Buscar

NP2 PUR

Prévia do material em texto

Habitabilidade
Em 2000, a RM de Goiânia apresentava IDHM igual a 0,667, situando-se na faixa de Médio Desenvolvimento Humano. Já em 2010, a RM apresentava IDHM de 0,769, passando para a faixa de Alto Desenvolvimento Humano. O IDHM Educação, em 2000, era 0,517, passando, em 2010, para 0,691. O IDHM Longevidade era de 0,781 e, em 2010, correspondeu a 0,836. Já o IDHM Renda era de 0,735, tendo passado para 0,786.
Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais evoluiu, em termos absolutos, foi a dimensão Educação, que registrou um aumento de 0,174. Abaixo, a contribuição das diferentes dimensões para o IDHM em 2000 e 2010.
O índice de educação da região sempre foi o melhor do estado e ainda melhorou nesse período. Houve aumento no número de matrícula no ensino superior, que não faz parte do índice, mas que reflete diretamente na melhoria da educação nesta região, de forma que um quinto da população maior de 25 anos tem ensino superior completo, maior taxa de Goiás.
Entre 2000 e 2010, em termos percentuais, os municípios de Senador Canedo (38,81%) e Goianápolis (38,66%) são os que obtiveram as melhores variações relativas no IDHM Geral. Senador Canedo também foi o município que teve maior crescimento no IDHM Educação com variação positiva no período de 108,45%. Goianápolis também foi o município que teve maior crescimento no IDHM Longevidade (16,53%) e no Renda (19,37%).
De acordo com o Gráfico 2.2, mais da metade dos trabalhadores empregados na Região Metropolitana de Goiânia possuía, em 2010, escolaridade do nível médio completo ao ensino superior completo. Nos níveis de ensino acima do médio, a RMG possui um número de trabalhadores (14,62%) abaixo, proporcionalmente, do que o Estado de Goiás (14,64%) e o Brasil (20,63%). Este é um dos fatores que concorre para que a remuneração média da região metropolitana seja menor.
As ocupações que mais ofereceram postos de trabalho em 2010 estão vinculadas à administração e às vendas. Entre as ocupações que mais empregaram na RMG, em comparação com o Estado de Goiás como um todo e com a maior parte de suas microrregiões, há uma grande quantidade de profissionais qualificados, destacando-se a ocupação “Professores do Ensino Superior”, que cresceu em média 3% entre 2006 e 2010 e cujo salário médio foi 6,7 salários mínimos, em 2010.
Emprego
Entre 2005 e 2011 o total de empregos na Região Metropolitana de Goiânia aumentou 41,63%.
Condições habitacionais urbanas 
A dimensão relacionada às condições habitacionais urbanas é composta por cinco indicadores: aglomerado subnormal; densidade domiciliar; densidade morador/banheiro; material das paredes dos domicílios; e espécie do domicílio. Essa dimensão obteve o terceiro pior índice da RMG: 0.71. 
Essa dimensão não demonstra desigualdades extremas. A preponderância positiva do núcleo da capital não é tão evidenciada. Somente 3 municípios apresentam nível inferior, crescentemente, em termos de proporção são: Trindade, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. 
A maior parte dos municípios é caracterizada por condições habitacionais intermediárias superiores. Alguns, em determinada parcela, apresentam condições intermediárias inferiores, como é o caso dos municípios de Aparecida de Goiânia; Goiânia; Goianira; Senador Canedo; Trindade.
Condições Habitacionais Urbanas - RMG 2010
Fonte:IBEU - Índice de Bem Estar Urbano
Há na Região Metropolitana de Goiânia 256 Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) que compõem esta região tendo o IDHM como referencial norteador. O recorte em UDHs visa agregar áreas mais homogêneas no que se refere às condições socioeconômicas e revelar assimetrias no que tange ao desenvolvimento humano interno da RMG (mapas anexados à prancha). Assim, o IDHM, nessa escala, fornece informações mais próximas da realidade do cidadão, possibilitando conhecer as desigualdades socioespaciais em nível intrametropolitano, bem como a comparabilidade em 2010.
Ao se estudar uma região metropolitana, deve-se considerar que essa é formada por vários municípios e cada qual com suas especificidades, porém com relações de complementaridade de trocas comerciais e de força de trabalho ao redor de um polo metropolitano, que devido a sua maior dinâmica econômica, exerce uma força centrípeta nos municípios circunvizinhos, gerando uma rede hierárquica de cidades
(ARRAIS, 2013). Neste caso, o pólo metropolitano é a própria capital Goiânia. Em conformidade com o processo metropolitano nota-se, no estudo, não apenas a grande quantidade de UDHs na capital como também a concentração das UDHs com IDHM mais elevado nesta cidade. No ano 2000, das 37 UDHs com IDHM Muito Alto apenas uma se encontrava fora de Goiânia. Em 2010, 108 UDHs atingiram esta classe de desenvolvimento humano, destas 21 se localizavam fora de Goiânia e estavam localizadas em somente quatro outros municípios (Aparecida de Goiânia, Trindade,
Inhumas e Senador Canedo).
A primeira década do terceiro milênio foi de grandes avanços no desenvolvimento humano da Região Metropolitana de Goiânia. Em 2000, a RMG encontrava-se na faixa de Médio IDHM (0,667), passando em 2010 para a faixa de Alto
IDHM (0,769). Em 2000, 31% das UDHs se situavam numa condição de Baixo ou Muito
Baixo desenvolvimento humano, inexistindo tais situações em 2010. Apenas com relação às UDHs de IDHM Muito Alto houve um expressivo aumento de aproximadamente 192% de UDHs nesta classe. É importante notar que a melhora dos indicadores se deu não apenas no IDHM geral como em todas as dimensões que compõem o índice.
A dimensão com melhores resultados é a longevidade. No ano 2000, 118 UDHs tinham IDHM-L Muito Alto, 123 Alto e, com os piores índices, apenas 4 no nível Médio.
Em 2010, a maioria absoluta de UDHs, 192, obtiveram IDHM-L Muito Alto e 64 Alto, sendo que nenhuma em patamares mais baixos. A segunda dimensão com os melhores índices é a da renda e também demonstrou grandes avanços na década. Se em 2000 havia 41 UDHs com IDHM-R Baixo, em 2010 não havia nenhuma. A quantidade de UDHs que atingiram o patamar de renda Muito Alto quase dobrou no período, saindo de 43 em 2000 para 84 dez anos depois.
Apesar de todas as melhoras observadas, a educação continua a ser um grande desafio para o desenvolvimento humano da RMG. Esta é a única dimensão que, aindaem 2010, apresentou UDHs nas faixas Muito Baixo (2) e Baixo (37). Ainda assim se constatou avanços: no ano 2000, o número de UDHs nestas faixas era de 94 e 50, respectivamente. Com relação à educação, nota-se o grande desafio do ensino médio.
Mesmo com o aumento no período de 21,55% na proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo, menos da metade dos jovens nessa faixa etária já havia concluído este nível de ensino.
Fenômeno relevante que se intensificou nesta década na RMG foi a grande expansão no número de condomínios fechados. Usualmente localizados em áreas afastadas do centro metropolitano, estes condomínios exigem altos investimentos públicos, por exemplo, na construção de vias de acesso, para a melhor funcionalidade demandada por seus moradores. Estas urbanizações privadas causam grandes alterações na paisagem urbana e na noção de cidade para seus habitantes e vizinhos.
Cercados por grandes muros que isolam os moradores de seus vizinhos, estes condomínios geram contrastes não apenas visuais como também socioeconômicos,tornando pessoas espacialmente próximas distantes social e afetivamente. Cabe ressaltar que, à medida que ganha força a ideia dos condomínios fechados, surgem condomínios não apenas de alto padrão como também de níveis de renda inferiores. Desta forma, tanto pessoas de alta renda quanto de estratos inferiores passam a privilegiar a vivência em espaços privados aos espaços públicos da cidade.
Atrelado ao fenômeno da conurbação, em que limites municipais se confundem, a RMG se espraia pelo aumento da força de atratividade da capital de maneira contígua.
Nesse processo, novas áreas foram se agregando à região (nove municípios são incorporados ao ente metropolitano) e surgem locais antes não habitados – 11 UDHs apareceram nacomposição do grupo em 2010. Tais mecanismos desencadeiam mudanças que interferem na dinâmica de toda a região metropolitana. A acentuada queda da densidade demográfica denota bem os ajustes necessários a partir das novas incorporações territoriais: a metrópole coesa dá lugar a uma esparsa, mas não deixando de ser concentrada.
Este processo de conurbação em constante transformação e expansão, para além dos avanços verificados no período analisado, exige uma maior integração social e política entre os municípios. Para tanto, são necessários novos arranjos administrativos e políticos que comportem toda a complexidade da Região Metropolitana e as realidades internas de cada município. Aspectos como as políticas fundiárias e tributárias necessitam de uma gestão compartilhada que busque a descentralização e o desenvolvimento equânime, não somente de todos os municípios que integram a
Região Metropolitana de Goiânia como também as diversas e heterogêneas Unidades de
Desenvolvimento Humano nela localizadas.
Diferenças de renda
Observamos o comportamento das variáveis (idade, idade que começou a trabalhar, educação, formas de inserção, filiação sindical, contribuição à previdência e ocupação), que explicam os rendimentos do trabalhador goiano, a fim de verificar o quanto cada uma dessas variáveis impactaram nos rendimentos e se houve redução na desigualdade de rendimentos no período 2003-2012 para os indivíduos localizados nos percentis 25° e 90° da distribuição salarial.
Ao traçar o perfil dos ocupados em Goiás notou-se que o mercado de trabalho goiano é predominantemente ocupado por pessoas com idade entre 18 e 44 anos e que trabalham com carteira de trabalho assinada.
De modo geral, no período de 2003 a 2012, a diferença de valores de rendimento/hora, em termos reais, entre os mais ricos e os mais pobres aumentou, ou seja passou de 3,94 reais/hora em 2003 para 12,27 reais/hora em 2012. Conclusão: a desigualdade aumentou.
No que diz respeito à educação, notou-se que os goianos estão mais escolarizados. O percentual de pessoas cursando o ensino superior e com mais de 15 anos de estudo ampliou-se. Também ocorreu com a escolaridade de 9 a 11 anos de estudo que em 2003 representavam 26,79% dos ocupados e passou para 38,22% em 2012. Indivíduos qualificados foram remunerados com rendimentos maiores que os não qualificados. Contudo, o maior retorno da educação foi para pessoas localizadas no extremo da distribuição de rendimentos, os do percentil 0,90.
No que diz respeito à forma de inserção, observa-se que o segmento com carteira assinada, entre 2003 e 2012, passou de 33,12% para 46,15%, ou seja, apresentou um aumento de 13 p.p. o que é um fator importante para o mercado de trabalho goiano porque eleva o fundo de previdência social. Esta incorporação pode ser explicada por uma possível migração dos trabalhadores do setor sem para com carteira de trabalho assinada. Ainda, os outros segmentos: conta própria, empregador, funcionário público e militar mantiveram-se estáveis entre 2003 e 2012.
Criminalidade na Região Metropolitana de Goiânia.
As taxas de homicídios por 100.000 habitantes na Região Metropolitana de Goiânia apresentaram um crescimento acelerado nos anos de 1998 a 2002, com um recuo em 2003 e a partir daí, ano a ano, experimentam um movimento sobe-e-desce, conforme pode ser visto no gráfico 1. Se eram 17 em 1998, no final do período, 2007, chegaram a 29.
Considerando esse aspecto, é possível afirmar que as taxas mais importantes são encontradas nas cidades mais populosas, que tiveram crescimento populacional exorbitante nas últimas décadas e que apresentam níveis significativos de integração à capital, como Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e, secundariamente, Goianira e Nerópolis. 
Embora a ONU considere aceitável a taxa de 10 homicídios para cada 100.000 habitantes, como isso está distante da realidade das metrópoles brasileiras6, utilizou-se como parâmetro arbitrário, exclusivamente para efeito de comparação entre os municípios da Região Metropolitana de Goiânia: a taxa de 20 homicídios por 100.000 habitantes, ou seja, o dobro da taxa considerada aceitável internacionalmente. 
Nos municípios com população abaixo de 50.000 habitantes, em dois deles, Abadia de Goiás e Aragoiania as taxas ficaram abaixo de 20 homicídios por 100.000 habitantes em 9 dos 10 anos da série em estudo. Em Guapó, Hidrolândia, Nerópolis e Santo Antonio de Goiás em 8 dos 10 anos da série as taxas mantiveram-se abaixo de 20 homicídios por 100.000 habitantes. Já em Goianápolis, classificado pela tipologia do Observatório das Metrópoles como popular-agrícola, em nenhum ano a taxa ficou acima de 20 homicídios por 100.000 habitantes. 
Ainda entre os municípios de população pequena, Bela Vista de Goiás e Goianira apresentaram taxas acima de 20 em 4 dos 10 anos da série. Já para aqueles acima de 50 mil habitantes, Trindade registrou taxas acima de 20 em 5 anos, Senador Canedo e Goiânia em 8 e Aparecida de Goiânia em todos os 10 anos da série aparece com taxas bem acima de 20. Desses municípios apenas Aparecida de Goiânia apresenta taxas compatíveis com o verificado nas cidades metropolitanas brasileiras, registrando em alguns anos acima de 46 homicídios por 100.000 habitantes. É possível afirmar que em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira a ocorrência de homicídios segue um padrão metropolitano. O nível de integração ao pólo, com o deslocamento constante de pessoas para estudar e trabalhar em Goiânia, bem como alto grau de urbanização e conurbação à capital, podem explicar em parte as altas taxas de vitimização. Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Trindade, no período 1991-2000, já haviam apresentado taxa média geométrica de crescimento populacional de 7,3%, 9,27% e 4,66, respectivamente. Já no período de 2000-2007, houve desaceleração, mas as taxas permaneceram altas, 5,06 e 4,14% e 2,60. Acompanham a dinâmica populacional das periferias metropolitanas e nelas se inserem os problemas de sociabilidade precária (KAZTMAN e RIBEIRO, 2008) que favorecem a criminalidade violenta. Goianira e Nerópolis, com populações bem menores, guardam as mesmas características das cidades acima mencionadas, com alto índice de urbanização e de crescimento da população e dinâmica de integração à capital alta e média, respectivamente, mas as suas taxas de homicídios são menores.
Homicídios e Juventude 
As taxas de homicídios mais altas são verificadas para vítimas que se encontram na faixa etária de 20 a 24 anos, que em alguns anos atingiu a taxa exorbitante de mais de 100 homicídios por 100.000 habitantes em Aparecida de Goiânia e em Senador Canedo, seguida da faixa etária de 25 a 29 anos. Há, porém, uma tendência de crescimento da taxa de vítimas no grupo etário de 14 a 18 anos.
Tanto os acusados de homicídios como as vítimas são em grande maioria do sexo masculino, embora as mulheres sejam mais vítimas do que autoras de homicídios, confirmando os dados já trabalhados e a tendência geral de homicídios com relação ao sexo. 
Quanto ao estado civil, os dados confirmam também uma hipótese, que se baseia no trabalho de Durkheim (1996) de que os solteiros são mais vulneráveis do que os casados, pois revelam que tanto as vítimas como os autores dos homicídios são, na grande maioria, solteiros.
Quando se considera a faixa etária prevalece para os indiciados a faixa etária de 19- 24 anos. Ela é seguida da faixa de 25 a 29 e da de 35 a 50. Em seguida vem o grupo etário de 18 anos e menos. Já para as vítimas de homicídios prevalece o grupo etário de 19 a 24 anos, seguido do de 25 a 29 anos e de 35 a 50 anos. Os abaixo de 18 anos registram 10,4% das vítimas.
Em 67,3% dos casos, foi utilizada arma de fogo no crime, em 17,3% arma branca, em 14,4% outras armas e em 1,1% não foi informado o tipo de arma utilizada. Prevalecem aqui as armas de fogo que, a despeito das campanhas pelo desarmamento continuam disponíveis para a população. 
Dos indiciados por homicídios em Aparecida de Goiânia, 68,1 residiam nesta cidade,5,8% em Goiânia. Há a evidência de que, a despeito do movimento pendular que se verifica entre Aparecida de Goiânia e a capital, os homicídios tenham um caráter endógeno, ou seja, é na mesma cidade em que residem que as pessoas praticam os crimes de homicídios.
As informações sobre o local de residência das vítimas são poucas, não permitindo a comparação, há, porém, o fato de que grande parte dos crimes, 22,5% ocorreu em casa e a relação agente-vítima é alta nas relações de proximidade, ou nas relações primárias, como parentes, amigos e relacionamentos amorosos, o que indica que as vítimas também residiam em Aparecida de Goiânia.
Por outro lado, a naturalidade do indiciado confirma o perfil de Aparecida de Goiânia como uma cidade que, a despeito de ter sido criada em 1963, absorveu grande número de imigrantes nas últimas décadas, pois 36,6% dos indiciados eram naturais de Goiânia, 16,3% de outros municípios do Estado de Goiás, 10,9% dos estados do Nordeste do país, 7,2% do Estado do Tocantins e 28,6 de outros estados da federação. Apenas um indiciado nasceu em Aparecida de Goiânia. 
Da leitura das narrativas dos inquéritos, foi possível verificar com maiores detalhes as circunstâncias dos crimes de homicídios. Estabeleceu-se uma classificação a partir da leitura dessas narrativas: 
· Conflito interpessoal – quando o crime resulta de brigas, altercações anteriores ou na hora do evento. 
· Drogas – quando há disputa por ponto de venda de drogas, cobrança de dívidas por drogas, retaliação a pequenos vendedores que mudam de patrão. 
· Extermínio – quando o crime teve mais de uma vítima e se caracterizou por ação premeditada e de surpresa. 
· Patrimonial – quando o crime é cometido visando algum bem. Além dos latrocínios, extorsão, ou mesmo disputas em torno de dinheiro ou de outro bem material. 
· Institucional – quando o autor do homicídio está a serviço do aparelho repressivo do Estado. Em Goiás recebe nos inquéritos a denominação de “confronto policial”. 
· Não Interpretado – quando não se pode, pela narrativa do crime, identificar as circunstâncias. 
Observa-se que penas nos municípios maiores, que tiveram crescimento populacional expressivo nas últimas décadas e que apresentam níveis altos de integração à capital acompanham a dinâmica da criminalidade violenta característica das regiões metropolitanas. Na sequência desse trabalho, não somente a correção da população dos municípios pequenos, como também a introdução de novas variáveis, como escolaridade, estado civil, local de ocorrência das informações da base de dados do SIM-DATASUS permitirão uma melhor interpretação dos homicídios no território metropolitano. 
Foi feita aqui uma tentativa de complementar a compreensão, elegendo a cidade com maior incidência de homicídios em uma pesquisa em inquéritos policiais na Delegacia de Homicídios de Aparecida de Goiânia. Ela reforça a análise anterior, mostrando que a característica dos homicídios em Aparecida de Goiânia guarda semelhanças com a criminalidade violenta própria dos territórios metropolitanos. Atinge preferencialmente os jovens do sexo masculino, que são também os maiores autores desse tipo de crime. Esses dados deverão, em trabalhos posteriores, ser mais bem explorados com a utilização de técnicas estatísticas apropriadas para uma melhor compreensão do fenômeno.
Infraestrutura
A dimensão do IBEU ligada a infraestrutura urbana considera a acessibilidade nas cidades e é composta por 7 indicadores: iluminação pública, pavimentação, calçada, meio‐fio/guia, bueiro ou boca de lobo, rampa para cadeirantes e logradouros. Essa dimensão obteve o pior índice da RMG: 0.63. 
Percebe-se que parte da região central, sul e sudeste assumem os valores mais altos do IBEU, entre 0,801-1. Nessa dimensão, a maior parte do território goianiense é marcada por índice intermediário superior (0,701-0,8). Contudo, uma pequena parcela a oeste da cidade é caracterizado por índices mais baixos. Na região há tanto valores intermediários inferiores (0,51-0,7), como valores inferiores (0,001-0,5). Quanto mais a oeste menor o índice. 
Os municípios que apresentam os piores índices nessa dimensão são: Aragoiânia; Aparecida de Goiânia; Bela Vista de Goiás; Bonfinópolis; Goianira; Senador Canedo e Trindade. As cidades de Aparecida de Goiânia e Senador Canedo também apresentam índices intermediários inferiores. No caso de Aparecida de Goiânia a maior parte do território é composta por índices ruins, enquanto em Senador Canedo, os valores intermediários inferiores e inferiores são praticamente divididos em parcelas iguais no espaço. 
Já os municípios Caturaí; Caldazinha; Goianápolis; Guapó; Hidrolândia; Inhumas; Nerópolis e; Nova Veneza são marcados unicamente por índices intermediários inferiores, como podemos ver no mapa:
Atendimento de serviços coletivos urbanos 
A dimensão relacionada ao atendimento de serviços coletivos básicos é composta por 4 indicadores e remete ao atendimento adequado dos seguintes serviços: água; esgoto; energia e coleta de lixo. Essa dimensão obteve o segundo pior índice da RMG: 0.7. 
Nessa dimensão, praticamente apenas Goiânia apresenta índices superiores (0,801 - 1). Dos municípios da RMG, destacam-se, Aparecida de Goiânia (apenas na vila Brasília), que compõe o trecho mais conurbado com Goiânia e Trindade os quais apresentam índices semelhantes. Grande parte de Goiânia está contemplada com esses índices, mas há índices intermediários na capital. Os índices mais baixos estão concentrados, sobretudo na região noroeste e sudoeste. 
Aproximadamente, quase todo o território de Senador Canedo é marcado pelo nível inferior, o restante por níveis intermediários inferiores. O resultado é semelhante ao caso de Aparecida de Goiânia e Goianira. Já o município de Hidrolândia é totalmente marcado pelo nível inferior. 
Com exceção de Guapó, que apresenta nível intermediário superior, o restante dos municípios da RMG é caracterizado pelo nível intermediário inferior.
Em Goiás, a rede de abastecimento de água tratada, operada pela SANEAGO cobre 89,8% de população urbana do Estado e está presente em 100% dos municípios. As pesquisas sobre saneamento ambiental básico têm indicado que ainda há deficiência na disponibilização de serviços como de esgotamento sanitário e disposição de resíduos sólidos. Atualmente, apenas 39,3% da população do Estado são beneficiados com rede de coleta de esgotamento sanitário, e 1,2% dos municípios direcionam seus resíduos sólidos a aterro sanitário.
Embora haja inúmeros registros de inundações nas cidades goianas, ainda falta planejamento preventivo, bem como, elaboração por parte dos municípios de instrumentos de planejamento, como planos diretores de drenagem urbana e zoneamentos das áreas de riscos. Isso possibilitaria a identificação das áreas a serem preservadas e a seleção das que possam ser adquiridas pelo poder público para serem preservadas.
Bibliografia
Fonte: Atlas Brasil, 2013.
Elaboração: Instituto Mauro Borges/ Segplan-GO/ Gerência de Cartografia e Geoprocessamento - 2014.
RIBEIRO, Luiz César de Queiroz; RIBEIRO, Marcelo Gomes. Índice de Bem-Estar Urbano IBEU. Rio de Janeiro, Observatório das Metrópoles, 2013.
Instituto Mautro Borges
http://www.goias.gov.br/paginas/invista-em-goias/infraestrutura-e-energia/

Outros materiais