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ambiente e doença do trabalho

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O AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
RESUMO DA UNIDADE 
 
Esta unidade estudará os diversos tipos de doenças que podem surgir no ambiente 
laboral, das mais diversas naturezas, trazendo um histórico acerca da evolução da 
Medicina do Trabalho, e como este arquétipo foi importante para se chegar nos 
programas de saúde atualmente existentes. Serão estudados como os agentes de 
risco e as doenças relacionadas a estes se manifestam, a saber: a) Os tipos de 
agentes de risco e seu estudo sistematizado; b) Considerações sobre primeiros 
socorros, por meio da avaliação do paciente, a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), 
como se dão as hemorragias, fraturas, entorses e luxação, as queimaduras, 
remoção e transporte; c) A toxicologia também será abordada, trazendo seus 
conceitos gerais, a proteção no trabalho com produtos químicos, a exposição 
ocupacional aos produtos químicos, o comportamento habitual das substâncias no 
ambiente de trabalho e também as aplicações práticas do conhecimento 
toxicológico. 
 
Palavras-chave: Doenças do Trabalho. Riscos ambientais. Trabalho Rural. 
Prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 2 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 5 
CAPÍTULO 1 - MEDICINA DO TRABALHO ............................................................ 6 
1.1 HISTÓRICO DA DOENÇA E TRABALHO NA ANTIGUIDADE ...................... 6 
1.2 A ÁREA DA SAÚDE DO TRABALHADOR ..................................................... 9 
1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE DOENÇAS CAUSADAS POR 
AGENTES FÍSICOS .................................................................................................. 10 
1.4 AGENTES FÍSICOS E AS DOENÇAS RELACIONADAS ............................ 11 
1.5 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO DO RUÍDO ..... 12 
1.6 TEMPERATURAS EXTREMAS, UMIDADE E MOVIMENTAÇÃO DO AR ... 14 
1.7 RADIAÇÕES IONIZANTES .......................................................................... 18 
1.7.1 Tipos de exposição às radiações ionizantes ................................................ 19 
1.7.2 Principais doenças relacionadas às radiações ionizantes ............................ 19 
1.8 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES ................................................................. 20 
1.8.1 Definições gerais .......................................................................................... 20 
1.8.2 Classificação das radiações não ionizantes ................................................. 20 
1.8.3 Doenças e anomalias relacionadas às radiações não-ionizantes ................ 20 
1.8.4 Mecanismos de proteção às radiações ionizantes e não ionizantes ............ 21 
CAPÍTULO 2 - DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES QUÍMICOS E 
AGENTES BIOLÓGICOS ......................................................................................... 23 
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS .. 
 ..................................................................................................................... 23 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS ................ 23 
2.2.1 Gases ........................................................................................................... 23 
2.2.2 Vapores ........................................................................................................ 24 
2.2.3 Poeiras ......................................................................................................... 24 
2.2.4 Fumos .......................................................................................................... 24 
2.2.5 Fumaças ...................................................................................................... 25 
2.2.6 Neblinas e névoas ........................................................................................ 25 
2.3 DOENÇAS CAUSADAS PELOS AGENTES QUÍMICOS ............................. 25 
2.3.1 Classificação das dermatites de contato ...................................................... 25 
2.3.2 Tipos de dermatoses .................................................................................... 26 
 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2.4 DOENÇAS POR AGENTES BIOLÓGICOS: CONSIDERAÇÕES INICIAIS . 31 
2.5 TIPOS DE DOENÇAS .................................................................................. 32 
2.5.1 Carbúnculo ................................................................................................... 32 
2.5.2 Mormo .......................................................................................................... 33 
2.5.3 Tétano .......................................................................................................... 34 
2.5.4 Blastomicoses .............................................................................................. 35 
2.5.5 Ancilostomíase ............................................................................................. 35 
2.5.6 Moléstia de Weil ........................................................................................... 37 
CAPÍTULO 3 - PRIMEIROS SOCORROS .............................................................. 39 
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................... 39 
3.2 AVALIAÇÃO OU ANÁLISES DA VÍTIMA ..................................................... 40 
3.2.1 Análise primária ........................................................................................... 40 
3.2.2 Análise secundária ....................................................................................... 40 
3.3 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)......................................... 41 
3.3.1 Desobstrução das vias aéreas ..................................................................... 44 
3.3.2 Respiração artificial (boca a boca) ............................................................... 44 
3.4 HEMORRAGIAS .......................................................................................... 45 
3.4.1 Hemorragia externa...................................................................................... 45 
3.4.2 Hemorragia interna....................................................................................... 45 
3.5 FRATURAS .................................................................................................. 46 
3.6 ENTORSE E LUXAÇÃO .............................................................................. 46 
3.7 QUEIMADURAS .......................................................................................... 47 
3.8 REMOÇÃO E TRANSPORTE ...................................................................... 47 
3.8.1 Formas de remoção e transporte .................................................................48 
3.9 TOXICOLOGIA: CONCEITOS GERAIS ....................................................... 50 
3.10 PROTEÇÃO NO TRABALHO COM PRODUTOS QUÍMICOS ..................... 51 
3.11 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOS PRODUTOS QUÍMICOS .................... 52 
3.12 COMPORTAMENTO HABITUAL DAS SUBSTÂNCIAS NO POSTO 
LABORAL .................................................................................................................. 53 
3.13 APLICAÇÕES PRÁTICAS DO CONHECIMENTO TOXICOLÓGICO .......... 55 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 57 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
Com as constantes exigências de produtividade, aumento da qualidade dos 
produtos e, consequentemente, a pressão que exige com que o trabalhador se 
esforce, de maneira geral, cada vez mais no trabalho, torna-se relevante o 
reconhecimento do papel da Medicina do Trabalho na determinação e na evolução 
do processo saúde versus doença dos trabalhadores, bem como suas implicações 
éticas, técnicas e legais, que se refletem sobre a organização e o provimento de 
ações de saúde para esse segmento da população e o impacto nas redes de 
serviços de saúde. Nessa perspectiva, o estabelecimento da relação causal ou do 
nexo entre um determinado evento de saúde seja dano, seja doença, individual ou 
coletivo, potencial ou instalado, e uma dada condição de trabalho, constitui a 
condição básica para a implementação das ações de saúde do trabalhador nos 
serviços de saúde, e no reconhecimento cada vez mais importante da medicina do 
trabalho. 
De forma sistemática, serão estudados os processos de identificação e controle 
dos fatores de risco à saúde presentes nos ambientes e condições de trabalho e, a 
partir do diagnóstico, tratamento e prevenção dos danos, lesões ou doenças, 
provocados pelo trabalho, no indivíduo e no coletivo de trabalhadores. As técnicas 
de primeiros socorros e sua importância na ação imediata em situações de 
emergência no trabalho também serão abordadas. 
 
 
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CAPÍTULO 1 - MEDICINA DO TRABALHO 
 
1.1 HISTÓRICO DA DOENÇA E TRABALHO NA ANTIGUIDADE 
 
Estudar a história das doenças e suas relações com o trabalho é de suma 
relevância para estabelecer paralelos entre a Medicina do Trabalho e seus desafios 
atuais. 
Historiadores renomados da Medicina, do porte de Henry Sigerest e George 
Rosen, mostram em seus estudos que é possível detectar alguma referência sobre a 
associação entre o trabalho e a saúde/doença. 
Desde o antigo Egito reconhece-se a existência de doenças associadas ao 
trabalho, conforme as evidências de lesões de braços e mãos em pedreiros 
descritas em papiros de Sellier; dermatites pruriginosas laborais são citadas no 
papiro de Eberse; havia atendimento médico organizado em certos locais de 
trabalho, como minas, pedreiras, na construção de pirâmides e outros monumentos 
e em expedições à procura de minas de cobre e turquesa. A importância do 
equilíbrio mental e físico de trabalhadores não era desconhecida. Havia dinastias 
onde se outorgavam dias de descanso predeterminados e concediam-se licenças 
para pais acompanharem filhas a festas, filhos cuidarem de mães enfermas e 
maridos e pais poderem permanecer em casa, por um dia, quando suas mulheres ou 
filhas se encontrassem em período menstrual. 
Pode-se citar também, casos de concessão de pensão por invalidez de origem 
laboral, reintegração ao trabalho e de solicitação de cobertura de gastos médicos 
motivados por acidente médico. 
Ao lado da longa tradição de textos e práticas rituais judaicas relacionadas à 
saúde, no Talmude estabelecia-se, claramente, a proibição de que patrões e amos 
exigissem, mesmo sob pagamento extra, horas adicionais de trabalho que 
desrespeitassem os hábitos culturais de sono e vigília de seus empregados ou 
“servos”. 
Considerações sobre alimentação e doenças em trabalhadores também eram 
objeto dos textos judaicos. O patrão deveria suprir seus empregados com alimentos, 
não poderia submetê-los a trabalhos indignos ou exagerados e deveria respeitá-los 
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como um homem. Até mesmo no caso de um homem vender-se como “servo” (o 
termo empregado para a época e tradição judaicas não se ajusta a “escravo”, nem a 
“trabalhador”) a um patrão, o livro Êxodo tipifica condições para tal, inclusive 
esclarecendo o tempo exercido de trabalho quando na vigência de doenças, já que o 
tempo máximo de servidão era de seis anos. Além de ter que fornecer tratamento, 
havia regras para a compensação ou não do tempo de adoecimento. Se o tempo de 
adoecimento não ultrapassasse quatro anos, dentro dos seis de servidão, era 
considerado tempo efetivo trabalhado. Se maior, precisaria ser reposto. Porém, isto 
se aplicava apenas se o trabalhador não pudesse exercer nenhuma função. Se 
houvesse a possibilidade do exercício de um trabalho menos penoso, contabilizava-
se o tempo como trabalho efetivo, antecipando o conceito de readaptação de 
funções para o trabalhador acidentado. 
Mesmo com estas referências, o desinteresse pelo tema saúde/trabalho nos 
Impérios oriundos das nações dominantes é reinante, uma vez que os trabalhos 
mais pesados ou de mais elevado risco eram destinados a escravos, comumente 
oriundos das nações subjugadas e cujos esforços conformavam um dos pilares dos 
próprios Impérios mercantis escravistas, como os vigentes nos Impérios Grego e 
Romano da antiguidade. 
Apesar das relações entre saúde e trabalho não se constituírem na 
preocupação primária de Hipócrates (460- 375 A.C.) em seus tratados de Medicina, 
pode-se encontrar alusões às doenças ocupacionais. Encontram-se em seus textos 
referências a doenças de quem trabalhava montado a cavalo (lombalgias, paralisias, 
impotência e esterilidade), pescadores (morte precoce por má qualidade alimentar), 
metalúrgicos, mineiros, tintureiros, alfaiates, agricultores e outras profissões. 
Hipócrates também reconheceu riscos ocupacionais específicos e mesmo ligou 
doenças particulares a ocupações. Seus textos não se voltavam ao trabalho, não o 
tratavam como uma especificação direta, mas não se furtavam a perceber a 
associação entre certos elementos naturais ou não relacionados às ocupações e à 
patologia humana. 
De Hipócrates, que é considerado o maior médico do Império Romano, há, 
além de escritos médicos, muitos deles relatando as doenças presentes em 
escravos e detentos no trabalho em minas, número considerável de citações não 
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médicas onde se relacionam doenças e ocupações, como visto em textos de Platão 
(427-347 A.C.) e Aristóteles (384-322 A.C.). 
Ainda na Grécia antiga, Plautus, cem anos mais tarde, descreveu que artistas e 
alfaiates possuíam problemas posturais e que alguns apresentavam sequelas 
graves, em função das posturas peculiares que eram obrigados a assumir em seus 
trabalhos. 
Também em Roma, eram frequentes a presença de médicos nos distintos 
ambientes da alta sociedade, e onde se desenvolveram várias escolas médicas, 
sendo assim, criado um direcionamento da prática médica aos esteios da civilização 
romana. Assim, legiões militares, as escolas de gladiadores, as companhias teatrais 
e as corporações de trabalhadores possuíam, muitas vezes, seus próprios médicos, 
voltados ao tratamento das doenças desenvolvidas por estes profissionais. Não há, 
neste período, como em nenhum outro da história clássica, uma abordagem de 
fulcro exclusivo ocupacional; os médicos tratavam as doenças de indivíduos; nestes 
casos, de grupos de indivíduos organizados por seus ofícios. 
Sabe-se, por exemplo, que Virgílio descreveu problemas mentais em 
marinheiros. Marcial foi o primeiro a descrever os riscos ocupacionais do manuseio 
do enxofre e Juvenal relacionou o desenvolvimento de veias varicosas em religiosos, 
pelo fato de permaneceram muito tempo de pé e associou a cegueira de ferreiros, 
pelo trabalho com materiais incandescentes. 
Plínio, o velho (23-79 D.C.), após visitar alguns locais de trabalho, 
principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto dos 
trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras. Menciona, então, a 
iniciativa dos escravos de utilizarem à frente do rosto, à guisa de máscaras, panos 
ou membranas (de bexiga de carneiro) para atenuar a inalação de poeiras, sendo 
estes os primeiros registros da utilização de Equipamentos de Proteção Individual 
(EPIs) com orientação da Medicina através da observação e correlação com as 
atividades, mesmo que de maneira tímida e não sistematizada. 
Já Lucrécio (96-55 A.C.), estudando, em especial, a mineração de ouro, foi o 
primeiro a relatar as vidas curtas dos carvoeiros das minas, e questionava como 
morriam em tão pouco tempo, muitas das vezes na fase de juventude. 
 
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1.2 A ÁREA DA SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
A saúde do trabalhador constitui uma área destacada da saúde pública, 
objetivando o estudo e intervenção nas relações entre o trabalho e a saúde, a 
promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de 
ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos 
agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos 
trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e 
reabilitação de forma integrada, por meio do Serviço Único de Saúde (SUS). 
Nessa concepção, vale destacar o que vem a ser trabalhadores, mesmo que 
pareça evidente. Os trabalhadores são todos os homens e mulheres que exercem 
atividades para sustento próprio ou de seus dependentes, qualquer que seja sua 
forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou informais da 
economia. Estão inclusos neste grupo os indivíduos que trabalharam ou trabalham 
como empregados assalariados, trabalhadores domésticos, trabalhadores avulsos, 
trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores 
cooperativados e empregadores, tais como os proprietários de micro e pequenas 
unidades de produção. São também considerados trabalhadores aqueles que 
exercem atividades não remuneradas habitualmente, em ajuda a membro da 
unidade domiciliar que tem uma atividade econômica, os aprendizes e estagiários e 
os temporários ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, 
aposentadoria ou desemprego. 
 
FIQUE LIGADO 
Deve-se ter cautela ao generalizar as doenças do trabalho com o quadro de 
programas de saúde voltados às doenças de maneira geral. As iniciativas, 
programas e políticas estratégicas devem ser diferenciados no âmbito da saúde e 
Medicina do Trabalho e para a população em geral, mesmo quando a doença é 
comum aos dois grupos de estudo. 
 
Fatores determinantes: entre os determinantes da saúde do trabalhador estão 
compreendidos os condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e 
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organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de riscos 
ocupacionais, tais como físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles 
decorrentes da organização laboral, que são os presentes nos processos de 
trabalho. Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos 
processos de trabalho, que contemplem as relações de saúde e trabalho em toda a 
sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e 
intersetorial. 
Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são 
considerados sujeitos e partícipes das ações de saúde, que incluem: o estudo das 
condições de trabalho, a identificação de mecanismos de intervenção técnica para 
sua melhoria e adequação e o controle dos serviços de saúde prestados. 
Na condição de prática social, as ações de saúde do trabalhador apresentam 
dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis. Consequentemente, esse 
campo de atuação tem interfaces com o sistema produtivo e a geração da riqueza 
nacional, a formação e preparo da força de trabalho, as questões ambientais e a 
seguridade social. 
De modo particular, as ações de saúde do trabalhador devem estar integradas 
com as de saúde ambiental, uma vez que os riscos gerados nos processos 
produtivos podem afetar também o meio ambiente e a população em geral. 
 
1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE DOENÇAS CAUSADAS POR 
AGENTES FÍSICOS 
 
Para se compreender a exposição prejudicial do indivíduo, acarretando 
doenças diversas, faz-se necessário estabelecer que o ambiente laboral será 
agressivo ao trabalhador quando tiver a presença de agentes ou riscos prejudiciais à 
saúde. Pode parecer simples tal assertiva, entretanto, é através desta premissa que 
a higiene do trabalho atua. São consideradas as influências correlacionadas com o 
desempenho de uma atividade pelo trabalhador, que podem alterar as condições de 
saúde do mesmo. É por meio de sua própria definição, que se pode estabelecer e 
desenvolver tal ideia, pois, de maneira clássica, higiene do trabalho é a ciência e a 
arte que trata do reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Por meio da Norma Regulamentadora 9 (NR-9), as autoridades de Medicina e 
Saúde do Trabalho obrigam a elaboração e implementação, por parte de todos os 
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, doPrograma de Prevenção de Riscos Ambientais- PPRA, visando a preservação da 
saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, do 
reconhecimento, da avaliação e, consequente, do controle da ocorrência de riscos 
ambientais existentes ou que venham existir no ambiente laboral, tendo em 
consideração a proteção do meio ambiente e também dos recursos naturais. 
Atendo-se ao foco da correlação das doenças do trabalho relativas aos tipos de 
riscos existentes, é necessário que se estude as naturezas diversas dos agentes 
ambientais que podem oferecer riscos à saúde, classificando-se em físicos; químicos 
e biológicos. 
 
ATENÇÃO 
NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, que aborda sobre o programa 
PPRA, sofreu atualizações significativas em 2019/2020. Com a nova reformulação, 
será tratada na NR a exposição à agentes ambientais químicos, físicos e biológicos. 
Todavia, as novas mudanças passarão a valer somente em 2021 (um ano após a 
publicação das atualizações). Sendo assim, durante esse período, as organizações 
deverão seguir o texto vigente da NR - 09 com suas exigências. Após vigência do 
novo texto, o conteúdo deste material será readequado para atender às novas 
regras vigentes referentes à norma. 
Veja as novas mudanças no site do ENIT – Escola Nacional da Inspeção do 
Trabalho, disponível em: <https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/ctpp-nrs/nr-
9?view=default>. 
 
1.4 AGENTES FÍSICOS E AS DOENÇAS RELACIONADAS 
 
Entre os agentes físicos com doenças relacionadas mais comuns, encontram-
se o ruído ou barulho, que trazem doenças sérias e, muitas vezes, irreversíveis; e as 
temperaturas extremas, que podem provocar vários tipos de distúrbios fisiológicos e, 
consequentemente, graves doenças com a variação da umidade e movimentação do 
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ar. Deve-se mencionar, também, as vibrações, que pode, sim, provocar danos e 
afetar a saúde dos trabalhadores, como dores nos membros, lesões ósseas, 
diminuição da circulação sanguínea, dentre outros. Vejamos uma breve descrição 
introdutória abaixo: 
Ruído ou Barulho: É o som constituído por grande número de vibrações acústicas 
com relações de amplitude e fases distribuídas ao acaso, isto é, qualquer sensação 
sonora desagradável ou indesejável. Já o som é a sensação auditiva resultante da 
propagação de um movimento vibratório (oscilações alternadas de compressão e 
expansão) em um meio material elástico. 
As vibrações captadas pelo ouvido externo são conduzidas pelos elementos do 
ouvido médio até a cóclea e daí através do nervo auditivo ao cérebro. A cóclea, 
também, poderá ser atingida por outras vias, ou seja, através da vibração da 
membrana timpânica e cadeia ossicular, através da janela redonda ou através da 
vibração da estrutura óssea. O foco deste estudo é entender, de maneira objetiva, 
como o ruído é captado pelo ouvido humano, portanto, não cabe maiores 
detalhamentos na seara médica ou científica acerca do tema. 
Pressão Sonora: importante definir a pressão sonora para melhor compreensão 
do agente físico ruído. Define-se como a variação da pressão (por compressão ou 
expansão/tração) em torno da pressão atmosférica. A unidade é o Dina por 
centímetro quadrado (d/cm2). 
Outro conceito pertinente ao tema é a intensidade sonora: definida como o 
montante de energia por unidade de tempo e por unidade de área normal à direção 
de propagação. A unidade deste parâmetro é o Watt por centímetro quadrado 
(w/cm2). 
 
1.5 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO DO RUÍDO 
 
- Hipoacusia transitória: doença que tem como característica a exposição curta 
de minutos, horas ou dias em níveis elevados de ruído ou barulho entre 90 e 120 
decibéis. 
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- Surdez Profissional: a surdez ocupacional caracteriza-se pela sua 
irreversibilidade e bilateralidade, estando associada à existência de lesão do órgão 
de corti ou órgão espiral e será provocada da seguinte maneira: 
- Exposição prolongada, por meses ou anos, de indivíduos susceptíveis em 
níveis elevados (90 – 120 dB) ou exposição curta em níveis muito elevados (120-160 
dB), provocando perda progressiva da audição, inicialmente para frequências da 
ordem de 4000 Hz e, aos poucos para frequências vizinhas; 
- Exposição repentina a ruídos estrondosos, provocando ruptura da membrana 
do tímpano com lesão do ouvido médio por explosivos ou estampido de arma de 
fogo (150-160 dB); 
 
O início de um processo de surdez profissional pode ser constatado através de 
um exame audiométrico, graças a sua denominação de “Gota Acústica”. 
A surdez profissional traz consequências drásticas em toda a vida do indivíduo, 
tais como perturbações funcionais nervosas, alterações no aparelho digestivo, 
aparelho cardiocirculatório, etc. Pode haver ainda provocação de acidentes do 
trabalho, pela interferência na comunicação verbal e na escuta de sinais de alarme, 
além da diminuição da eficiência e da produtividade. 
Métodos de avaliação e controle do ruído ou barulho: as técnicas de controle 
do ruído ou barulho vão se aperfeiçoando e derrubando o mito de que este risco e 
suas consequências são inerentes a certas ocupações. Cabe ao profissional de 
saúde e segurança instruir, fiscalizar e trazer à consciência de todas as partes, de 
que tal situação não é condizente com as relações de trabalho dos tempos atuais. 
Existem medidas de controle de ruído, que são implementadas antes da construção 
e instalação de uma indústria, tais como zoneamento, projeto adequado e 
distribuição adequada das fontes do barulho, por exemplo. 
Outras ações de prevenção do ruído podem ser relativas ao meio ambiente, à 
trajetória e ao homem. 
Há várias atuações diretas e com o aspecto da Medicina do Trabalho mais 
pungente, a saber: 
- Exame otológico admissional; 
- Exame audiométrico admissional; 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
- Exame audiométrico periódico; 
- Tratamento dos trabalhadores que apresentarem problemas de audição e, 
conforme o caso, afastamento do trabalho em operações ruidosas quando houver 
elevação precoce do limite de audibilidade. 
 
Outra ação a ser tomada é o uso de equipamento de proteção individual. A 
utilização de protetores para o ouvido e cabeça como tampões, conchas e 
capacetes podem proporcionar uma redução em média de 20 a 35 decibéis na 
audição dos ruídos. 
É geralmente necessário, para se obter resultados satisfatórios na prevenção 
das lesões auditivas pelo ruído, empregar conjuntamente várias medidas 
preventivas recomendadas. 
 
1.6 TEMPERATURAS EXTREMAS, UMIDADE E MOVIMENTAÇÃO DO AR 
 
Normalmente, os níveis de anormalidade elevados de temperatura e umidade 
ocorrem na indústria têxtil, alvejarias e tinturarias, vidrarias, altos fornos, minerações 
indústria metalúrgica, fundições, cerâmicas, trabalho ao ar livre, dentre outras 
empresas e indústrias. 
- Mecanismos biológicos de termo regulação:O organismo aciona seu 
mecanismo de defesa para estes agentes, por meio da atividade do centro nervoso, 
localizada no hipotálamo, provocando assim a vasodilatação cutânea e sudorese. A 
partir do aquecimento do ar e do calor radiante, o organismo aciona tal mecanismo. 
- Principais doenças relacionadas às temperaturas extremas, umidade e 
movimentação do ar: 
- Desconforto térmico levando a fadiga: causa a chamada prostração térmica, 
sendo uma alteração dos mecanismos circulatórios de termo regulação. 
- Cãibras do calor: tem como característica a perda excessiva de cloreto de 
sódio e água (sudorese profusa) do corpo, causando sensações frequentes e 
espasmos musculares – a cãibra. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
- Intermação: Distúrbio do mecanismo nervoso de termo regulação, onde o 
indivíduo perde as referências de parâmetros de calor excessivo, frio e outras 
sensações ligadas aos fatores de temperatura do ambiente. 
- Meios de prevenção: 
Quanto aos meios de prevenção, serão de duas naturezas, segundo predomine 
calor convencional ou calor radiante conforme a seguir: 
- Ventilação geral diluidora ou local exaustora, quando se deseja controlar 
valores de temperatura do ar; umidade relativa ou velocidade do ar; 
- Antepara contra o calor radiante. As anteparas podem ser construídas de 
materiais refletores ou absorventes. 
 
Em relação às ações diretas relativas ao trabalhador, tem-se: 
- Exame admissional: preferir indivíduos jovens, recusar obesos, idosos, 
portadores de cardiopatias, a fim de salvaguardar a vida destes. Vale notar que 
estas preferências não podem, em hipótese alguma, ter o viés de preconceito, e sim 
de adequação do perfil do indivíduo ao tipo de atividade da qual este será exposto. 
- Aclimatação/adaptação para os não habituados; 
- Exames médicos periódicos para avaliar as condições dos trabalhadores; 
- Revezamento e intermitência do trabalho; 
- Higiene pessoal e vestimentas apropriadas: roupas leves de material poroso e 
apropriadas; 
- Proibição da ingestão de bebidas alcoólicas; 
- Refeições balanceadas; 
- Água e sal em abundância, através de ingestão de isotônicos. 
 
Níveis anormalmente baixos de temperaturas: 
A ocorrência deste tipo de ambiente laboral se dá nas câmaras frigoríficas, 
matadouros, fábricas de produtos em conserva, açougues, fábricas de gelos e 
sorvetes, pescadores e aviadores. 
O modo de ação deste tipo de cenário se dá através do resfriamento do ar e de 
fontes negativas de calor radiante. 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Principais doenças relacionadas às temperaturas muito baixas: 
Geladuras ou queimaduras pelo frio. 
Lesões locais mais frequentes, tais como congelamento dos membros, pés de 
imersão, ulcerações do frio ou frieiras. 
- Meios de prevenção: 
Quanto aos meios de prevenção, deve-se estabelecer critérios para a seleção 
profissional e outras medidas a saber: 
- No exame admissional de saúde afastar portadores de distúrbios 
neurovegetativos, que são os diversos processos onde o indivíduo somatiza 
sensações e problemas psicológicos e se manifesta por meio de sudorese ou 
calafrios. 
- Equipamento de proteção individual 
- Alimentação hipercalórica 
- Proibição do uso de álcool e cigarros 
- Aclimatação progressiva 
 
Pressão atmosférica anormal 
Define-se como pressão atmosférica em si, a pressão que o ar exerce sobre 
todos os corpos devido a seu peso. 
O organismo humano recebe sobre a sua superfície, uma pressão 
correspondente a 1,03 kg/cm², a qual é uniformemente transmitida a todo corpo (ao 
nível do mar: 1.03 kg/cm² = 760 mm Hg). Ao correlacionar os gases que formam a 
atmosfera, pode-se também atribuir a cada gás, um percentual exercido da pressão 
conforme se segue: 
O2.............................................20,95% 
CO2........................................... 0,04% 
N2 + Gases Nobres 0,9 a 1,0%...79,01% 
 
Estes gases vão se dissolver no plasma sanguíneo e essa dissolução depende 
da pressão parcial de cada um. 
 
Doenças causadas pela diferença de pressão: 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
As doenças causadas devido à variação da pressão atmosférica são chamadas 
de Baropatias. 
Estas se classificam como: 
- Hiperbarismo: fenômeno consequente ao aumento da pressão atmosférica, 
sendo que o mesmo poderá acontecer na fase de compressão ou na fase de 
descompressão, sendo anormalmente elevada. 
- Hipobarismo: fenômeno consequente à diminuição da pressão atmosférica. 
Tanto o hiperbarismo, quanto o hipobarismo, acometem trabalhadores sob a 
água (escafandristas, “homens-rãs” e trabalhos em caixões pneumáticos). A 
consequência notada nestas doenças relacionadas à pressão é a intoxicação pelos 
gases que compõem normalmente a atmosfera, quando a pressão parcial dos 
mesmos excede certos limites. 
 
Pode-se tomar como referência os exemplos destas doenças com basicamente 
3 tipos de gases: 
- Oxigênio: intoxicação aguda (em pressões superiores a 3,5 atmosferas); 
- Nitrogênio: embriaguez das profundidades (em pressões superiores a 3,5 
atmosferas); 
- Gás Carbônico: intoxicação aguda 
 
Principais doenças relacionadas à pressão atmosférica anormal: 
- Descompressão brusca: Tipo de anomalia que ocorre quando se volta à 
superfície após trabalho em caixões pneumáticos e ascensão rápida a altitudes 
elevadas (aviadores). Como o nitrogênio é pouco difusível, formam-se bolhas que se 
localizam em várias partes do organismo, a saber: 
Articulares: Dores em uma ou mais articulações, geralmente nos joelhos e 
ombros. 
Cutâneas: Prurido de intensidade variável, afetando principalmente o tronco e a 
parte central dos membros. 
Equimoses (hematomas) em diversas partes do corpo, principalmente as juntas 
articulares. 
Nervosas: lesões embólicas medulares e cerebrais. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Pulmonares: tosse, dores torácicas e dificuldades de respirar. 
Cardíacas: choque e morte. 
 
A maioria destas doenças ou acidentes ocorre até 3 horas depois de terminada 
a descompressão. 
 
- Hipobarismo: São doenças relativas a grandes altitudes, levando a um quadro 
clínico agudo, onde aparecem prostração, cefaleia e hemorragia, ou crônico, onde 
surge a síndrome eritêmica (vermelhidão constante na pele devido à vasodilatação), 
levando ao que se chama de “Mal das Montanhas”. 
Pode-se evitar tal doença utilizando-se de processo médico-administrativo, com 
objetivos como seleção profissional, adaptação ao ambiente de maneira gradual, 
uso de máscaras de oxigênio, uso de cabines ou vestes pressurizadas acima de 
12000 m. 
 
1.7 RADIAÇÕES IONIZANTESRadiações ionizantes: São radiações de natureza eletromagnética ou 
corpuscular, que ionizam as substâncias presentes no meio em que se propagam. 
Diante disto, as mesmas são classificadas em: 
Radiações ionizantes corpusculares, que são compreendidas pelos raios α 
(Alfa) e raios β (Beta). Os raios α (Alfa) que são pouco penetrantes e altamente 
ionizantes propagam-se em linha reta e são detidos após um percurso de 8 cm, no 
meio aéreo. São pouco perigosos por via externa devido a sua baixa penetração, 
mas altamente perigosos por via interna devido à alta capacidade de ionização. Os 
raios β (Beta), que são moderadamente penetrantes e bastante ionizantes, 
propagam-se de forma sinuosa e irregular, sendo detidos por folhas de 1mm de 
espessura, da maioria dos metais. São moderadamente perigosos por via externa e 
bastante perigosas por via interna. 
Radiações Ionizantes Eletromagnéticas, que são os raios γ (Gama) e raios X. 
Os raios γ (Gama) são radiações eletromagnéticas de alto poder penetrante e 
fracamente ionizantes, propagam-se em linha reta com intensidade que diminui 
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segundo o inverso do quadrado da distância, produzem radiações secundárias e 
difusas no interior das matérias que atravessam e são altamente perigosos por via 
externa. 
Os raios X são radiações eletromagnéticas, originadas no átomo, externamente 
ao núcleo. Podem ser produzidos, artificialmente, pelos tubos Röentgen, Betatron, 
Ciclotron, por aceleradores lineares e por certas válvulas termoiônicas (tubos de 
raios catódicos). São altamente penetrantes e fracamente ionizantes, propagam-se 
em linha reta, com intensidade que diminui segundo o inverso do quadrado da 
distância, produzem radiações secundárias e difusas no interior dos materiais que 
atravessam e são altamente perigosos por via externa. 
 
1.7.1 Tipos de exposição às radiações ionizantes 
Basicamente, os indivíduos podem ser submetidos a 2 tipos de exposição às 
radiações, a saber: 
Médica: Radioterapia tradicional; terapia com aceleradores; curieterapia; 
telecurieterapia (Bomba de Césio e Cobalto); emprego de isótopos radioativos no 
diagnóstico e na terapêutica. 
Industrial: Metalografia ou radiografia industrial; aparelho de difração dos raios 
X; fabricação de tubos Röentgen; na fabricação de alguns tipos de válvulas 
termoiônicas; no emprego de isótopos radioativos; no uso de tintas radioativas; na 
eliminação de eletricidade estática; na indústria da mineração e refinação de 
minérios radioativos e uso de reatores nucleares. 
 
1.7.2 Principais doenças relacionadas às radiações ionizantes 
- Irradiação aguda local: tipo de patologia que causa hiperemia (maior 
quantidade de sangue necessária) acentuada com lesão vascular; sendo que doses 
elevadas produzem até mesmo a necrose da pele. 
- Irradiação aguda generalizada: trata-se de processos degenerativos intensos 
dos órgãos hematopoiéticos (tecido conjuntivo responsável pela produção de células 
sanguíneas e da linfa); focos hemorrágicos e zonas de necrose das glândulas 
endócrinas, especialmente testículos e ovários. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
- Irradiação crônica local (pele): Define-se por alterações distróficas da pele 
que facilmente apresenta degeneração carcinomatosa. 
 
- Irradiação crônica geral: são alterações graves dos órgãos hematopoiéticos 
(leucemia) e das gônadas (esterilidade e alterações genéticas). 
 
1.8 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES 
 
1.8.1 Definições gerais 
 As radiações não ionizantes são de natureza eletromagnética, sendo que a 
energia se transmite da fonte ao receptor sem afetar o meio intermediário, com 
propagação sob a forma de ondas pulsáteis. 
 A unidade de medida é o Angstron (A° = 1/107 de milímetro). De maneira 
geral, as radiações são tanto mais perigosas quanto menor o seu comprimento de 
onda. 
 
ATENÇÃO 
Não se deve inferir que as radiações ionizantes são mais danosas do que as não 
ionizantes, pois, estas também possuem alta capacidade de causar danos à saúde e 
à vida do trabalhador. Os mecanismos de proteção das radiações não ionizantes se 
fazem igualmente relevantes às ionizantes. 
 
1.8.2 Classificação das radiações não ionizantes 
Estes tipos de radiações podem ser classificados em: 
- Ondas Hertzianas 
- Raios Infravermelhos 
- Radiação Visível (4000 a 7000 A°) 
- Raios Ultravioleta 
 
1.8.3 Doenças e anomalias relacionadas às radiações não-ionizantes 
De maneira objetiva, as patologias relativas a este tipo de radiação são: 
- Queimaduras diversas 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
As radiações podem causar diversos tipos de queimaduras, sendo de 1º a 3º 
graus, dependendo da intensidade da fonte emissora, do tempo de exposição e da 
parte exposta do indivíduo. 
Figura 1 - Tipos de queimaduras e sua abrangência nos tecidos 
 
Fonte: Infomedica queimaduras, 2019. 
 
- Lesões Oculares 
As lesões nos olhos são graves problemas dada a irreversibilidade do sistema 
ocular. Muitas das vezes, a exposição ao risco sem a devida proteção traz a 
cegueira de maneira rápida e repentina. 
 
Figura 2 - Tipo de câncer nos olhos devido à exposição à radiação solar 
 
Fonte: Ultravioleta, 2019. 
 
1.8.4 Mecanismos de proteção às radiações ionizantes e não ionizantes 
A exposição às radiações é um dos maiores desafios para os profissionais de 
saúde e segurança, pois, muitas vezes os mecanismos de proteção, a longo prazo, 
são ineficientes. 
https://www.ebah.com.br/content/ABAAAeiqAAJ/ultravioleta?part=2
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Todavia, devem ser tomadas, no mínimo, as seguintes medidas para se mitigar 
os riscos: 
- Aumento da distância entre a fonte e a pessoa 
- Interposição de barreiras 
- Diminuir o tempo de exposição 
- Uso de Equipamento Individual de Proteção (EPI) 
- Uso de monitores de bolso, como canetas e dosímetros, e de campo, como 
contador de Geiger 
 
 
 
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CAPÍTULO 2 - DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES QUÍMICOS E AGENTES 
BIOLÓGICOS 
 
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS 
 
Os diversos agentes químicos que entram em contato com o organismo dos 
trabalhadores podem apresentar uma ação localizada ou serem distribuídos aos 
diferentes órgãos e tecidos,produzindo uma ação generalizada. As principais vias 
de penetração destas substâncias no organismo humano são: 
- Respiratória (Inalação): Esta via é a mais importante, pois, é considerável a 
quantidade de ar inalado durante uma jornada de trabalho e muito extensa a área 
alveolar, que é bastante permeável, ricamente vascularizada e sem defesa às 
substâncias agressivas. 
- Digestiva: Esta via, embora apresentando uma importância secundária, pois, 
a substância precisa ser ingerida para acontecer a absorção, tem que ser estudada, 
diante das condições higiênicas dos locais onde os trabalhadores fazem suas 
refeições e dos preconceitos ainda existentes com a higiene individual. 
- Cutânea: Esta via tem importância limitada a certas substâncias com relação 
à absorção, mas a pele é muito agredida, localmente, pelos agentes químicos, que 
produzem as dermatoses ocupacionais, que serão o foco deste estudo. 
 
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS 
 
Os agentes químicos de doenças profissionais são classificados, segundo seu 
estado físico, às condições em que ocorrem e a maneira como atuam em: 
- Gases e Vapores: Quando estão distribuídos no ar; 
- Poeiras, fumos, fumaças, neblinas e névoas: Quando, finalmente, divididos e 
suspensos no ar. 
 
2.2.1 Gases 
São substâncias encontradas em estado gasoso à temperatura de 25°C e 
compressão de 1 atmosfera, e altamente difusíveis no meio ambiente. Como 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
exemplos têm-se o monóxido de carbono, metano, gás carbônico, dióxido de 
nitrogênio, fosfina, etc. 
 
2.2.2 Vapores 
São as formas gasosas de substâncias que se encontram sob o estado sólido 
ou líquido a 25°C de temperatura e a 1 atmosfera de pressão; são altamente 
difusíveis. Como exemplos têm-se os vapores de benzeno, de tetracloreto de 
carbono, etc. 
 
2.2.3 Poeiras 
São partículas sólidas resultantes da desintegração mecânica de substâncias 
inorgânicas ou orgânicas, seja pelo simples manuseio, seja em consequência de 
operações de esmagamento, moagem, trituração, branqueamento, polimento, 
detonação e outros. O diâmetro das poeiras está entre 0,1 a 100 µm. Não se 
difundem, geralmente, não floculam e tendem a depositar-se sob a ação da 
gravidade. A importância do diâmetro das poeiras é evidente quando se observa que 
as de diâmetro acima de 10 µm depositam-se rapidamente, entre 5 e 10 µm 
depositam-se lentamente e inferiores a 5µm flutuam no ar por muito tempo. Outra 
informação importante é a relacionada com as defesas das vias aéreas, pois, as 
partículas com diâmetro superior a 3 µm atingem os alvéolos pulmonares, gerando 
assim alto risco para os pulmões. Como exemplos têm-se as poeiras de rochas, de 
metais, polens, esporos, etc. 
 
2.2.4 Fumos 
São partículas sólidas muito pequenas (diâmetro inferior a 1 µm ) resultantes 
da condensação de vapores, geralmente, provenientes da volatilização de metais 
em fusão, na maioria das vezes, acompanhadas de oxidação. Não se difundem, 
floculam e depositam-se. Como exemplos têm-se os fumos de óxido de zinco, de 
chumbo, etc. 
 
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2.2.5 Fumaças 
São partículas com diâmetros inferiores a 0,5 µm formadas por mistura de 
gases, partículas sólidas e líquidas que resultam da combustão incompleta de 
substâncias carbonadas. Como exemplos têm-se as fumaças industriais. 
 
2.2.6 Neblinas e névoas 
São partículas líquidas (gotículas) resultantes da condensação de vapores 
sobre certos núcleos, ou da dispersão mecânica de líquidos em consequência das 
operações ou ocorrências como a nebulização, o borbulhamento e o respingo. 
Geralmente, o diâmetro das partículas é de 0,1 a 100 µm, sendo que as mesmas 
não se difundem e tendem a se depositar quando não evaporam. A neblina de ácido 
sulfúrico e de ácido crômico são exemplos clássicos. 
 
2.3 DOENÇAS CAUSADAS PELOS AGENTES QUÍMICOS 
 
A maioria das doenças causadas por agentes químicos são as chamadas 
dermatoses ocupacionais. Estas valem destaque, pois, constituem uma ampla gama 
de ocorrências e tipos. 
As dermatites de contato por agentes químicos constituem, na atualidade, o 
grupo mais importante dos agentes produtores de dermatoses. 
 
2.3.1 Classificação das dermatites de contato 
- Dermatite de contato por irritação: A ação de determinadas substâncias 
químicas sobre a pele promove a remoção do manto lipídico da pele provocando 
perda de água da célula ressecando a epiderme. 
- Dermatite de contato alérgica: As sensibilizações alérgicas por contato são 
produzidas geralmente por substâncias químicas em baixas concentrações. 
- Dermatite de contato fototóxica e fotoalérgica: Compreendem um grupo mais 
restrito e de menor ocorrência na área ocupacional. Elas dependem do contato da 
substância com o tegumento e da fonte emissora de luz UV, solar ou artificial. 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2.3.2 Tipos de dermatoses 
 
Figura 3 - Dermatose ocupacional pelo cimento 
 
Fonte: Acervo do autor, 2019. 
 
A figura acima indica uma dermatite de contato irritativa (DCI) forte grave, em 
servente de pedreiro, devido à queda de concreto dentro da botina de couro. 
Ocorreu ulceração grave com necrose tecidual em área da pele de tratamento difícil 
e lento. Neste caso, são necessários cerca de 90 dias para a cura do processo. 
 
Figura 4 - Dermatose ocupacional pelo cimento: 
 
Fonte: Acervo do autor, 2019. 
 
 
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Este outro caso de dermatite causado pelo cimento acima mostrado trata-se de 
dermatite alérgica de contato (DAC) grave pelo cimento em servente de pedreiro, 
acometendo membros superiores e inferiores. 
Aspectos médicos legais (nexo causal): Pela constatação de que o trabalhador 
entre em contato de modo habitual ou esporádico com o cimento, o médico do 
trabalho prescreve e cria o nexo causal. Além disso, o trabalhador apresenta história 
e quadro clínico compatíveis com o eczema irritativo ou alérgico produzido pelo 
cimento, e por consequência, o trabalhador apresenta testes epicutâneos positivos 
ao dicromato de potássio (cimento) e excepcionalmente ao cloreto ou sulfato de 
cobalto, nos casos de eczema alérgico pelo cimento. 
Prevenção: Não há como deixar de destacar os fatores de prevenção em sua 
abordagem objetiva, a saber: 
 - Proceder com higiene pessoal; 
- Utilizar os Equipamentos de Proteção Individual – EPI adequados; 
- Orientações à força de trabalho por meio da liderança em DDS, por exemplo; 
- Condições ambientais de segurança a fim de não expor os trabalhadores a 
risco desnecessário e sem controle;Dermatose por derivados de petróleo: 
Figura 5 - Exposição a solvente 
 
Fonte: Acervo do autor, 2019. 
 
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A figura acima demonstra uma dermatite de contato irritativa por exposição a 
solvente, onde geralmente se dá quando o trabalhador procede a limpeza das mãos 
sujas com graxas utilizando-se de gasolina. Ocorreu, desta forma, processo irritativo 
no dorso das mãos devido à gasolina e este processo se agravou sobremaneira 
devido à sensibilização por tópicos (mertiolato e nitrofurazona) usados no tratamento 
do processo irritativo. 
 
FIQUE ATENTO 
O diagnóstico feito de maneira ineficiente e a automedicação podem trazer 
consequências tão danosas ao trabalhador quanto o próprio agente causador da 
doença. 
 
Prevenção: 
- Evitar o contato prolongado e repetido da pele com os solventes orgânicos é a 
indicação mais eficaz para evitar tais situações na pele; 
- Evitar a remoção de tintas e graxas com solventes, tais como thinner, 
gasolina, aguarrás, querosene e outros solventes orgânicos; 
- Usar luvas e aventais apropriados; 
- Orientar e preparar o trabalhador, ensinando-o a utilizar as medidas de 
higiene propostas e orientando-o quanto ao uso correto dos EPIs. 
 
Dermatose por óleo de corte: 
Figura 6 - Sarna por óleo de corte 
 
Fonte: Acervo do autor, 2019. 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 As sarnas do óleo de corte, conforme registrado na foto acima, são 
constituídas por micropápulas que, ao serem escoriadas assumem aspecto 
escabiótico (como as sarnas causadas por ácaros). Essas lesões ocorrem na região 
dos antebraços em decorrência da ação irritativa que certos trabalhadores 
suscetíveis apresentam por determinados óleos de corte. 
Prevenção: 
- Instalação de lavatórios próximos ao local de trabalho; 
- Proteção nos equipamentos não automáticos a fim de evitar respingos e 
gotejamentos; 
- Orientação por parte da equipe dos Serviços Especializados em Saúde e 
Medicina do Trabalho (SESMT) aos empregados em relação aos riscos e boas 
práticas; 
- Quando possível, uso de EPIs, aventais impermeáveis e cremes de proteção 
para as mãos. 
- Exame médico admissional: é importante verificar se existe dermatose 
pregressa ou atual e diagnosticá-la, interrogar sobre antecedentes alérgicos a 
atopia; 
- Exame médico semestral do pessoal que manuseia óleo solúvel, no sentido 
de se detectarem dermatoses incipientes e problemas orgânicos; 
- Sempre que possível, substituir os equipamentos manuais por outros 
semiautomáticos ou automáticos. 
 
Dermatose por compostos de cromo 
Úlcera crômica: 
A figura a seguir mostra um trabalhador acometido pela úlcera crômica, graças 
a exposição em indústria de cromação e niquefação, quando sua pele previamente 
lesada entra em contato com banhos contendo ácido crômico (cromo hexavalente), 
surgindo, desta maneira, a ulceração que será tanto mais grave quanto maior for a 
área lesada em contato com o banho. 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 7 – Úlcera crômica 
 
Fonte: Acervo do autor, 2019. 
 
Perfuração do septo nasal: 
A figura abaixo mostra uma doença onde o trabalhador atua no processo de 
cromação denominado cromo duro, expondo-se de forma direta, sem a existência de 
dispositivos de exaustão adequados, sem proteção respiratória, sendo permitido 
assim névoas contendo ácido crômico, o que promove em trabalhadores suscetíveis 
o aparecimento de lesões exulceradas que evoluem para ulcerações e finalmente à 
perfuração do septo. Em trabalhadores altamente sensíveis, a perfuração poderá 
ocorrer em períodos curtos de até 3 meses, dependendo dos níveis de concentração 
e de suscetibilidade individual. 
 
Figura 8 – septo perfurado 
 
Fonte: Acervo do autor, 2019. 
 
 
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Formas de prevenção à exposição do ácido crômico: 
Não há maiores obstáculos técnicos para se mitigar a exposição dos 
profissionais ao ácido crômico, mas deve haver uma integração entre os vários 
setores da empresa, onde todos devem estabelecer critérios sistemáticos de 
controle. Eis as medidas: 
- Ventilação exaustora local nas bordas dos tanques de cromação; 
- Usar substâncias que reduzam a tensão superficial, diminuindo a formação de 
hidrogênio; 
- Automatização e enclausuramento dos banhos com ácido crômico. 
- Adequação do piso em trabalhos de cromação, sendo que o piso deve ser liso 
e permitir o fácil escoamento de resíduos líquidos para valas e ralos. As valas de 
escoamento para ácidos devem ser independentes daquelas usadas para escoar 
cianetos; 
- Todos os resíduos devem sofrer tratamento apropriado antes de serem 
lançados no esgoto; 
- Controle médico, por meio de exames médicos periódicos, a cada 6 meses. 
Especial atenção deve ser dada para o exame de pele, olhos, narinas, boca e 
aparelho respiratório; 
- Proteção coletiva, com processo de cromação automatizado. Exaustores com 
tratamento de ar exaurido, evitando a contaminação do meio externo; 
- Proteção individual, por meio da utilização dos EPIs. Nessa atividade os mais 
importantes são os seguintes: luvas, botas, máscaras e aventais de borracha de boa 
qualidade. Quando necessário, usar óculos ou protetor facial de segurança contra 
possíveis respingos de banhos; 
- Avaliação ambiental periódica, devendo-se proceder nas áreas onde são 
utilizados e armazenados ácidos, cianetos e outras substâncias químicas. 
 
2.4 DOENÇAS POR AGENTES BIOLÓGICOS: CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Os agentes biológicos são os mais variados, sendo os mais comuns: vírus, 
bactérias, fungos e parasitas. A caracterização da insalubridade é feita através de 
avaliação qualitativa dada à subjetividade dos efeitos e das doenças causadas, 
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podendo ser feito o nexo causal de maneira ineficiente, e relacionar as causas com 
outros agentes que não sejam biológicos. 
Existem doenças que afetam, especialmente, os trabalhadores rurais em 
atividades inerentes ao meio onde atuam, a saber: 
- Animais: carbúnculo, mormo, febre aftosa, raiva, psitacose, brucelose e 
tétano; 
- Vegetais: micoses em geral (blastomicose, actinomicose); 
- Outras: malária, ancilostomíase, esquistossomose; 
 
Existem outras doenças que afetam, especialmente,os trabalhadores de 
hospitais e clínicas especializadas, sendo: 
- Tuberculose; 
- Sífilis; 
- Doenças infecto-contagiosas (hepatite e AIDS ); 
 
Já as doenças que podem afetar trabalhadores industriais são: 
- A brucelose nos matadouros; 
- Carbúnculo, nos matadouros e na fabricação de escovas de cerdas; 
- Moléstia de Weil: no lixo e esgotos 
 
2.5 TIPOS DE DOENÇAS 
 
2.5.1 Carbúnculo 
Também chamado de anthrax, o carbúnculo é uma infecção que pode afetar a 
pele, a região nasal e faringe, os pulmões, o mediastino, isto é, a parte central do 
tórax, incluindo o coração, e os intestinos. Caso haja mais que um carbúnculo na 
pele, podemos chamar de carbunculose. É considerada uma doença grave em todas 
as suas fases. O carbúnculo é uma doença que é causada pelo Bacillusanthracis 
(bacilo móvel, encapsulado, gram positivo, formador de esporos). 
A bactéria é encontrada nos animais herbívoros, domésticos e selvagens, além 
de solo e couro de animais secos contaminados. Pode ser transmitida pela sua 
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inoculação na pele, ingestão de carne contaminada, lã, osso, pelo de animais e até 
insetos ou por inalação. 
Fatores de risco: Os pacientes que se enquadram no perfil imunodeprimidos, 
ou seja, com transtornos depressivos que acabam gerando doenças sem explicação 
clínica, e os indivíduos com doença associada, como a diabetes descontrolada, são 
os mais propensos a contrair o carbúnculo. Os trabalhadores que se expõem ao 
contato direto com animais estão altamente propensos a tal doença. 
Sintomas: Geralmente, o carbúnculo apresenta-se como uma infecção na pele, 
que pode começar com uma coceira, uma ferida avermelhada pequena, que pode 
seguir com a formação de pus, vesícula e evoluir para uma úlcera, com sinais de 
inflamação, calor local e geralmente não apresenta dor. Essa úlcera pode evoluir 
para uma ferida chamada escara, com formação de uma crosta escura. Este quadro 
de sintomas dificulta as ações de prevenção e os programas a serem estabelecidos 
pelos profissionais de saúde e segurança, pois, acabam sendo sintomas diretos de 
muitas outras doenças. O carbúnculo também pode se transformar numa doença 
que afetará os gânglios locais e pode levar até a morte. 
 
2.5.2 Mormo 
O mormo, também conhecido como lamparão, é uma doença infecto-contagio 
sa que acomete equídeos e tem como agente etiológico a bactéria Burkhol 
deriamallei; pode também ser contraída por outros animais como o cão, gato, bode e 
até o homem. Apesar de ser uma doença conhecida há vários séculos e nos anos 
de 1968 foi considerada extinta no Brasil, estudos sorológicos realizados nos anos 
de 1999 e 2000 detectaram a presença da doença em alguns estados 
do nordeste brasileiro, e como é uma doença que acomete o homem que entre em 
contato com animais contaminados, carece de preocupação e estudo sob o ponto de 
vista dos profissionais da saúde e segurança. Já nos Estados Unidos e na Europa, 
esta doença foi erradicada; na África e Ásia frequentemente é diagnosticada. 
Fatores de risco: a infecção por esta bactéria se dá através do contato com 
fluidos corporais dos animais doentes, como pus, urina, secreção nasal e fezes. Este 
agente pode penetrar no organismo pela via digestiva, respiratória, genital ou 
cutânea (através de alguma lesão), alcançando a circulação sanguínea, indo alojar-
https://www.infoescola.com/reino-monera/bacterias/
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/
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se em alguns órgãos, em especial, nos pulmões e fígado. Esta bactéria possui um 
período de incubação de aproximadamente quatro dias. 
 
2.5.3 Tétano 
Fatores de risco e transmissão: Ocorre pela introdução dos esporos da bactéria 
em ferimentos externos, geralmente perfurantes, contaminados com terra, poeira, 
fezes de animais ou humanas. Isso porque o bacilo se encontra no intestino dos 
animais, especialmente do cavalo e do homem (sem causar doença) e os esporos 
podem estar presentes, tanto em solos contaminados por fezes ou com esterco, 
como na pele ou na poeira das ruas, por exemplo. Queimaduras e tecidos 
necrosados também são uma porta de entrada, o que favorece o desenvolvimento 
da bactéria. Não apenas pregos e cercas enferrujados podem provocar a doença. A 
bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos ambientes. Já a 
transmissão do tétano neonatal, também chamado de “mal de sete dias”, ocorre pela 
contaminação do coto umbilical por esporos do bacilo tetânico, que podem estar 
presentes em instrumentos sujos utilizados para cortar o cordão umbilical ou em 
substâncias pouco higiênicas usadas para cobrir o coto. 
Sintomas: O tétano é uma infecção aguda e grave, causada pela toxina do 
bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no organismo através de ferimentos ou 
lesões de pele e não é transmitido de um indivíduo para o outro. O tétano decorrente 
de acidentes se manifesta por aumento da tensão muscular geral. Quando os 
músculos do pescoço são atingidos, há dificuldade de deglutição. No caso de 
contratura muscular generalizada e rigidez muscular progressiva, são atingidos os 
músculos reto-abdominais e os do diafragma, o que leva à insuficiência respiratória. 
O doente pode sofrer de crises de contraturas, geralmente desencadeadas por 
estímulos luminosos, sonoros ou manipulação da pessoa, podendo levar à morte. Já 
o tétano neonatal é decorrente da contaminação do cordão umbilical em recém-
nascido (criança com até 28 dias de vida). Neste caso, o sistema nervoso é afetado 
e o tétano provoca fortes dores, fazendo com que a criança tenha contrações, chore 
bastante e sinta dificuldade para mamar. 
Prevenção: O tétano não é contagioso, entretanto, mesmo aqueles que já 
contraíram a doença, não adquirem anticorpos para evitá-lo novamente. Por esta 
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situação, a atenção por parte dos profissionais de saúde e segurança deve redobrar 
nos processos industriais e/ou laborais, a fim de evitar esta doença. Deve-se ter 
como ação imediata a vacinação, que é a única forma de proteção. Para 
uma imunização adequada, em caso de ferimento, é preciso ter tomado três doses 
da antitetânica, tendo sido a última dose há menos de dez anos. 
 
2.5.4 Blastomicoses 
A blastomicose é um tipo de micose causada pelo fungo Paracoccidioides 
brasiliensis, cuja infecção dá-se por inalação de conídios em poeiras, em ambientes 
quentes e úmidos, com formação de foco primário pulmonar (assintomático) e 
posterior disseminação. Em pacientes com grande resistência imunológica, as 
formas são localizadas, mas em outros perfis de indivíduos, os parasitas são 
abundantes e com variados graus clínicos. 
Fatores de risco: sob o foco de doenças ligadas ao trabalho, a blastomicose 
pode ser considerada como doença relacionada ao trabalho, por conta da exposição 
ao fungo, nos diversos ambientes laborais agrícolas ou florestais. 
Sintomas:A forma cutânea localiza-se especialmente na face, sobretudo nas 
junções muco cutâneas nasal e oral, onde se formam úlceras de expansão lenta, 
com fundo granuloso e pontos ricos em fungos, acompanhadas de necrose e 
eventual fistulização. As formas pulmonares predominam em adultos depois da 
terceira década. As formas digestivas acometem pessoas jovens, produzindo 
diarreias ou constipação, dores contínuas e cólicas severas. A forma linfática 
manifesta-se por aumento indolor dos linfonodos cervicais, supraclaviculares ou 
axilares. As formas viscerais atingem o fígado e as vias biliares, o baço e os 
linfonodos abdominais, as suprarrenais ou o esqueleto (lesões osteolíticas). 
 
2.5.5 Ancilostomíase 
A ancilostomíase, também conhecida por ancilostomose é uma verminose, e 
pode ser causada por dois tipos de vermes: o Ancylostoma duodenale ou 
o Necatur americanos. Apesar dos humanos serem os únicos hospedeiros, outra 
espécie desta doença, o Ancylostoma braziliense ou Ancylostoma caninum pode 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
provocar em gatos e cães uma infecção intestinal, o que correlaciona a mesma 
também como doença do trabalho para os trabalhadores rurais. 
 
ATENÇÃO 
As doenças como ancilostomíase, blastomicose e até mesmo o tétano, a princípio, 
são relacionadas com doenças incidentes em grupos sociais de baixo poder 
aquisitivo, que vivem em regiões carentes, sem saneamento básico e coleta de lixo 
regular; todavia, não se pode desvencilhar tais doenças de ambientes laborais nos 
meios rurais e também em empresas de alimentos e de ramos similares. 
 
Sintomas: Estes surgem somente após 5 ou 8 meses depois que o indivíduo foi 
infectado, pois, antes dos vermes chegarem ao intestino os sintomas são discretos. 
Geralmente, os pacientes com a ancilostomíase costumam ter cólicas e dor de 
barriga, diarreia, náuseas, palidez, respiração ruidosa e até mesmo tosse. 
A referida doença pode acarretar em complicações um pouco mais exclusivas 
e menos frequentes, a saber: amenorreia (ausência da menstruação), anemia 
intensa devido à perda de sangue, desnutrição grave, hemorragias intestinais, pele 
de cor amarelada devido à presença dos vermes no intestino delgado e pneumonia. 
Prevenção: A ancilostomíase não é transmissível de pessoa para pessoa, só 
quando o indivíduo entra em contato com local ou alimentos contaminados. As 
larvas filarióides penetram na pele do indivíduo quando este anda descalço nas 
áreas contaminadas pelas larvas. Daí a importância de se estabelecer 
sistematicamente o uso de EPIs em ambientes laborais onde normalmente estes 
EPIs são negligenciados, e sem uma fiscalização eficaz por parte do empregrador, o 
trabalhador se expõe ao risco de maneira direta. 
A principal prevenção contra a ancilostomíase é o saneamento básico, 
construções sanitárias adequadas, bem como o tratamento dos infectados. Além de 
campanhas de conscientização nas empresas, pois, se o indivíduo é tratado e 
continua a viver em locais de risco, ele pode novamente contrair a verminose. As 
prevenções mais comuns são: 
- Evitar andar descalço (evitando o contato com o solo), 
- Lavar as mãos antes do preparo de alimentos, 
https://minutosaudavel.com.br/desnutricao/
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- Lavar bem os alimentos, 
- Não usar as fezes humanas como adubo, 
- Proteger os pés descalços usando EPIs adequados, 
- Ter bons hábitos de higiene pessoal no trabalho e em casa. 
 
2.5.6 Moléstia de Weil 
 Mais conhecida como leptospirose, a Moléstia de Weil é causada pelo germe 
Leptospira icterohemorrhagiae, e que tendo o corpo de forma espiralada é 
classificado como espiroqueta, grupo em que também se situa o germe causador da 
sífilis, que é oTreponema palidum. Já na primeira semana da Moléstia de Weil, o 
germe é encontrado no sangue, assim como na maioria das vísceras, especialmente 
no fígado, baço e rins, o que mostra a severidade e enorme desafio dos profissionais 
se saúde e segurança em criar programas de prevenção nas empresas. 
Fatores de risco e transmissão: Sendo expulsos pelos animais infectados 
juntamente com a urina, contaminam o solo, água e alimentos, conservando-se 
vivos durante até 7 dias, desde que em condições favoráveis, tais como lama, águas 
estagnadas, margens de riachos e águas paradas, onde podem viver durante tempo 
considerável. Origina-se assim a infecção humana, a través da contaminação da 
água e alimentos com urina de animais doentes. Os ratos são os principais 
responsáveis por transmitir a doença, pois, têm o hábito de urinar em pequenas 
poças d’água e lugares encharcados, sendo o cão também passível de se 
contaminar. Este cenário de transmissão pelo rato é extremamente problemático nas 
empresas de alimentos, por exemplo. 
Além da transmissão da Doença de Weil, através da água de bebida 
contaminada por urina de ratos infectados, o contágio pode também se processar 
facilmente em minas de extração de carvão, onde o ambiente úmido é propício à 
sobrevivência do parasita, e é comum na Inglaterra, Japão e Alemanha. Pescadores 
e trabalhadores de esgotos e outros locais úmidos, assim como certas categorias 
profissionais, como os veterinários e outros tratadores de animais são propícios ao 
contágio. Banhos em rios ou lagoas de águas paradas, poluídas por excretos 
humanos ou de animais são também locais de fácil disseminação da doença. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Sintomas: Após período de incubação, em torno de uma semana, quando o 
germe invade as vísceras de sua vítima, o indivíduo entra em um período febril entre 
5 e 8 dias, com dores musculares, e algumas vezes rigidez da nuca, que é chamado 
de Sinal de Kernig e vômitos. Podem surgir então icterícia franca (presença do 
pigmento hemoglobina do sangue, impregnando as mucosas aparentes), assim 
como fenômenos hemorrágicos, além de eliminação de cilindros renais pela urina, 
caracterizando o quadro de nefrite. O estágio ictérico do Mal de Weil dá às mucosas 
aparentes a coloração amarelada, assim como coloração amarela intensa à urina e 
estende-se até décimo terceiro dia, quando a febre decresce, podendo então ocorrer 
hemorragias. Nesse período pode ocorrer a morte. 
Prevenção: De maneira objetiva, não há melhor programa de prevenção a ser 
estabelecido pelas empresas do que eliminar os ratos das suas instalações, pois são 
inquestionavelmente os maiores responsáveis e transmissores. Tal praga urbana é 
difícil de ser combatida, por isso, a atenção dos profissionais ligados aos setores de 
segurança e saúde no trabalho devem manter ações constantes e integradas, que 
vão desde a área operacional, até a alta direção das empresas. 
 
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gravações,

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