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Pensamento Pedagógico Helênico 2012

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<PENSAMENTO PEDAGÓGICO HELÊNICO>
O Período Helênico foi marcado pela expansão do pensamento grego para todas as terras conquistadas por Alexandre Magno “Alexandre o Grande”. Esse período se destacou pelo processo de difusão da cultura grega pelo Oriente Médio, que ocorreu desde o Império de Alexandre - séc. IV a.C (300 a. C) até o séc. II a.C (100 a.C). Os exércitos de Alexandre alcançaram até a Índia e após sua morte, surgiram reinos gregos que foram fundados por seus sucessores. No Egito - Ptolomeu e na Síria -Seleuco e depois Antíoco - que receberam as tradições e o uso da língua grega. Antióquia, Pérgamo e Alexandria foram os principais núcleos culturais dessa época. Alexandria (Egito), fundada por Alexandre (322 a.C), foi o centro político e cultural do helenismo. Lá ocorreu o desenvolvimento frutífero de várias produções intelectuais devido ao encontro de pessoas de diferentes etnias, religiões e culturas (atualmente, processo denominado multiculturalismo). A Biblioteca de Alexandria contava com mais de 500.000 volumes (rolos de papiro), mas infelizmente, passou por sucessivas destruições: Em 47 a.C por Julio Cesar; em 390 d.C por Teófilo (bispo) e em 642 d.C pelos árabes (ao conquistarem o Egito). Com a conquista da Grécia por Filipe II e Alexandre e a hegemonia macedônica, os gregos livres (tanto os de nível médio como os da aristocracia) sentiram forte depressão coletiva devido à perda de autonomia política provocada pelo domínio macedônico. O sentido da vida para o homem grego se perdeu com a dominação de Filipe II e depois de Alexandre, pois o sistema de organização política da Polis (Cidades-Estado) não se encontrava mais nas mãos dos homens médios, dos aristocratas e dos filósofos gregos, mas sim, sob o domínio do Império de Alexandre. Nesse contexto, surgiram algumas Escolas, com objetivo de suprir a falta de sentido político que gravitava entre os cidadãos gregos, dentre as quais:
1a) Escola Cínica - 340 a.C (como um cão) - Na antiguidade os cães simbolizavam a falta de vergonha. A Escola Cínica foi fundada por Antístenes e retomada por Diógenes por volta de 340 a.C. Para os cínicos, a vida virtuosa consistia na independência obtida através do domínio dos desejos e necessidades humanas. Para eles, a felicidade (eudaimonia) exigia que nada se desejasse, ou seja, a felicidade não deveria estar vinculada à política ou qualquer outra coisa externa. O objetivo da Escola Cínica era divulgar o ideal de:
Autarquia - busca de si mesmo e Ataraxia - tranquilidade - ausência de perturbação da alma provocada pelos prazeres da vida - obtida através do autocontrole). Diógenes propôs um modelo de vida comungado à natureza, eliminando tudo que pertencesse ao mundo material que, aos seus olhos, era supérfluo e poderia gerar dependência. Para Diógenes, tudo que fosse considerado próprio da natureza humana deveria ser respeitável e realizado publicamente sem qualquer pudor. Sua ética não tratava da autossuficiência, mas principalmente, do autocontrole. Diógenes chegou a morar num barril e a defecar na rua. Para ele, os homens deveriam viver como os animais, tendo a vantagem de poderem utilizar a razão. Diógenes disse: “Aristóteles toma o café da manhã quando o rei quer; Diógenes, quando Diógenes quer”. 
2a) Escola Epicurista - Epicuro (341 - 270 a.C) acreditava na metafísica atomista, aceitando o espaço vazio, um número infinito de átomos e um número infinito de mundos, que suas varias combinações produzem. Epicuro entendia que a felicidade não poderia estar mais relacionada à vida política, devendo ser encontrada no interior de cada indivíduo. Ele compartilhava com o ideal de: Autarquia - bastar-se a si mesmo e Ataraxia - tranquilidade - ausência de prazeres que perturbam a alma provocada pelos prazeres da vida - obtida através do autocontrole. A ética epicurista se fundamentava em sua própria física epicurista: materialista atomista, onde tudo no mundo era considerado átomo e se formava ao acaso. A Escola Epicurista entendia que o homem se afetava por certos medos que causavam perturbação à alma, como, por exemplo, medo do destino, da morte e dos deuses. Portanto, a organização dos conhecimentos e dos ensinamentos epicuristas deveria eliminar tais medos, tendo como objetivo a felicidade humana. A Escola Epicurista compreendeu e ensinou que, se o mundo se forma ao acaso, o pensamento sobre o destino da vida e o castigo divino não deveriam existir. Os epicuristas afirmaram não haver destino, portanto, não era preciso temer a morte que, para eles, era um nada. Os homens também não precisavam temer os deuses porque eles não se misturavam com o mundo dos homens. Portanto, não havia motivo para que os homens temessem os castigos divinos e consequentemente, a infelicidade. 
3a) Escola Estóica - 300 a.C - O primeiro estóico conhecido foi Zenão de Cítio (344 - 262) que fundou a Escola Estóica por volta de 300 a.C. O estoicismo concebia a Filosofia de forma sistemática e composta por três partes: 1a) Física, 2a) Lógica e 3a) Ética, cuja estreita relação é explicada pela metáfora da árvore, onde a Física é a raiz; a Lógica o tronco e a Ética os frutos. A parte mais relevante é a Ética (frutos), que podem ser colhidos da árvore do saber, mas não podem pertencer sem o tronco (Lógica) nem a raiz (Física). Para os estoicos existe uma intensa relação entre a Física, a Lógica e a Ética. Para eles, o homem é um microcosmo no macrocosmo, isto é, o homem é parte do universo e da natureza. Portanto, para ter uma conduta ética que assegure à felicidade as ações humanas devem estar de acordo com os princípios naturais e com a harmonia do cosmo (que dá equilíbrio a todo o universo). Para os estóicos as boas ações, do ponto de vista ético, deveriam estar de acordo com a natureza e os homens deveriam seguir três virtudes básicas: 1o) Inteligência - conhecimento do bem e do mal; 2 o) Coragem - conhecimento do que temer e não temer e; 3o) Justiça - conhecimento que permite dar a cada indivíduo o que lhe é devido. De acordo com o estoicismo o destino não é cego e arbitrário, mas reflete a racionalidade do real, a qual se deve aceitar mesmo sem entendimento. A partir do séc. I d.C, o núcleo do estoicismo denominado: “Novo Estoicismo” ou “Estoicismo Imperial” deslocou-se para Roma e seus principais representantes foram: Sêneca (4 a.C a 65 d.C); Epiteto (60 - 138 d.C) e o Imperador Marco Aurélio (121 - 180 d.C). Os estóicos concebiam a ética do consolo e da resignação, através da identificação com a ordem moral imparcial e inevitável do universo. Eles também compartilhavam os princípios de Autarquia - busca de si mesmo e Ataraxia - tranquilidade - ausência de perturbação da alma provocada pelos prazeres da vida - obtida através do autocontrole. Os estoicos foram os filósofos que mais se aproximaram do pensamento judaico-cristão porque concebiam a ética do consolo e da resignação. Desse modo, os indivíduos deveriam se conformar com a vida e suas mazelas, pois sempre havia um sentido (mesmo que não compreensível) para o sofrimento humano. 
4a) Escola Cética - Compreendia que a busca da verdade absoluta e a essência (origem) de todas as coisas causava infelicidade ao homem. A Escola Cética propôs a não existência das verdades absolutas e finais, como a metafísica proposta por Platão e Aristóteles. Os ceticistas buscavam as respostas dos questionamentos humanos, utilizando o Método Dialético, porém, se concentrando no valor da investigação da realidade e na formulação de questões e não na busca da essência de todas as coisas. A Escola Cética se dedicou em destruir o pensamento estóico (de que algumas verdades eram acessíveis por apreensão direta). Seu método consistia em apresentar razões que levassem a considerar que uma questão era insolúvel, sugerindo assim, a suspensão de juízos finais. Os céticos também compartilhavam com os ideais de Autarquia - busca de si mesmo e Ataraxia - tranquilidade - ausência de perturbação da alma provocada pelos prazeres da vida obtida através do autocontrole. Oscéticos conservaram a crença na observação dos fenômenos naturais, reservando o ceticismo para as crenças mais teóricas. 
As escolas acima citadas situavam-se na Grécia e foram criadas antes de Cristo, com o objetivo de levar os gregos à felicidade, independente da perda política provocada pelo domínio macedônico. Abaixo se encontra apenas um exemplo de escola situada em Roma, no mesmo período. 
Escola do Retórico - Situava-se em Roma e tinha como objetivo educacional o treino completo em oratória. A Escola do Retórico era frequentada por indivíduos que pretendiam seguir a carreira pública. 
Por fim, cabe ressaltar que no Período Grego a educação era privilégio de homens livres e ricos e seu principal objetivo era o desenvolvimento intelectual e moral dos indivíduos. E, no Período Helênico a educação, que também era privilégio de homens livres e ricos, tinha como principal objetivo os resultados na vida prática dos indivíduos, além dos ideais de conquistas do próprio Império Romano. 
REFERÊNCIAS: 
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. 
PILLETI, Nelson. História da educação. São Paulo: Ática, 2003. 
Cheila Szuchmacher
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