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O AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE Esta unidade estudará os diversos tipos de doenças que podem surgir no ambiente laboral, das mais diversas naturezas, trazendo um histórico acerca da evolução da Medicina do Trabalho, e como este arquétipo foi importante para se chegar nos programas de saúde atualmente existentes. Serão estudados como os agentes de risco e as doenças relacionadas a estes se manifestam, a saber: a) Os tipos de agentes de risco e seu estudo sistematizado; b) Considerações sobre primeiros socorros, por meio da avaliação do paciente, a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), como se dão as hemorragias, fraturas, entorses e luxação, as queimaduras, remoção e transporte; c) A toxicologia também será abordada, trazendo seus conceitos gerais, a proteção no trabalho com produtos químicos, a exposição ocupacional aos produtos químicos, o comportamento habitual das substâncias no ambiente de trabalho e também as aplicações práticas do conhecimento toxicológico. Palavras-chave: Doenças do Trabalho. Riscos ambientais. Trabalho Rural. Prevenção. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 2 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 5 CAPÍTULO 1 - MEDICINA DO TRABALHO ............................................................ 6 1.1 HISTÓRICO DA DOENÇA E TRABALHO NA ANTIGUIDADE ...................... 6 1.2 A ÁREA DA SAÚDE DO TRABALHADOR ..................................................... 9 1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES FÍSICOS .................................................................................................. 10 1.4 AGENTES FÍSICOS E AS DOENÇAS RELACIONADAS ............................ 11 1.5 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO DO RUÍDO ..... 12 1.6 TEMPERATURAS EXTREMAS, UMIDADE E MOVIMENTAÇÃO DO AR ... 14 1.7 RADIAÇÕES IONIZANTES .......................................................................... 18 1.7.1 Tipos de exposição às radiações ionizantes ................................................ 19 1.7.2 Principais doenças relacionadas às radiações ionizantes ............................ 19 1.8 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES ................................................................. 20 1.8.1 Definições gerais .......................................................................................... 20 1.8.2 Classificação das radiações não ionizantes ................................................. 20 1.8.3 Doenças e anomalias relacionadas às radiações não-ionizantes ................ 20 1.8.4 Mecanismos de proteção às radiações ionizantes e não ionizantes ............ 21 CAPÍTULO 2 - DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES QUÍMICOS E AGENTES BIOLÓGICOS ......................................................................................... 23 2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS .. ..................................................................................................................... 23 2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS ................ 23 2.2.1 Gases ........................................................................................................... 23 2.2.2 Vapores ........................................................................................................ 24 2.2.3 Poeiras ......................................................................................................... 24 2.2.4 Fumos .......................................................................................................... 24 2.2.5 Fumaças ...................................................................................................... 25 2.2.6 Neblinas e névoas ........................................................................................ 25 2.3 DOENÇAS CAUSADAS PELOS AGENTES QUÍMICOS ............................. 25 2.3.1 Classificação das dermatites de contato ...................................................... 25 2.3.2 Tipos de dermatoses .................................................................................... 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.4 DOENÇAS POR AGENTES BIOLÓGICOS: CONSIDERAÇÕES INICIAIS . 31 2.5 TIPOS DE DOENÇAS .................................................................................. 32 2.5.1 Carbúnculo ................................................................................................... 32 2.5.2 Mormo .......................................................................................................... 33 2.5.3 Tétano .......................................................................................................... 34 2.5.4 Blastomicoses .............................................................................................. 35 2.5.5 Ancilostomíase ............................................................................................. 35 2.5.6 Moléstia de Weil ........................................................................................... 37 CAPÍTULO 3 - PRIMEIROS SOCORROS .............................................................. 39 3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................... 39 3.2 AVALIAÇÃO OU ANÁLISES DA VÍTIMA ..................................................... 40 3.2.1 Análise primária ........................................................................................... 40 3.2.2 Análise secundária ....................................................................................... 40 3.3 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)......................................... 41 3.3.1 Desobstrução das vias aéreas ..................................................................... 44 3.3.2 Respiração artificial (boca a boca) ............................................................... 44 3.4 HEMORRAGIAS .......................................................................................... 45 3.4.1 Hemorragia externa...................................................................................... 45 3.4.2 Hemorragia interna....................................................................................... 45 3.5 FRATURAS .................................................................................................. 46 3.6 ENTORSE E LUXAÇÃO .............................................................................. 46 3.7 QUEIMADURAS .......................................................................................... 47 3.8 REMOÇÃO E TRANSPORTE ...................................................................... 47 3.8.1 Formas de remoção e transporte .................................................................48 3.9 TOXICOLOGIA: CONCEITOS GERAIS ....................................................... 50 3.10 PROTEÇÃO NO TRABALHO COM PRODUTOS QUÍMICOS ..................... 51 3.11 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOS PRODUTOS QUÍMICOS .................... 52 3.12 COMPORTAMENTO HABITUAL DAS SUBSTÂNCIAS NO POSTO LABORAL .................................................................................................................. 53 3.13 APLICAÇÕES PRÁTICAS DO CONHECIMENTO TOXICOLÓGICO .......... 55 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 57 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO Com as constantes exigências de produtividade, aumento da qualidade dos produtos e, consequentemente, a pressão que exige com que o trabalhador se esforce, de maneira geral, cada vez mais no trabalho, torna-se relevante o reconhecimento do papel da Medicina do Trabalho na determinação e na evolução do processo saúde versus doença dos trabalhadores, bem como suas implicações éticas, técnicas e legais, que se refletem sobre a organização e o provimento de ações de saúde para esse segmento da população e o impacto nas redes de serviços de saúde. Nessa perspectiva, o estabelecimento da relação causal ou do nexo entre um determinado evento de saúde seja dano, seja doença, individual ou coletivo, potencial ou instalado, e uma dada condição de trabalho, constitui a condição básica para a implementação das ações de saúde do trabalhador nos serviços de saúde, e no reconhecimento cada vez mais importante da medicina do trabalho. De forma sistemática, serão estudados os processos de identificação e controle dos fatores de risco à saúde presentes nos ambientes e condições de trabalho e, a partir do diagnóstico, tratamento e prevenção dos danos, lesões ou doenças, provocados pelo trabalho, no indivíduo e no coletivo de trabalhadores. As técnicas de primeiros socorros e sua importância na ação imediata em situações de emergência no trabalho também serão abordadas. 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 - MEDICINA DO TRABALHO 1.1 HISTÓRICO DA DOENÇA E TRABALHO NA ANTIGUIDADE Estudar a história das doenças e suas relações com o trabalho é de suma relevância para estabelecer paralelos entre a Medicina do Trabalho e seus desafios atuais. Historiadores renomados da Medicina, do porte de Henry Sigerest e George Rosen, mostram em seus estudos que é possível detectar alguma referência sobre a associação entre o trabalho e a saúde/doença. Desde o antigo Egito reconhece-se a existência de doenças associadas ao trabalho, conforme as evidências de lesões de braços e mãos em pedreiros descritas em papiros de Sellier; dermatites pruriginosas laborais são citadas no papiro de Eberse; havia atendimento médico organizado em certos locais de trabalho, como minas, pedreiras, na construção de pirâmides e outros monumentos e em expedições à procura de minas de cobre e turquesa. A importância do equilíbrio mental e físico de trabalhadores não era desconhecida. Havia dinastias onde se outorgavam dias de descanso predeterminados e concediam-se licenças para pais acompanharem filhas a festas, filhos cuidarem de mães enfermas e maridos e pais poderem permanecer em casa, por um dia, quando suas mulheres ou filhas se encontrassem em período menstrual. Pode-se citar também, casos de concessão de pensão por invalidez de origem laboral, reintegração ao trabalho e de solicitação de cobertura de gastos médicos motivados por acidente médico. Ao lado da longa tradição de textos e práticas rituais judaicas relacionadas à saúde, no Talmude estabelecia-se, claramente, a proibição de que patrões e amos exigissem, mesmo sob pagamento extra, horas adicionais de trabalho que desrespeitassem os hábitos culturais de sono e vigília de seus empregados ou “servos”. Considerações sobre alimentação e doenças em trabalhadores também eram objeto dos textos judaicos. O patrão deveria suprir seus empregados com alimentos, não poderia submetê-los a trabalhos indignos ou exagerados e deveria respeitá-los 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. como um homem. Até mesmo no caso de um homem vender-se como “servo” (o termo empregado para a época e tradição judaicas não se ajusta a “escravo”, nem a “trabalhador”) a um patrão, o livro Êxodo tipifica condições para tal, inclusive esclarecendo o tempo exercido de trabalho quando na vigência de doenças, já que o tempo máximo de servidão era de seis anos. Além de ter que fornecer tratamento, havia regras para a compensação ou não do tempo de adoecimento. Se o tempo de adoecimento não ultrapassasse quatro anos, dentro dos seis de servidão, era considerado tempo efetivo trabalhado. Se maior, precisaria ser reposto. Porém, isto se aplicava apenas se o trabalhador não pudesse exercer nenhuma função. Se houvesse a possibilidade do exercício de um trabalho menos penoso, contabilizava- se o tempo como trabalho efetivo, antecipando o conceito de readaptação de funções para o trabalhador acidentado. Mesmo com estas referências, o desinteresse pelo tema saúde/trabalho nos Impérios oriundos das nações dominantes é reinante, uma vez que os trabalhos mais pesados ou de mais elevado risco eram destinados a escravos, comumente oriundos das nações subjugadas e cujos esforços conformavam um dos pilares dos próprios Impérios mercantis escravistas, como os vigentes nos Impérios Grego e Romano da antiguidade. Apesar das relações entre saúde e trabalho não se constituírem na preocupação primária de Hipócrates (460- 375 A.C.) em seus tratados de Medicina, pode-se encontrar alusões às doenças ocupacionais. Encontram-se em seus textos referências a doenças de quem trabalhava montado a cavalo (lombalgias, paralisias, impotência e esterilidade), pescadores (morte precoce por má qualidade alimentar), metalúrgicos, mineiros, tintureiros, alfaiates, agricultores e outras profissões. Hipócrates também reconheceu riscos ocupacionais específicos e mesmo ligou doenças particulares a ocupações. Seus textos não se voltavam ao trabalho, não o tratavam como uma especificação direta, mas não se furtavam a perceber a associação entre certos elementos naturais ou não relacionados às ocupações e à patologia humana. De Hipócrates, que é considerado o maior médico do Império Romano, há, além de escritos médicos, muitos deles relatando as doenças presentes em escravos e detentos no trabalho em minas, número considerável de citações não 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações,ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. médicas onde se relacionam doenças e ocupações, como visto em textos de Platão (427-347 A.C.) e Aristóteles (384-322 A.C.). Ainda na Grécia antiga, Plautus, cem anos mais tarde, descreveu que artistas e alfaiates possuíam problemas posturais e que alguns apresentavam sequelas graves, em função das posturas peculiares que eram obrigados a assumir em seus trabalhos. Também em Roma, eram frequentes a presença de médicos nos distintos ambientes da alta sociedade, e onde se desenvolveram várias escolas médicas, sendo assim, criado um direcionamento da prática médica aos esteios da civilização romana. Assim, legiões militares, as escolas de gladiadores, as companhias teatrais e as corporações de trabalhadores possuíam, muitas vezes, seus próprios médicos, voltados ao tratamento das doenças desenvolvidas por estes profissionais. Não há, neste período, como em nenhum outro da história clássica, uma abordagem de fulcro exclusivo ocupacional; os médicos tratavam as doenças de indivíduos; nestes casos, de grupos de indivíduos organizados por seus ofícios. Sabe-se, por exemplo, que Virgílio descreveu problemas mentais em marinheiros. Marcial foi o primeiro a descrever os riscos ocupacionais do manuseio do enxofre e Juvenal relacionou o desenvolvimento de veias varicosas em religiosos, pelo fato de permaneceram muito tempo de pé e associou a cegueira de ferreiros, pelo trabalho com materiais incandescentes. Plínio, o velho (23-79 D.C.), após visitar alguns locais de trabalho, principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras. Menciona, então, a iniciativa dos escravos de utilizarem à frente do rosto, à guisa de máscaras, panos ou membranas (de bexiga de carneiro) para atenuar a inalação de poeiras, sendo estes os primeiros registros da utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) com orientação da Medicina através da observação e correlação com as atividades, mesmo que de maneira tímida e não sistematizada. Já Lucrécio (96-55 A.C.), estudando, em especial, a mineração de ouro, foi o primeiro a relatar as vidas curtas dos carvoeiros das minas, e questionava como morriam em tão pouco tempo, muitas das vezes na fase de juventude. 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.2 A ÁREA DA SAÚDE DO TRABALHADOR A saúde do trabalhador constitui uma área destacada da saúde pública, objetivando o estudo e intervenção nas relações entre o trabalho e a saúde, a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, por meio do Serviço Único de Saúde (SUS). Nessa concepção, vale destacar o que vem a ser trabalhadores, mesmo que pareça evidente. Os trabalhadores são todos os homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou informais da economia. Estão inclusos neste grupo os indivíduos que trabalharam ou trabalham como empregados assalariados, trabalhadores domésticos, trabalhadores avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores cooperativados e empregadores, tais como os proprietários de micro e pequenas unidades de produção. São também considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não remuneradas habitualmente, em ajuda a membro da unidade domiciliar que tem uma atividade econômica, os aprendizes e estagiários e os temporários ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou desemprego. FIQUE LIGADO Deve-se ter cautela ao generalizar as doenças do trabalho com o quadro de programas de saúde voltados às doenças de maneira geral. As iniciativas, programas e políticas estratégicas devem ser diferenciados no âmbito da saúde e Medicina do Trabalho e para a população em geral, mesmo quando a doença é comum aos dois grupos de estudo. Fatores determinantes: entre os determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidos os condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de riscos ocupacionais, tais como físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboral, que são os presentes nos processos de trabalho. Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos processos de trabalho, que contemplem as relações de saúde e trabalho em toda a sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial. Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são considerados sujeitos e partícipes das ações de saúde, que incluem: o estudo das condições de trabalho, a identificação de mecanismos de intervenção técnica para sua melhoria e adequação e o controle dos serviços de saúde prestados. Na condição de prática social, as ações de saúde do trabalhador apresentam dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis. Consequentemente, esse campo de atuação tem interfaces com o sistema produtivo e a geração da riqueza nacional, a formação e preparo da força de trabalho, as questões ambientais e a seguridade social. De modo particular, as ações de saúde do trabalhador devem estar integradas com as de saúde ambiental, uma vez que os riscos gerados nos processos produtivos podem afetar também o meio ambiente e a população em geral. 1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES FÍSICOS Para se compreender a exposição prejudicial do indivíduo, acarretando doenças diversas, faz-se necessário estabelecer que o ambiente laboral será agressivo ao trabalhador quando tiver a presença de agentes ou riscos prejudiciais à saúde. Pode parecer simples tal assertiva, entretanto, é através desta premissa que a higiene do trabalho atua. São consideradas as influências correlacionadas com o desempenho de uma atividade pelo trabalhador, que podem alterar as condições de saúde do mesmo. É por meio de sua própria definição, que se pode estabelecer e desenvolver tal ideia, pois, de maneira clássica, higiene do trabalho é a ciência e a arte que trata do reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais. 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Por meio da Norma Regulamentadora 9 (NR-9), as autoridades de Medicina e Saúde do Trabalho obrigam a elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, doPrograma de Prevenção de Riscos Ambientais- PPRA, visando a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e, consequente, do controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham existir no ambiente laboral, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e também dos recursos naturais. Atendo-se ao foco da correlação das doenças do trabalho relativas aos tipos de riscos existentes, é necessário que se estude as naturezas diversas dos agentes ambientais que podem oferecer riscos à saúde, classificando-se em físicos; químicos e biológicos. ATENÇÃO NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, que aborda sobre o programa PPRA, sofreu atualizações significativas em 2019/2020. Com a nova reformulação, será tratada na NR a exposição à agentes ambientais químicos, físicos e biológicos. Todavia, as novas mudanças passarão a valer somente em 2021 (um ano após a publicação das atualizações). Sendo assim, durante esse período, as organizações deverão seguir o texto vigente da NR - 09 com suas exigências. Após vigência do novo texto, o conteúdo deste material será readequado para atender às novas regras vigentes referentes à norma. Veja as novas mudanças no site do ENIT – Escola Nacional da Inspeção do Trabalho, disponível em: <https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/ctpp-nrs/nr- 9?view=default>. 1.4 AGENTES FÍSICOS E AS DOENÇAS RELACIONADAS Entre os agentes físicos com doenças relacionadas mais comuns, encontram- se o ruído ou barulho, que trazem doenças sérias e, muitas vezes, irreversíveis; e as temperaturas extremas, que podem provocar vários tipos de distúrbios fisiológicos e, consequentemente, graves doenças com a variação da umidade e movimentação do 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. ar. Deve-se mencionar, também, as vibrações, que pode, sim, provocar danos e afetar a saúde dos trabalhadores, como dores nos membros, lesões ósseas, diminuição da circulação sanguínea, dentre outros. Vejamos uma breve descrição introdutória abaixo: Ruído ou Barulho: É o som constituído por grande número de vibrações acústicas com relações de amplitude e fases distribuídas ao acaso, isto é, qualquer sensação sonora desagradável ou indesejável. Já o som é a sensação auditiva resultante da propagação de um movimento vibratório (oscilações alternadas de compressão e expansão) em um meio material elástico. As vibrações captadas pelo ouvido externo são conduzidas pelos elementos do ouvido médio até a cóclea e daí através do nervo auditivo ao cérebro. A cóclea, também, poderá ser atingida por outras vias, ou seja, através da vibração da membrana timpânica e cadeia ossicular, através da janela redonda ou através da vibração da estrutura óssea. O foco deste estudo é entender, de maneira objetiva, como o ruído é captado pelo ouvido humano, portanto, não cabe maiores detalhamentos na seara médica ou científica acerca do tema. Pressão Sonora: importante definir a pressão sonora para melhor compreensão do agente físico ruído. Define-se como a variação da pressão (por compressão ou expansão/tração) em torno da pressão atmosférica. A unidade é o Dina por centímetro quadrado (d/cm2). Outro conceito pertinente ao tema é a intensidade sonora: definida como o montante de energia por unidade de tempo e por unidade de área normal à direção de propagação. A unidade deste parâmetro é o Watt por centímetro quadrado (w/cm2). 1.5 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO DO RUÍDO - Hipoacusia transitória: doença que tem como característica a exposição curta de minutos, horas ou dias em níveis elevados de ruído ou barulho entre 90 e 120 decibéis. 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. - Surdez Profissional: a surdez ocupacional caracteriza-se pela sua irreversibilidade e bilateralidade, estando associada à existência de lesão do órgão de corti ou órgão espiral e será provocada da seguinte maneira: - Exposição prolongada, por meses ou anos, de indivíduos susceptíveis em níveis elevados (90 – 120 dB) ou exposição curta em níveis muito elevados (120-160 dB), provocando perda progressiva da audição, inicialmente para frequências da ordem de 4000 Hz e, aos poucos para frequências vizinhas; - Exposição repentina a ruídos estrondosos, provocando ruptura da membrana do tímpano com lesão do ouvido médio por explosivos ou estampido de arma de fogo (150-160 dB); O início de um processo de surdez profissional pode ser constatado através de um exame audiométrico, graças a sua denominação de “Gota Acústica”. A surdez profissional traz consequências drásticas em toda a vida do indivíduo, tais como perturbações funcionais nervosas, alterações no aparelho digestivo, aparelho cardiocirculatório, etc. Pode haver ainda provocação de acidentes do trabalho, pela interferência na comunicação verbal e na escuta de sinais de alarme, além da diminuição da eficiência e da produtividade. Métodos de avaliação e controle do ruído ou barulho: as técnicas de controle do ruído ou barulho vão se aperfeiçoando e derrubando o mito de que este risco e suas consequências são inerentes a certas ocupações. Cabe ao profissional de saúde e segurança instruir, fiscalizar e trazer à consciência de todas as partes, de que tal situação não é condizente com as relações de trabalho dos tempos atuais. Existem medidas de controle de ruído, que são implementadas antes da construção e instalação de uma indústria, tais como zoneamento, projeto adequado e distribuição adequada das fontes do barulho, por exemplo. Outras ações de prevenção do ruído podem ser relativas ao meio ambiente, à trajetória e ao homem. Há várias atuações diretas e com o aspecto da Medicina do Trabalho mais pungente, a saber: - Exame otológico admissional; - Exame audiométrico admissional; 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. - Exame audiométrico periódico; - Tratamento dos trabalhadores que apresentarem problemas de audição e, conforme o caso, afastamento do trabalho em operações ruidosas quando houver elevação precoce do limite de audibilidade. Outra ação a ser tomada é o uso de equipamento de proteção individual. A utilização de protetores para o ouvido e cabeça como tampões, conchas e capacetes podem proporcionar uma redução em média de 20 a 35 decibéis na audição dos ruídos. É geralmente necessário, para se obter resultados satisfatórios na prevenção das lesões auditivas pelo ruído, empregar conjuntamente várias medidas preventivas recomendadas. 1.6 TEMPERATURAS EXTREMAS, UMIDADE E MOVIMENTAÇÃO DO AR Normalmente, os níveis de anormalidade elevados de temperatura e umidade ocorrem na indústria têxtil, alvejarias e tinturarias, vidrarias, altos fornos, minerações indústria metalúrgica, fundições, cerâmicas, trabalho ao ar livre, dentre outras empresas e indústrias. - Mecanismos biológicos de termo regulação:O organismo aciona seu mecanismo de defesa para estes agentes, por meio da atividade do centro nervoso, localizada no hipotálamo, provocando assim a vasodilatação cutânea e sudorese. A partir do aquecimento do ar e do calor radiante, o organismo aciona tal mecanismo. - Principais doenças relacionadas às temperaturas extremas, umidade e movimentação do ar: - Desconforto térmico levando a fadiga: causa a chamada prostração térmica, sendo uma alteração dos mecanismos circulatórios de termo regulação. - Cãibras do calor: tem como característica a perda excessiva de cloreto de sódio e água (sudorese profusa) do corpo, causando sensações frequentes e espasmos musculares – a cãibra. 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. - Intermação: Distúrbio do mecanismo nervoso de termo regulação, onde o indivíduo perde as referências de parâmetros de calor excessivo, frio e outras sensações ligadas aos fatores de temperatura do ambiente. - Meios de prevenção: Quanto aos meios de prevenção, serão de duas naturezas, segundo predomine calor convencional ou calor radiante conforme a seguir: - Ventilação geral diluidora ou local exaustora, quando se deseja controlar valores de temperatura do ar; umidade relativa ou velocidade do ar; - Antepara contra o calor radiante. As anteparas podem ser construídas de materiais refletores ou absorventes. Em relação às ações diretas relativas ao trabalhador, tem-se: - Exame admissional: preferir indivíduos jovens, recusar obesos, idosos, portadores de cardiopatias, a fim de salvaguardar a vida destes. Vale notar que estas preferências não podem, em hipótese alguma, ter o viés de preconceito, e sim de adequação do perfil do indivíduo ao tipo de atividade da qual este será exposto. - Aclimatação/adaptação para os não habituados; - Exames médicos periódicos para avaliar as condições dos trabalhadores; - Revezamento e intermitência do trabalho; - Higiene pessoal e vestimentas apropriadas: roupas leves de material poroso e apropriadas; - Proibição da ingestão de bebidas alcoólicas; - Refeições balanceadas; - Água e sal em abundância, através de ingestão de isotônicos. Níveis anormalmente baixos de temperaturas: A ocorrência deste tipo de ambiente laboral se dá nas câmaras frigoríficas, matadouros, fábricas de produtos em conserva, açougues, fábricas de gelos e sorvetes, pescadores e aviadores. O modo de ação deste tipo de cenário se dá através do resfriamento do ar e de fontes negativas de calor radiante. 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Principais doenças relacionadas às temperaturas muito baixas: Geladuras ou queimaduras pelo frio. Lesões locais mais frequentes, tais como congelamento dos membros, pés de imersão, ulcerações do frio ou frieiras. - Meios de prevenção: Quanto aos meios de prevenção, deve-se estabelecer critérios para a seleção profissional e outras medidas a saber: - No exame admissional de saúde afastar portadores de distúrbios neurovegetativos, que são os diversos processos onde o indivíduo somatiza sensações e problemas psicológicos e se manifesta por meio de sudorese ou calafrios. - Equipamento de proteção individual - Alimentação hipercalórica - Proibição do uso de álcool e cigarros - Aclimatação progressiva Pressão atmosférica anormal Define-se como pressão atmosférica em si, a pressão que o ar exerce sobre todos os corpos devido a seu peso. O organismo humano recebe sobre a sua superfície, uma pressão correspondente a 1,03 kg/cm², a qual é uniformemente transmitida a todo corpo (ao nível do mar: 1.03 kg/cm² = 760 mm Hg). Ao correlacionar os gases que formam a atmosfera, pode-se também atribuir a cada gás, um percentual exercido da pressão conforme se segue: O2.............................................20,95% CO2........................................... 0,04% N2 + Gases Nobres 0,9 a 1,0%...79,01% Estes gases vão se dissolver no plasma sanguíneo e essa dissolução depende da pressão parcial de cada um. Doenças causadas pela diferença de pressão: 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. As doenças causadas devido à variação da pressão atmosférica são chamadas de Baropatias. Estas se classificam como: - Hiperbarismo: fenômeno consequente ao aumento da pressão atmosférica, sendo que o mesmo poderá acontecer na fase de compressão ou na fase de descompressão, sendo anormalmente elevada. - Hipobarismo: fenômeno consequente à diminuição da pressão atmosférica. Tanto o hiperbarismo, quanto o hipobarismo, acometem trabalhadores sob a água (escafandristas, “homens-rãs” e trabalhos em caixões pneumáticos). A consequência notada nestas doenças relacionadas à pressão é a intoxicação pelos gases que compõem normalmente a atmosfera, quando a pressão parcial dos mesmos excede certos limites. Pode-se tomar como referência os exemplos destas doenças com basicamente 3 tipos de gases: - Oxigênio: intoxicação aguda (em pressões superiores a 3,5 atmosferas); - Nitrogênio: embriaguez das profundidades (em pressões superiores a 3,5 atmosferas); - Gás Carbônico: intoxicação aguda Principais doenças relacionadas à pressão atmosférica anormal: - Descompressão brusca: Tipo de anomalia que ocorre quando se volta à superfície após trabalho em caixões pneumáticos e ascensão rápida a altitudes elevadas (aviadores). Como o nitrogênio é pouco difusível, formam-se bolhas que se localizam em várias partes do organismo, a saber: Articulares: Dores em uma ou mais articulações, geralmente nos joelhos e ombros. Cutâneas: Prurido de intensidade variável, afetando principalmente o tronco e a parte central dos membros. Equimoses (hematomas) em diversas partes do corpo, principalmente as juntas articulares. Nervosas: lesões embólicas medulares e cerebrais. 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Pulmonares: tosse, dores torácicas e dificuldades de respirar. Cardíacas: choque e morte. A maioria destas doenças ou acidentes ocorre até 3 horas depois de terminada a descompressão. - Hipobarismo: São doenças relativas a grandes altitudes, levando a um quadro clínico agudo, onde aparecem prostração, cefaleia e hemorragia, ou crônico, onde surge a síndrome eritêmica (vermelhidão constante na pele devido à vasodilatação), levando ao que se chama de “Mal das Montanhas”. Pode-se evitar tal doença utilizando-se de processo médico-administrativo, com objetivos como seleção profissional, adaptação ao ambiente de maneira gradual, uso de máscaras de oxigênio, uso de cabines ou vestes pressurizadas acima de 12000 m. 1.7 RADIAÇÕES IONIZANTESRadiações ionizantes: São radiações de natureza eletromagnética ou corpuscular, que ionizam as substâncias presentes no meio em que se propagam. Diante disto, as mesmas são classificadas em: Radiações ionizantes corpusculares, que são compreendidas pelos raios α (Alfa) e raios β (Beta). Os raios α (Alfa) que são pouco penetrantes e altamente ionizantes propagam-se em linha reta e são detidos após um percurso de 8 cm, no meio aéreo. São pouco perigosos por via externa devido a sua baixa penetração, mas altamente perigosos por via interna devido à alta capacidade de ionização. Os raios β (Beta), que são moderadamente penetrantes e bastante ionizantes, propagam-se de forma sinuosa e irregular, sendo detidos por folhas de 1mm de espessura, da maioria dos metais. São moderadamente perigosos por via externa e bastante perigosas por via interna. Radiações Ionizantes Eletromagnéticas, que são os raios γ (Gama) e raios X. Os raios γ (Gama) são radiações eletromagnéticas de alto poder penetrante e fracamente ionizantes, propagam-se em linha reta com intensidade que diminui 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. segundo o inverso do quadrado da distância, produzem radiações secundárias e difusas no interior das matérias que atravessam e são altamente perigosos por via externa. Os raios X são radiações eletromagnéticas, originadas no átomo, externamente ao núcleo. Podem ser produzidos, artificialmente, pelos tubos Röentgen, Betatron, Ciclotron, por aceleradores lineares e por certas válvulas termoiônicas (tubos de raios catódicos). São altamente penetrantes e fracamente ionizantes, propagam-se em linha reta, com intensidade que diminui segundo o inverso do quadrado da distância, produzem radiações secundárias e difusas no interior dos materiais que atravessam e são altamente perigosos por via externa. 1.7.1 Tipos de exposição às radiações ionizantes Basicamente, os indivíduos podem ser submetidos a 2 tipos de exposição às radiações, a saber: Médica: Radioterapia tradicional; terapia com aceleradores; curieterapia; telecurieterapia (Bomba de Césio e Cobalto); emprego de isótopos radioativos no diagnóstico e na terapêutica. Industrial: Metalografia ou radiografia industrial; aparelho de difração dos raios X; fabricação de tubos Röentgen; na fabricação de alguns tipos de válvulas termoiônicas; no emprego de isótopos radioativos; no uso de tintas radioativas; na eliminação de eletricidade estática; na indústria da mineração e refinação de minérios radioativos e uso de reatores nucleares. 1.7.2 Principais doenças relacionadas às radiações ionizantes - Irradiação aguda local: tipo de patologia que causa hiperemia (maior quantidade de sangue necessária) acentuada com lesão vascular; sendo que doses elevadas produzem até mesmo a necrose da pele. - Irradiação aguda generalizada: trata-se de processos degenerativos intensos dos órgãos hematopoiéticos (tecido conjuntivo responsável pela produção de células sanguíneas e da linfa); focos hemorrágicos e zonas de necrose das glândulas endócrinas, especialmente testículos e ovários. 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. - Irradiação crônica local (pele): Define-se por alterações distróficas da pele que facilmente apresenta degeneração carcinomatosa. - Irradiação crônica geral: são alterações graves dos órgãos hematopoiéticos (leucemia) e das gônadas (esterilidade e alterações genéticas). 1.8 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES 1.8.1 Definições gerais As radiações não ionizantes são de natureza eletromagnética, sendo que a energia se transmite da fonte ao receptor sem afetar o meio intermediário, com propagação sob a forma de ondas pulsáteis. A unidade de medida é o Angstron (A° = 1/107 de milímetro). De maneira geral, as radiações são tanto mais perigosas quanto menor o seu comprimento de onda. ATENÇÃO Não se deve inferir que as radiações ionizantes são mais danosas do que as não ionizantes, pois, estas também possuem alta capacidade de causar danos à saúde e à vida do trabalhador. Os mecanismos de proteção das radiações não ionizantes se fazem igualmente relevantes às ionizantes. 1.8.2 Classificação das radiações não ionizantes Estes tipos de radiações podem ser classificados em: - Ondas Hertzianas - Raios Infravermelhos - Radiação Visível (4000 a 7000 A°) - Raios Ultravioleta 1.8.3 Doenças e anomalias relacionadas às radiações não-ionizantes De maneira objetiva, as patologias relativas a este tipo de radiação são: - Queimaduras diversas 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. As radiações podem causar diversos tipos de queimaduras, sendo de 1º a 3º graus, dependendo da intensidade da fonte emissora, do tempo de exposição e da parte exposta do indivíduo. Figura 1 - Tipos de queimaduras e sua abrangência nos tecidos Fonte: Infomedica queimaduras, 2019. - Lesões Oculares As lesões nos olhos são graves problemas dada a irreversibilidade do sistema ocular. Muitas das vezes, a exposição ao risco sem a devida proteção traz a cegueira de maneira rápida e repentina. Figura 2 - Tipo de câncer nos olhos devido à exposição à radiação solar Fonte: Ultravioleta, 2019. 1.8.4 Mecanismos de proteção às radiações ionizantes e não ionizantes A exposição às radiações é um dos maiores desafios para os profissionais de saúde e segurança, pois, muitas vezes os mecanismos de proteção, a longo prazo, são ineficientes. https://www.ebah.com.br/content/ABAAAeiqAAJ/ultravioleta?part=2 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Todavia, devem ser tomadas, no mínimo, as seguintes medidas para se mitigar os riscos: - Aumento da distância entre a fonte e a pessoa - Interposição de barreiras - Diminuir o tempo de exposição - Uso de Equipamento Individual de Proteção (EPI) - Uso de monitores de bolso, como canetas e dosímetros, e de campo, como contador de Geiger 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 - DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES QUÍMICOS E AGENTES BIOLÓGICOS 2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS Os diversos agentes químicos que entram em contato com o organismo dos trabalhadores podem apresentar uma ação localizada ou serem distribuídos aos diferentes órgãos e tecidos,produzindo uma ação generalizada. As principais vias de penetração destas substâncias no organismo humano são: - Respiratória (Inalação): Esta via é a mais importante, pois, é considerável a quantidade de ar inalado durante uma jornada de trabalho e muito extensa a área alveolar, que é bastante permeável, ricamente vascularizada e sem defesa às substâncias agressivas. - Digestiva: Esta via, embora apresentando uma importância secundária, pois, a substância precisa ser ingerida para acontecer a absorção, tem que ser estudada, diante das condições higiênicas dos locais onde os trabalhadores fazem suas refeições e dos preconceitos ainda existentes com a higiene individual. - Cutânea: Esta via tem importância limitada a certas substâncias com relação à absorção, mas a pele é muito agredida, localmente, pelos agentes químicos, que produzem as dermatoses ocupacionais, que serão o foco deste estudo. 2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS Os agentes químicos de doenças profissionais são classificados, segundo seu estado físico, às condições em que ocorrem e a maneira como atuam em: - Gases e Vapores: Quando estão distribuídos no ar; - Poeiras, fumos, fumaças, neblinas e névoas: Quando, finalmente, divididos e suspensos no ar. 2.2.1 Gases São substâncias encontradas em estado gasoso à temperatura de 25°C e compressão de 1 atmosfera, e altamente difusíveis no meio ambiente. Como 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. exemplos têm-se o monóxido de carbono, metano, gás carbônico, dióxido de nitrogênio, fosfina, etc. 2.2.2 Vapores São as formas gasosas de substâncias que se encontram sob o estado sólido ou líquido a 25°C de temperatura e a 1 atmosfera de pressão; são altamente difusíveis. Como exemplos têm-se os vapores de benzeno, de tetracloreto de carbono, etc. 2.2.3 Poeiras São partículas sólidas resultantes da desintegração mecânica de substâncias inorgânicas ou orgânicas, seja pelo simples manuseio, seja em consequência de operações de esmagamento, moagem, trituração, branqueamento, polimento, detonação e outros. O diâmetro das poeiras está entre 0,1 a 100 µm. Não se difundem, geralmente, não floculam e tendem a depositar-se sob a ação da gravidade. A importância do diâmetro das poeiras é evidente quando se observa que as de diâmetro acima de 10 µm depositam-se rapidamente, entre 5 e 10 µm depositam-se lentamente e inferiores a 5µm flutuam no ar por muito tempo. Outra informação importante é a relacionada com as defesas das vias aéreas, pois, as partículas com diâmetro superior a 3 µm atingem os alvéolos pulmonares, gerando assim alto risco para os pulmões. Como exemplos têm-se as poeiras de rochas, de metais, polens, esporos, etc. 2.2.4 Fumos São partículas sólidas muito pequenas (diâmetro inferior a 1 µm ) resultantes da condensação de vapores, geralmente, provenientes da volatilização de metais em fusão, na maioria das vezes, acompanhadas de oxidação. Não se difundem, floculam e depositam-se. Como exemplos têm-se os fumos de óxido de zinco, de chumbo, etc. 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.2.5 Fumaças São partículas com diâmetros inferiores a 0,5 µm formadas por mistura de gases, partículas sólidas e líquidas que resultam da combustão incompleta de substâncias carbonadas. Como exemplos têm-se as fumaças industriais. 2.2.6 Neblinas e névoas São partículas líquidas (gotículas) resultantes da condensação de vapores sobre certos núcleos, ou da dispersão mecânica de líquidos em consequência das operações ou ocorrências como a nebulização, o borbulhamento e o respingo. Geralmente, o diâmetro das partículas é de 0,1 a 100 µm, sendo que as mesmas não se difundem e tendem a se depositar quando não evaporam. A neblina de ácido sulfúrico e de ácido crômico são exemplos clássicos. 2.3 DOENÇAS CAUSADAS PELOS AGENTES QUÍMICOS A maioria das doenças causadas por agentes químicos são as chamadas dermatoses ocupacionais. Estas valem destaque, pois, constituem uma ampla gama de ocorrências e tipos. As dermatites de contato por agentes químicos constituem, na atualidade, o grupo mais importante dos agentes produtores de dermatoses. 2.3.1 Classificação das dermatites de contato - Dermatite de contato por irritação: A ação de determinadas substâncias químicas sobre a pele promove a remoção do manto lipídico da pele provocando perda de água da célula ressecando a epiderme. - Dermatite de contato alérgica: As sensibilizações alérgicas por contato são produzidas geralmente por substâncias químicas em baixas concentrações. - Dermatite de contato fototóxica e fotoalérgica: Compreendem um grupo mais restrito e de menor ocorrência na área ocupacional. Elas dependem do contato da substância com o tegumento e da fonte emissora de luz UV, solar ou artificial. 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.3.2 Tipos de dermatoses Figura 3 - Dermatose ocupacional pelo cimento Fonte: Acervo do autor, 2019. A figura acima indica uma dermatite de contato irritativa (DCI) forte grave, em servente de pedreiro, devido à queda de concreto dentro da botina de couro. Ocorreu ulceração grave com necrose tecidual em área da pele de tratamento difícil e lento. Neste caso, são necessários cerca de 90 dias para a cura do processo. Figura 4 - Dermatose ocupacional pelo cimento: Fonte: Acervo do autor, 2019. 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Este outro caso de dermatite causado pelo cimento acima mostrado trata-se de dermatite alérgica de contato (DAC) grave pelo cimento em servente de pedreiro, acometendo membros superiores e inferiores. Aspectos médicos legais (nexo causal): Pela constatação de que o trabalhador entre em contato de modo habitual ou esporádico com o cimento, o médico do trabalho prescreve e cria o nexo causal. Além disso, o trabalhador apresenta história e quadro clínico compatíveis com o eczema irritativo ou alérgico produzido pelo cimento, e por consequência, o trabalhador apresenta testes epicutâneos positivos ao dicromato de potássio (cimento) e excepcionalmente ao cloreto ou sulfato de cobalto, nos casos de eczema alérgico pelo cimento. Prevenção: Não há como deixar de destacar os fatores de prevenção em sua abordagem objetiva, a saber: - Proceder com higiene pessoal; - Utilizar os Equipamentos de Proteção Individual – EPI adequados; - Orientações à força de trabalho por meio da liderança em DDS, por exemplo; - Condições ambientais de segurança a fim de não expor os trabalhadores a risco desnecessário e sem controle;Dermatose por derivados de petróleo: Figura 5 - Exposição a solvente Fonte: Acervo do autor, 2019. 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A figura acima demonstra uma dermatite de contato irritativa por exposição a solvente, onde geralmente se dá quando o trabalhador procede a limpeza das mãos sujas com graxas utilizando-se de gasolina. Ocorreu, desta forma, processo irritativo no dorso das mãos devido à gasolina e este processo se agravou sobremaneira devido à sensibilização por tópicos (mertiolato e nitrofurazona) usados no tratamento do processo irritativo. FIQUE ATENTO O diagnóstico feito de maneira ineficiente e a automedicação podem trazer consequências tão danosas ao trabalhador quanto o próprio agente causador da doença. Prevenção: - Evitar o contato prolongado e repetido da pele com os solventes orgânicos é a indicação mais eficaz para evitar tais situações na pele; - Evitar a remoção de tintas e graxas com solventes, tais como thinner, gasolina, aguarrás, querosene e outros solventes orgânicos; - Usar luvas e aventais apropriados; - Orientar e preparar o trabalhador, ensinando-o a utilizar as medidas de higiene propostas e orientando-o quanto ao uso correto dos EPIs. Dermatose por óleo de corte: Figura 6 - Sarna por óleo de corte Fonte: Acervo do autor, 2019. 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. As sarnas do óleo de corte, conforme registrado na foto acima, são constituídas por micropápulas que, ao serem escoriadas assumem aspecto escabiótico (como as sarnas causadas por ácaros). Essas lesões ocorrem na região dos antebraços em decorrência da ação irritativa que certos trabalhadores suscetíveis apresentam por determinados óleos de corte. Prevenção: - Instalação de lavatórios próximos ao local de trabalho; - Proteção nos equipamentos não automáticos a fim de evitar respingos e gotejamentos; - Orientação por parte da equipe dos Serviços Especializados em Saúde e Medicina do Trabalho (SESMT) aos empregados em relação aos riscos e boas práticas; - Quando possível, uso de EPIs, aventais impermeáveis e cremes de proteção para as mãos. - Exame médico admissional: é importante verificar se existe dermatose pregressa ou atual e diagnosticá-la, interrogar sobre antecedentes alérgicos a atopia; - Exame médico semestral do pessoal que manuseia óleo solúvel, no sentido de se detectarem dermatoses incipientes e problemas orgânicos; - Sempre que possível, substituir os equipamentos manuais por outros semiautomáticos ou automáticos. Dermatose por compostos de cromo Úlcera crômica: A figura a seguir mostra um trabalhador acometido pela úlcera crômica, graças a exposição em indústria de cromação e niquefação, quando sua pele previamente lesada entra em contato com banhos contendo ácido crômico (cromo hexavalente), surgindo, desta maneira, a ulceração que será tanto mais grave quanto maior for a área lesada em contato com o banho. 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 7 – Úlcera crômica Fonte: Acervo do autor, 2019. Perfuração do septo nasal: A figura abaixo mostra uma doença onde o trabalhador atua no processo de cromação denominado cromo duro, expondo-se de forma direta, sem a existência de dispositivos de exaustão adequados, sem proteção respiratória, sendo permitido assim névoas contendo ácido crômico, o que promove em trabalhadores suscetíveis o aparecimento de lesões exulceradas que evoluem para ulcerações e finalmente à perfuração do septo. Em trabalhadores altamente sensíveis, a perfuração poderá ocorrer em períodos curtos de até 3 meses, dependendo dos níveis de concentração e de suscetibilidade individual. Figura 8 – septo perfurado Fonte: Acervo do autor, 2019. 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Formas de prevenção à exposição do ácido crômico: Não há maiores obstáculos técnicos para se mitigar a exposição dos profissionais ao ácido crômico, mas deve haver uma integração entre os vários setores da empresa, onde todos devem estabelecer critérios sistemáticos de controle. Eis as medidas: - Ventilação exaustora local nas bordas dos tanques de cromação; - Usar substâncias que reduzam a tensão superficial, diminuindo a formação de hidrogênio; - Automatização e enclausuramento dos banhos com ácido crômico. - Adequação do piso em trabalhos de cromação, sendo que o piso deve ser liso e permitir o fácil escoamento de resíduos líquidos para valas e ralos. As valas de escoamento para ácidos devem ser independentes daquelas usadas para escoar cianetos; - Todos os resíduos devem sofrer tratamento apropriado antes de serem lançados no esgoto; - Controle médico, por meio de exames médicos periódicos, a cada 6 meses. Especial atenção deve ser dada para o exame de pele, olhos, narinas, boca e aparelho respiratório; - Proteção coletiva, com processo de cromação automatizado. Exaustores com tratamento de ar exaurido, evitando a contaminação do meio externo; - Proteção individual, por meio da utilização dos EPIs. Nessa atividade os mais importantes são os seguintes: luvas, botas, máscaras e aventais de borracha de boa qualidade. Quando necessário, usar óculos ou protetor facial de segurança contra possíveis respingos de banhos; - Avaliação ambiental periódica, devendo-se proceder nas áreas onde são utilizados e armazenados ácidos, cianetos e outras substâncias químicas. 2.4 DOENÇAS POR AGENTES BIOLÓGICOS: CONSIDERAÇÕES INICIAIS Os agentes biológicos são os mais variados, sendo os mais comuns: vírus, bactérias, fungos e parasitas. A caracterização da insalubridade é feita através de avaliação qualitativa dada à subjetividade dos efeitos e das doenças causadas, 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. podendo ser feito o nexo causal de maneira ineficiente, e relacionar as causas com outros agentes que não sejam biológicos. Existem doenças que afetam, especialmente, os trabalhadores rurais em atividades inerentes ao meio onde atuam, a saber: - Animais: carbúnculo, mormo, febre aftosa, raiva, psitacose, brucelose e tétano; - Vegetais: micoses em geral (blastomicose, actinomicose); - Outras: malária, ancilostomíase, esquistossomose; Existem outras doenças que afetam, especialmente,os trabalhadores de hospitais e clínicas especializadas, sendo: - Tuberculose; - Sífilis; - Doenças infecto-contagiosas (hepatite e AIDS ); Já as doenças que podem afetar trabalhadores industriais são: - A brucelose nos matadouros; - Carbúnculo, nos matadouros e na fabricação de escovas de cerdas; - Moléstia de Weil: no lixo e esgotos 2.5 TIPOS DE DOENÇAS 2.5.1 Carbúnculo Também chamado de anthrax, o carbúnculo é uma infecção que pode afetar a pele, a região nasal e faringe, os pulmões, o mediastino, isto é, a parte central do tórax, incluindo o coração, e os intestinos. Caso haja mais que um carbúnculo na pele, podemos chamar de carbunculose. É considerada uma doença grave em todas as suas fases. O carbúnculo é uma doença que é causada pelo Bacillusanthracis (bacilo móvel, encapsulado, gram positivo, formador de esporos). A bactéria é encontrada nos animais herbívoros, domésticos e selvagens, além de solo e couro de animais secos contaminados. Pode ser transmitida pela sua 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. inoculação na pele, ingestão de carne contaminada, lã, osso, pelo de animais e até insetos ou por inalação. Fatores de risco: Os pacientes que se enquadram no perfil imunodeprimidos, ou seja, com transtornos depressivos que acabam gerando doenças sem explicação clínica, e os indivíduos com doença associada, como a diabetes descontrolada, são os mais propensos a contrair o carbúnculo. Os trabalhadores que se expõem ao contato direto com animais estão altamente propensos a tal doença. Sintomas: Geralmente, o carbúnculo apresenta-se como uma infecção na pele, que pode começar com uma coceira, uma ferida avermelhada pequena, que pode seguir com a formação de pus, vesícula e evoluir para uma úlcera, com sinais de inflamação, calor local e geralmente não apresenta dor. Essa úlcera pode evoluir para uma ferida chamada escara, com formação de uma crosta escura. Este quadro de sintomas dificulta as ações de prevenção e os programas a serem estabelecidos pelos profissionais de saúde e segurança, pois, acabam sendo sintomas diretos de muitas outras doenças. O carbúnculo também pode se transformar numa doença que afetará os gânglios locais e pode levar até a morte. 2.5.2 Mormo O mormo, também conhecido como lamparão, é uma doença infecto-contagio sa que acomete equídeos e tem como agente etiológico a bactéria Burkhol deriamallei; pode também ser contraída por outros animais como o cão, gato, bode e até o homem. Apesar de ser uma doença conhecida há vários séculos e nos anos de 1968 foi considerada extinta no Brasil, estudos sorológicos realizados nos anos de 1999 e 2000 detectaram a presença da doença em alguns estados do nordeste brasileiro, e como é uma doença que acomete o homem que entre em contato com animais contaminados, carece de preocupação e estudo sob o ponto de vista dos profissionais da saúde e segurança. Já nos Estados Unidos e na Europa, esta doença foi erradicada; na África e Ásia frequentemente é diagnosticada. Fatores de risco: a infecção por esta bactéria se dá através do contato com fluidos corporais dos animais doentes, como pus, urina, secreção nasal e fezes. Este agente pode penetrar no organismo pela via digestiva, respiratória, genital ou cutânea (através de alguma lesão), alcançando a circulação sanguínea, indo alojar- https://www.infoescola.com/reino-monera/bacterias/ https://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/ 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. se em alguns órgãos, em especial, nos pulmões e fígado. Esta bactéria possui um período de incubação de aproximadamente quatro dias. 2.5.3 Tétano Fatores de risco e transmissão: Ocorre pela introdução dos esporos da bactéria em ferimentos externos, geralmente perfurantes, contaminados com terra, poeira, fezes de animais ou humanas. Isso porque o bacilo se encontra no intestino dos animais, especialmente do cavalo e do homem (sem causar doença) e os esporos podem estar presentes, tanto em solos contaminados por fezes ou com esterco, como na pele ou na poeira das ruas, por exemplo. Queimaduras e tecidos necrosados também são uma porta de entrada, o que favorece o desenvolvimento da bactéria. Não apenas pregos e cercas enferrujados podem provocar a doença. A bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos ambientes. Já a transmissão do tétano neonatal, também chamado de “mal de sete dias”, ocorre pela contaminação do coto umbilical por esporos do bacilo tetânico, que podem estar presentes em instrumentos sujos utilizados para cortar o cordão umbilical ou em substâncias pouco higiênicas usadas para cobrir o coto. Sintomas: O tétano é uma infecção aguda e grave, causada pela toxina do bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no organismo através de ferimentos ou lesões de pele e não é transmitido de um indivíduo para o outro. O tétano decorrente de acidentes se manifesta por aumento da tensão muscular geral. Quando os músculos do pescoço são atingidos, há dificuldade de deglutição. No caso de contratura muscular generalizada e rigidez muscular progressiva, são atingidos os músculos reto-abdominais e os do diafragma, o que leva à insuficiência respiratória. O doente pode sofrer de crises de contraturas, geralmente desencadeadas por estímulos luminosos, sonoros ou manipulação da pessoa, podendo levar à morte. Já o tétano neonatal é decorrente da contaminação do cordão umbilical em recém- nascido (criança com até 28 dias de vida). Neste caso, o sistema nervoso é afetado e o tétano provoca fortes dores, fazendo com que a criança tenha contrações, chore bastante e sinta dificuldade para mamar. Prevenção: O tétano não é contagioso, entretanto, mesmo aqueles que já contraíram a doença, não adquirem anticorpos para evitá-lo novamente. Por esta 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. situação, a atenção por parte dos profissionais de saúde e segurança deve redobrar nos processos industriais e/ou laborais, a fim de evitar esta doença. Deve-se ter como ação imediata a vacinação, que é a única forma de proteção. Para uma imunização adequada, em caso de ferimento, é preciso ter tomado três doses da antitetânica, tendo sido a última dose há menos de dez anos. 2.5.4 Blastomicoses A blastomicose é um tipo de micose causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, cuja infecção dá-se por inalação de conídios em poeiras, em ambientes quentes e úmidos, com formação de foco primário pulmonar (assintomático) e posterior disseminação. Em pacientes com grande resistência imunológica, as formas são localizadas, mas em outros perfis de indivíduos, os parasitas são abundantes e com variados graus clínicos. Fatores de risco: sob o foco de doenças ligadas ao trabalho, a blastomicose pode ser considerada como doença relacionada ao trabalho, por conta da exposição ao fungo, nos diversos ambientes laborais agrícolas ou florestais. Sintomas:A forma cutânea localiza-se especialmente na face, sobretudo nas junções muco cutâneas nasal e oral, onde se formam úlceras de expansão lenta, com fundo granuloso e pontos ricos em fungos, acompanhadas de necrose e eventual fistulização. As formas pulmonares predominam em adultos depois da terceira década. As formas digestivas acometem pessoas jovens, produzindo diarreias ou constipação, dores contínuas e cólicas severas. A forma linfática manifesta-se por aumento indolor dos linfonodos cervicais, supraclaviculares ou axilares. As formas viscerais atingem o fígado e as vias biliares, o baço e os linfonodos abdominais, as suprarrenais ou o esqueleto (lesões osteolíticas). 2.5.5 Ancilostomíase A ancilostomíase, também conhecida por ancilostomose é uma verminose, e pode ser causada por dois tipos de vermes: o Ancylostoma duodenale ou o Necatur americanos. Apesar dos humanos serem os únicos hospedeiros, outra espécie desta doença, o Ancylostoma braziliense ou Ancylostoma caninum pode 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. provocar em gatos e cães uma infecção intestinal, o que correlaciona a mesma também como doença do trabalho para os trabalhadores rurais. ATENÇÃO As doenças como ancilostomíase, blastomicose e até mesmo o tétano, a princípio, são relacionadas com doenças incidentes em grupos sociais de baixo poder aquisitivo, que vivem em regiões carentes, sem saneamento básico e coleta de lixo regular; todavia, não se pode desvencilhar tais doenças de ambientes laborais nos meios rurais e também em empresas de alimentos e de ramos similares. Sintomas: Estes surgem somente após 5 ou 8 meses depois que o indivíduo foi infectado, pois, antes dos vermes chegarem ao intestino os sintomas são discretos. Geralmente, os pacientes com a ancilostomíase costumam ter cólicas e dor de barriga, diarreia, náuseas, palidez, respiração ruidosa e até mesmo tosse. A referida doença pode acarretar em complicações um pouco mais exclusivas e menos frequentes, a saber: amenorreia (ausência da menstruação), anemia intensa devido à perda de sangue, desnutrição grave, hemorragias intestinais, pele de cor amarelada devido à presença dos vermes no intestino delgado e pneumonia. Prevenção: A ancilostomíase não é transmissível de pessoa para pessoa, só quando o indivíduo entra em contato com local ou alimentos contaminados. As larvas filarióides penetram na pele do indivíduo quando este anda descalço nas áreas contaminadas pelas larvas. Daí a importância de se estabelecer sistematicamente o uso de EPIs em ambientes laborais onde normalmente estes EPIs são negligenciados, e sem uma fiscalização eficaz por parte do empregrador, o trabalhador se expõe ao risco de maneira direta. A principal prevenção contra a ancilostomíase é o saneamento básico, construções sanitárias adequadas, bem como o tratamento dos infectados. Além de campanhas de conscientização nas empresas, pois, se o indivíduo é tratado e continua a viver em locais de risco, ele pode novamente contrair a verminose. As prevenções mais comuns são: - Evitar andar descalço (evitando o contato com o solo), - Lavar as mãos antes do preparo de alimentos, https://minutosaudavel.com.br/desnutricao/ 37 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. - Lavar bem os alimentos, - Não usar as fezes humanas como adubo, - Proteger os pés descalços usando EPIs adequados, - Ter bons hábitos de higiene pessoal no trabalho e em casa. 2.5.6 Moléstia de Weil Mais conhecida como leptospirose, a Moléstia de Weil é causada pelo germe Leptospira icterohemorrhagiae, e que tendo o corpo de forma espiralada é classificado como espiroqueta, grupo em que também se situa o germe causador da sífilis, que é oTreponema palidum. Já na primeira semana da Moléstia de Weil, o germe é encontrado no sangue, assim como na maioria das vísceras, especialmente no fígado, baço e rins, o que mostra a severidade e enorme desafio dos profissionais se saúde e segurança em criar programas de prevenção nas empresas. Fatores de risco e transmissão: Sendo expulsos pelos animais infectados juntamente com a urina, contaminam o solo, água e alimentos, conservando-se vivos durante até 7 dias, desde que em condições favoráveis, tais como lama, águas estagnadas, margens de riachos e águas paradas, onde podem viver durante tempo considerável. Origina-se assim a infecção humana, a través da contaminação da água e alimentos com urina de animais doentes. Os ratos são os principais responsáveis por transmitir a doença, pois, têm o hábito de urinar em pequenas poças d’água e lugares encharcados, sendo o cão também passível de se contaminar. Este cenário de transmissão pelo rato é extremamente problemático nas empresas de alimentos, por exemplo. Além da transmissão da Doença de Weil, através da água de bebida contaminada por urina de ratos infectados, o contágio pode também se processar facilmente em minas de extração de carvão, onde o ambiente úmido é propício à sobrevivência do parasita, e é comum na Inglaterra, Japão e Alemanha. Pescadores e trabalhadores de esgotos e outros locais úmidos, assim como certas categorias profissionais, como os veterinários e outros tratadores de animais são propícios ao contágio. Banhos em rios ou lagoas de águas paradas, poluídas por excretos humanos ou de animais são também locais de fácil disseminação da doença. 38 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Sintomas: Após período de incubação, em torno de uma semana, quando o germe invade as vísceras de sua vítima, o indivíduo entra em um período febril entre 5 e 8 dias, com dores musculares, e algumas vezes rigidez da nuca, que é chamado de Sinal de Kernig e vômitos. Podem surgir então icterícia franca (presença do pigmento hemoglobina do sangue, impregnando as mucosas aparentes), assim como fenômenos hemorrágicos, além de eliminação de cilindros renais pela urina, caracterizando o quadro de nefrite. O estágio ictérico do Mal de Weil dá às mucosas aparentes a coloração amarelada, assim como coloração amarela intensa à urina e estende-se até décimo terceiro dia, quando a febre decresce, podendo então ocorrer hemorragias. Nesse período pode ocorrer a morte. Prevenção: De maneira objetiva, não há melhor programa de prevenção a ser estabelecido pelas empresas do que eliminar os ratos das suas instalações, pois são inquestionavelmente os maiores responsáveis e transmissores. Tal praga urbana é difícil de ser combatida, por isso, a atenção dos profissionais ligados aos setores de segurança e saúde no trabalho devem manter ações constantes e integradas, que vão desde a área operacional, até a alta direção das empresas. 39 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações,
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