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HISTOLOGIA DO OVÁRIO – DESENVOLVIMENTO FOLICULAR Histologicamente, começamos com uma separação do ovário em duas zonas: o Uma mais periférica, em que conseguimos identificar o desenvolvimento folicular no estroma, tecido conjuntivo frouxo para fornecer sustentação, nutrição e secreção hormonal. Chamamos essa região de zona cortical. Identificamos aqui o revestimento ovariano, que nada mais é que epitélio simples cúbico e logo abaixo desse epitélio encontramos um tecido conjuntivo denso não modelado que chamamos de túnica albugínea; o Uma mais central, denominada medula, onde ocorre a vascularização desse ovário. Ou seja, a irrigação sanguínea para o ovário começa na medula e distribui ao longo da zona cortical. Na medula, encontramos tecido conjuntivo frouxo; E= epitélio simples cúbico; TA= túnica albugínea; De branco, percebemos folículo primordial, cercado por epitélio simples pavimentoso. Perceba que ele se encontra mais na periferia do que o ovócito I, por exemplo, que está mais abaixo na figura. Identificamos aqui dois ovócitos I, com seus núcleos (representado de amarelo). Lembrando: cada ovócito é rodeado por epitélio simples pavimentoso. Como sabemos, o processo de gametogênese na mulher já inicia no período de vida intrauterino. Quando a menina nasce, ela nasce com uma média de 400.000 folículos primordiais. Lembrando que, temos o início da meiose I, porém o ovócito I estaciona em prófase I, ficando nesse estágio até a puberdade. ❖ No folículo primordial, portanto, o que temos nada mais é: ovócito I (1) + revestimento por epitélio simples pavimentoso (3). Ao redor, vamos encontrar também células do tecido conjuntivo frouxo do estroma (2). Este período em que há uma pausa na divisão meiótica chamamos de dictióteno; ❖ O epitélio de revestimento, no início da puberdade, começa a ser estimulado pelo hormônio folículo estimulante (FSH). Essa estimulação resulta primeiramente num aumento dessas células epiteliais (tornam-se um epitélio simples cúbico). A estrutura agora revestida por epitélio simples cúbico (4) será chamada de folículo primário unilaminar. OBS: nesse estágio já temos o início da zona pelúcida, que nada mais é que uma camada de glicoproteínas que rodeia o ovócito I; ❖ Posteriormente, o estímulo de FSH induz à mitose dessas células de revestimento, ou seja, ocorre uma proliferação celular. O folículo primário então deixa de ser unilaminar e se torna um folículo primário multilaminar. OBS: observe na figura que as células conjuntivas se organizam de forma concêntrica. Esse arranjo de células é o que chamamos de teca. O folículo nesse estágio já começa a liberar fatores de inibição para induzir a regressão dos demais folículos, pois apenas um ovócito deve ser fecundado; ❖ Não esqueça o FSH está estimulando esse folículo o tempo e essa estimulação continua gerando consequências. Uma delas agora é a conclusão da meiose I e o folículo primário multilaminar se torna o folículo secundário. Lembre também que estamos trabalhando com células epiteliais, ou seja, células que fisiologicamente apresentam uma forte união intercelular (são bem unidas). Outra consequência do FSH é o aumento de pressão no espaço intercelular, fazendo com que essas células se desprendam umas das outras, gerando esses espaços em branco que chamamos de antro (8). As células da teca mais próximas à lâmina basal sofrem modificação morfofuncional e contém receptores específicos para o LH. Juntamente às células da granulosa (nada mais são que as células epiteliais cúbicas quando começam a secretar hormônios) vão produzir os derivados estrogênicos e testosterona, mediante conversão do colesterol. Essas células da teca formam o conjunto que chamamos de teca interna. Concomitante, o que sobra de teca será a teca externa, que mantém as características de tecido conjuntivo produtor de matriz extracelular, ou seja, produzem colágeno, glicoproteínas e a substância fundamental amorfa; ❖ Com o contínuo estímulo de LH e FSH, aliado ao aumento progressivo de pressão, essas cavidades se unem, formando uma única cavidade chamada cavidade folicular ou cavidade antral. Perceba que ocorre uma subdivisão pelas células da granulosa: alguma ficam rodeando o ovócito II e outras ficam de maneira mais externa ao antro. As que ficam externas ao antro continuam como células da granulosa, enquanto as mais internas formam o que chamaremos de coroa radiada (11). Unindo esse conjunto ovócito II + coroa radiada às células da granulosa temos o cumulus oophorus. Saiba que essa sustentação proporcionada pelo cumulus oophorus será rompida e esse conjunto ficará flutuando em meio à cavidade antral. O folículo secundário inicia meiose II, porém estaciona na metáfase II, retomando esse processo somente se houver fecundação; Na imagem abaixo você verá com cada estágio do folículo (as cores correspondem ao texto): LEMBRANDO: TODO ESSE PROCESSO É DITO PRÉ-OVULATÓRIO!! NA SEQUÊNCIA SERÃO MOSTRADAS CORTES DE LÂMINAS PARA VOCÊ VER ESSAS ESTRUTURAS COM MAIORES DETALHES FOLÍCULOS PRIMORDIAIS Perceba a presença de muitos capilares na túnica albugínea. À medida que os folículos primordiais vão crescendo, eles invadem a túnica e rompem esses capilares, levando a um quadro de isquemia (falta de oxigênio), fragilizando o revestimento ovariano. Mas calma, isso é de fato buscado, pois favorece o processo de ovulação. Para ovular, relembrando, o ovócito precisa ultrapassar toda essa superfície e essa situação de fragilização do ovário favorece esse evento. FOLÍCULOS PRIMÁRIOS *DICA: se eu não vejo antro, é folículo primário FOLÍCULOS SECUNDÁRIOS *FOLÍCULO ATRÉSICO MECANISMO HORMONAL DO FOLÍCULO O colesterol chega às células da teca e será convertido em androstenediona, sob estimulação do LH. Porém, as células da teca não possuem as enzimas necessárias para converter essa androstenediona em testosterona ou em estradiol. Só quem tem essas enzimas são as células da granulosa. Portanto, a androstenediona ultrapassa a lâmina basal, chega às células da granulosa e, sob estimulação do FSH, será convertida nos tais hormônios, que caem na circulação sanguínea. Autor: Mário Souza/ Medicina Unime (3º semestre)
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