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Unidade II
5 POLÍTICAS DE SAÚDE SOB A PERSPECTIVA DA INCLUSÃO SOCIAL
Sociedade inclusiva é uma sociedade para todos, independente de sexo, 
idade, religião, origem étnica, raça, orientação sexual ou deficiência; 
uma sociedade não apenas aberta e acessível a todos os grupos, mas que 
estimula a participação; uma sociedade que acolhe e aprecia a diversidade 
da experiência humana; uma sociedade cuja meta principal é oferecer 
oportunidades iguais para todos realizarem seu potencial humano 
(SEMINÁRIO..., 2001). 
Figura 10
A inclusão social pode ser definida como um processo que garante que as pessoas em risco de pobreza 
e exclusão social alcancem as oportunidades e os recursos necessários para participarem plenamente 
nas esferas econômica, social e cultural e se beneficiem de um nível de vida e bem-estar considerado 
normal na sociedade em que vivem (COMISSÃO..., 2003).
Para Lopes (2006), muitas políticas sociais contemporâneas priorizam atingir os excluídos que se 
encontram no limite de suas privações por meio de programas focalizados que sustentam títulos de 
“inclusivos”. No entanto, a verdadeira inclusão social só ocorre quando o indivíduo se vê capaz de tomar 
as melhores decisões e ações acerca de sua própria vida e na comunidade onde está inserido, o que se 
torna possível por meio do processo de empoderamento.
O indivíduo empoderado é capaz de decidir o que é melhor para si e para o seu entorno, por meio de 
informações que, somadas às suas experiências de vida, são transformadas em conhecimento.
Ações para desenvolver o empoderamento de indivíduos e comunidades fazem parte de diversas 
estratégias de inclusão social do Sistema Único de Saúde (SUS) e estão presentes em diversas políticas, 
programas e estratégias do SUS.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Para colocar em prática os princípios e ideais do Sistema Único de Saúde (SUS) são necessárias outras 
políticas, programas e estratégias, desenvolvidas a partir da Política Nacional de Saúde. A Política Nacional 
de Atenção Básica (PNAB) é uma das políticas que derivam da Política Nacional de Saúde (PNS).
Existem Estratégias e Programas de Saúde para que as diretrizes das políticas sejam implementadas. O 
programa Saúde da Família é o principal plano para implementação da Política Nacional de Atenção Básica.
5.1 A Política Nacional de Atenção Básica
A atual Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), publicada por meio da Portaria 2.436, de 21 
setembro de 2017, considera os termos Atenção Básica (AB) e Atenção Primária à Saúde (APS), nas 
atuais concepções, como termos equivalentes, de forma a associar a ambos os princípios e as diretrizes 
definidas na Política (BRASIL, 2017). A seguir, destacamos as principais considerações relativas à Política 
Nacional de Atenção Básica (PNAB). 
A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem 
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados 
paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão 
qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre 
as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. Conforme o artigo 2º:
§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas 
as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, 
considerando os determinantes e condicionantes de saúde (BRASIL, 2017). 
Nesse sentido, o Sistema Único de Saúde (SUS) está organizado para que o usuário procure 
primeiramente o serviço de Atenção Básica. É na Atenção Básica que estão instituídos os serviços e 
ações de promoção e prevenção à saúde, além da rede assistencial do primeiro nível de atenção à saúde.
§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas 
as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, 
considerando os determinantes e condicionantes de saúde (BRASIL, 2017).
As ações e serviços de saúde no SUS, em especial na Atenção Básica, são planejadas de acordo com 
as características e necessidades de cada território, considerando as principais questões individuais e 
coletivas da comunidade onde o serviço está inserido.
§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, 
crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de 
saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, 
funcional e outras (BRASIL, 2017).
Sendo assim, todo e qualquer indivíduo em território nacional brasileiro possui direito ao atendimento 
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que adota estratégias específicas para viabilizar o acesso a esse 
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direito, bem como para que sejam minimizadas as desigualdades/iniquidades, evitando a exclusão social 
por estigmatização ou discriminação de grupos e indivíduos.
Os princípios e diretrizes do SUS e da RAS operacionalizados na Atenção Básica são: 
I - Princípios: 
Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços 
de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de 
entrada aberta e preferencial da RAS (primeiro contato), acolhendo as 
pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção 
às suas necessidades de saúde. O estabelecimento de mecanismos 
que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica 
de organização e funcionamento do serviço de saúde que parte do 
princípio de que as equipes que atuam na Atenção Básica nas UBS 
devem receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços, 
de modo universal, de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, 
e a partir daí construir respostas para suas demandas e necessidades 
(BRASIL, 2017). 
Partindo do preceito de saúde como direito de cidadania e dever dos governos municipal, estadual 
e federal, o princípio da universalidade garante o atendimento irrestrito, sem qualquer tipo de 
discriminação, garantindo que todas as pessoas tenham direito ao atendimento e à participação no 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições 
de vida e saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, 
considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e 
deve atender à diversidade. Ficando proibida qualquer exclusão baseada 
em idade, gênero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orientação sexual, 
identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, 
escolaridade ou limitação física, intelectual, funcional, entre outras, 
com estratégias que permitam minimizar desigualdades, evitar 
exclusão social de grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou 
discriminação; de maneira que impacte na autonomia e na situação de 
saúde (BRASIL, 2017). 
O princípio da equidade visa, sobretudo, o reconhecimento e valorização das diferenças, a fim de 
garantir o atendimento de todos os cidadãos conforme suas necessidades, devendo tratar desigualmente 
os desiguais. 
Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de 
saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos 
do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de 
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doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos 
cuidados paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços 
em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado das 
necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e sociais causadoras 
das doenças, e manejo dasdiversas tecnologias de cuidado e de gestão 
necessárias a estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e 
coletividade (BRASIL, 2017). 
Considerando que o atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença, o 
princípio da integralidade visa garantir o atendimento integral da Promoção da Saúde até a reinserção 
do indivíduo na sociedade e/ou atenção em cuidados paliativos, sempre considerando as especificidades 
individuais e coletivas. Em especial na Atenção Básica, devem ser priorizadas as ações preventivas, mas 
sem prejuízo às ações assistenciais.
II - Diretrizes: 
Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, tendo a 
Atenção Básica como ponto de comunicação entre esses. Consideram-se regiões 
de saúde como um recorte espacial estratégico para fins de planejamento, 
organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde em determinada 
localidade, e a hierarquização como forma de organização de pontos de atenção 
da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidos. 
Territorialização e Adscrição: de forma a permitir o planejamento, a 
programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e 
intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, 
nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades 
que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. Considera-
se território a unidade geográfica única, de construção descentralizada do 
SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção, 
prevenção, proteção e recuperação da saúde. Os territórios são destinados 
para dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, econômico, 
epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla 
visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção 
Básica, de forma que atendam à necessidade da população adscrita e ou as 
populações específicas. 
População Adscrita: população que está presente no território da 
UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e 
responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade 
das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser 
referência para o seu cuidado. 
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Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento de 
ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas 
a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a 
confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre 
sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O 
cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades 
e potencialidades na busca de uma vida independente e plena. A 
família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos 
relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes na vida das 
pessoas e, por consequência, no cuidado (BRASIL, 2017).
Para o funcionamento e planejamento das ações, se faz necessário, primeiramente, definir o território 
que será atendido e mapeá-lo para compreender as suas características geográficas e sociais. 
Nesse sentido, é fundamental o cadastramento da população adscrita e o levantamento de suas 
necessidades, considerando que o foco na comunidade do território para conhecer as características e 
reais necessidades da população constitui ação de suma importância para o sucesso das intervenções 
e envolvimento da comunidade.
Resolutividade: reforça a importância de a Atenção Básica ser 
resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado 
individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de 
construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente 
efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de 
autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver 
a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando 
o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário 
(BRASIL, 2017). 
Sendo considerada porta de entrada para o sistema, evidencia-se a importância do serviço de atenção 
básica no encaminhamento e desenvolvimento das ações coletivas e individuais. Para isso dispõe de 
tecnologias de cuidado centradas na pessoa, que objetivam, sobretudo, promover saúde por meio da 
autonomia de indivíduos e grupos.
Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de 
cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais 
e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, 
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos 
na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos 
de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida 
e da falta de coordenação do cuidado. 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários 
entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação 
entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos 
usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, 
contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada 
da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de 
saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. 
Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob 
sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em 
relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o 
planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, 
parta das necessidades de saúde das pessoas (BRASIL, 2017).
Considerada a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde 
(RAS), coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede, cabe 
ao serviço de Atenção Básica garantir a longitudinalidade, bem como a coordenação do cuidado, 
visando à construção de vínculo, o uso adequado dos procedimentos de referência e contrarreferência 
(encaminhamento), acompanhamento e organização do fluxo de atendimento/tratamento, garantindo 
o adequado uso das estruturas do sistema e alimentando o sistema com informações da população para 
que ele seja permanentemente adequado às necessidades da mesma.
Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, 
a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a 
competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia 
e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e 
coletividades do território. Considerando ainda o enfrentamento dos 
determinantes e condicionantes de saúde, através de articulação e 
integração das ações intersetoriais na organização e orientação dos 
serviços de saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e no 
exercício do controle social (BRASIL, 2017).
Não há como garantir a eficácia de uma política pública sem a participação da comunidade. É na 
comunidade que estão os problemas – questões a serem enfrentadas pelo sistema – assim como a 
solução para eles. 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é produto da participação popular, foi concebido pela população, 
para a população e a sua legitimidade em todos os níveis e serviços, como no caso da Atenção Básica, 
está intimamente vinculada à participação popular.
A participação da comunidade nas ações de planejamento, implementação e avaliação do Sistema 
Único de Saúde (SUS) é fundamental para o adequado funcionamento do sistema.
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A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para 
expansãoe consolidação da Atenção Básica. A política permite que outras estratégias de Atenção Básica 
sejam reconhecidas, desde que observados seus princípios e diretrizes, e tenham caráter transitório, 
devendo ser estimulada sua conversão em estratégia saúde da família. 
A integração entre a vigilância em saúde e a Atenção Básica é condição essencial para o alcance de 
resultados que atendam às necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade da atenção 
à saúde, e visa estabelecer processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à 
saúde, na perspectiva da intra e intersetorialidade. 
Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito 
do SUS, serão denominados Unidade Básica de Saúde (UBS), sendo que todas as UBS são consideradas 
potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação 
e avaliação tecnológica para a Rede de Atenção à Saúde.
Dentre as principais reponsabilidades na Atenção Básica no âmbito do SUS, comuns a todas as esferas 
de governo, estabelecidas na Política Nacional de Atenção Básica, podemos destacar a fundamental 
contribuição para a reorientação do modelo de atenção e de gestão, com base nos princípios e diretrizes 
anteriormente discutidos, enfatizando a necessidade de apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde 
da Família como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica.
Para tanto, se faz necessário garantir o bom funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, com 
espaços, mobiliário e equipamentos adequados, incluindo o desenvolvimento, disponibilização e 
implantação de Sistemas de Informação da Atenção Básica, bem como garantindo mecanismos que 
assegurem o uso qualificado dessas ferramentas.
A adaptação dos acessos e espaços das Unidades Básicas de Saúde, tornando-os acessíveis às pessoas 
com deficiência, também constitui responsabilidade de toas as esferas envolvidas. 
Tornar o acesso universal, equânime e ordenado às ações e serviços de saúde do Sistema Único de 
Saúde também deve ser um compromisso pactuado entre todas as esferas do governo, inclusive no que 
diz respeito à assistência farmacêutica e uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e 
acesso a medicamentos e insumos em conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e diretrizes 
terapêuticas, e com a relação específica complementar estadual, municipal, da União, ou do Distrito 
Federal de medicamentos nos pontos de atenção, visando à integralidade do cuidado. 
A portaria evidencia como responsabilidade de todas as esferas do governo a garantia de dispositivos 
para transporte em saúde, compreendendo as equipes, pessoas para realização de procedimentos 
eletivos, exames, entre outros, buscando assegurar a resolutividade e a integralidade do cuidado na 
Rede de Atenção à Saúde, conforme necessidade do território e planejamento de saúde.
Estimular e desenvolver o potencial dos profissionais de saúde também deve ser uma responsabilidade 
de todas as esferas do governo, desenvolvendo mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de 
qualificação da força de trabalho para gestão e atenção à saúde, estimulando e viabilizando a formação, 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
educação permanente e continuada dos profissionais, garantindo direitos trabalhistas e previdenciários, 
qualificando os vínculos de trabalho e implantando carreiras que associem desenvolvimento do 
trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às pessoas, tendo como foco a garantia de fixação de 
profissionais de saúde para a Atenção Básica, fundamental para a promoção de cuidado e vínculo. E ainda 
nesse sentido, tendo o profissional como grande potencial do sistema, a portaria destaca o necessário 
comprometimento com a promoção do intercâmbio de experiências entre gestores e entre trabalhadores, 
por meio de cooperação horizontal, além de estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que 
busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica. 
O compromisso de todas as esferas do governo com o estímulo à formação, desenvolvimento e 
capacitação profissional deve contemplar, inclusive, a garantia de espaços físicos e ambientes adequados 
para a formação de estudantes e trabalhadores de saúde, para a formação em serviço e para a educação 
permanente e continuada nas Unidades Básicas de Saúde.
O compromisso com a oferta de serviços voltada às necessidades do território deve ser 
permanentemente observado, evidenciando a fundamental participação de todas as esferas do governo, 
bem como da população no planejamento, implementação, avaliação e reorientação das ações da 
Atenção Básica nos territórios. 
No que diz respeito à avaliação e reorientação da Atenção Básica, a portaria orienta para o 
estabelecimento de mecanismos de autoavaliação, controle, regulação e acompanhamento sistemático 
dos resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de planejamento e 
programação, bem como para a divulgação das informações e dos resultados alcançados pelas equipes que 
atuam na Atenção Básica, estimulando a utilização dos dados para o planejamento das ações. Mecanismos 
regulares de autoavaliação para as equipes que atuam na Atenção Básica também devem ser desenvolvidos 
a fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e planejamento em saúde (BRASIL, 2017). 
A Política Nacional de Saúde define, ainda, as competências do Ministério da Saúde na gestão das 
ações de Atenção Básica no âmbito da União, sendo responsabilidade da União: 
I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão Intergestores 
Tripartite (CIT), as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica; 
II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da 
Atenção Básica; 
III - destinar recurso federal para compor o financiamento tripartite da 
Atenção Básica, de modo mensal, regular e automático, prevendo, entre 
outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das 
ações e serviços; 
IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distrito Federal 
e dos municípios no processo de qualificação e de consolidação da 
Atenção Básica;
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V - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto às gestões 
estaduais e municipais do SUS, com vistas à institucionalização da avaliação 
e qualificação da Atenção Básica; 
VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar 
instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de 
gestão, formação e educação permanente dos gestores e profissionais 
da Atenção Básica; 
VII - articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às 
mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós-graduação na área da 
saúde, visando à formação de profissionais e gestores com perfil adequado 
à Atenção Básica; e
VIII - apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde 
Municipais, Estaduais e do Distrito Federal, para formação e garantia de educação 
permanente e continuada para os profissionais de saúde da Atenção Básica, de 
acordo com as necessidades locais (BRASIL, 2017).
Nesse sentido, além de garantir as fontes de arrecadação e a destinação de recursos federais 
para custeio e investimento das ações e serviços da Atenção Básica, ao Ministério da Saúde cabe a 
revisão periódica da Política Nacional de Atenção Básica, o apoio aos processos de gestão, avaliação 
e qualificação da Atenção Básica, o estabelecimento de diretrizes e instrumentos voltados à gestão, 
formação e aperfeiçoamento dos profissionais da rede, de acordo com as necessidades de cada território.
Em parceria com o Ministério daEducação, o Ministério da Saúde deve colaborar para o aprimoramento 
dos processos de formação profissional na área da saúde, contribuindo com informações relevantes aos 
processos de reformulação curricular, a fim de tornar os currículos de graduação e pós-graduação cada 
vez mais adequados à formação de profissionais com perfil para atuar na Atenção Básica.
Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal a coordenação do componente 
estadual e distrital da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais e de acordo com as políticas, 
diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos Estados e do Distrito Federal:
I - pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Colegiado de Gestão 
no Distrito Federal, estratégias, diretrizes e normas para a implantação e 
implementação da Política Nacional de Atenção Básica vigente nos Estados 
e Distrito Federal; 
II - destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite 
da Atenção Básica, de modo regular e automático, prevendo, entre 
outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e investimento das 
ações e serviços; 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
III - ser corresponsável pelo monitoramento das ações de Atenção Básica 
nos municípios;
IV - analisar os dados de interesse estadual gerados pelos sistemas de informação, 
utilizá-los no planejamento e divulgar os resultados obtidos; 
V - verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sistemas de informação 
enviados pelos municípios, de acordo com prazos e fluxos estabelecidos para 
cada sistema, retornando informações aos gestores municipais; 
VI - divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da Atenção Básica, 
com intuito de assegurar o direito fundamental de acesso à informação; 
VII - prestar apoio institucional aos municípios no processo de implantação, 
acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e 
consolidação da Estratégia Saúde da Família; 
VIII - definir estratégias de articulação com as gestões municipais, com vistas à 
institucionalização do monitoramento e avaliação da Atenção Básica; 
IX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que 
facilitem o processo de formação e educação permanente dos membros das 
equipes de gestão e de atenção; 
X - articular instituições de ensino e serviço, em parceria com as Secretarias 
Municipais de Saúde, para formação e garantia de educação permanente 
aos profissionais de saúde das equipes que atuam na Atenção Básica; e 
XI - fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de serviços como a 
estratégia prioritária de organização da Atenção Básica (BRASIL, 2017). 
As Secretarias Estaduais de Saúde e o Distrito Federal são corresponsáveis pelo monitoramento das 
ações de Atenção Básica nos municípios, cabendo a eles, além de garantir a destinação de recursos 
estaduais, a pactuação de estratégias, diretrizes e normas para a implantação e implementação da 
Política Nacional de Atenção Básica, acompanhar e contribuir com os processos de gestão e avaliação da 
Atenção Básica, além de disponibilizar instrumentos e parcerias voltados aos processos de formação e 
educação permanente dos membros das equipes de Atenção Básica e de fortalecer a Estratégia Saúde da 
Família na rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. Ao município 
compete a maior parte das responsabilidades; sendo assim, as Secretarias Municipais de Saúde são 
responsáveis pela coordenação do componente municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites 
territoriais, de acordo com a política, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos 
Municípios e do Distrito Federal: 
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Unidade II
I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de 
forma universal, dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as 
cedidas pelo estado e pela União; 
II - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial 
de acordo com as necessidades de saúde identificadas em sua população, 
utilizando instrumento de programação nacional vigente; 
III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de cuidado, 
instituindo e garantindo os fluxos definidos na Rede de Atenção à Saúde 
entre os diversos pontos de atenção de diferentes configurações tecnológicas, 
integrados por serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir 
a integralidade do cuidado. 
IV - estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento responsável 
pelas equipes que atuam na Atenção Básica de acordo com as necessidades 
de saúde das pessoas, mantendo a vinculação e coordenação do cuidado 
(BRASIL, 2017).
A definição, organização, execução e gerenciamento dos serviços e ações de Atenção Básica, de 
forma universal, dentro do seu território é uma responsabilidade do município. Este deve programar as 
ações individuais e coletivas dentro do território, de acordo com as necessidades levantadas por meio 
dos processos baseados nos princípios que norteiam a atenção básica. As ações devem contemplar todos 
os processos necessários para suprir as necessidades de saúde dos usuários (indivíduo e comunidade), 
utilizando todos os mecanismos e tecnologias disponibilizados pela Política Nacional de Saúde, incluindo 
os processos de referência e contrarreferência (encaminhamento), assumindo a coordenação do cuidado.
V - manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, profissionais, 
carga horária, serviços disponibilizados, equipamentos e outros no Sistema 
de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme 
regulamentação específica; 
VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a 
porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS; 
VII - fomentar a mobilização das equipes e garantir espaços para a 
participação da comunidade no exercício do controle social; 
VIII - destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite 
da Atenção Básica; 
IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, e Secretaria Estadual 
de Saúde pelo monitoramento da utilização dos recursos da Atenção Básica 
transferidos aos municípios (BRASIL, 2017).
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Compete às Secretarias Municipais de Saúde a adequada distribuição dos recursos municipais, 
estaduais e federais ao município, bem como garantir a implementação e gestão adequada por meio dos 
sistemas de informação e instrumentos de gestão disponíveis, incluindo a participação da comunidade, 
em atenção aos objetivos da Política Nacional de Atenção Básica. 
X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços como a 
estratégia prioritária de organização da Atenção Básica;
XI - prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de implantação, 
acompanhamento, e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e 
consolidação da Estratégia Saúde da Família (BRASIL, 2017). 
Sendo a Atenção Básica considerada porta de entrada para o Sistema de Saúde e a Estratégia Saúde 
da Família tida como prioritária na organização da Atenção Básica, o apoio irrestrito à Estratégia Saúde 
da Família é de suma importância para a consolidação dos objetivos da Atenção Básica e do Sistema 
Único de Saúde como um todo.
XII - definir estratégias de institucionalização da avaliação da Atenção Básica; 
XIII - desenvolver ações, articular instituições e promover acesso aos 
trabalhadores, para formação e garantia de educação permanente e 
continuada aos profissionais de saúde de todas as equipes que atuam na 
Atenção Básica implantadas; 
XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as 
equipes multiprofissionaisde Atenção Básica, em conformidade com a 
legislação vigente (BRASIL, 2017).
A seleção, contratação e remuneração de pessoal para atuar na Atenção Básica é de responsabilidade 
dos municípios, os quais devem dispor de mecanismos e ações para o aprimoramento de pessoal por meio de 
processos de formação e educação permanente/ continuada.
XV - garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para 
o funcionamento das UBS e equipes, para a execução do conjunto de 
ações propostas; 
XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial necessário ao 
cuidado resolutivo da população (BRASIL, 2017)
A gestão municipal é responsável pela garantia dos recursos materiais, equipamentos e insumos 
necessários ao cuidado integral da população, incluindo o acesso à realização de exames laboratoriais, 
entre outros necessários ao diagnóstico.
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Unidade II
XVII - alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados 
inseridos nos sistemas nacionais de informação a serem enviados às outras 
esferas de gestão, utilizá-los no planejamento das ações e divulgar os 
resultados obtidos, a fim de assegurar o direito fundamental de acesso à 
informação (BRASIL, 2017).
Os dados inseridos nos sistemas nacionais de informação da Atenção Básica possuem a finalidade 
de auxiliar nos processos de gestão e avaliação dos serviços em todas as esferas, bem como de manter a 
população informada no que tange aos serviços oferecidos e suas estruturas de funcionamento. À esfera 
de gestão municipal cabe alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados.
XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia das referências a 
serviços e ações de saúde fora do âmbito da Atenção Básica e de acordo com 
as necessidades de saúde das mesmas; e 
XIX - assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os 
profissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção Básica, de 
acordo com as jornadas de trabalho especificadas no Sistema de Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente e a modalidade de atenção 
(BRASIL, 2017). 
Segundo a PNAB, as Redes de Atenção à Saúde (RAS) correspondem à estratégia adotada pelo SUS 
para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população e destacam a Atenção 
Básica como primeiro ponto de atenção e porta de entrada preferencial do sistema, que deve ordenar 
os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e informações em todos os pontos de atenção à saúde. 
A Estratégia de Saúde da Família é prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica; no 
entanto, também existem outros modos de organização da Atenção Básica nos territórios, os quais devem 
seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica e do SUS, configurando um processo progressivo e 
singular que considera e inclui as especificidades locorregionais, ressaltando a dinamicidade do território 
e a existência de populações específicas, itinerantes e dispersas, que também são de responsabilidade 
da equipe enquanto estiverem no território, em consonância com a política de promoção da equidade 
em saúde. 
Figura 11
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
A atenção básica considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir 
a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde – a qual constitui um processo contínuo e 
sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde. 
Além disso, visa ao planejamento e à implementação de ações públicas para a proteção da saúde da 
população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. 
Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões simplistas, nas quais, entre outras, há dicotomia 
e oposição entre a assistência e a promoção da saúde. Para tal, deve-se partir da compreensão de que 
a saúde possui múltiplos determinantes e condicionantes e que a melhora das condições de saúde das 
pessoas e coletividades passa por diversos fatores, os quais podem ser abordados na Atenção Básica. 
 Saiba mais
Conheça a Política Nacional de Atenção Básica na íntegra acessando:
BRASIL. Portaria nº 2.435, de 24 de outubro de 2012. Habilita Municípios 
a receberem recursos federais destinados à aquisição de equipamentos 
e material permanente para estabelecimentos de saúde. Brasília, 2012. 
Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/
prt2435_24_10_2012.html>. Acesso em: 15 maio 2018.
5.2 A estratégia Saúde da Família
A Estratégia Saúde da Família teve origem no ano de 1991, quando foi lançado o Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Com os bons resultados do PACS, principalmente na redução 
dos índices de mortalidade infantil, buscou-se uma ampliação e maior resolutividade das ações e, a 
partir de 1994, começaram a ser formadas as primeiras equipes de Saúde da Família.
O Programa Saúde da Família, hoje, Estratégia Saúde da Família, foi introduzido pelo Ministério da 
Saúde em 1994. 
A Estratégia Saúde da Família supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na 
doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, 
sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais 
assumem responsabilidade.
Mediante a adstrição de clientela, as equipes de Saúde da Família estabelecem vínculo com a 
população, possibilitando o compromisso e a corresponsabilidade desses profissionais com os usuários 
e a comunidade.
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Seu desafio é o de ampliar suas fronteiras de atuação, visando a uma maior resolubilidade da atenção, 
em que a Saúde da Família é compreendida como a estratégia principal, que deverá sempre se integrar 
a todo o contexto de reorganização do sistema de saúde. 
Trata-se de uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a 
implantação de equipes multiprofissionais em Unidades Básicas de Saúde. Essas equipes são responsáveis 
pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica 
delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação 
de doenças e agravos mais frequentes, além da manutenção da saúde das comunidades.
O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca permanente de 
comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes da equipe e desses com o 
saber popular do Agente Comunitário de Saúde.
A atuação das equipes ocorre nas Unidades Básicas de Saúde, nas residências e na mobilização da 
comunidade, caracterizando-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado 
de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por 
intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, 
permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde.
Recomenda-se que cada equipe se responsabilize pelo acompanhamento de 2 mil a, no máximo, 
3.500 habitantes localizados dentro do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção 
Básica, salvos os casos em que haja recomendação diferenciada, considerando eventuais peculiaridades 
da população atendida.
Quanto ao número de equipes, a recomendação da PNAB é de quatro equipes de Saúde da Família 
ou Atenção Básica por UBS, sendo o teto máximo de equipes definido pela fórmula (População/2.000). 
Em municípios ou territórios com menos de 2 mil habitantes, uma única equipe de Saúde da Família 
(eSF) ou de Atenção Básica (eAB) deve se responsabilizar por todaa população.
Cabe destacar que nem toda UBS possui Estratégia Saúde da Família; no entanto, as recomendações no 
que diz respeito aos parâmetros populacionais são os mesmos para o caso de equipes de Atenção Básica.
Composta, no mínimo, por médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e 
comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de 
enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe o agente de combate 
às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista 
em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. 
O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios 
demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. Em áreas de grande 
dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da 
população com número máximo de 750 pessoas por ACS.
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Caberá a cada gestor municipal realizar a análise de demanda do território e ofertas das UBS para 
mensurar sua capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias para ampliar o acesso, a qualidade 
e resolutividade das equipes e serviços da sua UBS.
5.3 Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB)
O serviço de atenção básica conta também com as equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família 
e Atenção Básica (Nasf-AB), o qual constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta 
por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. 
A equipe do Nasf-AB é formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da 
saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais 
das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB).
Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB): 
a. Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na 
Atenção Básica à que estão vinculadas; 
b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS 
principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no 
aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e 
necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; e 
c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, 
interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação 
permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais 
de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de 
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das 
equipes dentre outros, no território (BRASIL, 2017).
Atuando em parceria com as equipes de Atenção Básica, as Equipes do Núcleo Ampliado de Saúde 
da Família e Atenção Básica (Nasf-AB) oferecem atenção e retaguarda especializada, de acordo com as 
necessidades do território, dispondo de tecnologias específicas e profissionais especialistas.
Poderão compor os Nasf-AB as ocupações do Código Brasileiro de Ocupações (CBO) na área de saúde: 
• médico acupunturista; 
• assistente social; 
• profissional/professor de educação física; 
• farmacêutico; 
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• fisioterapeuta; 
• fonoaudiólogo; 
• médico ginecologista/obstetra; 
• médico homeopata; 
• nutricionista; 
• médico pediatra; 
• psicólogo; 
• médico psiquiatra; 
• terapeuta ocupacional; 
• médico geriatra; 
• médico internista (clínica médica); 
• médico do trabalho; 
• médico veterinário; 
• profissional com formação em arte e educação (arte educador) e 
• profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-
graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas. 
 Lembrete
Os profissionais de enfermagem, médico de família, ACS, ACE e 
profissionais de saúde bucal não estão entre os profissionais que podem 
compor a equipe do Nasf-AB, pois já fazem parte das equipes de eSF.
A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de 
acordo com as necessidades dos territórios.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Exemplo de Aplicação
Uma das competências específicas da Equipe do Nasf-AB é: 
Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, 
interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação 
permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais 
de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de 
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das 
equipes dentre outros, no território (BRASIL, 2017).
Imagine-se um profissional do Nasf-AB e elabore uma estratégia que utilize ações intersetoriais para 
a melhoria das condições de vida de uma comunidade.
Em territórios onde as equipes de Saúde da Família ainda não são uma realidade, é prevista a implantação 
da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para 
a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família 
ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção Básica. 
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção Básica, são responsáveis pela atenção 
à saúde de populações que apresentem vulnerabilidades sociais peculiares e, por consequência, 
necessidades de saúde específicas, assim como pela atenção à saúde de qualquer outra pessoa. Isso 
porque a Atenção Básica possui responsabilidade direta sobre ações de saúde em determinado território, 
considerando suas singularidades, o que possibilita intervenções mais oportunas nessas situações 
específicas, com o objetivo de ampliar o acesso à RAS e ofertar uma atenção integral à saúde.
Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar atenção à saúde de populações distintas. 
Em algumas realidades, contudo, ainda é possível e necessário dispor, além das equipes descritas 
anteriormente, de equipes adicionais para realizar as ações de saúde a populações específicas no âmbito 
da Atenção Básica, que devem atuar de forma integrada para a qualificação do cuidado no território. 
Aponta-se para um horizonte em que as equipes que atuam na Atenção Básica possam incorporar 
tecnologias dessas equipes específicas, de modo que se faça uma transição para um momento em que 
não serão necessárias essas equipes específicas, e todas as pessoas e populações serão acompanhadas 
pela eSF. Mas essa ainda não é uma realidade no Brasil. Nesse sentido, são consideradas equipes de 
Atenção Básica para Populações Específicas:
• Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR).
• Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF).
• Equipe de Consultório na Rua (eCR).
• Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP).
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Quanto à Saúde da Família, constitui uma estratégia para a organização e fortalecimento da Atenção 
Básica como o primeiro nível de atenção à saúde na Redes de Atenção à Saúde do SUS, procurando o 
fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, a qualificação e reorientação das práticas 
de saúde embasadas na promoção da saúde.
A noção de consulta é superada por outra ação de maior amplitude, que passa a ser concebida como 
cuidado, uma nova atitude frente aos processos de saúde-doença da comunidade.
Contudo, considerando a importância da Política Nacional de AtençãoBásica na melhoria das 
condições de vida e saúde da população brasileira, sobretudo no que diz respeito às ações voltadas 
à promoção da saúde desenvolvidas pelas equipes de Atenção Básica e Saúde da Família, a mesma é 
considerada uma política de grande relevância para a inclusão social. 
Exemplo de Aplicação
Equipes de atenção básica para populações específicas são constituídas para viabilizar o atendimento 
do serviço de atenção básica a populações em situação de rua, prisional, famílias ribeirinhas e em 
Unidades Básicas de Saúde fluviais.
Com base nas competências exclusivas do Nasf-AB e nas diretrizes da Política Nacional de Promoção 
da Saúde, apresentadas anteriormente, imagine-se como um profissional do Nasf-AB e reflita sobre suas 
possibilidades de atuação com foco na inclusão social de populações específicas. 
5.4 A política nacional de promoção da saúde
5.4.1 O referencial da promoção da saúde (O que é promoção da saúde?)
A promoção da saúde é entendida como um processo de capacitação da comunidade para atuar na 
melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo. 
Visa à saúde não como um objetivo em si, mas como um recurso fundamental para a vida cotidiana, 
constituindo processo em busca do empoderamento de indivíduos e comunidades (ORGANIZAÇÃO 
PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 1986). 
Reconhecida internacionalmente como um importante processo para enfrentar os atuais problemas 
de saúde pública e de desenvolvimento social, suas abordagens e projetos estão intrinsecamente 
relacionados aos conceitos de saúde e metas de desenvolvimento social adotados pelas políticas públicas 
e governos. 
Sendo assim, podemos encontrar diferentes referenciais teóricos para o campo da Promoção da 
Saúde que algumas vezes são dicotômicos e outras vezes complementares entre si, mas que devem 
atender às necessidades sociais em saúde de determinada população ou região.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Para Buss (2000), o desenvolvimento da promoção da saúde é considerado como campo conceitual 
e de prática que busca explicações e respostas para a articulação entre saúde e qualidade de vida, 
considerando a relevância das causas sociais das más condições de vida e saúde.
A promoção da saúde constitui ação sobre a ampla causalidade do processo saúde-doença, sendo 
uma nova visão baseada em conceito positivo para ser utilizado por profissionais de modo geral e, em 
especial, os de saúde, para que objetivem fortalecer os indivíduos para enfrentar os momentos difíceis 
e vencê-los, e retornar à vida com felicidade e qualidade.
As ações de Promoção da Saúde (PS) visam à capacitação e ao empoderamento como fundamentais 
para a emancipação da população, sendo uma condição necessária para o exercício efetivo da cidadania 
em busca de melhores condições de vida e consequentemente de boa saúde.
A amplitude das abordagens teórico-metodológicas do campo da Promoção da Saúde (PS) configura 
um novo e promissor paradigma na saúde. Suas bases conceituais dão suporte à reorganização do 
trabalho em saúde, para que este se constitua como uma forma de resposta social organizada aos 
problemas e necessidades de saúde de uma dada população.
 Historicamente, a partir dos resultados do relatório Lalonde na década de 1970, identificou-se que 
o modelo biomédico utilizado até então na atenção à saúde enfatizava a prevenção, o tratamento e 
a recuperação, deixando de lado a educação e a promoção da saúde e ainda não incluía os aspectos 
socioeconômicos, políticos e culturais que influenciam o processo saúde-doença. Surgiu então um novo 
modelo de atenção à saúde integral e um novo paradigma para a saúde pública, a Promoção da Saúde 
(PELICIONI; PELICIONI, 2007).
 As primeiras políticas de promoção da saúde e bases conceituais com enfoque socioambiental e 
inclusivo foram desenvolvidas a partir das conferências internacionais de Ottawa (Canadá) em 1986, 
Adelaide (Austrália) em 1988, Sundsvall (Suécia) em 1991 e Jacarta (Indonésia) em 1997. Na América 
Latina, a Conferência Interamericana de Promoção da Saúde que ocorreu em Bogotá (Colômbia), no ano 
de 1992, trouxe formalmente o tema para o contexto sub-regional (BRASIL, 2002). 
Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos 
devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio 
ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse 
sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as 
capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde e 
vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.
Essa é a concepção de promoção da saúde da I Conferência Internacional sobre Promoção da 
Saúde realizada em Ottawa, no Canadá, em 1986, e até hoje muito atual para fins de construção e 
implementação de políticas públicas que visam à inclusão social. Ela foi uma resposta às crescentes 
expectativas por uma nova saúde pública, movimento que vinha ocorrendo em todo o mundo. 
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Unidade II
As discussões localizaram, principalmente, as necessidades em saúde nos países industrializados, 
embora tenham levado em conta necessidades semelhantes de outras regiões do globo. As conversas 
foram baseadas nos progressos alcançados com a Declaração de Alma Ata para os Cuidados Primários 
em Saúde, com o documento da Organização Mundial da Saúde sobre “Saúde Para Todos”, assim como 
com o debate ocorrido na Assembleia Mundial da Saúde sobre as ações intersetoriais necessárias para 
o setor.
A Declaração de Ottawa esclarece que o incremento nas condições de saúde de uma população 
requer uma base sólida em pré-requisitos básicos. Nesse sentido, estabelece que as condições e recursos 
fundamentais para a saúde são:
Paz
Habitação
Educação
Alimentação
SAÚDE
Renda
Equidade
Ecossistema
 estável
Recursos 
sustentáveis
Justiça 
social
Figura 12
Nesse sentido, estabelece como campos de ação (ou eixos) para as políticas e estratégias em 
promoção da saúde:
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
• Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis (equidade em saúde, distribuição 
mais equitativa da renda, políticas sociais, intervenção multi e intersetorial sobre os 
determinantes da saúde).
• Criação de ambientes favoráveis à saúde.
• Reforço da ação comunitária (empoderamento).
• Desenvolvimento de habilidades pessoais.
• Reorientação do sistema de saúde.
Políticas públicas saudáveis 
A promoção da saúde vai além dos cuidados de saúde, colocando a saúde na agenda de prioridades 
dos políticos e dirigentes em todos os níveis e setores, chamando-lhes a atenção para as consequências 
que suas decisões podem ocasionar no campo da saúde e a aceitarem suas responsabilidades políticas 
com a saúde. 
Uma política de promoção da saúde deve combinar diversas abordagens complementares, 
que incluem legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças organizacionais. É uma ação 
coordenada que aponta para a equidade em saúde, distribuição mais equitativa da renda e 
políticas sociais. As ações conjuntas contribuem para assegurar bens e serviços públicos mais 
seguros e ambientes mais limpos e desfrutáveis. 
Uma política de promoção da saúde requer a identificação e a remoção de obstáculos para a adoção 
de políticas públicas saudáveis nos setores que não estão diretamente ligados à saúde. O objetivo maior 
deve ser indicar aos dirigentes e políticos que as escolhas saudáveis são as mais fáceis de realizar.
Ambientes favoráveis à saúde 
Nossas sociedades são complexas e inter-relacionadas.Assim, a saúde não pode estar separada de 
outras metas e objetivos. As inextricáveis ligações entre a população e seu meio ambiente constituem a 
base para uma abordagem socioecológica da saúde. 
O princípio geral orientador para o mundo, as nações, as regiões e até mesmo as comunidades é a 
necessidade de encorajar a ajuda recíproca – cada um a cuidar de si próprio, do outro, da comunidade 
e do meio ambiente natural.
A conservação dos recursos naturais do mundo deveria ser enfatizada como uma responsabilidade 
global. Mudar os modos de vida, de trabalho e de lazer têm um significativo impacto sobre a saúde. 
Trabalho e lazer deveriam ser fontes de saúde para as pessoas. A organização social do trabalho deveria 
contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável. 
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Unidade II
A promoção da saúde gera condições de vida e trabalho seguras, estimulantes, satisfatórias 
e agradáveis. O acompanhamento sistemático do impacto que as mudanças no meio ambiente 
produzem sobre a saúde – particularmente, nas áreas de tecnologia, trabalho, produção de energia 
e urbanização – é essencial e deve ser seguido de ações que assegurem benefícios positivos para 
a saúde da população. 
A proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais devem fazer parte de qualquer 
estratégia de promoção da saúde.
Reforçando a ação comunitária (empoderamento) 
A promoção da saúde trabalha através de ações comunitárias concretas e efetivas no desenvolvimento 
das prioridades, na tomada de decisão, na definição de estratégias e na sua implementação, visando à 
melhoria das condições de saúde. 
O centro desse processo é o incremento do poder das comunidades – a posse e o controle dos seus 
próprios esforços e destino. O desenvolvimento das comunidades é feito sobre os recursos humanos e 
materiais nelas existentes para intensificar a autoajuda e o apoio social, e para desenvolver sistemas 
flexíveis de reforço da participação popular na direção dos assuntos de saúde. Isso requer um total e 
contínuo acesso à informação, às oportunidades de aprendizado para os assuntos de saúde, assim como 
apoio financeiro adequado.
Desenvolvendo habilidades pessoais 
A promoção da saúde apoia o desenvolvimento pessoal e social através da divulgação e informação, 
educação para a saúde e intensificação das habilidades vitais. Com isso, aumentam as opções disponíveis 
para que as populações possam exercer maior controle sobre sua própria saúde e sobre o meio ambiente, 
bem como fazer opções que conduzam a uma saúde melhor. 
É essencial capacitar as pessoas para aprender durante toda a vida, preparando-as para as diversas 
fases da existência, o que inclui o enfrentamento das doenças crônicas e causas externas. 
Essa tarefa deve ser realizada nas escolas, nos lares, nos locais de trabalho e em outros espaços 
comunitários. As ações devem se realizar através de organizações educacionais, profissionais, comerciais 
e voluntárias, bem como pelas instituições governamentais. 
Reorientação dos serviços de saúde 
A responsabilidade pela promoção da saúde nos serviços de saúde deve ser compartilhada entre indivíduos, 
comunidade, grupos, profissionais da saúde e instituições que prestam serviços de saúde e governos. 
Todos devem trabalhar juntos no sentido de criarem um sistema que contribua para a conquista 
de um elevado nível de saúde. O papel do setor saúde deve mover-se, gradativamente, no sentido da 
promoção da saúde, além das suas responsabilidades de prover serviços clínicos e de urgência. 
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Os serviços de saúde precisam adotar uma postura abrangente, que perceba e respeite as 
peculiaridades culturais. Essa postura deve apoiar as necessidades individuais e comunitárias 
para uma vida mais saudável, abrindo canais entre o setor saúde e os setores sociais, políticos, 
econômicos e ambientais. 
A reorientação dos serviços também requer um esforço maior de pesquisa em saúde, assim como 
mudanças na educação e no ensino dos profissionais da área. Isso precisa levar a uma transformação de 
atitude e de organização dos serviços de saúde para que focalizem as necessidades globais do indivíduo 
como pessoa integral que é.
Os cinco campos de ação da promoção da saúde são transversais a todos os setores sociais, 
caracterizando a proposta da promoção da saúde como genuinamente intersetorial. Considera que 
as condições e requisitos para a saúde são: paz, educação, habitação, alimentação, renda, ecossistema 
estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. Dessa forma, a Carta de Ottawa reafirma os 
determinantes múltiplos da saúde e trata o conceito de saúde como bem-estar que transcende a ideia 
de formas sadias de vida (BUSS, 2000).
Outras conferências internacionais subsequentes à Jacarta (1997) contribuíram para a ampliação 
do campo de observação e da constituição do referencial teórico-metodológico da chamada “nova 
Promoção da Saúde”, tais como a V Conferência Internacional de Promoção da Saúde, realizada na Cidade 
do México (México) no ano de 2000, a VI Conferência Internacional realizada na cidade de Bangcoc no 
ano de 2005, a VII Conferência Internacional de Promoção da Saúde, ocorrida na cidade de Nairóbi 
(Quênia) em 2009 e, por último, a VIII Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde realizada 
em Helsinki, na Finlândia, em junho de 2013, onde cerca de novecentos delegados representando países 
do mundo todo discutiram como têm ocorrido a implementação das decisões políticas sobre saúde, 
reafirmando a importância da inclusão da saúde em todas as políticas, como estratégia para aumentar 
as chances de uma vida mais saudável e ao mesmo tempo alcançar objetivos políticos em outras áreas. 
 Saiba mais
Conheça mais sobre as Cartas da Promoção da Saúde acessando o 
seguinte link:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto 
Promoção da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde. Ministério da Saúde, 
Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da Saúde. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/cartas_promocao.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Promover diz respeito a “dar impulso a; fomentar; originar; gerar”, mais amplo que prevenir, 
promover refere-se às medidas que não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem 
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para aumentar a saúde e o bem-estar gerais. As estratégias de promoção enfatizam a transformação 
das condições de vida e de trabalho que conformam a estrutura subjacente aos problemas de saúde, 
demandando uma abordagem intersetorial (CZERESNIA, 2009, p. 45).
Para Czeresnia (2009, p. 39-48), a ideia de promoção envolve a de fortalecimento da capacidade 
individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes da saúde. Indo além de uma 
aplicação técnica e normativa, considera que não basta conhecer o funcionamento das doenças 
e encontrar mecanismos para o seu controle, trata-se do fortalecimento da saúde por meio da 
construção de capacidade de escolha, pois um dos eixos básicos do discurso da promoção de saúde é 
fortalecer a ideia de autonomia dos sujeitos e dos grupos sociais. No entanto, a perspectiva conservadora 
da promoção de saúde tem reforçado a tendência de diminuição das responsabilidades do Estado, 
delegando, progressivamente, aos sujeitos, a tarefa de tomar conta de si mesmos. Já as perspectivas 
progressistas ressaltam a elaboração de políticas públicas intersetoriais, voltadas à obtenção da melhoria 
da qualidade de vida das populações. 
Ainda que impliquem em diferentes abordagens, a lógica dos níveis de prevenção ainda se faz presente 
na saúde, ao constituir-se como referênciapara muitos cursos de formação, produções técnicas e até 
mesmo políticas públicas, programas e estratégias de saúde. Sendo assim, são relevantes os esforços 
acadêmicos no sentido de demonstrar as principais diferenças entre as perspectivas conservadoras de 
promoção da saúde, voltadas à lógica preventivista desenvolvida a partir da história natural das doenças 
e a nova perspectiva da promoção saúde vista a partir de um conceito positivo de saúde, a qual tem 
impulsionado o desenvolvimento do campo da saúde pública/coletiva, por meio do reconhecimento 
da ampliação do escopo dos determinantes e condicionantes da saúde e consequentemente das 
possibilidades de ação e intervenção eficazes (SCABAR, 2014).
O quadro a seguir apresenta uma analogia entre as perspectivas preventivista e da promoção da 
saúde, a fim de tornar mais claras as suas diferenças.
Quadro 1
Categorias Promoção da saúde Prevenção de doenças 
Modelo de intervenção Participativo Médico 
Alvo Toda a população, no seu ambiente total Principalmente os grupos de alto risco da população 
Incumbência Rede de temas da saúde Patologia específica 
Estratégias Diversas e complementares Geralmente única 
Abordagens Facilitação e capacitação Direcionadoras e persuasivas 
Direcionamento das medidas Oferecido à população Impostas a grupos-alvo 
Objetivos dos programas Mudanças na situação dos indivíduos e de seu ambiente 
Focam em indivíduos e grupos de 
pessoas 
Executores dos programas Organizações não profissionais, movimentos sociais, governos locais, municipais, etc. Profissionais de saúde 
Fonte: Scabar, 2014
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Ações preventivas possuem foco assistencial e ações de promoção da saúde preconizam processo 
educacional e emancipatório. Trata-se de ação política com o objetivo de transformar realidades sociais 
por meio do empoderamento.
 Observação
Ações preventivas são importantes e fundamentais para o alcance de 
boas condições de saúde de uma população; no entanto, não devem ser 
confundidas com ações de promoção da saúde. 
5.4.2 A política nacional de promoção de saúde como modelo de política pública vigente
Tanto a Constituição Federal de 1998, quanto na Lei Orgânica da Saúde fazem menção à Promoção 
da Saúde; no entanto, segundo Castro (2005) e Buss (2000), apenas em 1998 surgiram as primeiras 
ações com o objetivo de propor políticas públicas de saúde que atuassem além do setor sanitário, tendo 
como referência os determinantes sociais da saúde (DSS).
Embora o conceito ampliado de saúde tenha sido resultado da 8ª Conferência Nacional de Saúde de 
1986 e faça parte da Política Nacional de Saúde desde a sua criação em 1990, a criação de políticas e 
estratégias que trabalham as questões de saúde de forma ampliada, conforme o referido conceito, são 
iniciativas mais recentes e impulsionadas principalmente a partir da tradução e divulgação das Cartas 
de Promoção da Saúde pelo Ministério da Saúde, o que ocorreu a partir do ano de 2002.
Nesse sentido, considera-se a promoção da saúde um importante instrumento para trabalhar a 
saúde a partir do conceito ampliado, sendo uma importante referência para a elaboração de políticas 
públicas que objetivam a inclusão social.
No ano de 2014, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi revisada por meio de 
um processo participativo que contou com a colaboração de gestores públicos, participantes de 
movimentos sociais, professores e pesquisadores de universidades. A versão anterior era do ano de 
2006 e já havia passado por edições que, ao longo dos anos, trouxeram contribuições e atualizações 
ao texto original.
A atual versão, publicada por meio da Portaria 2.446, de 11 de novembro de 2014, traz em sua 
base o conceito ampliado de saúde e o referencial teórico da promoção da saúde como um conjunto 
de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se pela 
articulação e cooperação intra e intersetorial, pela formação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), 
buscando articular suas ações com as demais redes de proteção social, com ampla participação e 
controle social (BRASIL, 2014).
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São valores fundantes no processo de efetivação da PNPS:
I - a solidariedade, entendida como as razões que fazem sujeitos e coletivos 
nutrirem solicitude para com o próximo, nos momentos de divergências ou 
dificuldades, construindo visão e metas comuns, apoiando a resolução das 
diferenças, contribuindo para melhorar a vida das pessoas e para formar 
redes e parcerias;
II - a felicidade, enquanto autopercepção de satisfação, construída nas 
relações entre sujeitos e coletivos, que contribui na capacidade de decidir 
como aproveitar a vida e como se tornar ator partícipe na construção de 
projetos e intervenções comuns para superar dificuldades individuais e 
coletivas a partir do reconhecimento de potencialidades;
III - a ética, a qual pressupõe condutas, ações e intervenções sustentadas 
pela valorização e defesa da vida, sendo pautadas para o bem comum, com 
dignidade e solidariedade;
IV - o respeito às diversidades, que reconhece, respeita e explicita as diferenças 
entre sujeitos e coletivos, abrangendo as diversidades étnicas, etárias, de 
capacidade, de gênero, de orientação sexual, entre territórios e regiões 
geográficas, dentre outras formas e tipos de diferenças que influenciam ou 
interferem nas condições e determinações da saúde;
V - a humanização, enquanto elemento para a evolução do homem, por meio 
da interação com o outro e seu meio, com a valorização e aperfeiçoamento de 
aptidões que promovam condições melhores e mais humanas, construindo 
práticas pautadas na integralidade do cuidado e da saúde;
VI - a corresponsabilidade, enquanto responsabilidades partilhadas entre 
pessoas ou coletivo, onde duas ou mais pessoas compartilham obrigações e/
ou compromissos;
VII - a justiça social, enquanto necessidade de alcançar repartição equitativa dos 
bens sociais, respeitados os direitos humanos, de modo que as classes sociais 
mais desfavorecidas contem com oportunidades de desenvolvimento; e
VIII - a inclusão social, que pressupõe ações que garantam o acesso aos 
benefícios da vida em sociedade para todas as pessoas, de forma equânime 
e participativa, visando à redução das iniquidades (BRASIL, 2014).
Os princípios da equidade, participação social, autonomia, empoderamento, intersetorialidade, 
intrasetorialidade, sustentabilidade, integralidade e territorialidade são referenciais para a implementação 
da Política Nacional de Saúde. 
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As diretrizes da PNPS baseiam-se no estímulo à cooperação e à articulação intra e intersetorial, ou 
seja, dentro e fora do setor saúde, contando com o apoio das demais áreas do desenvolvimento social 
para ampliar a atuação sobre os fatores que determinam e condicionam a saúde da população, tais 
como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, 
a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. 
No que diz respeito às diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde, são baseadas no incentivo 
à gestão democrática, participativa e transparente, para fortalecer a participação, o controle social e a 
corresponsabilidade de sujeitos, coletividades, instituições e esferas governamentais e sociedade civil, 
considerando a fundamental participação de todos os envolvidos para o alcance da eficácia e do sucesso 
das ações, propondo a ampliação da governança no desenvolvimento de ações de promoção da saúde 
que sejam sustentáveis nas dimensões política, social, cultural, econômica e ambiental.
O estimulo à pesquisa,à produção e à difusão de experiências, conhecimentos e evidências que 
apoiem a tomada de decisão, a autonomia, o empoderamento coletivo e a construção compartilhada de 
ações de promoção da saúde, constitui diretriz indispensável para a implementação, desenvolvimento 
e aprimoramento da PNPS, que propõe apoiar a formação e a educação permanente em promoção da 
saúde para ampliar o compromisso e a capacidade crítica e reflexiva dos gestores e trabalhadores de 
saúde, bem como o incentivo ao aperfeiçoamento de habilidades individuais e coletivas, para fortalecer 
o desenvolvimento humano sustentável.
A PNPS deve contar com ações intersetoriais para incorporar as intervenções de promoção da saúde 
no modelo de atenção à saúde, especialmente no cotidiano dos serviços de atenção básica em saúde, 
considerando a relevância das ações desenvolvidas pela atenção básica, como porta de entrada para 
o Sistema de Saúde e a sua responsabilidade na organização do mesmo, incluindo a organização dos 
processos de gestão e planejamento, como forma de fortalecer e promover a implantação da PNPS na 
RAS, de modo transversal e integrado, compondo compromissos e corresponsabilidades para reduzir a 
vulnerabilidade e os riscos à saúde vinculados aos determinantes sociais (BRASIL, 2014).
Tais diretrizes reforçam a característica pública da Política Nacional de Saúde ao incorporar a 
participação das diferentes esferas da sociedade civil no seu processo de implementação e gestão.
Cabe destacar a importante contribuição das universidades no último processo de revisão da PNPS, 
que resultou no atual texto, publicizado por meio da Portaria 2.446 de 2014. Nota-se que diversas 
opiniões, críticas e sugestões dadas pelo grupo aparecem nos itens da nova política, como exemplo os 
temas relacionados à formação e educação permanente, educação continuada e formação profissional 
(MINOWA et al. 2018).
Minowa e colaboradores afirmam que a revisão da política é uma questão dialética, que não termina 
quando a política é publicada oficialmente. No que diz respeito à contribuição da universidade, trata-se 
de uma ação contínua, que acontecerá enquanto a política existir, pois a universidade, através de seus 
professores e cientistas políticos, permanece atenta, sempre observando e agindo para que a política 
permaneça viva e atualizada de acordo com as mudanças nas relações de poder e saber.
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Tendo por objetivo geral promover a equidade e a melhoria das condições e modos de viver, ampliando 
a potencialidade da saúde individual e da saúde coletiva, reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde 
decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais, são definidos como 
objetivos específicos da PNPS: 
I - estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado 
na RAS, articulada às demais redes de proteção social;
II - contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na 
equidade, na participação e no controle social, visando reduzir as desigualdades 
sistemáticas, injustas e evitáveis, com respeito às diferenças de classe social, 
de gênero, de orientação sexual e identidade de gênero, entre gerações, 
étnico-raciais, culturais, territoriais e relacionadas às pessoas com deficiências 
e necessidades especiais;
III - favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade e o desenvolvimento 
seguro, saudável e sustentável;
IV - promover a cultura da paz em comunidades, territórios e Municípios;
V - apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes 
saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem-viver 
(BRASIL, 2014).
Os objetivos específicos da PNPS evidenciam a preocupação com os Determinantes Sociais da 
Saúde – fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, psicológicos e comportamentais (CNDSS, 
2006) – orientando ações para a melhoria dos fatores de risco na população, os quais muitas vezes são 
responsáveis pela ocorrência dos problemas de saúde.
VI - valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas 
e complementares;
VII - promover o empoderamento e a capacidade para tomada de decisão 
e a autonomia de sujeitos e coletividades por meio do desenvolvimento de 
habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da saúde e 
da vida;
VIII - promover processos de educação, formação profissional e 
capacitação específicas em promoção da saúde, de acordo com os 
princípios e valores expressos nesta Portaria, para trabalhadores, gestores 
e cidadãos (BRASIL, 2014)
Como uma Política Pública que visa à inclusão social, a PNPS é comprometida com o processo de 
capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma 
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
maior participação no controle deste processo, ou seja, com o empoderamento de indivíduos e grupos, 
capacitando-os para utilizarem as suas habilidades pessoais para tomar decisões e ter controle sobre 
a sua própria saúde. Nesse sentido, a Política Nacional de Promoção da Saúde compromete-se com 
processos de educação em saúde na formação para a cidadania ativa como ação transformadora da 
realidade social em busca da melhoria da qualidade de vida.
IX - estabelecer estratégias de comunicação social e mídia direcionadas ao 
fortalecimento dos princípios e ações em promoção da saúde e à defesa de 
políticas públicas saudáveis;
X - estimular a pesquisa, produção e difusão de conhecimentos e estratégias 
inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde;
XI - promover meios para a inclusão e qualificação do registro de atividades 
de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de informação e 
inquéritos, permitindo análise, monitoramento, avaliação e financiamento 
das ações;
XII - fomentar discussões sobre modos de consumo e produção que estejam 
em conflito de interesses com os princípios e valores da promoção da saúde e 
que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde; e
XIII - contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrassetoriais 
com as agendas nacionais e internacionais (BRASIL, 2014).
Entre os objetivos específicos da PNPS, destacam-se, ainda, as ações de comunicação social e mídia, 
o estímulo à pesquisa, produção e difusão de conhecimentos no âmbito das ações de promoção da 
saúde, bem como a articulação inter e intrassetoriais das agendas nacionais e internacionais, todos 
fundamentais no alcance dos demais objetivos propostos.
Operando em consonância com os seus princípios e valores, assim como com os princípios e valores 
do SUS, a Política Nacional de Saúde prevê trabalhar transversalmente com os seguintes temas de 
referência para elaboração de suas agendas, adoção de estratégias e temas prioritários:
• Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade.
• Desenvolvimento sustentável.
• Produção de saúde e cuidado. 
• Ambientes e territórios saudáveis. 
• Vida no trabalho. 
• Cultura da paz e direitos humanos. 
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No que diz respeito ao tema determinantes sociais da saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade, 
a Política objetiva desenvolver ações e programas que visam à identificação das diferenças nas condições 
e nas oportunidades de vida, buscando alocar recursos e esforços para a redução das desigualdades 
injustas e evitáveis, por meio do diálogo entre os saberes técnicos e populares, com a finalidade de 
promover acesso e/ou melhoria nos fatores que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e 
seus fatores de risco na população, sendo esses fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, 
psicológicos e comportamentais.
Quanto ao tema desenvolvimento sustentável, a proposta é dar

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