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CS2010 - Aula 5 - Dificuldades de Mensuração

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Dificuldades de Mensuração
Contabilidade Social - 2010
Dificuldades de mensuração
Os esforços do IBGE são relativamente bem sucedidos na mensuração dos agregados econômicos.
Entretanto existem uma série de dificuldades na mensuração.
Muitas delas não podem ser contornadas, mas todas precisam ser compreendidas para que tenhamos noção das limitações desses agregados.
Dificuldades de mensuração
A primeira dificuldade de mensuração que consideramos foi a existência de inflação nos preços.
Vimos como contornar esse problema e tornar (aproximadamente) comparáveis os dados de diferentes momentos no tempo.
Mas existem outras dificuldades
Economia Informal
Parte dos bens e serviços são produzidos sem a constituição de uma empresa formal.
Isso faz com que seja difícil mensurar qual a produção de fato na economia, pois a empresa formal é a base da pesquisa sobre produção.
É o caso da economia informal
Entretanto, existem vários tipos diferentes de produção informal.
Economia informal
Existem empreendimento informais que são ilegais.
Drogas e prostituição.
Por razões obvias são empreendimentos informais e não há como mensurá-los.
Mas esses empreendimentos são ilegais porque a sociedade considera que são maléficos. Não deveriam ter contribuição positiva na contabilidade.
Mas também existem produção informal de atividades que não são ilegais.
Economia informal
Normalmente, a convenção é denominar como economia informal apenas negócios que poderiam ser legalizados.
Dentro desta classificação, existem dois tipos de informalidade
Pequenas e micro empresas não formais.
Empresas formais que não reportam todo faturamento para pagar menos impostos (sonegação fiscal).
Economia Informal
É praticamente impossível contabilizar a produção pequenas microempresas informais.
Essas empresas incluem
Camelôs, ambulantes, empregados domésticos sem carteira, agricultura familiar, etc.
Mesmo assim, o IBGE faz uma estimativa desta produção, através das entrevistas da PNAD, à partir da renda das pessoas que reportam trabalhar por conta própria ou em negócios não estabelecidos legalmente
Economia informal
Mesmo assim, trabalhadores e empresários informais têm razões para não reportar corretamente sua renda/faturamento
Por falta de conhecimento detalhado
Ou por receio de que a informação seja usada pela receita.
Por essas e outras razões, acredita-se que a estimativa do IBGE sub avalie o verdadeiro tamanho desta parcela da economia
As estimativas sugerem que mensurando corretamente o setor informal, o PIB seria entre 10 a 30% maior
Economia Informal
Já a sonegação de impostos é um fenômeno diferente, mas igualmente comum.
Não se tratam de empresas do setor informal, mas de empresas formais não reportam a produção totalmente para evitar taxação.
Infelizmente não existem boas estimativas do tamanho da evasão fiscal no Brasil.
Atividades não monetizadas
Em toda economia parte da produção é feita sem que haja contrapartida monetária.
Isto é, alguns bens e serviços são produzidos para auto consumo.
Isto faz com que não exista nenhuma transação monetária entre a produção e o consumo do bem. Tornando muito difícil mensurar esse tipo de produção.
Atividades não monetizadas
Entre os exemplos estão a agricultura familiar, donas-de-casa, lazer, etc.
Na agricultura familiar parte da produção é para auto consumo.
Em vários países o trabalho da dona-de-casa não é computado como produção.
Para desfrutar de lazer as pessoas precisam liberar a sua mão de obra do trabalho.
Atividades não monetizadas
A solução possível para este problema é identificar a atividade não monetizada e imputar a ele um valor equivalente.
No caso da dona-de-casa, imputar a ela uma renda equivalente à de uma empregada doméstica.
No caso da agricultura familiar, seria quantificar a produção e precifica-la ao preço dos bens.
Obviamente esta é uma tarefa difícil e que envolve decisões arbitrárias.
Educação e Saúde
Educação e Saúde são duas atividades que normalmente são sub mensuradas e mal classificadas.
O primeiro problema associado a essas atividades é que os recursos gastos nestas atividades são classificados como consumo.
Na realidade deveriam ser considerados investimento.
Educação aumenta a produtividade da mão de obra.
Saúde aumenta a longevidade da mão de obra. (reduz a depreciação)
Educação e Saúde
Estudos mostram que utilizando estimativas da disposição a pagar por maior longevidade é equivalente a cerca de 30% do gasto com consumo.
Além disso a longevidade vem aumentando continuamente.
Isto permite que as pessoas trabalhem mais ao longo da vida.
Educação e Saúde
O investimento em educação é considerado gasto.
Mas para se educar as pessoas gastam uma parte importante do seu tempo.
Ou seja, as pessoas abrem mão de remuneração pela mão de obra para se educar.
O gasto de tempo não é contabilizado como custo da educação.
Meio ambiente e recursos naturais
Está claro que os recursos naturais são exauríveis ou podem ser degradados.
A contabilidade social é praticamente incapaz de quantificar os efeitos da atividade econômica sobre o meio ambiente.
A atividade econômica afeta o meio ambiente de formas distintas.
Quando uma empresa emite resíduos no ar está reduzindo o bem estar de todos os que respiram.
Está gerando uma externalidade negativa.
Meio ambiente e recursos naturais
Muitas das externalidades negativas não terão efeitos permanentes.
Desta forma, seria preciso incluir como custo da produção o custo de recuperação do meio ambiente. 
Ou a disposição das pessoas à pagar por esta recuperação.
Ou ainda o valor da melhora na saúde por conta da melhoria do ambiente.
Meio ambiente e recursos naturais
Para recursos naturais exauríveis, o problema de mensuração é igualmente sério.
Se olharmos para os recursos naturais como um estoque de riqueza, ao utilizar esses recursos a atividade econômica cresce (PIB aumenta) mas a riqueza futura será menor.
Se o importante para o bem estar é a riqueza, esta redução deve ser mensurada.
Meio ambiente e recursos naturais
Mesmo para recursos naturais não exauríveis, o excesso de extração pode comprometer a capacidade de extração futura.
Como água, madeira, peixes,...
Neste caso o custo da extração não sustentável deve ser mensurada.
O problema é que não há consenso sobre como quantificar o valor dos recursos naturais.
Comparações entre países
Uma dos usos mais importantes da contabilidade nacional é oferecer dados que possam comparar a situação de países diferentes.
Entretanto é preciso conhecer a limitação dos dados. 
Entre países diferentes existem tarifas de importação e outras barreiras ao comércio que fazem o preço do mesmo bem ser diferente em países diferentes.
Mais importante ainda é a existência de bens não comercializáveis (non-tradables). 
Comparações entre países
Se os preços relativos da economias são muito diferentes, a taxa de cambio não fará uma conversão exata do poder de compra.
Se dois países produzem a mesma quantidade de um bem mas a preços diferentes, o PIB do país onde o preço é maior tenderá a ser mais caro.
Por isso, é interessante utilizar taxas de cambio que levem em conta a paridade de poder de compra (PPC) entre países.
Normalmente a PPC é diferente da taxa de câmbio nominal.
Comparações entre países
Entretanto, a PPC não elimina o problema completamente.
Diferenças metodológicas também podem ser importantes. 
Por exemplo, se um país quantifica mais atividades não monetizadas que outro
Se num país a educação e saúde são públicas ou privadas.
Se são públicas, entram como gasto dos governo
Se são privadas entram como consumo da famílias.
Comparações entre países
Os países podem ainda ter níveis distintos de informalidade na produção.
Por tudo isso, é preciso ter atenção com comparações de agregados entre países.

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