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1. Comparar a etiologia, as manifestações clínicas e o manejo de gastrite aguda, gastrite crônica e úlcera péptica. A gastrite é uma inflamação do revestimento gástrico e pode ser classificada como gastrite aguda, podendo ser erosiva ou não erosiva, e gastrite crônica. A gastrite aguda erosiva é causada por substâncias como ácidos acetilsalicílicos e agentes antiinflamatórios não esteróides, bebidas alcoólicas e radioterapia no tratamento de tumores gástricos. A forma não erosiva tem como causa mais frequente a infecção por Helicobacter pylori. É uma inflamação repentina e acentuada que pode ter um início rápido dos sintomas, como desconforto ou dor epigástrica, dispepsia anorexia, soluços ou náuseas e vômitos, que podem durar de algumas horas a alguns dias. Na gastrite erosiva ocorrer sangramento, e se manifestar como sangue no vômito ou como melena ou hematoquezia. O tratamento da gastrite aguda pode ser através da suspensão de bebidas alcoólicas e alimentos até que cessem os sintomas, também é recomendada uma dieta não irritante caso o paciente consiga ingerir. Se os sintomas persistirem, pode ser necessária a administração de soluções intravenosas, em caso de sangramento, o manejo é similar aos procedimentos para controle da hemorragia digestiva alta. A terapia é de suporte e pode incluir intubação nasogástrica e medicações. Pode ser necessária endoscopia com fibra óptica e cirurgias de emergência para remover o tecido gangrenoso ou perfurado. A gastrite crônica pode ser causada por doenças autoimunes como tireoidite de Hashimoto, doença de Addison e doença de Graves, ou decorrente de infecção por H. pylori, que causa no desenvolvimento de úlceras pépticas, câncer gástrico e linfoma de tecido linfático associado à mucosa gástrica. os sintomas são fadiga, pirose após a ingestão de alimentos, distensão abdominal, amargor na boca, saciedade precoce, anorexia ou náuseas e vômitos. Alguns pacientes com gastrite crônica não apresentam sintomas, outros apresentam apenas desconforto epigástrico leve, intolerância a alimentos condimentados ou gordurosos, ou dor discreta que é aliviada com a alimentação. A gastrite crônica pode dificultar absorção de vitamina B12 devido a diminuição da produção de fator intrínseco pelas células parietais do estômago em decorrência de atrofia, que pode levar à anemia perniciosa. O manejo clínico pode ser por meio de modificação da dieta do paciente, promoção do repouso, redução do estresse, recomendação para evitar bebidas alcoólicas e AINEs e com o início de medicamentos, que podem incluir antiácidos, bloqueadores de H2 ou inibidores da bomba de prótons. A infecção por H. pylori é tratada com combinações de fármacos que incluem um inibidor de bomba de prótons, antibióticos e, às vezes, sais de bismuto. A úlcera péptica é uma laceração de forma redonda ou oval na qual a mucosa do estômago ou duodeno sofre uma erosão pelo ácido gástrico e sucos digestivos e tem como causa infecção por Helicobacter pylori ou por ação de medicamentos como ibuprofeno e ácido acetilsalicílico. As manifestações clínicas da úlcera péptica podem durar dias, semanas ou meses e podem apenas desaparecer e reaparecer, sem uma causa identificável. Alguns pacientes não apresentam sinais ou sintomas; outros reclamam de dor fraca e perturbadora, ou de sensação de queimação na parte intermediária do epigástrio, ou nas costas. Outros sintomas inespecíficos de úlceras pépticsa incluem pirose, vômitos, constipação intestinal ou diarréia e sangramento. Esses sintomas são acompanhados por eructação azeda. Embora raro, o vômito pode ser um sintoma de complicação, pode ou não ser precedido por náuseas; geralmente, segue uma crise de dor intensa e distensão abdominal, que é aliviada com o vômito. As úlceras pépticas são tratadas com antibióticos para eliminar o H. pylori e tratar a acidez gástrica. Os métodos utilizados incluem medicamentos, alterações no estilo de vida e intervenção cirúrgica. 2. Utilizar o processo de enfermagem como referencial para os cuidados de pacientes com úlcera péptica. Avaliação de enfermagem: O enfermeiro deve realizar a anamnese e coletar o histórico do paciente: · Avaliar sinais vitais, · Dor descrita como queimação ou lancinante; · Formas de alívio da dor; · Se constatado vômito, descrever frequência e características; · Estilo de vida e hábitos alimentares; · Se faz uso de AINE, se é fumante ou ingere bebida alcoólica ; · Avaliar o nível de estresse do paciente. Diagnóstico de enfermagem: Com base nos dados coletados o diagnóstico de enfermagem para o paciente pode incluir: · Dor aguda relacionada com o efeito de secreção ácido gástrico sobre tecido lesionado; · Ansiedade relacionada a doença aguda. · Nutrição alterada relacionada com as modificações na dieta. · Déficit de conhecimento sobre as prevenções dos sintomas e o tratamento da condição Planejamento e metas: · Alívio da dor · Redução da ansiedade · Manutenção das necessidades nutricionais · Conhecimento a respeito do tratamento · Ausência de complicações Intervenção de enfermagem: O alívio da dor pode ser obtido com medicamentos prescritos. O paciente é instruído que deve evitar o ácido acetilsalicílico, ingestão de alimentos e bebidas contendo cafeína e café descafeinado. As refeições devem ser ingeridas a intervalos regulares, em um ambiente tranqüilo. Redução da ansiedade: O nível de ansiedade do paciente deve ser avaliado, explicar exames complementares e administrar os medicamentos nos horários certos ajuda a reduzir a ansiedade. Interagir com o paciente assim como participação da família. Manutenção do estado nutricional ideal: O enfermeiro avalia o paciente quanto à desnutrição e perda de peso. após a recuperação da ase aguda o paciente é aconselhado sobre a importância de aderir ao esquema medicamentoso e restrição alimentar. Monitoramento e manejo de possíveis complicações: enfermeiro avalia o paciente quanto a possíveis compilcaçoes: · Hemorragia · Perfuração e penetração; · Obstrução pilórica; Promoção de cuidados domiciliar, comunitário e de transição: · Orientação do paciente sobre autocuidados. · Cuidados contínuos e de transição. Reavaliação: Entre os resultados esperados estão: • Relata a ausência de dor entre as refeições • Relata a sensação de menos ansiedade • Adere ao esquema terapêutico a) Evita alimentos e bebidas irritantes b) Ingere as refeições em horários regulares • Mantém o peso • Não apresenta complicações 3. Descrever o tratamento farmacológico, nutricional e cirúrgico da úlcera péptica. A terapia medicamentosa utilizada para o tratamento de úlceras pépticas é uma combinação de antibióticos, inibidores da bomba de prótons e, às vezes, sais de bismuto que para erradicar o H. pylori, é prescrita durante 10 a 14 dias e pode incluir terapia tripla com dois antibióticos (p. ex., metronidazol ou amoxicilina e claritromicina) com um inibidor de bomba de prótons (p. ex., lansoprazol, omeprazol ou rabeprazol), ou a terapia quádrupla com dois antibióticos (metronidazol e tetraciclina), um inibidor da bomba de prótons e sais de bismuto. Atualmente, estão sendo realizadas pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina contra o H. pylori . São utilizados para tratar úlceras não associadas à infecção por H. pylori, bloqueadores de H2 e inibidores da bomba de prótons que reduzem a secreção de ácido gástrico. O paciente é aconselhado a seguir e finalizar o esquema medicamentoso para assegurar a cicatrização completa da úlcera, a evitar o uso de ácido acetilsalicílico e outros AINEs e álcool e nicotina. É importante a modificação alimentar para pacientes diagnosticados com úlceras pépticas para evitar a secreção excessiva de ácido e hipermotilidade no sistema gástrico com refeições regulares no decorrer do dia, A dieta é individual e o paciente ingere os alimentos que são tolerados e evita aqueles que causam dor, deve-se evitar extremos de temperatura em alimentos e bebidas e a estimulação excessiva pelo consumo de bebidas alcoólicas, café descafeinadoe outras bebidas cafeinadas. A cirurgia pode ser realizada usando uma abordagem abdominal a céu aberto que exige uma incisão abdominal longa ou uma abordagem laparoscópica. Laparoscopia é uma intervenção cirúrgica minimamente invasiva que envolve a visualização indireta da cavidade abdominal por meio de um laparoscópio conectado a uma câmera. onde o aparelho é introduzido na cavidade abdominal através de pequenas incisões. A laparoscopia tem sido associada à redução do sangramento, da dor, da infecção e do tempo de recuperação pós-operatórios A escolha de uma abordagem cirúrgica abdominal é determinada pelo cirurgião, bem como pelas condições de saúde do paciente, pela existência de condições clínicas e história de cirurgia abdominal prévia. Os procedimentos cirúrgicos incluem vagotomia, com ou sem piloroplastia e antrectomia, que é a remoção da porção pilórica do estômago com anastomose ao duodeno (gastroduodenostomia ou Billroth I) ou jejuno (gastrojejunostomia ou Billroth II).
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