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COMPOSTOS NITROGENADOS Dado que o nitrogênio é um elemento característico das proteínas, muita informação sobre o metabolismo do nitrogênio foi obtida com o estudo do metabolismo das proteínas. O termo balanço de nitrogênio refere-se à diferença entre o nitrogênio ingerido e o excretado durante certo período, e, aplica-se no estudo dinâmico das fases anabólicas e catabólicas do metabolismo protéico. Quando a ingestão de nitrogênio (quantidade de nitrogênio na dieta) se iguala às perdas de nitrogênio (quantidade de nitrogênio excretado na urina e nas fezes), diz- se que o indivíduo está em equilíbrio nitrogenado, neste caso o anabolismo é igual ao catabolismo. Esta é a condição de adultos normais. Quando o ganho de nitrogênio excede as perdas de nitrogênio é chamado balanço positivo. O anabolismo excede o catabolismo durante o crescimento, convalescência, gravidez e lactação. Quando a perda excede a ingestão o balanço é negativo, como nos casos de má nutrição, velhice, moléstias febris e jejum). Em um indivíduo adulto pode-se obter equilíbrio de nitrogênio com ingestão de 30 a 55g de proteínas. As proteínas do organismo são continuamente degradadas e ressintetizadas a partir de aminoácidos livres. Toda proteína da dieta á absorvida na forma de aminoácidos, que contribuem para o depósito geral dos aminoácidos. No anabolismo os aminoácidos oriundos de digestão das proteínas alimentares são utilizados pelas células para biossíntese de suas próprias proteínas. No catabolismo as proteínas do tecido são degradadas de modo contínuo e em ritmos variáveis convertendo de início em aminoácidos e a partir daí em diversos derivados nitrogenados como bases nitrogenadas, porfirinas, metabólitos finais (bilirrubina, uréia, ácido úrico), etc. Alterações nas concentrações de alguns compostos nitrogenados não protéicos (uréia, ácido úrico, creatinina, bilirrubina, etc) no sangue ocorrem em conseqüência de algumas alterações metabólicas como por exemplo a gota, que devido a um catabolismo excessivo das purinas leva ao aumento da concentração plasmática de ácido úrico. Em doenças hepáticas graves ocorre diminuição da síntese de uréia e aumento de bilirrubina. Por essa razão a dosagem destes compostos é de extrema importância. DOSAGEM DE URÉIA A uréia é o principal produto final do catabolismo das proteínas e dos aminoácidos e é produzida no fígado através do ciclo da uréia. Saindo do fígado, a uréia entra no sangue sendo distribuída por todos os líquidos intracelulares e extracelulares, uma vez que a uréia difunde livremente através membranas celulares em geral. A maior parte da uréia é finalmente excretada pelo rim, mas quantidades mínimas são excretadas pelo suor e degradadas por bactérias no intestino. Materiais e Métodos Método enzimático colorimétrico (Chaney e Marbach) Princípio: O método utiliza a ação da enzima urease sobre a uréia para produzir finalmente amoníaco e ácido carbônico. Adiciona-se o catalisador fenil formiato de sódio e hipoclorito para reagir com amônia formando dicarboxi indofenol (composto colorido, 600 nm). Reagentes: Padrão: uréia 60 mg/dL Reativo 1 Reativo 2 Amostra: soro Técnica: Tubo Branco Tubo Padrão Tubo Amostra Amostra - - 10 µL Padrão - 10 µL - Reativo 1 1 mL 1 mL 1 mL Misturar e incubar a 37oC, 5 min Reativo 2 1 mL 1 mL 1 mL Misturar e incubar a 37oC, 5 min Leitura 600 nm Cálculo: D.O. amostra X 60 mg/dL= mg/dL de uréia D.O. padrão Valores normais: Soro: 10,0 – 50,0 mg/dL (1,7 – 8,3 mmol/L) Urina: 15 – 30 g/24h Resultados e Conclusão: As concentrações séricas de uréia variam amplamente como o estado de saúde e são influenciadas por fatores diversos, como o conteúdo protéico dos alimentos ingeridos e o estado de hidratação. Os glicocorticóides tem um efeito antianabólico e os hormônios tireoidianos têm um efeito catabólico sobre as proteínas e desse modo tendem a elevar os valores do uréia do sangue ou nitrogênio uréico de sangue (NUS ou UNS). Os andrógenos e o hormônio de crescimento têm efeito anabólico e desse modo diminuem a formação de uréia. Azotemia é uma designação bioquímica para todo e qualquer aumento significativo da concentração plasmática de compostos nitrogenados não protéicos, principalmente uréia. A azotemia é freqüentemente classificada em pré-renal, renal e pós-renal. Entre os exemplos de azotemia pré-renal citamos: choque traumático (traumatismo craniano, hipotensão pós-cirúrgica), choque hemorrágico (hemorragia pós-parto, úlcera perfurada), desidratação aguda ou perda de eletrólitos (acidose diabética, doença de Addison, desenteria aguda), descompensação cardíaca, infecção aguda e toxemia. A elevação da taxa de uréia de causa renal é observda na glomerulonefrite (aguda e crônica), na qual o teor pode atingir níveis de 200 mg/100mL ou mais; na nefrosclerose; na tuberculose renal; no rim policístico; nas nefropatias malignas; no envenenamento pelo chumbo sublimado; no choque hemolítico pós-transfusional; na necrose tubular aguda; em condições nas quais há bloqueio dos túbulos (mieloma múltiplo, amiloidose renal, hemoglobinúria, alguns casos de tratamento pela sulfonamida, transfusão de sangue incompatível, já citado). A azotemia de mecanismo pós-renal compreende: obstrução ureteral por cálculo ou por compressão (tumores pélvicos, etc); tumores compressivos da bexiga, defeitos congênitos da bexiga ou da uretra; obstrução prostática. A taxa de uréia se acha reduzida na insuficiência hepática aguda (atrofia amarela do fígado, necrose hepática tóxica devida ao tetracloreto de carbono, clorofórmio, fósforo). O fígado é a sede de formação da uréia, mas a redução da azotemia somente ocorre nas lesões hepáticas muito extensas. A diminuição do teor da uréia é observada também no último trimestre da gravidez. É normal na nefrose.
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