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APG 2 - É COISA DE PELE - ADDISON

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Carlos Caique A. Mendes 
Curso de Medicina 4º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai / Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI IV. 
 Salmos 23. 
APG – 02 
É COISA DE PELE 
DATA: 05/08/2021 → 09/08/2021
OBJETIVOS: 
1. Discutir a fisiopatologia, etiologia e epidemiologia da 
doença de Addison; 
2. Explicar as manifestações clínicas e diagnóstico da 
doença de Addison. 
 
➔ EPIDEMIOLOGIA: 
→ Condição pouco frequente: 0,45-11,7 casos/100 mil 
habitantes; 
→Adrenalite autoimune responsável: 68% a 94% dos 
casos; 
→São Paulo - Brasil: Autoimune: 39%; 
paracoccidioidomicose: 28%; tuberculose: 11%; 
adrenoleucodistrofia: 7,3%. 
→Aproximadamente de 39 a 60 casos → 1 milhão de 
pessoas. 
Mais comum em mulheres; 
Ocorre entre 30~50 anos. 
 
➔ ETIOLOGIA: 
✓ ADRENALITE AUTOIMUNE: → responsável 
60~80%; 
✓ HISTOPLASMOSE; 
✓ HEMORRAGIA; 
✓ INFARTO DAS ADRENAIS; 
✓ DOENÇAS GENÉTICAS; 
✓ CARNINOMA METASTÁTICO; 
✓ ADRENALITE RELACIONADA COM A AIDS 
(citomegalovírus). 
 
➔ FISIOPATOLOGIA: 
 
1. Insuficiência adrenocortical aguda primária 
(crise suprarrenal); 
2. Insuficiência adrenocortical crônica primária 
(doença de Addison); 
3. Insuficiência adrenocortical secundária 
(deficiência de ACTH ou CRH). 
 
1.1 →Insuficiência adrenocortical aguda: 
Pode ter etiologia das seguintes: 
- Síndrome de Waterhouse-Friederichsen (necrose 
hemorrágica maciça e aguda das adrenais – SEPSE); 
- Retirada súbita da terapia de longo prazo com 
corticosteroides; 
- Estresse em pacientes com insuficiência suprarrenal 
crônica subjacente. 
→Em resumo, são crises desencadeadas por algum 
fator estressante que sobrecarregue as reservas 
fisiológicas limitadas. 
 
1.2 → INSUFICIÊNCIA ADRENOCORTICAL 
CRÔNICA: DOENÇA DE ADDISON. 
Distúrbio raro resultante da destruição progressiva 
do córtex suprarrenal. 
Está relacionado com a produção de anticorpos 
antisuprarrenais, (presente em +/- 80%) pode ser 
isolada ou associada à síndrome poliglandular 
autoimune (tipos: 1 ou 2). 
→Anticorpos anticórtex da glândula suprarrenal 
(ACSRs); 
→Anticorpos dirigidos contra a enzima esteroide 21-
hidroxilase (citocromo P450c21). →+ESPECÍFICOS 
DA DOENÇA DE ADDISON. 
Pacientes que tem algum distúrbio autoimune há uma 
pré terminação maior de desenvolver doença de 
Addison. 
Esses anticorpos, que são ANTI..., podem também ser 
encontrados na tireoide (45%), gastro (30%); forma 
intrínseco (9%); paratireoides (26%) gonadais (17%) 
ilhotas pancreáticas (8%). 
Por isso que a doença nas suprarrenais de etiologia 
autoimune está associada a outras patologias. 
 
 
 
 
 
 
 
Carlos Caique A. Mendes 
Curso de Medicina 4º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai / Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI IV. 
 Salmos 23. 
✓ SÍNDROME POLIENDÓCRINA AUTOIMUNE 
TIPO 1 (SPA-1): 
Distúrbio autossômico recessivo raro, causado pela 
mutação do regulador autoimune, o AIRE, com início na 
infância. Para o descobrir que a etiologia é essa, precisa 
ter a identificação de pelo menos 2 dessas condições: 
insufic. Suprarrenal, hipoparatireoidismo e candidíase 
mucocutânea, podendo estar inclusivo também o DM-1, 
insufic. Gonadal, alopecia, vitiligo, anemia perniciosa, 
hepatite crônica e má absorção no TGI. 
A patogênese autoimune envolve a produção de 
anticorpos dirigidos contra a enzima de clivagem da 
cadeia lateral do colesterol P450 (P450scc); que 
converte o colesterol em pregnenolona (etapa inicial na 
síntese do cortisol). 
O P450scc é encontrado tanto nas adrenais quanto nas 
gônadas, mas não em outros tecidos na SPA-1. 
 
✓ SÍNDROME POLIENDÓCRINA AUTOIMUNE 
TIPO 2 (SPA-2): 
Consiste em insufic. Adrenal, tireoidite de Hashimoto e 
DM-1. Está associada aos haplótipos HLA-B8 (DW3) 
e DR3. 
A patogênese envolve a mutação de anticorpos contra 
a enzima 12-OH. → vitiligo (4-17%), anemia 
perniciosa, doença celíaca, miastenia grave. Há 
também espessamento da cápsula, e uma degeneração 
por estroma fibroso e linfócitos do córtex, a medula é 
preservada. 
 
➔ TUBERCUOSA SUPRARRENAL: 
Provoca insufic. Adrenal por conta a destruição quase 
total das glândulas. Ocorre de modo gradativo que 
traz por si uma cronicidade ao problema (caracteriza 
D. Addison). 
Pode ter origem dos pulmões, TGI ou rins, p/ adrenais. 
Na fase aguda: ADRENAIS GRANDES → NECROSE → 
DESTRUIÇÃO DO CÓRTEX E MEDULA. 
 
➔ HEMORRAGIA ADRENAL BILATERAL: 
-Rápida destruição das adrenais e desencadeia insufic. 
Adrenal aguda. 
→Crianças: relação com septicemia meningocócica 
fulminante (síndrome de Waterhouse-Friderichsen), ou 
septicemia por Pseudomonas. 
→Adultos: tratamento anticoagulante, sepse, disturb. 
de coagulação, trombose da veia suprarrenal, 
metástases nas adrenais, choque traumático, 
queimaduras graves, cirúrgicas abdominais, 
complicações obstétricas. 
Adrenais exibem aumento maciço, parte interna do 
córtex e a medula com muitos hematomas, necrose 
isquêmica da parte +interna do córtex, poucas células 
corticais subcapsulares sobrevivem. Ocorre com 
frequência trombose das veias adrenais. 
ACREDITA-SE que essa patogênese esteja 
associada com o aumento de ACTH induzido por 
estresse, causando aumento do fluxo sanguíneo 
adrenal, extravasando a capacidade das mesmas, 
causando trombose, hemorragia, hematoma e a 
posterior, calcificação. 
 
➔ METÁSTASES ADRENAIS: 
Origem: carcinomas de pulmão, mama, estômago, 
melanoma, linfoma e outras neoplasias malignas. 
Baixa incidência de insufic. Adrenal. Quando acontece, 
encontra-se o aumento das glândulas. 
 
➔ INSUFICIÊNCIA ADRENAL RELACIONADA 
COM A AIDS: 
Surge nos estágios avançado da infecção pelo HIV, pelo 
fato do mimetismo que há com infecções 
oportunistas (citomegalovírus, Mycobacterium 
avium-intracellulare, M. tuberculosis, Cryptococcus 
neoformans, Paneumocystis jurovecci e 
Toxoplasma gondii) ou por neoplasias (sarcoma de 
Kaposi). 
→+50% pacientes com aids apresentam adrenalite 
necrosante (+ comum oriunda de citomegalovírus). 
→Ocorre em menos de 5% desses pacientes (mesmo 
com grande incidência, mas é fácil tratável 
~antirretroviral~) e só se caracteriza insuficiência 
adrenal quando tem +90% das glândulas 
comprometidas. 
 
➔ DISTÚRBIOS GENÉTICOS DA INSUFICIÊNCIA 
ADRENAL: 
Subclassificações em 4 categorias: 
1. Hiperplasia adrenal congênita; 
2. Hipoplasia adrenal congênita com citomegalia; 
3. Hipoplasia adrenal congênita sem citomegalia; 
4. Degeneração e doenças metabólicas que afetam 
a função das adrenais. 
→Mutação do gene DAX1 provoca hipoplasia adrenal 
congênita ligada ao X com insufic. adrenal de início 
tardio e hipogonadismo hipogonadotrófico. → córtex 
constituído de grandes células adrenais de formato 
peculiar, grandes núcleos, levando a designação de 
citomegalia. 
→Hipoplasia adrenal congênita sem citomegalia está 
relacionada principalmente as síndromes de 
insensibilidade ao ACTH, raro → doenças que a única 
característica é a resistência ao ACTH. 
→Deficiência de glicocorticoides familiar (DGF), 
ausência de resposta corticoadrenal ao ACTH 
→causa diminuição da secreção de glicocorticoides e 
androgênios→aumento da secreção hipofisária de 
ACTH. SECREÇÃO DE CORTISOL NÃO RESPONDE 
AO ACTH. 
Carlos Caique A. Mendes 
Curso de Medicina 4º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai / Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI IV. 
 Salmos 23. 
Degeneração da zona fasciculadae reticular, a 
glomerusola permanece ok. 
3 genes causadores da DGF. 
1- DGF-1: resistência ao ACTH causada pela mutação 
ao receptor de ACTH (MC2R). 
2- DGF-2: mutação e disfunção na proteína acessória 
do receptor de ACTH (MRAP). 
3- DGF-4: mutação na nicotinamida nucleotídeo 
trans-hidrogenase. 
 
➔ INSUFICIÊNCIA CORTICOADRENAL 
SECUNDÁRIA: 
+ Comumente da deficiência de ACTH causada por 
terapia crônica de glicocorticoides exógenos. 
(Distúrbios genéticos: mutações TPIT, POMC) 
 
DOENÇA DE ADDISON: 
 
✓ Doença obstrutiva primária do córtex adrenal. 
✓ Nível plasmático de cortisol muito baixo; 
✓ Súbita perda da secreção de glicocorticoides e 
de mineralocorticoides→crise suprarrenal 
aguda. 
✓ Sem alterações no CRH (que é o sinalizador da 
hipófise)→sem alterações na liberação de 
ACTH→altos níveis plasmáticos de ACTH 
circulantes→ACTH em altos níveis produz 
pigmentares características da pele. 
 
 
2. Explicar as manifestações clínicas, diagnóstico e 
tratamento da doença de Addison. 
 
✓ Fraqueza; 
✓ Anemias; 
✓ Letargia; 
✓ Fatigabilidade fácil; 
✓ Desejo incontrolável de comer sal; 
✓ Anorexia; 
✓ Náuseas; 
✓ Dor articular; 
✓ Dor abdominal; 
✓ Hipoglicemia; 
✓ Hiperpigmentação da pele e mucosas; 
✓ Artralgias e mialgias; 
✓ Hiperpotassemia; 
✓ Palidez; 
✓ Amenorreias; 
✓ Diminuição da libido; 
✓ Impotência; 
✓ Escassez de pelos axilares e púbicos; 
✓ Testículos pequenos; 
✓ Puberdade tardia; 
✓ Cefaleia; 
✓ Sintomas visuais 
 
 
 
→ POR QUE HÁ A HIPERPIGMENTAÇÃO? 
- Altos níveis de pró-opiomelanocortina (POMC), 
derivada de adenohipófise, percursora de ACTH e do 
hormônio estimulador de melanócitos (MSH). 
- Não ocorre essa hiperpigmentação na insuficiência 
adrenal secundária. 
Carlos Caique A. Mendes 
Curso de Medicina 4º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai / Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI IV. 
 Salmos 23. 
 
 
➔ TRATAMENTO: 
 
✓ Requer tratamento por toda via 
(reposição); 
✓ Deve ser administrado doses mais altas 
quando há estresse; 
✓ Fármaco deve ter ações glicocorticoide e 
mineralocorticoide; 
✓ MINERALOCORTICOIDES: necessários 
apenas em caso de insuficiência adrenal 
primária. 
✓ Hidrocortisona → fármaco preferido. 
✓ Regulação de refeições e exercícios; 
✓ Indicado usar bracelete ou medalhão de 
alerta médico (análogo aos testemunhas 
de jeová) 
 
➔ DIAGNÓSTICO / EXAMES 
COMPLEMENTARES: 
 
-Dosagem de cortisol e ACTH plasmático basais 
materinais e testes de estímulos. 
 
→Avalição bioquímica: hiponatremia/hiperpotassemia, 
acidose metabólica, hipoglicemia, anemia normocítica 
leve, linfocitose e eosinofilia. 
 
→Diagnóstico etiológico: Solicitar anticorpos anticórtex 
adrenais/anti-21-hidroxilase, pesquisar doenças 
granulomatosas, AIDS, carcinoma metastáticos, TC das 
adrenais. 
*Masculino: Ácidos graxos de cadeia longa e RM de 
crânio p/ avaliação adrenoleucodistrofia. 
RM hipotálamo-hipofisária. 
 
Referências bibliográficas: 
1. ROBBINS. Patologia básica. 9ª edição; 
2. HAMMER. Fisiopatologia da doença. 7ª edição; 
3. PORTH. Fisiopatologia. 9ª edição; 
4. ROBBINS&COTRAN. Bases Patológica das 
doenças. 9ª edição. 
5. PORTO. Semiologia Médica. 7ª edição. 
6. PORTARIA SAS/MS Nº 15. Protocolo clínico e 
diretrizes da insuficiência Adrenal primária – 
Doença de Addison. 15 de janeiro de 2010.

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