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psicologia da personalidade 1 unidade

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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE
HISTÓRIA DA TEORIA DA PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE
Querlenilda Ferreira dos Santos
1 Evolução histórica da teoria da personalidade
Na psicologia da personalidade o elemento principal de estudo é o indivíduo. Por tanto, compreender a personalidade humana é considerar o ser em sua totalidade, peculiaridade e singularidade. Personalidade é um termo que apresenta muitas alterações de significado. Em geral, dá um entendimento amplo de elemento que compõe o ser humano. Já no senso comum, é utilizado para mencionar uma característica marcante de algum indivíduo (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015).
Como exemplo desse pensamento comum, tem-se a timidez, extroversão ou, ainda, para se referir a alguém importante ou marcante: "uma personalidade". Popularmente, a personalidade dada a uma pessoa pode significar, para o senso comum, se essa pessoa é boa ou má, mas na psicologia evitamos esse conceito de valor.
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Figura 1 - Máscara de teatro Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra duas máscaras de teatro de cor branca em fundo azul, a do lado esquerda está feliz e a do lado direito está triste.
Durante o século XIX, a psicologia nasce como ciência livre e, principalmente, experimental a partir de algumas combinações de ideias da filosofia e da fisiologia, no final do século XIX, na Alemanha. Com uma grande parcela
de contribuição de Wilhelm Wundt, foi criado o primeiro laboratório de psicologia, em 1879, na Universidade de Leipzig (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2004).
Esse primeiro momento de estudo da consciência foi concentrado em análise de experiência consciente, trazendo suas partes fundamentais, alguns métodos tinham modelos que foram utilizados para testagens. Wundt e outros psicólogos da época focaram seu estudo na natureza humana e na ciência natural e continuaram a pesquisar o estudo da mente.
O foco até então foi estudar somente os processos mentais que poderiam ser afetados por alguns impulsos externos expostos e que conseguissem ser manipulados e controlados experimentalmente. Na perspectiva da psicologia experimental, não tinha espaço para um estudo tão afundo, de difícil compreensão e grandioso como a personalidade humana.
Ainda nessa época, o psicólogo norte-americano John B. Watson era um teórico muito dedicado ao estudo do comportamento humano, o que proporcionou uma revolução contra o trabalho de Wilhelm Wundt. Esse movimento ficou conhecido na época como Behaviorista. Os argumentos de Watson para Wundt era que se a psicologia desejasse ser uma ciência, tinha que se concentrar unicamente nos aspectos concretos da natureza humana, ou seja, no que podia ser visto, observado, ouvido, registrado e em comportamento evidente e não em algo da consciência.
Segundo Schultz e Schultz (2016), a escola Behaviorista fundada por John B. Watson, centralizava seus estudos em comportamento manifesto em vez de processos mentais, pois, para ele, a consciência não pode ser vista ou experimentada. Alguns psicólogos comportamentais da época descartaram todas essas noções de sentimentos e complexidade que vêm à mente quando usamos a palavra personalidade.
Nessa corrente filosófica, a personalidade é uma combinação de respostas aprendidas ou simplesmente um hábito, que mais à frente foi estudada e justificada pelo teórico Skinner e a nomeou de behaviorismo radical. A teoria Behaviorista reduzia a personalidade ao que podia ser visto e observado objetivamente e não teria lugar na teoria para as forças do consciente e do inconsciente.
A psicanálise foi a primeira corrente teórica a estudar formalmente a personalidade. Criada pelo teórico Sigmund Freud, essa abordagem ressalta as forças do inconsciente, de que maneira ela pode caracterizar a personalidade humana. Além disso, Freud estudou também os impulsos sexuais que poderiam ser encontrados biologicamente e que poderiam estar relacionados à história de vida do indivíduo e como processo desde a infância.
Sigmund Freud não era psicólogo, mas era um médico que trabalhava com indivíduos que sofriam de problemas mentais, portanto não usou métodos experimentais em sua técnica, organizou a sua própria teoria da personalidade com base em suas observações clínicas dos pacientes que atendia. Dessa forma, começa aparece aqui a terceira força de estudo sobre a personalidade humana, pois fica claro que a teoria psicanalítica ocupou um papel importantíssimo no desenvolvimento da psicologia (FADIMAN; FRAGER, 2002).
1.1 Níveis da personalidade
De acordo com a teoria Freudiana, nada ocorre por acaso e muito menos os processos psíquicos, para cada pensamento, memória e ação tem suas justificativas. Qualquer evento psíquico é motivado pelo consciente ou inconsciente de cada indivíduo e é definido pelos fatos que causaram cada um deles.
As opiniões de Freud impactaram tanto a psicologia quanto a cultura de modo geral, proporcionaram outra direção aos estudos da personalidade humana e revolucionaram a forma de compreensão em estudar a natureza humana e suas complexidades. A personalidade na história da psicologia sempre esteve entrelaçada ao estudo e à compreensão do desenvolvimento psíquico, desde o nascimento até a velhice.
Figura 2 - Sigmund Freud Fonte: catwalker, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um selo postal utilizado na Áustria no ano de 1981 com a foto de Sigmund Freud. Ele está de perfil, a figura está na cor lilás, na lateral do quadro tem o nome dele e a data de nascimento e de sua morte: 1856-1939.
As teorias da personalidade para Freud se dividiam em três níveis que ele chamou de:
Consciente>>>>>> São todas as nossas sensações e experiências das quais estamos cientes, ou seja, nossas ações intencionais.
Inconsciente>>> É a morada dos instintos, aqueles desejos que regem o nosso comportamento e que estão menos expostos, aquele que está afundo.
Pré-consciente> É o deposito de recordações, percepções e ideias das quais não estamos cientes no presente, mas que podemos facilmente levar para o consciente.
Conforme Schutz e Schutz (2016), Freud acreditava que o inconsciente era a principal força incentivadora da vida e foi uma das quais chamou sua atenção e se dedicou a estudar, pois para ele os conflitos da infância eram reprimidos para fora do inconsciente e o objetivo do estudo de Freud era trazer essas lembranças, essas dores e esses pensamentos contidos para o nível de consciência.
De acordo com os autores, o consciente para Freud era algo limitado da personalidade, pois somente uma parte dos nossos pensamentos, nossas sensações e nossas lembranças existe em nossa consciência. Ele chegou a comparar a mente à ponta do icerberg:
O consciente é a parte menor do iceberg que está sobre a superfície da água.
O inconsciente é a parte maior e invisível, abaixo da superfície da água.
Esse era o foco na teoria psicanalítica, estudar mais afundo o inconsciente, aquilo que para ele ainda era um mistério saber, o que está além do que é visto.
Outro exemplo interessante do inconsciente é que se a sua mente se desviar nesse momento da leitura desta página e você pensar em seu namorado ou namorada ou sobre o que aconteceu na noite anterior, estaria carregando o conteúdo para o pré-consciente e para o consciente. Muitas vezes notamos a nossa atenção indo e voltando em memórias de algum momento ou eventos vividos que estão armazenados no pré-consciente.
1.2 Estrutura da personalidade humana
Todas as teorias que estudam a personalidade acreditam que assim como os animais, os seres humanos também nascem com instintos, e esses instintos servem como motivações para os nossos impulsos, algo que não conseguimos ter o controle. Um exemplo disso é o bebê recém-nascido, ele vai chorar para obter o alimento, nesse caso o leite materno, quando suas necessidades não forem atendidas, a criança começa a chorar de fome, pois ela não consegue localizar o alimento sozinha, sem dúvida vai chorar em resposta a estímulos que lhe foram causados.
Id
Freud se referiu a essa essência da personalidade como id, reservatórios dosinstintos que funcionam de acordo com as exigências do prazer, sem ter consciência da realidade que é aquilo que queremos no momento, sem levar em consideração o que os outros desejam, é um sistema egoísta que procura o prazer de maneira impulsiva
(FRIEDMAN; SCHUSTACK, 2004).
Ego
Outra estrutura da personalidade é o ego, que opera como processo secundário. Segundo Freud, ele é o mestre da racionalização da personalidade, tem como objetivo controlar os impulsos do id, ajuda a reduzir a tensão do que se quer alcançar. O ego decide quando e como os instintos do id podem ser satisfatórios da melhor forma possível. De acordo com os argumentos de Freud, precisamos nos proteger de sermos todo o tempo controlados
pelo id.
Superego
Conforme apontado por Friedman e Schustack (2004), o superego é o aspecto moral da personalidade dos valores, modelo dos pais e da sociedade, reflete sobre a nossa consciência, o nosso conjunto interno de princípios éticos que estão nos ensinando a fazer, isto é, não estamos sempre conscientes das forças morais internas que pressionam e proíbem nossos atos individuais.
Ainda de acordo com os autores, o ego fica no meio, sendo esmagado por essas duas estruturas insistentes e opostas. Assim, conseguimos até imaginar os resultados desses confrontos quando o ego é intensivamente pressionado pode aparecer a ansiedade.
2 Definição e conceito da personalidade
A definição de personalidade tem origem no latim, que significa persona, já no senso comum, significa dizer que é algo aparente e externo do indivíduo ou suas qualidades superficiais. Nascemos com determinadas predisposições e capacidades inerentes ao desenvolvimento físico e emocional, que pode ser influenciado.
O conceito de personalidade está em um o conjunto de traços psíquicos do indivíduo, que consiste nas características individuais de cada pessoa em relação ao meio. Alguns fatores podemos levar em consideração a personalidade em seu aspecto físico, biológico, psíquico e sociocultural de sua formação, reunindo tendências inatas e experiências adquiridas ao longo da vida.
Fique de olho
Os psicólogos da personalidade utilizam-se de métodos de intervenção científica para testar as teorias. As técnicas diferenciam-se desde avaliações matemáticas formais a traços de capacidades até um teste validado cuidadoso e aprimorado dos pensamentos, sentimentos e comportamentos de um único indivíduo.
O conceito de personalidade é amplo, ou seja, pode significar para muitos o que chamamos de temperamento do ser humano. Muitos autores, durante séculos, procuraram reconhecer um possível entendimento entre a constituição corporal, o temperamento e o caráter do indivíduo. A constituição corporal é a própria morfologia, metabólica e hormonal, transmitida pelo fator genético (PASQUALI, 2000).
O temperamento é algo inato, determinado por fatores genéticos, essa identificação não é uma tarefa tão simples de se realizar, pois as pessoas trazem consigo fatores adquiridos e aprendidos na relação familiar e social. O caráter representa o temperamento modificado e, em alguns casos, vai na contramão do temperamento (DALGALARRONDO, 2003).
Por exemplo, uma pessoa que tem características exibicionistas, na maioria das vezes esconde talvez ser uma pessoa tímida e fóbica ou demostra ter um caráter agressivo, também pode estar escondendo um temperamento medroso e angustiado. O temperamento não deve ser confundido com o caráter, pois o primeiro é algo básico e constitutivo do indivíduo, o segundo é a reação predominante da pessoa diante de diversas situações e estímulos expostos.
2.1 Transtorno da personalidade
Os transtornos da personalidade são um grupo de doenças psiquiátricas em que os indivíduos possuem como padrão de pensamentos e comportamentos bastante rígidos e mal organizados. Sem tratamento e sem reconhecer que envolve psicoterapia e tratamento medicamentoso, o problema pode se agravar e ter longa duração, causando sofrimento e dificuldade para a vida da pessoa acometida, trazendo prejuízos nos relacionamentos pessoais e em outras áreas da vida. São classificados em grupos que têm características comuns, apesar de alguns traços diferentes.
Como apontado por Dalgalarrondo (2003), o conceito de transtorno de personalidade foi ao longo dos últimos séculos denominados em diferentes formas: insanidade moral, transtorno, neurose de caráter e afins. Embora nomeado de maneira errada por muitos pesquisadores, os profissionais de saúde chamaram de psicopatia, pois para eles o objetivo central desses transtornos é a personalidade do indivíduo e suas complexidades de entendimento diante do sofrimento psíquico.
Ainda de acordo com Dalgalarrondo (2003), esses transtornos geralmente aparecem na infância ou na adolescência e podem permanecer relativamente estáveis ao longo da vida, ou seja, a pessoa quase sempre não os percebem, manifestam por meio de conjunto de comportamentos e reações emocionais visivelmente desarmoniosas, envolvendo vários aspectos da vida do indivíduo, como afetividade, controle de impulsos e modo e estilo de se relacionar.
O padrão anormal de comportamento e de respostas afetivas e volitivas é permanente, de longa duração e não limitada ao episódio de doença mental associada (como uma fase maníaca ou depressiva, um surto de esquizofrênico, etc.) o padrão anormal de comportamento inclui muitos do psiquismo e da vida social do indivíduo, não sendo restrito a apenas um tipo de reação ou uma área do psiquismo. O padrão comportamental é mal adaptativo, produz uma série de dificuldades para o indivíduo e para as pessoas que com ele convive. (DALGALARRONDO, 2003, p. 270)
O transtorno de personalidade leva ao grau de sofrimento muito difícil de ser controlado pela pessoa. Exemplos dessa desordem são: angústia, solidão, medo, sensação de fracasso pessoal, dificuldade em estabelecer relacionamentos amorosos e lidar com eles. Em geral, o transtorno de personalidade colabora para o mau desenvolvimento no trabalho, nos estudos há dificuldades de concentração devido às confusões psíquicas que geram na vida social da pessoa e de seus familiares e amigos.
A seguir, conheça as características dos transtornos da personalidade do grupo A, dentre vários outros que fazem parte da personalidade.
· Transtorno da personalidade paranoide
Sensibilidade excessiva a rejeições e a contratempos, desconfiança excessiva, exagera e distorce as experiências por interpretar errado, acha sempre que vai ser enganado, por essa razão podem ser hostis e emocionalmente são desapegados.
· Transtorno de personalidade esquizoide
Distanciamento afetivo, capacidade limitada para expressar sentimentos amorosos, pouco interesse em ter experiências sexuais.
· Transtorno de personalidade esquizotípica
Pode apresentar um comportamento excêntrico, pensamento e crenças incomuns ou bizarras, sentimentos de desconforto em ambientes sociais, dificuldades para ter relacionamentos íntimos.
· Transtorno de personalidade borderline
Pode indicar mudança emocional rápida, sentimentos crônicos de vazio, dificuldades sérias de instabilidade com relação à autoimagem, relacionamentos pessoais intensos, mas muito instáveis, oscilando em curtos espaços de tempo de uma grande paixão ou amizade para ódio e rancor intensos.
· Transtorno de personalidade tipo impulsivo
Impulsividade sem considerar suas consequências ou prejuízo de vida, instabilidades afetivas intensas, excesso de raiva exagerado.
· Transtorno de personalidade histriônica
Caracterizado por uma dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções, busca contínua para chamar a atenção, quer ser o centro das atenções, demostra reações infantis, tem pouca tolerância à frustação.
· Transtorno de personalidade narcisista
O indivíduo que apresenta senso de irrealidade, ou seja, se acha grandioso, julga ter talentos especiais, espera ser reconhecido como superior sem que tenha feito nada real para isso acontecer, requer sempre admiração excessiva, frequentemente é uma pessoa invejosa ou simplesmente acha que as pessoas têm invejadela, quase sempre é uma pessoa arrogante.
Esses são os mais recorrentes em comportamentos específicos de personalidade, como uma perturbação grave da constituição comportamental do indivíduo. Os transtornos de personalidades não são propriamente doenças, mas danos no desenvolvimento psíquico, sendo classificados também como uma perturbação da saúde mental do indivíduo.
3 Estudo científico da personalidade
Observamos que os estudos da personalidade começaram com duas práticas e objetivos diferentes, é necessário considerar que a psicologia experimental, em anos de sua formação não desconsiderava totalmente a personalidade humana, mas compreendia-se alguns de seus aspectos. Contudo, não havia uma área específica de estudo como tinha na psicologia social e infantil.
Apenas no ano de 1930, de acordo com Hall; Lindzey e Campbell (2004?), o estudo da personalidade foi formalizado na psicologia norte-americana, especialmente com o estudo de Gordon Allport, na universidade de Harvard. A obra mais importante de Allport foi A Psysonality, que mais tarde ficou conhecida como os estudos da personalidade. Os estudiosos da época começaram a desenvolver e oferecer cursos e pesquisas para facilitar o estudo e a compreensão.
Com isso, os psicólogos acadêmicos da época começaram a acreditar que era capaz de se desenvolver um estudo científico da personalidade. Essas atividades dão início a um reconhecimento cada vez maior da importância de entender e compreender a personalidade em diversas linhas de pensamentos e estudos que podia ser inserida a psicologia.
De 1930 até hoje, surgiram diversas abordagens teóricas que estuda a personalidade. Vimos ao longo dos nossos estudos os enfoques das abordagens psicanalíticas e Behavioristas, mas há ainda outras abordagens, como a abordagem humanista, que enfatiza as forças humanas, virtudes, aspirações e a realização de nosso potencial; e a abordagem cognitiva, que enfatiza as atividades mentais conscientes (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2004?).
3.1 Dinâmica da personalidade
A primeira teoria para estudo formal da personalidade foi a psicanálise e tem sua origem com o teórico Sigmund Freud, que deu início ao seu trabalho no século XIX. Suas criações foram tão importantes para o estudo da personalidade humana que foi considerado o pai da psicanálise e serve como referência no surgimento de muitos outros teóricos da época.
Conforme Hall, Lindzey e Campbell (2004?), Freud foi ensinado perante a influência vigorosamente determinista e positivista da época, ele enxergava o organismo humano como um conjunto complexo de energia psíquica que era extraída do alimento consumido e que gastava uma quantidade limitada de energia em finalidades diferentes, como a circulação, a respiração, os exercícios físicos, o pensar e o lembrar.
Ainda segundo os autores, não existia nenhuma razão para considerar que a energia que fornecesse o poder para respirar ou dirigir ocorresse de modo diferente, salvo a energia para pensar e recordar. Como repetia firmemente os físicos da época e o próprio Freud, a energia tinha que ser definida conforme o trabalho que realizava.
Se o trabalho consiste em um exercício psicológica como pensar, é correto e legítimo acreditar que essa forma de energia é a energia psíquica, acompanhando esse raciocínio, esse princípio de conservação de energia que pode ser transformada de um estado para outro, mas nunca em tempo algum, se perde no sistema cósmico. Isso acontece com a nossa energia fisiológica e vice e versa. O ponto de informação entre a energia do corpo e a personalidade é o id e seus instintos.
3.2 Instinto
Um instinto é caracterizado como uma intepretação psíquica instintiva que pode ser a fonte somática interna de excitação. A interpretação psicológica é chamada de desejo, e a excitação corporal da qual se origina é chamada de necessidade. Assim, a situação de estar com fome pode ser descrita como medidas fisiológicas como uma condição de deficiência nutritiva dos tecidos do corpo, ao passo que psicologicamente ela é representada como um desejo de alimento.
A vontade age como uma causa para o comportamento, a pessoa com fome procura alimento para saciar seu desejo, os instintos são vistos como fatores impulsores da personalidade, eles exaltam o comportamento, mas também têm o controle da direção que o comportamento avançara. A pessoa faminta é mais sensitiva aos impulsos alimentares e a pessoa sexualmente excitada tem mais probabilidade a responder a estímulos sexuais. Os instintos de vida auxiliam a pessoa para a sobrevivência individual e da criação da raça, a fome, a sede e o sexo se integram nessa categoria. A maneira de energia pela qual o instinto de vida atua sua tarefa é chamada de libido. O instinto de vida ao qual Freud deu mais atenção foi o sexual, e nos primeiros anos de teoria psicanalítica, para ele, praticamente tudo o que a pessoa exercia era dado a essa pulsão.
O reconhecimento dessas necessidades orgânicas é uma tarefa para os estudiosos da fisiologia e não cabe aos profissionais da psicologia buscar saber de quantos instintos somos constituídos, e sim entender como os principais instintos que já foram descobertos pode influenciar no desenvolvimento da personalidade humana e como eles são importantes para essa compreensão do comportamento, que ficou conhecido como instinto de vida e instinto de morte.
Figura 3 - Fatores que colaboram para a construção da personalidade Fonte: Hall; Lindzey; Campbell, 2004 (Adaptado).
#PraCegoVer: A tabela de quatro colunas e três linhas apresenta os fatores que podem colaborar na construção da personalidade humana.
Essa tabela expressa a função de conhecimento como se manifesta o nível físico e psíquico do comportamento do ser humano. Em diferentes estímulos que esse é exposto, no fenômeno de percepção sensorial e psíquico. Ao passar por qualquer estímulo físico, a manifestação da emoção corporal e do sentimento é imediata. No nível psíquico, passa a agir de forma intuitiva, é o reflexo do nível físico na ação livre da ação psíquica e na tomada de decisão de determinado comportamento.
4 Métodos e estratégias de investigação da personalidade
Na psicologia existem vários métodos e estratégias para investigação da personalidade do indivíduo, são utilizados para fins de investigação os princípios de confiabilidade e validade dos testes, que estão sendo utilizados para avaliar e medir a capacidade mental do indivíduo de maneira adequada, buscando sempre a melhor técnica para cada paciente de acordo com sua demanda. Os princípios de confiabilidade e validade dos métodos de investigação da personalidade são:
	
Confiabilidade
	
Tudo que envolve a capacidade de respostas a um recurso de avaliação psicológica utilizada. Por exemplo, o psicólogo aplicou o mesmo teste com você em dois dias diferentes e obteve pontuações bastantes diferentes uma da outra, então dizemos que esse teste que foi utilizado não é confiável, pois seus resultados não teriam a confiabilidade em seu resultado. É normal encontrarmos uma variação de pontuação quando o teste é refeito, mas se a diferença for alta, provavelmente há algo de errado com o teste ou com o método de corrigi-lo. Por essa razão, é importante que o profissional, quando for aplicar um recurso de avaliação psicológica da personalidade, esteja habilitado e treinado para aplicação.
	
Validade
	
É todo recurso utilizado para medir o que se pretende. Por exemplo, você foi submetido a um teste de inteligência e o profissional que aplicou não verificou se o teste era válido, se servia para aquela finalidade. Por mais alta que seja sua pontuação, não será útil para dizer como você irá se sair na faculdade ou em qualquer outra situação. Um psicólogo da área organizacional avalia os candidatos de acordo com sua personalidade para ocupar determinado cargo. Já o psicólogo que trabalha na escola, avalia a personalidade dos estudantes para descobrir as dificuldades de aprendizagem ou o problema de adaptação escolar quando esse aparece e envia posteriormentepara o psicólogo clínico, que vai investigar e compreender os sintomas de seus pacientes. Todos esses psicólogos, independente da área de atuação, avaliam a personalidade do sujeito com o objetivo de melhor compreender seu comportamento.
A busca de métodos e estratégias de investigação da personalidade de quem não tem qualidade da validade, pode facilitar para um resultado errado dos pontos emocionais da pessoa. Por essa razão, deve-se analisar, estudar e considerar todos os recursos históricos e sociais que a pessoa esteja inserida e suas consequências no psiquismo. A maioria dessas avaliações tem baseamentos teóricos em suas pesquisas técnicas e cientificas, cabe ao profissional saber utilizar corretamente o recurso.
Os psicólogos clínicos procuram entender os sintomas dos seus pacientes/clientes e seus comportamentos, buscando avaliar a personalidade e o que há de diferente entre comportamentos e sentimentos normais e não normais, dentro do que o paciente/cliente fala no momento do atendimento, para que possa traçar estratégias de tratamento.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2013), definiu-se por meio da Resolução nº 003/2007, que organiza diretrizes para a execução de avaliação psicológica na atividade profissional da psicologia, que a avaliação psicológica consiste em um procedimento organizado de busca de fenômenos psicológicos, através de métodos, técnicas e instrumentos, e tem como objetivo prover informações para a tomada de decisão na esfera individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas
Entende-se que o processo de investigação da personalidade está em uma boa avaliação psicológica, pois também é um recurso complementar que possibilita conhecimento a mais para o processo de análise contextual e não reducionista. Testes psicológicos são métodos também utilizados como estratégias de investigação das personalidades, assim como entrevistas psicológicas, psicodiagnósticos, avaliação psicológica e registros de observação de comportamentos (CUNHA, 2007).
O profissional da psicologia tem autonomia para selecionar seus instrumentos de trabalho, que tenha como apoio e qualidade técnico-científica. Caso queira utilizar testes psicológicos em sua avaliação, você deve consultá-los previamente para ver se estão aprovados para uso no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI). Os principais métodos de investigação da personalidade estão, o método clinico, método experimental e método correlacional, embora cada um com suas diferentes questões específicas, mas com um só objetivo, pesquisam a personalidade humana (CFP, 2013).
4.1 Método clínico
Esse método é a história detalhada do paciente, no qual o psicólogo busca investigar a história de vida desse paciente, a fim de que se possa apontar possíveis surgimentos de seus problemas emocionais. Foi por meio de relatos de casos clínicos que Freud elaborou suas pesquisas sobre a personalidade humana, para investigar a personalidade, os psicólogos, uma serie de métodos, como já foi mencionado, além dos estudos de casos.
O método clinico tende a ser mais objetivo, relacionado a eventos mentais, grande parte inconsciente, inclusive a experiência da infância, essas informações têm diversas interpretações que também podem refletir na habilidade do terapeuta. No entanto, os conteúdos da infância do paciente podem ser distorcidos pelo tempo e pode dificultar sua precisão no resultado (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).
Portanto, o método clínico é cientifico e pode fornecer dados desde os primeiros anos de vida até o momento atual daquela pessoa, abrangendo sentimentos, medos e experiências.
Freud utilizou vastamente estudo de caso na elaboração da sua teoria da psicanalise, investigando os anos de infância dos seus pacientes e buscando os acontecimentos e conflitos que pudessem ter caudado as suas neuroses atuais. Um desses pacientes era Katharina, de 18 anos, que sofria de ataques de ansiedade e falta de ar. Reconstruindo o que considerava experiências relevantes na sua infância, ele relacionou os sintomas e várias experiências sexuais relatadas por ela, incluindo tentativa de sedução pelo seu pai quando tinha 14 anos. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015, p. 23)
No que se refere ao método clínico em sua investigação da personalidade, ele não preenche satisfatoriamente as questões de observações científicas devido a alguns requisitos das pesquisas científicas, por não completar totalmente os critérios. Por essa razão, outros métodos foram estudados para dar suporte metodológico e teórico para o fortalecimento da pesquisa da personalidade.
4.2 Método experimental
Esse método tem como técnica experimental definir o efeito de uma ou mais condições ou eventos sobre o comportamento, pois constantemente somos expostos a estímulos cotidiano, como sons, luz, vento, paisagens, conversas etc. A pesquisa experimental também tem suas insuficiências, mas quando bem aplicada e sistematizada oferece bons resultados.
Sobre os limites do método experimental, está na sua aplicação em plataformas virtuais que podem não ocorrer uma precisão maior quanto se é aplicado em laboratório, pois tem de ser preciso em pesquisa psicológica de personalidade, mas também tem suas limitações no que se refere ao uso, pois alguns aspectos do comportamento e da personalidade não podem ser pesquisados perante condições de laboratórios rigorosamente controladas, por questões éticas e de segurança.
Segundo Schultz e Schultz (2015), outra dificuldade encontrada diante do método experimental está no comportamento do indivíduo que está sendo avaliado, pois muda sua forma de se comportar diante da aplicação do teste, querendo manipular o resultado. Essa atitude, segundo os autores, pode ser diferente quando o indivíduo achar que ninguém está observando suas respostas.
4.3 Método correlacional
Técnica que mede o grau de relacionamento entre dois fatores determinantes pelo nível de correlação. Os pesquisadores investigam as relações que existem entre duas variáveis em vez de manipular uma delas, eles trabalham com os atributos nelas existentes. Exemplo de método correlacional: os pesquisadores pegam dois profissionais que sofrem situações estressantes de maneiras diferentes para saber os seus níveis de estresse (SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).
Na aplicação do método correlacional, os pesquisadores estão interessados na relação entre variantes, conforme o comportamento de uma variável a outra ou como a sua alteração pode ou diferenciar uma da outra. Nesse método, existe o coeficiente de correlação que proporciona informações precisas e quanto mais próximo estiver do seu coeficiente correlacional, mais fidedigno e seu resultado.
Fique de olho
Não se pode acreditar que toda pessoa é boa ou que ela só pensa em si, essa suposição é a teoria que a pessoa cria para justificar tal comportamento diante da nossa observação e do que a nossa percepção vê mediante uma atitude daqueles que nos cercam, algo que não tem a ver com a personalidade humana.
Existe ainda o fator causa-efeito, que pode ser uma possibilidade de limitação ao método correlacional, como o próprio nome diz refere-se à causa e ao efeito. Não garante que uma variante apresenta uma alta correlação, não podemos concluir absolutamente que uma causou a outra, na realidade é possível que exista essa relação, mas para os pesquisadores, não pode automaticamente dizer que ela exista.
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· conhecer a evolução histórica da teoria da personalidade e todo o contexto social da época;
· compreender a definição e o conceito da personalidade e seus diferentes níveis de compreensão;
· 	aprender sobre os estudos científicos da personalidade, bem como os aspectos experimentais e as características da época;
· 	estudar sobre os métodos e as estratégias de investigação da personalidade e a importância de conferir a confiabilidade dos métodos utilizados;
· conhecer as estruturas da personalidade na importância no desenvolvimento humano.

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