o risco de utilizar alguma palavra cujo significado esteja equivocado, é essencial dispor de alguns recursos que auxiliam na construção dos enunciados, tais como a prática constante da leitura, o uso de um bom dicionário, enfim, o convívio com tudo aquilo que tende a corroborar para o aprimoramento da competência linguística. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 23 Apostila Cursos Técnicos Nesse sentido, levando-se em consideração algumas particularidades que imperam no processo de significação das palavras, passemos a partir de agora a estabelecer familiaridade com alguns aspectos relacionados à homonímia e à paronímia. 5.4.1 Homônimos São palavras que apresentam igualdade ou semelhança fonética (relativa ao som) ou igualdade gráfica (relativa à grafia), porém com significados distintos. Dada essa particularidade, temos que os homônimos se subdividem em três grupos. Homógrafos – São aquelas palavras iguais na grafia, mas diferentes no som e no significado. Vejamos alguns exemplos: almoço → substanƟvo / almoço → verbo colher → substanƟvo / colher → verbo começo → substanƟvo / começo → verbo jogo → substanƟvo / jogo → verbo sede → substanƟvo (vontadede beber) / sede → localidade Homófonos – São palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na grafia e no significado. São exemplos: Homônimos perfeitos – são aquelas palavras iguais na grafia e no som, mas diferentes no significado. Observemos alguns exemplos: cedo → verbo / cedo → advérbio caminho → substanƟvo / caminho → verbo livre → adjeƟvo / livre → verbo Parônimos São palavras semelhantes na grafia e no som, mas com significados distintos. Constatemos alguns casos: Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 24 Apostila Cursos Técnicos UNIDADE 6 – PONTUAÇÃO Pontuação Serve para assinalar as pausas e as inflexões da voz (entonação) na leitura; Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas; Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade. 6.1 – Vírgula e ponto e vírgula Vírgula (,) para separar palavras ou orações justapostas ou assindéticas (que não possuem relação sintática com as demais orações); para separar vocativos (termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético); para separar apostos (que podem ser Explicativo: usado para explicar o termo anterior; Especificador: individualiza, coloca à parte um substantivo de sentido genérico; Enumerador: sequência de termos usados para desenvolver ou especificar um termo anterior; Resumidor: resume termos anteriores) e certos predicativos (termo que confere ao sujeito ou ao objeto uma qualidade, uma característica). para separar orações intercaladas e outras de caráter explicativo; Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 25 Apostila Cursos Técnicos para separar certas expressões explicativas ou retificativas (correção), como, isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes etc.; para separar orações adjetivas explicativas (acrescentam uma qualidade acessória ao antecedente e são separadas da oração principal por vírgulas); para separar orações adverbiais reduzidas (são aquelas que apresentam o verbo em uma de suas formas nominais: Infinitivo - terminações –ar, -er, -ir -, Particípio - terminações –ado, -ido - ou Gerúndio - terminação – ndo. Nestas orações, geralmente, o tempo verbal vem representado por uma locução verbal, na qual o verbo auxiliar está em uma de suas formas nominais. Diferentemente das demais orações subordinadas, as subordinadas reduzidas não são ligadas por conectivo.); para separar adjuntos adverbiais (indica uma circunstância - dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade etc. Ele é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio); para indicar a elipse (que consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto) de um termo; para separar certas conjunções pospositivas, como, porém, contudo, pois, entretanto, portanto etc.; para separar elementos paralelos de um provérbio; para separar termos que desejamos realçar; para separar, nas datas, o nome do lugar. Não se emprega Vírgula (,) entre sujeito e o verbo da oração quando juntos. entre o verbo e seus complementos, quando juntos; em geral, antes de oração adverbial consecutiva (indica uma consequência ou efeito atribuído à ação da oração principal). Ponto e Vírgula (;) Denota uma pausa mais sensível que a vírgula e emprega-se principalmente: para separar orações coordenadas de certa extensão; em enumeração; para separar os considerandos de um decreto, de uma sentença, de uma petição etc. para separar os itens de um artigo de lei, de um regulamento. 6.2 Ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação e dois pontos Ponto Final (.) para fechar o período; para abreviaturas. Ponto de Interrogação (?) usa-se no fim de uma palavra, oração ou frase, para indicar pergunta direta, que se faz com entoação ascendente; aparece, às vezes, no fim de uma pergunta intercalada, que pode, ao mesmo tempo, estar entre parênteses; Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 26 Apostila Cursos Técnicos Ponto de Exclamação (!) usa-se depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas, que se proferem com entonação descendente, exprimindo surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica etc. substitui a vírgula depois de um vocativos enfático. Dois pontos (:) para anunciar a fala dos personagens nas histórias de ficção; antes de uma citação; antes de certos apostos, principalmente nas enumerações; antes de orações apositivas (exerce função de aposto de algum termo da oração principal); para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que se disse. 6.3 Travessão, reticências e aspas Travessão (-) Traço maior que o hífen nos diálogos, para indicar mudança de interlocutor ou, simplesmente, início da fala de um personagem; para separar expressão ou frases explicativas, intercaladas; para isolar palavras ou orações que se quer realçar ou enfatizar; às vezes substitui os parênteses e mesmo a vírgula e os dois-pontos. Reticências (...) para indicar suspensão ou interrupção do pensamento, ou ainda, corte da frase de um personagem pelo interlocutor nos diálogos; no meio do período, para indicar certa hesitação ou breve interrupção do pensamento; no fim de um período gramaticalmente completo, para sugerir certo prolongamento da ideia; para sugerir movimento ou a continuação de um fato; para indicar chamamento ou interpelação, em lugar do ponto interrogativo; para indicar supressão de palavra(s) numa frase transcrita, caso em que se podem usar quatro pontos ao invés de três. Aspas (“ “) usa-se antes e depois de uma citação textual (palavra, expressão, frase ou trecho); costuma-se usar em expressões ou conceitos que se deseja pôr em evidência; coloca-se entre aspas ou, então, grifam-se palavras estrangeiras, termos da gíria, expressões que devem ser destacadas; títulos de livros, revistas, jornais, filmes etc. são, de preferência, grifados. UNIDADE 7 – DICAS PARA INTERPRETAR TEXTOS Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um. Na realidade isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma (=argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má fé por parte de quem Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 27 Apostila Cursos Técnicos o apresenta). Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes; 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente; 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas,procurar a mais exata ou a mais completa; 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.; 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si; 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando lhe ou determinando-lhe o significado. REFERÊNCIAS BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o queé, como se faz? São Paulo: edições Loyola, 1999. BARTHES, Roland. Mitologias. São Paulo, Ática, 1985. . et alii. Análise estrutural da narrativa. Petrópolis, Vozes, 1972. BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. 13 ed. São Paulo, Ática, 1995. BELTRÃO, Odaci& BELTRÃO, Mariúsa. Correspondência: linguagem e comunicação: oficial comercial, bancária e particular. 21. ed. São Paulo: Altas, 2002. FÁVERO, Leonor. Coerência e coesão textuais. 4. Ed. São Paulo, Ática, 1992. FIORIN, Jose Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Atica, 2005. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na Escola? Campinas, SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil: 1996. PRETTI, Dino. LIMA, Renira Lisboa de Moura. Como se faz um resumo. Maceió: EDUFAL, 1994. MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental: de acordo com as atuais normas da ABNT. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2004. Instituto Educacional Martins Galdino Rua Pero Coelho 73 – Centro - Barbalha – CE Rua Luiz Gonzaga 143 –Centro - Ipubi - PE iemag.ceara@gmail.com (88) 2131-1647 28
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