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Violência e Bullying

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Violência e Bullying .
Saúde da Comunidade II
Bullying: o que é?
O bullying é considerado um conjunto de
atitudes agressivas, intencionais e repetitivas,
que ocorrem sem motivação evidente, nas
quais destacam-se relações de acentuado
desequilíbrio de poder.
A repetitividade das agressões tem sido
problematizada, uma vez que se considera
uma situação de violência como suficiente
para causar dor, angústia e terrível sofrimento
às vítimas.
“Todo Bullying é uma agressão, mas nem toda
agressão é Bullying”
É um comportamento agressivo e persistente
com a intenção de causar dano físico ou
moral em um ou mais estudantes que são
mais fracos e incapazes de se defenderem.
A provocação é repetida e tem um caráter
degradante e ofensivo, sendo mantida apesar
da emissão de sinais claros de oposição e
desagrado por parte do alvo.
É intencional, não provocado pela vítima e
pode ser considerado como uma forma de
abuso, que pode ser tanto física como
psicológica.
O Bullying caracteriza-se por atos repetidos de
opressão, tirania, agressão e dominação de
pessoas ou grupos sobre outras pessoas ou
grupos, subjugados pela força dos primeiros.
Estatística
Estudo realizado em 40 países:
- 26% dos adolescentes estão
envolvidos em situações de Bullying
- 12,6% como vítimas
- 10,7% como agressões
- 3,6% como vítimas agressoras
No Brasil - Pesquisa Nacional de Saúde do
Escolar
- 101.109 estudantes do 9º ano
- 7,2% de vítimas de Bullying
- 21,8% agressores
Características
● Agressor:
- Um indivíduo procurando
poder e liderança dentro do
grupo de iguais.
- Intenção de machucar,
prejudicar, sem ter havido
provocação por parte da
vítima.
- O agressor frequentemente,
vê sua agressividade como
qualidade, tem opiniões
positivas sobre si mesmo e
geralmente é bem aceito
pelos colegas.
● Vítimas:
- Por diferença motivos as
vítimas não conseguem se
defender eficazmente das
agressões. Isso faz com que
os autores consigam
solidificar suas posições na
hierarquia do grupo a que
pertencem ou também
aumentem sua popularidade
entre os colegas.
- Costumam sentir
vulnerabilidade, medo ou
vergonha intensos e uma
auto-estima cada vez mais
baixa, aumentando a
probabilidade de vitimização
continuada.
● Vítimas agressores:
- A mesma criança ou
adolescente pode assumir
ambos os papéis em
diferentes situações
- Aproximadamente 10% dos
alunos têm duplo
envolvimento, ora agressões,
ora como vítimas
- É um grupo geral no qual se
encontram maiores fatores
de risco
- Têm uma maior probabilidade
de apresentar sérios
problemas de
comportamento externalizado
e são, em grande frequência,
maltratadas por seus colegas
- Estado de pobreza em
modular a raiva e a
irritabilidade maior do que a
capacidade de utilização de
estratégias sociais com um
objetivo orientado.
- Uso de substâncias ilícitas
- Relatos de depressão,
ansiedade, sintomas físicos e
psicológicos
- Piores resultados em
avaliações de ajustamento
psicossocial
- Apresenta risco mais elevado
para apresentar severas
ideações suicidas
- O comportamento agressivo
reativo é um ato impulsivo
em resposta a uma
provocação ou ameaça
percebida e consiste em uma
resposta defensiva de raiva
● Passivos:
- Quando a criança ou o
adolescente testemunha um
colega sendo vitimizado por
outro, o seu comportamento
não será neutro. Poderá
escolher o lado da vítima e se
juntar ativamente ao Bullying
ou se manter passivo
- Entretanto, é importante
ressaltar que ser passivo não
é o mesmo que ser neutro.
Na realidade, a atitude
passiva reforça a agressão,
por mostrar ao agressor que
nada irá interromper a
atividade, deixando-o livre
para realizar sua ação.
Como acontece o Bullying?
O Bullying sempre tem como objetivo ferir e
magoar a vítima.
Ocorre principalmente de três maneiras:
● Agressões físicas diretas:
- Ex: tapas, empurrões,
pontapés, cuspes, roubos,
estragos de objetos e a
submissão do outro a
atividade servis
● Agressões verbais diretas:
- Ex: debochar, ações de
insultos em público, incluindo
xingamentos, provocações,
ameaças, apelidos maldosos,
comentários racistas,
ofensivos ou humilhantes
● Agressões verbais indiretas:
- Ex: isolamento, exclusão
social dentro do grupo de
convivência, dificultando as
relações da vítima com os
pares ou prejudicando a sua
posição social, por meio de
boatos, ignorando a presença
da vítima ou ameaçando os
outros que não brinquem com
a mesma
● Outros tipos:
- Agressão sexual
- Extorsão (os agressores
exigem dinheiro ou bens
através de ameaças)
- Cyberbullying
O fenômeno Bullying se diferencia de outras
agressões pela persistência e
intencionalidade, além de possuir três
aspectos marcantes no que diz respeito a sua
caracterização:
- O ato agressivo não resulta de uma
provocação
- Não é ocasional
- É relevante a desigualdade de poder
entre alunos agressores e vítimas
Para agressão ser caracterizada como Bullying
a agressão física ou moral deve apresentar
quatro características:
- Intenção do autor em ferir o alvo
- Repetição de agressão
- Presença de público espectador
- Concordância do alvo com relação à
ofensa
Características da vítima (porquê)
As características individuais das vítimas são
as mais utilizadas para justificar os episódios
de violência
- Pessoas com deficiência física e
mental
- Com diferentes orientações sexuais e
gênero
- Com defeitos congênitos ou
adquiridos
- Com sobrepeso
- Com atrasos motores
Características singulares da vítima
- (ex: Achar que a pessoa não tem
merecimento para pertencer àquele
espaço. racismo, homofobia,
intolerância religiosa, física,
econômico-sociais, culturais, morais e
políticas)
Processo de internalização da culpa
Um processo que ocorre na esfera coletiva,
como um fenômeno social, em que a violência
dos agressores é reforçada através da
interação social entre os membros do grupo.
Características e Consequências
As vítimas geralmente constituem:
- O grupo de alunos mais novos
- Têm poucos amigos
- São passivos, retraídos, inseguros
- Medo, depressão, ansiedade
- São desesperançados quanto à
possibilidade de adequação no grupo
- Têm defeitos congênitos ou
adquiridos
- Sobrepeso
Consequências
● As vítimas em curto prazo são mais
propensos ao abandono escolar
● Podem ter dificuldades nas atividades
escolares
● Ficar doentes, indispostos ou ter
problemas de sono
● Propensos a sofrer bloqueios
psicológicos e perturbações mentais
● Pior autoestima
● Suícidio
● Estudantes vítimas de violência na
infância são mais vulneráveis a se
tornarem agentes de violência no
futuro
● São mais associados a quadros de
transtornos psicológicos e
dificuldades de relacionamento
● Aqueles que cometem agressões a
infância ou adolescência tendem a
cometer mais atos e criminalidade e
violência na vida adulta
● Fator de interferência negativa
● Desorganiza as referências pessoais e
institucionais, fazendo com que os
indivíduos desacreditem no papel da
escola como local de aprendizagem e
segurança
Pesquisa
Tornam-se extremamente necessárias maiores
investigações sobre como esse fenômeno
acontece e quais os perfis dos participantes
do Bullying escolar, principalmente em
comunidades de risco nas quais crianças e
adolescentes estão em contato direto com
formas violentas de resolver conflitos.
Sabe-se que a probabilidade de envolvimento
nesse tipo de comportamento cresce
consideravelmente quando aumentam os
fatores de risco que afetam as crianças e
adolescentes.
Fatores de risco:
- Escolas com excessivo número de
alunos
- Desempenho escolar deficiente
- Altos índices de reprovação
- Consumo de tabaco e álcool
- Fraca ligação com a escola
- Locais inseguros e pouco
supervisionados
- Formação deficiente de professores e
funcionários no que tange ao
conteúdo ministrado e às habilidades
em lidar com os alunos e à estrutura
do próprio trabalho
- Alta rotatividade de professores
- Violência fora da escola
- Falta de limites e desarmonia dos
lares
- Pobreenvolvimento afetivo com os
pais ou ausência de um dos pais ou
ambos
- Baixa escolaridade dos pais
- Desemprego do pai e inatividade
econômica da mãe
- Violência doméstica ou interparental
- Relações de desigualdade e baixo
nível socioeconômico
Perspectivas antibullying
Reduzir as taxas de ocorrência do Bullying nas
escolas
● Programático
- Lei n°13.185/2015 Institui o
Programa de Combate à
Intimidação Sistemática
(Bullying)
- Programas que incentivam
ações de prevenção nas
escolas (ex: Programa Saúde
na Escola - PSE)
● Social
- Diminuição da desigualdade
social (ex: programas de
redistribuição de renda),
disseminação de valores
humanos e o respeito ao
direito à diferença (raça,
sexual, cuidado de si e com o
corpo) e à expressão das
singularidades no coletivo.
● Individual
- Construção de estratégias
para auxiliar vítimas a terem
habilidade para lidar com as
situações e conflito
- Sensibilizar agressores e
observadores sobre os
significados de seus
comportamentos para outro e
o nível de sofrimento que
essas situações podem
produzir nas vítimas.
Aumentar a compreensão de professores e
profissionais da educação sobre gravidade do
Bullying
● Programático
- Criação de recursos
formativos para que os
professores se sintam
preparados para lidar com a
problemática
● Social
- Incluir nas aulas diferentes
matérias abordagens do
Bullying como uma realidade
transversal. Algumas
indicações:
1- Nas aulas de matemática -
o tema pode ser explorado
dentro das lógicas aritméticas
sobre somar as diferenças de
cada um do grupo, para
ampliar a experiência social e
diminuir a intolerância
2- Nas aulas de português -
incentivar produções
artísticas e de texto sobre
como se vivenciaram
diferentes tipos de violência e
estimular a busca por
estratégias de enfrentamento
que emergem dos próprios
alunos
● Individual
- Propõe-se que os professores
e demais profissionais de
educação busquem
referências cientificamente
consolidados na área do
Bullying escolar, com o intuito
de encontrar melhores
soluções para lidar com a
questão em sala de aula ou
nos intervalos
- Os professores devem encarar
o Bullying como uma violência
e não negligenciar ou
minimizar suas formas mais
veladas de manifestação (ex:
aplauso, fofocas).
Aumentar a compreensão dos estudantes
sobre a gravidade do Bullying
● Programático
- Inserir o Bullying nos
currículos e nas propostas
pedagógicas não apenas
como tema a ser trabalhado
em sala de aula, mas oferecer
materiais que permitam aos
professores desenvolverem
ações baseadas em
metodologias ativas para
incluir os estudantes na
construção da abordagem do
tema (implicação coletiva e
dos próprios protagonistas
das situações de Bullying).
● Social
- Favorecer a identificação de
conexões entre a violências
vivida na escola e aquela
experimentada no contexto
comunitário
- Desmistificar a violência como
um recurso válido para
resolver conflitos e oferecer
outras opções como as
estratégias de mediação de
conflitos ou construção de
consensos
● Individual
- Investigar o que os estudantes
sabem e como compreendem
o Bullying
- Vocalizar o saber dos
estudantes sobre o
fenômeno, para não basear as
ações apenas a partir do
saber dos especialistas

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