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www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 1 Traumatologia PROF. WAGNER BERTOLINI Baropatias PRESSÃO Os principais fenômenos resultantes das alterações de pressão são denominados BAROPATIAS: Diminuição da pressão:– mal das montanhas ou dos aviadores (rarefação do ar em grandes altitudes) PRESSÃO Aumento da pressão Doenças dos caixões ou mal dos escafandristas; Mal dos mergulhadores com embolia gasosa (pela rápida subida à superfície) Barotraumas. PRESSÃO PA = (uma) atmosfera ou 760 mm da Hg (pressão ao nível do mar). Composição do ar: LEI DE BOYLE-MARIOTTE - sob temperatura constante, o volume de um gás, varia inversamente, com o aumento da pressão. Leis dos GASES Pressão Parcial de um gás em uma mistura ga- sosa A pressão parcial de um gás é a pressão que este gás exerceria se estivesse sozinho na mistura, ocu- pando o mesmo volume à dada temperatura. Lei dos GASES LEI DE DALTON A pressão exercida por uma mistura gasosa é igual à soma das pressões parciais de cada componente da mistura Leis dos GASES LEI DE HENRY Solubilidade do gás X Pressão A concentração de um gás dissolvido em uma mas- sa líquida é diretamente proporcional à pressão exercida pela fase gasosa da mistura líquido-gás. Lei dos GASES Quanto maior for a compressão sofrida por um gás, mais gás poderá ser dissolvido na mesma massa líquida. Solubilidade do gás X Temperatura As grandezas se relacionam de forma inversamente proporcionais BAIXAS PRESSÕES (MAIORES ALTITUDES) MAL DAS MONTANHAS •ACIMA DE 3000 m. AR RAREFEITO: 21 % DE O2. •HIPOXIA RELATIVA. QUADRO AGUDO. Edemas cerebral e pulmonar. Fortes dores de cabeça. Náuseas, tonteiras, dispnéia. Tendência a reter líquidos. Espessamento perialveolar. Melhora após alguns dias ou coma ou morte DOENÇA DE MONGE Forma crônica Do mal das montanhas. Atividade de eritropoietina (epo). Aumento da hematopoiese. Poliglobulia compensadora. Maior risco de tromboses. Dedos em baqueta de tambor Mal das montanhas ou dos aviadores Mal das montanhas ou dos aviadores www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 2 ALTAS PRESSÕES (COMPRESSÕES) NO FUNDO DO MAR MERGULHO EM APNÉIA. MERGULHO COM SCUBA. SCUBA – SELF-CONTAINED-UNDER WATER- BREATHING-APPARATUS. Os problemas dependerão da profundidade, do tempo de mergulho e do tempo de retorno à super- fície MERGULHO EM APNEIA Sérios problemas para o mergulhador. O retorno à superfície: Risco de apagamento. Risco de afogamento. Barotrauma de ouvido Apagamento Ocorre nos mergulhos em apneia, nas subidas após longa permanência no fundo. Os problemas relacionam-se com as grandes quan- tidades de gases que serão dissolvidos nos líquidos orgânicos do mergulhador. Se o retorno à superfície não for criterioso, graves problemas poderão surgir. Doença da Descompressão Forma crônica. Decorre da descompressão inadequada. Acúmulo de gases descomprimidos nas articula- ções. Contraturas dolorosas. Maior concentração de nitrogênio na mistura gasosa Embolia traumática pelo ar Forma aguda Pode ser mortal. Rotura das paredes alveolares. Hemorragia intrapulmonar. Gases (nitrogênio) caem na circulação arterial. Disseminação universal Embolias gasosas difusas Barotraumas • de ouvido. • dos seios da face. • dos dentes. • do tubo digestivo. • do tórax Barotraumas Na grande altitude A pressão externa fica menor. A pressão no interior do corpo torna-se maior e em- purra o tímpano para fora. Deve-se abrir a boca (bocejar) e permitir que ocorra o equilíbrio entre os dois meios conflitantes. Bloqueio nas trompas auditivas Barotraumas Se houver secreções bloqueando a luz das trompas, as manobras de equalização das pressões podem falhar e a dor do barotrauma persistir. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 3 Barotraumas NO FUNDO DO MAR a cada 10m de PROFUNDI- DADE a pressão aumenta de uma atmosfera. Assim, no fundo, o tímpano é pressionado para dentro. MANOBRA DE VALSALVA Deve-se fazer a manobra de Valsalva: Barotraumas • Fechar as narinas. • Fechar a boca. • Soprar com força para forçar o ar a entrar nas trompas auditivas. •Objetivo: equilibrar as pressões interna e externa sobre o tímpano Barotraumas Barotraumas BAROTRAUMA DE SEIOS DA FACE Seios frontais e maxilares. Os seios da face são cavidades de conteúdo gasoso. Há orifícios que comunicam essas cavidades aéreas com o meio exterior através das mucosas faciais. Se houver entupimento com secreções (...) Barotraumas BAROTRAUMA DE SEIOS DA FACE pode ocorrer dor de intensidade variável. Barotrauma sinusal No fundo do mar, com altas pressões, internas e externas, acumula-se muito gás nessas cavidades. Na subida, se muito rápida, Barotraumas BAROTRAUMA DE SEIOS DA FACE pode haver descompressão e dor. Conforme a intensidade da dor, complicações po- dem ocorrer. Barotraumas Barotraumas BAROTRAUMA DE PULMÃO Órgãos ocos, repletos de ar. Pulmões e órgãos digestivos são mais vulneráveis às variações de pressão e, não raro, sofrem roturas de gravidades proporcionais às forças da pressão atuante Doença dos caixões ou mal dos escafandristas Narcose de Nitrogênio Barotraumas www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 4 Barotraumas enhs.umn.edu/current/2008studentwebsites/pubh61 73/barometric_extremes/high.html ELETRICIDADE • São acidentes causados pela eletricidade, tanto a natural (raios), como a artificial (fios, tomadas, etc…) quando atingem o corpo humano. • Podem produzir queimadura externa e interna e até provocar parada cardíaca e respiratória, mutila- ções e morte, dependendo da amperagem e órgãos atingidos • A ação lesiva depende do meio em que a (…) corrente ocorre e do tipo de corrente elétrica. • Quanto melhor condutor for o material, menor resistência à passagem de corrente elétrica e, por- tanto, maior será a descarga pelo organismo. • Ex: água, pés descalços, mãos desprotegidas, roupa molhada, ferramenta de metal, etc… Principais efeitos do choque Confusão mental, convulsões ou perda da consci- ência Queimaduras na pele no local de entrada e de saída da corrente elétrica no corpo Presença de fraturas em vários locais em virtude da contração muscular violenta provocada pela corren- te elétrica Principais efeitos do choque Pulso fraco e irregular parada cárdio-respiratória. Carbonização Morte ELETRICIDADE A eletricidade natural: agindo letalmente sobre o homem: FULMINAÇÃO quando apenas provoca lesões corporais: FULGU- RAÇÃO lesões com aspecto arboriforme: Sinal de Lichtem- berg ELETRICIDADE A eletricidade artificial ou industrial: Proposital: para execução de um condenado - ELETROCUSSÃO Acidental: ELETROPLESSÃO a lesão mais simples é chamada marca elétrica de Jellineck os efeitos deletérios da corrente elétrica se (...) ELETRICIDADE devem à intensidade da corrente (amperagem) CONDUTORES ELÉTRICOS São materiais destinados a permitir a passagem da corrente elétrica (geralmente fios) desde o gerador ou do acumulador (bateria) até chegar ao receptor onde poderá ser utilizada. CORRENTE ELÉTRICA vibração e escoamento de elétrons entre os átomos do condutor elétrico provocada por uma diferença de potencial elétrico existente entre o acumulador e o receptor tentando estabelecer o equilíbrio entre as fontes. CORRENTE PARA ENTRAR PRECISA TER LU- GAR PARA SAIR. . CORRENTE ELÉTRICA I procura menor caminho e menor resistência Campomagnético Toda corrente elétrica, ao passar, gera um campo magnético no local. aplicação em eletro-imãs. vestí- www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 5 gios da passagem de uma corrente elétrica: imanta- ção metálica no local após a passagem de um raio Efeito joule. Transformação de energia elétrica em calor. •Pode causar queimaduras de todos os graus. •Pode ser utilizado nas indústrias, nas residências, no comércio, na saúde etc. ELETRICIDADE Morte pela ELETRICIDADE (natural ou artificial) Morte cardíaca – fibrilação produzida pela corrente – tensão abaixo de 120 V Morte pulmonar ou por asfixia (tetanização dos músculos): tensão entre 120 e 1.200V Morte cerebral – hemorragia das meninges e de- mais estruturas cerebrais – acima de 1.200V Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica milhares de volts Sinal de Lichtenberg: Fulminação ou Fulguração. As lesões produzidas pela fulguração ou fulmina- ção, tomam aspecto arboriforme, denominadas de sinal (Árvore) de Lichtenberg, decorrentes de fenô- menos vasomotores, que podem desaparecer com o tempo em caso de sobrevivência. Sinal de Lichtenberg Visível na pele, mas a lesão é nos vasos. é tempo- rário. A lesão ocorre nos vasos superficiais. Decorre de uma vasculite elétrica Sinais adjacentes: ação térmica (queimaduras); ação mecânica (rasgões das roupas e lesões te- gumentares) e fenômenos físico-quimicos (fusão de ou imantação de metais) VESTÍGIOS DE FULGURAÇÃO no exame de local atingido por um raio pode-se perceber que os metais da região permanecem imantados por algum tempo. Lesões de Lichtenberg Exame Interno Fenômenos típicos das asfixias e dos infartos do miocárdio Eletroplessão Do grego: Elektron + plessein O termo “eletrocução” deriva do neologismo inglês “eletrocution”, fusão das palavras electric + executi- on. A MORTE SOBREVEM POR PARALISIA DOS CENTROS NERVOSOS QUE LEVAM À (...) ASFIXIA E À PARADA CARDÍACA. Flamínio Fávero A gravidade das queimaduras, em relação à sobre- vivência da vítima, é avaliada em função da sua extensão e intensidade.ua e. Os efeitos deletérios da corrente elétrica se devem, fundamentalmente, à intensidade da corrente (am- peragem). www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 6 Eletricidade artificial – Eletroplessão marca elétrica de Jellineck Marca elétrica de Jellinek A eletricidade artificial produz, no local de entrada, uma lesão que com frequência assume a forma do condutor elétrico que originou a descarga. É uma lesão de bordas elevadas e coloração amarelo es- branquiçada e indolor, que recebe a denominação de marca elétrica de Jellinek. que a vítima sofreu eletroplessão, pela marca de Jellineck, que resulta da faísca elétrica que salta do condutor para a pele, antes de se estabelecer o perfeito contato entre esta e aquele. A marca de Jellineck denuncia que a vítima foi afetada pela eletricidade industrial. Parece com muro de balaústras. Não é obrigatóriamente presente, ELETROPLESSÃO mesmo sob eletroplessão. QUEIMADURA ELÉTRICA Produzida pelo contato com a corrente elétrica. MATERIAL ISOLANTE Objetos e instrumentos de borracha, cerâmica, plás- tico e outros materiais que dificultam, ao máximo, a passagem de elétrons são denominados isolantes. CUIDADO COM ARCO ELÉTRICO Vítima se aproxima de gerador ou acumulador de grande capacidade. O ar úmido propicia a descarga elétrica no corpo da vítima (salto). U = R x i Onde: U = corresponde à diferença de potencial (Volta- gem) R = resistência do meio material (OHM) I =intensidade de corrente elétrica (Ampere) Resistencia da pele de um adulto normal: 50.000 A. Crianças: diferenças levam à menor resistência. Analisar os fatores que contribuem para diminuir a resistência da pele. Associação em série ou em paralelo O QUE MATA É A AMPERAGEM (i). Pequenas voltagens podem matar dependendo da resistência. ALTA OU BAIXA TENSÃO? BAIXA VOLTAGEM – ATÉ 220 V. MÉDIA VOLTAGEM – ATÉ 1200 V. ALTA VOLTAGEM – 1200 V E MAIS www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 7 ORGÃOS MAIS SENSÍVEIS ENCEFALO (CÉREBRO + TRONCO CEREBRAL) CÉREBRO TRONCO ENCEFÁLICO (NERVO VAGO + BUL- BO) CORAÇÃO MUSCULATURA RESPIRATÓRIA (DIAFRAGMA) Portanto, o caminho da corrente elétrica no corpo é muito importante CAUSA DA MORTE EM ELETROPLESSÃO ALTA AMPERAGEM. PASSANDO PELO ENCÉFALO PODE AFETAR O TRONCO ENCEFÁLICO E CAUSAR PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA CENTRAL. ALÉM DE CAUSAR HIPERTERMIA CAUSA DA MORTE EM ELETROPLESSÃO •ALTA AMPERAGEM. •PASSANDO PELO CORAÇÃO CAUSA PARADA CARDÍACA PERIFÉRICA EM ASSISTOLIA. •PODE CAUSAR PARADA RESPIRATÓRIA PERI- FÉRICA POR ESPASMO MUSCULAR Média Amperagem CAUSA DA MORTE EM ELETROPLESSÃO PASSANDO PELO ENCÉFALO PODE AFETAR O TRONCO ENCEFÁLICO E CAUSAR PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA CENTRAL. ALÉM DE CAUSAR HIPERTERMIA CAUSA DA MORTE EM ELETROPLESSÃO MÉDIA AMPERAGEM •PASSANDO PELO CORAÇÃO CAUSA PARADA CARDÍACA PERIFÉRICA EM ASSISTOLIA. Muito tempo exposto leva ao espasmo da muscula- tura respiratória e, 4 a 5 minutos depois, morre asfi- xiado BULBO: morte por parada cardiorespiratória BAIXA AMPERAGEM (10 a 50 mA): - Lesões significativas SE PASSAR PELO CORA- ÇÃO, pode matar se ocorrer fibrilação OU pelo tron- co encefálico (Bulbo) por parada cardiorrespiratória central Alteração do ritmo cardíaco e surge um batimento cardíaco generalizadamente ineficiente: fibrilação. Legista não visualiza a fibrilação. Visualiza a marca de Jelineck. Fibrilação só se verifica com aparelhos. Condução elétrica do coração parte do nódulo sino- atrial, passa pelo atrioventricular e alcança as célu- las ventriculares. Normal: 80 bpm em repouso, controlado. Corrente alternada: muda alternadamente 60 vezes por segundo. Desorganização da musculatura cardíaca: fibrila- ção!!!! www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 8 Sangue não circula. Cai P. Arterial. Hipóxia cerebral. Sem pulso, mas coração não está parado. Uso de desfibrilador: para todas as batidas. PCR ELETRICIDADE NAS CÉLULAS •A MEMBRANA CELULAR SELECIONA A ENTRA- DA E A SAÍDA DE SUBSTÂNCIAS NA CÉLULA ATRAVÉS DOS POROS. Passagem seletiva: MANUTENÇÃO DA VIDA CE- LULAR. A eletricidade pode alterar o diâmetro dos poros e causar a morte celular ELETROPERFURAÇÃO Grave modificação no diâmetro dos poros da mem- brana celular, em razão da passagem de corrente elétrica, causando alteração da semipermeabilidade e podendo levar à morte. Energia Nuclear Lesões produzidas pela radioatividade Alguns dos efeitos sobre o organismo: alterações genéticas; vários tipos de câncer; alterações da espermatogênese; alteração das células do sangue produzindo hemor- ragias acentuadas em vários pontos do organismo. Lesões produzidas pela radioatividade Alguns dos efeitos sobre o organismo: SIEVERT: unidades de radiação Gray: unidade que mede danos físicos causada pela radiação Becquerel: unidade que mede a atividade da fonte radioativa Lesões produzidas pela radioatividade Dose anual máxima permitida: 2,4 mSv Lesões de 1º, 2º e 3º graus Não cresta os pelos Lesões localizadas Graves lesões sistêmicas Alterações Hematológicas Infecções generalizadas Lesões produzidas pela radioatividade Choque séptico www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 9 Lesões produzidas pela luz A luz, dependendo da intensidade, também pode ocasionarlesões no corpo humano, particularmente relacionadas com alterações ou até mesmo perda da visão por dano irreversível no nervo ótico. A luz tem forte influência sobre o psiquismo huma- no, razão pela qual a polícia utilizou, Lesões produzidas pela luz durante longo período, o chamado terceiro grau, técnica de interrogatório onde o interrogando é co- locado debaixo de um holofote que lhe ofusca a visão. Outro exemplo é o da epilepsia fotossensível (cerca de 3% de todos os pacientes) cujas crises podem ser desencadeadas por (...) Lesões produzidas pela luz estímulos luminosos de tv, videogames e alguns padrões geométricos fortes, luz do sol através de folhas e outros. Lesões produzidas pela luz Energias de ordem química São aquelas que atuam nos tecidos vivos através de substâncias que provocam alterações de nature- za somática, fisiológica ou psíquica, podendo levar inclusive à morte. Compreendem: cáusticos ou corrosivos: Energias de ordem química coagulantes – desidratação; e liquefacientes – dissolução dos minerais. venenos ou tóxicos - substâncias de qualquer natu- reza que, uma vez introduzidas no organismo e por ele assimiladas e metabolizadas, podem levar a danos da saúde física ou psíquica inclusive a mor- te... Cáusticos ou corrosivos Os cáusticos ou corrosivos são substâncias quími- cas que provocam profunda desorganização dos tecidos vivos, quer por desidratação (coagulantes = ácidos) quer por efeito de dissolução dos minerais (liquefacientes = básicos). Cáusticos ou corrosivos São exemplos de cáusticos a soda, o ácido clorídri- co e o ácido sulfúrico, ou vitríolo, de onde deriva a denominação vitriolagem, que indica as lesões pro- duzidas por essas substâncias. Cáusticos ou corrosivos DIAGNÓSTICO DO AGENTE VULNERANTE ASPECTO E TONALIDADE DAS ESCARAS: Escaras anegradas e secas – H2SO4. Escaras amareladas e secas – HNO3. Escaras brancacentas e secas HCl. Escaras esbranquiçadas e úmidas – Substâncias alcalinas: KOH OU NaOH. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 10 Cáusticos ou corrosivos Energias de ordem físico-químicas Sob o título de energias de ordem físico química iremos estudar a asfixiologia forense ou capítulo da Medicina-Legal que estuda as asfixias. ASFIXIOLOGIA Sistema respiratório humano Sistema Cardiovascular Fisiologia do Sistema Respiratório • A respiração pode ser interpretada como um processo de trocas gasosas entre o organismo e o meio, ou como um conjunto de reações químicas que faz parte do metabolismo energético (respira- ção celular). • Dessa forma, o termo respiração pode ser em- pregado em basicamente dois níveis: Fisiologia do Sistema Respiratório Celular e Orgânico Respiração celular • Conjunto de reações químicas em que ocorre liberação de energia a partir de um combustível, para ser utilizada no trabalho celular (reações exo- térmicas). • O principal combustível para a célula é a glico- se. • A respiração celular apresenta 3 fases e ocorre no hialoplasma e nas mitocôndrias. Fases da respiração celular Estruturas do sistema Respiratório Humano Estruturas do sistema Respiratório Humano www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 11 Estruturas do sistema Respiratório Humano Mecânica da Ventilação Pulmonar Vias aéreas superiores e inferiores www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 12 Sistema circulatório humano Asfixiologia Forense “Asphuxia” ausência de pulso. A sphysxis (gr.) ausência de pulso, pois Galeno e outros sábios gregos, acreditavam que nas artérias, encontrava-se o elemento (espirito ) que dava vida. ASFIXIOLOGIA FORENSE Estudo dos casos de asfixia em situações de homi- cídio, suicídio e acidentes. Relacionado com artigos 121 e 129 do CP. Asfixias Forenses ENERGIA VULNERANTE: FÍSICO-QUIMICA: Um agente mecânico produzindo alterações quími- cas (hipóxia e hipercapnia) no organismo da vítima Asfixia – Causas INTERNA: que interessam à medicina clinica: pneumonias, asma, insuficiência cardíaca, enfise- ma, etc. EXTERNA: estas são as que interessam à Me- dicina Legal, sendo estas o objeto de nosso estudo. Asfixias Forenses Impedir o consumo de oxigênio (não chegar ou ser utilizada) Classificação geral Primária – fator tempo (causa inicial) Secundária – modo de ocorrência Mecânica – quanto ao meio (sólidos ou líquidos). Asfixias Forenses IMPORTANCIA Judicial: Morte violenta Intencional (crime hediondo). Asfixias Forenses Modalidades (como podem ocorrer) - Impedimento do fluxo de ar para os pulmões - Modificação ambiental (relacionado ao oxigênio) - Constrição do pescoço (pode matar pelo impe- dimento do sangue chegar ao coração. Morte cardi- orrespiratória. Inibição do nervo (...) Asfixias Forenses vago). - Outras diferente formas Definições Apnéia: ausência dos movimentos respiratórios Eupnéia: movimentos respiratórios normais Dispnéia: Dificuldade respiratória Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfi- xia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Pena - reclusão, de doze a trinta anos. A asfixia é considerada meio cruel, o processo as- fíxico somente produz a morte com cerca de cinco minutos, sendo meio demorado de produzir a morte com sofrimento da vítima, o que nos mostra o ine- quívoco dolo de matar. A morte em legítima defesa através da asfixia, é muito difícil de ser aceita, uma vez que vindo a pessoa a desfalecer no primeiro minuto, tem o agressor mais quatro minutos para arrepen- der-se e sustar o processo asfíxico. Como pode ocorrer a asfixia? Obstrução dos orifícios respiratórios externos Bloqueio das vias respiratórias internas www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 13 Restrição dos movimentos respiratórios Diminuição da concentração de oxigênio no sangue Diminuição da capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue Como pode ocorrer a asfixia? Inibição da utilização do oxigênio pelas células Tipos de asfixia SUFOCAÇÃO DIRETA Bloqueio dos orifícios respiratórios (boca e nariz) Emprego de força, SITUAÇÕES DE SUBJUGA- ÇÃO) Bloqueio das vias aéreas por objetos (geralmente acidental em idosos ou crianças) Asfixiologia Forense NATUREZA JURÍDICA: Oclusão direta das narinas e da boca: - Acidental: ocorre em recém-nascidos que, dormin- do com as mães, são sufocados por estas ou por panos que se encontram sobre o leito. Nos adultos, o acidente poderá resultar de ataques epilépticos, síncopes, embriaguez, etc., caindo a vítima sobre o leito, com o rosto fortemente apoiado contra o tra- vesseiro, ou contra panos que impeçam a respira- ção. - Criminosa: mais comum em recem-nascidos, mas pode ser encontrada também em adultos. - Suicida: o paciente coloca sobre o corpo e a cabe- ça cobertores, panos, etc Oclusão direta dos orifícios da faringe e laringe: - Criminosa: poderá ser produzida pela introdução na boca de tampões de panos, dedos, papel ou qualquer outro objeto. É comum no infanticídio, po- dendo ser encontrada nos adultos. - Acidental: É a modalidade mais frequente. - Surge especialmente entre crianças, que colo- cam botões, bolinhas de gude, pedaços de carne e outros corpos estranhos dentro da boca. - Fetos podem sufocar-se com líquido amniótico e restos de membranas. - Entre adultos, esse tipo de morte é aindaencon- trado nos que ingerem fragmentos grandes de ali- mentos sem as (...) - devidas cautelas (ou em estados precários de saúde). - Suicida: é tipo raro de suicídio, mas a literatura relata casos de indivíduos que se mataram introdu- zindo na garganta panos ou objetos. Tipos de asfixia SUFOCAÇÃO INDIRETA Canais respiratórios livres Compressão do tórax Pode ser acidental ou homicida Exaustão da musculatura respiratória (crucificação) Paralisia da musculatura respiratória (curare) Tipos de asfixia SUFOCAÇÃO INDIRETA - Em espasmo – eletroplessão, drogas contraturan- tes - Em flacidez – drogas relaxantes musculares Compressão homicida: ex. na Inglaterra houve épo- ca em que os criminosos sentavam-se sobre o tórax da vítima até mata-la; Exortador (Nordeste). Compressão acidental: pisoteamento por multidões, acidente de trânsito com pessoa presa a ferragens, compressão torcedores contra cercas e grades, sacos e pesos que desabam sobre pessoas, etc. Tipos de asfixia MODIFICAÇÃO DO AMBIENTE Afogamento Soterramento Confinamento Tipos de asfixia OUTRAS FORMAS Envenenamento Intoxicação por gases Por agentes químicos Eletroplessão de media amperagem Fraturas graves das costelas Tipos de asfixia CONSTRIÇÃO DO PESCOÇO ESGANADURA (COM AS MÃOS) ESTRANGULAMENTO ENFORCAMENTO Análise da pele na região do pescoço é muito impor- tante: identificar as lesões e determinar a forma de constrição que ocorreu. Compressão da artéria carótida: impede a chegada de sangue no cérebro. Perda da consciência é rápida MMA: “mata leão” www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 14 CARACTERÍSTICAS GERAIS que podem indicar ASFIXIAS EXTERNAS cianose da pele e extremidades (cor arroxeada de- corrente do acúmulo de gás carbônico no sangue) equimoses conjuntivais e dos lábios cogumelo de escuma ou espuma na boca (...) Hemorragia conjuntivas resfriamento lento do corpo protrusão da língua e olhos INTERNAS Petéquias - equimoses pleurais (manchas de Tardi- eu ou Paltauf - são manchas puntiformes averme- lhadas) congestão visceral fluidez sanguínea Esganadura A esganadura é a asfixia mecânica pela constrição ântero-lateral do pescoço produzida pela ação dire- ta das mãos do agente. Não há sulco, que cede seu lugar para marcas un- gueais (de unhas) e diversas escoriações, equimo- ses e hematomas. Com certa frequência é notada a fratura do hioide. Esganadura É efetivada: pelas mãos do oponente (típica) “gravatas” com os membros (superiores e inferi- ores) atípica É exclusivamente homicida www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 15 Esganadura NATUREZA JURÍDICA: A esganadura suicida não é admitida como possí- vel. A forma de acidente também não é tida como possível. A esganadura é sempre um homicídio, e daí o gran- de valor que adquire seu diagnóstico, permitindo alertar imediatamente as autoridades na busca do criminoso. Esganadura MECANISMO DE MORTE: Inicialmente parece ser pelo mecanismo vascular uma vez que leva a in- consciência de forma muito rápida, após age o me- canismo respiratório com a obstrução das vias aé- reas. Temos que levar em conta que duas pessoas de porte físico semelhante dificilmente poderão se es- ganar Esganadura SINAIS EXTERNOS: Presença de equimoses, esco- riações, estigmas ungueais ( lesões semilunares causadas pelas unhas), hematomas e feridas con- tusas no pescoço, lesões de defesa nas mãos e antebraços. Esganadura SINAIS INTERNOS: infiltração sanguínea subcutâ- nea; fraturas das cartilagens cricóide aritnóide e tireóide; tríade asfíxica (sangue fluido escuro, con- gestão polivisceral e equimose de Tardieu). Estrangulamento O estrangulamento pode ser definido como a cons- trição ativa do pescoço por baraço mecânico (corda ou cordel) acionado por força estranha ao peso do próprio corpo (força muscular humana ou animal, força mecânica, motores elétricos etc.) Características do sulco: Estrangulamento Completo, contínuo em toda a volta do pescoço e com a mesma profundidade, sem a presença de sinal ou nó, podendo ser único ou múltiplo; perpendicular ao eixo do pescoço, abaixo da altura da laringe Estrangulamento Grande edema facial com cianose intensa, reflexo da oclusão jugular e não das artérias cervicais, im- pedindo assim o retorno sanguíneo; Equimoses em face e conjuntiva, pequenas e em maior número, resultado do mesmo mecanismo anterior; Estrangulamento Língua protusa e exoftalmia bastante acentuada. Tríade asfíxica Infiltração dos tecidos subjacentes; Fratura ou não do hióide; Sinal de Amussat: ruptura da túnica interna da caró- tida; Sinal de Friedberg: lesões da túnica externa e (...) Estrangulamento infiltração hemorrágica da túnica externa da caróti- da; Lesões das cartilagens da laringe são excepcionais. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 16 Estrangulamento - Principalmente Homicídio - Acidentalmente - Suicídio - Execução Judicial Estrangulamento Estrangulamento Se usar fita larga (não deixa marca externa, mas, deixa marca interna) Linha argentina: feita por muita pressão que acaba lesando a derme e fica esbranquiçada Morte por Enforcamento O enforcamento pode ser definido como a constri- ção do pescoço por baraço mecânico (corda ou cordel), por um laço cuja extremidade se acha fixa a um dado ponto, acionado pela força peso do pró- prio corpo, que pode estar em suspensão completa ou incompleta. Características do sulco: geralmente é oblíquo; descontínuo, e alto no perí- metro externo do pescoço (acima da larinfe e hiói- de), sendo interrompido na altura do nó; profundida- de desigual, Natureza jurídica: suicida, homicida, acidental ou execução judicial Morte por enforcamento Discreta ou intensa cianose facial, dependendo da maior ou menor obstrução vascular; A cabeça pende para o lado oposto ao nó (enfor- camento atípico); Morte por enforcamento Morte por Enforcamento Morte por Enforcamento www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 17 Outras formas de Asfixia Asfixia Erótica Perda de oxigenação cerebral Acidental Asfixia por broncoaspiração - Manchas de sangue nos alvéolos pulmonares (as- pirou o próprio sangue): mosaico sanguinolento. - Esgorjamento Modificação do Ar ambiental SOTERRAMENTO Sentido estrito: presença de resíduos sólidos pulve- rulentos (terra, areia, farinha ou outros) nas porções mais internas da árvore respiratória) Indica que vitima estava vivo e aspirou o material. Material presente na árvore respiratória e sistema digestório confirma o soterramento. Presença de cogumelo de espuma (não caracteriza soterramento, mas edema pulmonar). Sufocação saco plástico que tapa as narinas de uma criança etc dos condutos respiratórios (acidental) – aspiração de corpos estranhos, p.ex. aspiração de corpos estranhos Por meio indireto compressão do tórax (p. ex. pedras sob o abdômen impedindo movimentos respiratórios) Sufocação indireta ou passiva NATUREZA JURÍDICA: Isso sucede quando uma multidão se assusta e corre comprimindo e pisando os que a integram, sobretudo os mais débeis. É também encontrada quando sacos ou (...) Sufocação indireta ou passiva NATUREZA JURÍDICA: pesos desabam sobre trabalhadores. Em crianças recém nascidas pode ter sido causada pelas mãos ou pelo peso corporal de alguém. www.cers.com.brDELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 18 Confinamento (sem renovação de ar atmosféri- co) É a asfixia do indivíduo: Em espaço aberto sem renovação de ar atmosférico Espaço restrito ou fechado sem renovação de ar atmosférico - por esgotamento de oxigênio e - aumento gradativo de gás carbônico - (saco plástico na cabeça da criança sem, po- rém, tapar os orifícios respiratórios = sufocação direta por confinamento) Corpo humano, em geral, mais quente que o ambi- ente Sem renovação do ar a temperatura no local au- menta, levando o individuo a suar. O suor evapora e aumenta a umidade do ar. A umidade do ambiente dificulta a evaporação do suor A temperatura corporal aumenta E este ciclo se renova, resultando em hipertermina, que se associa com a hipóxia e hipercapnia. Asfixias QUIMICAS - CO (monóxido de carbono) (alta afinidade pela hemoglobina) - Corpo com cor carmin.... carboxihemoglobina -CIANETO em meio ácido: cadeia respiratória. Morte intracelular. Morte rápida. Organofosforados Asfixias QUIMICAS Carbamato (chumbinho) Curare Gases inertes É a asfixia do indivíduo por Permanecer em ambientes saturados de gases inertes e pouco tóxicos como butano metano Propano (...) Gases inertes Ação destes gases como bloqueadores mecânicos da respiração Monóxido de carbono É uma das principais fontes de morte acidental. Uma vez aspirado, dilui-se no plasma sanguíneo formando com a hemoglobina um composto estável denominado de carboxihemoglobina. Sua afinidade pela hemoglobina é cerca de (...) Monóxido de carbono 250 (duzentas e cinquenta) vezes maior que a do próprio oxigênio. É suficiente que no ar atmosférico haja cerca de 0,08 % de monóxido de carbono para que metade da hemoglobina ativa seja transformada em carbo- xihemoglobina. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 19 EXAME EXTERNO Livor cadavérico extenso, de coloração rosa Monóxido de carbono Afogamento Afogamento O afogamento é a modalidade de asfixia mecânica em que há penetração de líquido pelas vias aéreas. É a troca do meio gasoso por meio líquido, impedin- do a troca gasosa necessária à respiração. Na água doce a morte ocorre por fibrilação ventricu- lar devido alterações eletrolíticas do sangue pela entrada de água nos pulmões indo até o coração Na água salgada a morte ocorre por intenso edema dos pulmões uma vez que a água salgada é uma solução mais concentrada que o sangue FISIOPATOLOGIA DO AFOGAMENTO www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 20 SINAIS DE AFOGAMENTO Colocação da vítima em meio líquido Afogamento AFOGADO AZUL (verdadeiro) X AFOGADO BRANCO (PAROT) (falso afogado): simulação de afogamento – a vítima é atirada na água depois de morta – não tem água nos pulmões e nem outros sinais internos de afogamento Não há necessidade de imersão total do corpo, bas- tando que as vias aéreas estejam submersas, co- bertas pelo líquido, impedindo a respiração. É frequente a simulação de afogamento, quando a vítima é atirada na água já sem vida. Por esse moti- vo, a divisão entre afogado azul ou real e afogado branco ou falso afogado, situação em que o corpo é atirado na água depois de morto. Colocação da vítima em meio líquido AFOGADO BRANCO: nesta o indivíduo apresenta uma coloração branca; é uma morte que ocorreu dentro do meio líquido, porém não ocorre a aspira- ção deste meio. A morte ocorre por outras razões como AVC, infarto de miocárdio, assassinato, etc. FISIOPATOLOGIA DO AFOGAMENTO Fases do Afogamento FASE DE LUTA É a fase em que o indivíduo percebe que está em perigo iminente de se afogar. Nesta fase o indivíduo ingere muita água. Muito líquido será encontrado no estômago e intes- tinos. Afundando e vindo a tona inúmeras vezes, Fases do Afogamento na sua luta de vida, devido ao imenso esforço mus- cular pode haver lesões musculares e focos de he- morragia, escoriações e pequenas feridas superfici- ais. Fases do Afogamento FASE DE APNÉIA VOLUNTÁRIA Quando do afogamento o indivíduo afunda e prende a respiração, ocorrendo acúmulo de gás carbônico. Diminui o estado de consciência, e o estímulo inspi- ratório se torna irresistível fazendo com que o indi- víduo aspire o líquido. Fases do Afogamento FASE DE ASPIRAÇÃO O indivíduo aspira o líquido, alterando a equilíbrio sanguíneo, sobrecarregando o volume sanguíneo e levando à falência cardíaca (Água doce: convul- sões). Água salgada: salgada o movimento é inverso cau- sando uma hemoconcentração. Fases do Afogamento www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 21 Isto nos permite diferenciar os dois meios no qual ocorre o afogamento AFOGADOS Presença de água no estômago Presença de água nos pulmões Cogumelo de Espuma Lesões provocadas por animais aquáticos atacam principalmente as partes moles, pálpebras, lábios, nariz e orelhas Cabeça de negro devido ao fato da cabeça ser mais pesada, a man- cha verde se inicia pela face e pescoço. Com o escurecimento a cabeça vai ficando total- mente negra. Agigantamento do cadáver devido à putrefação que ocorre, em geral, em 24 h. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 22 BALÍSTICA FORENSE Balística forense Conceito – Balística Forense é a disciplina que es- tuda basicamente as armas de fogo, as munições, os fenômenos e efeitos dos disparos destas armas, a fim de esclarecer questões de interesse judicial. Armas de fogo – São engenhos mecânicos destina- dos a lançar projéteis no espaço pela ação da força expansiva dos gases oriundos da combustão da pólvora. Divisões Balística interna ou interior é aquela que estuda os mecanismos internos das armas, sua estrutura, munições e propelentes. Balística externa é a que cuida da trajetória do pro- jetil, sua estabilidade. Divisões Balística terminal é a que trata da maneira como o projetil é afetado quando atinge o alvo e como o alvo é afetado pelo projetil. Classificação das armas de fogo Constituição das armas de fogo Qualquer que seja o tipo de arma considerada terá algumas peças que entram invariavelmente em sua composição: armação; cano; dispositivos de pontaria; percussor, pino ou agulha; Constituição das armas de fogo gatilho; extrator; ejetor; depósito de munição. Revólver Pistola semi-automática Classificação quanto à alma do cano As armas de porte individual dividem-se em dois grandes grupos: armas com canos de alma lisa; e armas com canos de alma raiada. Raias são sulcos produzidos na parte interna do cano (alma), dando origem a um determinado nú- mero de ressaltos e cavados, Classificação quanto à alma do cano dispostos de forma helicoidal e cuja finalidade prin- cipal é imprimir ao projetil um movimento de rotação ao redor de seu próprio eixo centro-longitudinal. CUIDADO RAIA ≠ ESTRIAS CLAUDIA RAIA Raias do cano fazem estrias nos projéteis. FINALIDADE DAS RAIAS: fazer o projetil girar. Aumenta estabilidade e precisão do tiro. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 23 Classificação quanto a alma do cano As armas de alma raiada utilizam cartuchos de mu- nição com projéteis unitários. Podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas etc) ou longas (carabinas, fuzis, etc). Interior do cano: tem a ALMA raiada que marcam o projetil e podeidentificar AS ESTRIAS NO PROJE- TIL. Classificação quanto a alma do cano As armas de alma lisa são as que utilizam cartuchos de munição com projéteis múltiplos e são, geral- mente, usadas para caça (espingardas) ou tiro es- portivo. ESPINGARDA NÃO TEM RAIA. Velocidades dos projeteis calculadas em relação velocidade som no ar Menor 340 m/s baixa velocidade Mais do dobro da velocidade som: alta velocidade Entre este intervalo: média Armas de uso permitido: baixa velocidade. Alta: são de uso restrito Relação da velocidade do projetil com as lesões maiores na cabeça? Maior densidade do órgão → maior a energia libe- rada pelo projetil Armas curtas Armas curtas são armas para uso exclusivamente individual, de dimensões pequenas, são compactas com peso dificilmente superior a 1 kg e normalmen- te manejáveis com uma só mão. Dentre as armas curtas distinguem-se o revólver e a pistola semiautomática. Armas longas Armas longas são aquelas que, em razão do com- primento do cano e da coronha, possuem uma grande dimensão longitudinal, exigindo para seu uso o apoio do ombro e de ambas as mãos do ati- rador. Dentre as armas longas portáteis, distinguem-se a espingarda e escopeta, a carabina, Armas longas o rifle, o fuzil e o mosquetão. PROJÉTEIS DE BAIXA VELOCIDADE Apresentam velocidade INFERIOR à velocidade do som no AR. Velocidade Som: - AR: 340 m/s - Líquidos: 1.500 m/s - Sólidos: 5.000 m/s Comparação IBIS estrias do projetil e do projetil padrão Microscópio chamado de comparativo: busca se- melhanças entre projeto suspeito e padrão. Permite identificar o cano que fez o disparo (não a arma pois o cano pode ser trocado). IBIS separa os possíveis projeteis de armas para ser definido, a posteriori, por um especialista. Raias www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 24 Raias Munição Pelo termo munição podemos designar projéteis, pólvoras e demais artefatos explosivos com que se carregam armas de fogo. Partes do cartucho de munição: estojo; Munição espoleta com mistura iniciadora; pólvora; projetil e embuchamento (alma lisa). Cartucho: todo o conjunto. Estojo: recipiente que contem a pólvora. O estojo, geralmente constituído por latão 70:30 (70% de cobre e 30 % de zinco) Espoleta: pequena capsula situada na base do esto- jo. Local onde ocorre a faísca e a queima da pólvo- ra, produzindo gás, que irá expelir o projeto que sairá pelo cano. Pino percurtor pressiona a espoleta que irá produzir a faísca incendiando a pólvora. Mistura iniciadora: os resíduos são muito importan- tes para identificar quem atirou, distância do tiro. PROJÉTIL DE ARMAS DE FOGO www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 25 No momento do tiro são expelidos, além do projétil, diversos resíduos sólidos (provenientes do projétil, da detonação da mistura iniciadora e da pólvora) e produtos gasosos (monóxido e dióxido de carbono, vapor d’água, óxidos de nitrogênio e outros). Visualizados por MEV -determina a percentagem dos elementos presentes na mistura Emissão Atômica. Marca do percutor na espoleta pode identificar a arma que fez o disparo. Revólver: estojo fica. Revolver: leva o estojo embora. Não fica no local. (dificulta a perícia) Pistola: estojo jogado fora. Pistola tem uma garra que joga o estojo fora. Esta marca no estojo, da garra, pode ajudar a identi- ficar a arma. Importante para a perícia para chegar a várias con- clusões, entre elas a possível distancia entre vitima e atirador. Espoleta mais antiga Misturas iniciadoras à base de estifinato de chumbo [PbO2H(NO2)3], nitrato de bário, trissulfeto de anti- mônio, tetrazeno e alumínio. Quando o percutor deforma a cápsula de espoleta- mento, a mistura iniciadora nela contida é compri- mida contra a bigorna, quebrando os cristais de estifinato de chumbo e tetrazeno. Inicia-se assim uma chama cujo combustível é o nitrato de bário e o oxidante é o trissulfeto de anti- mônio. Espoletas mais modernas A partir de 1998 a CBC lançou os cartuchos deno- minados de clean range, cuja mistura iniciadora da espoleta não possui chumbo, bário e antinônio. Esta mistura é composta por diazol, nitrato de estrôncio, pólvora e tetrazeno. Também integram a parte sólida dos resíduos partí- culas constituídas pelos elementos Antimônio (Sb), bário (Ba) e chumbo (Pb). Exame Residuográfico O confronto microbalístico não se restringe apenas aos projéteis. Se houver cápsulas de cartuchos deflagradas na cena do crime, é possível analisar as marcas do percutor e as ranhuras produzidas na culatra. Teste químico permite a detecção de chumbo pelo rodizonato de sódio como reagente colorimétrico. O complexo azul-violeta, resultante da reação do rodizonato de sódio com o chumbo, pode ser estabi- lizado pela adição de uma solução tampão. Basicamente, os resíduos de tiro são formados em condições específicas de temperatura e pressão durante o disparo, permitindo vaporização e rápida condensação de elementos oriundos principalmente da espoleta (Pb, Ba, Sb). é colocado no Microscópio Eletrônico de Varredura (SEM, do inglês Scanning Electron Microscope) e a http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg http://4.bp.blogspot.com/-KVC6A0lx6as/TxDK6ER9JFI/AAAAAAAAAnE/hKdl_40jMWc/s1600/Imagem6.jpg www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 26 superfície do adesivo é varrida por um feixe de elé- trons. Tiro penetrante: sem saída (fundo de saco a ferida) Tiro transfixante: saída Energia de projetil não transfixante é maior (pois desaceleram no corpo), com maior efeito no corpo) Hollowpoint: objetivo é não transfixar. Ec = mv 2 /2 Projetil de maior velocidade tem maior energia, transfere menor energia se for transfixante. Revolver cano curto: distância do projétil menor (devido menor aproveitamento dos gases). A abertura após achatamento é para evitar a trans- fixação e, assim, transferir toda energia armazenada pelo projetil. Quanto mais deformante, menos penetrante ele é. - Ponta menos arredondada - Ponta fina - Gases empurram o projetil (impulsionam), após a combustão da pólvora. - Distância percorrida pelo projetil depende de vá- rios fatores: quantidade do propelente, tamanho do cano, dureza do projétil. Munição para armas com cano de alma lisa Munição para armas com cano de alma lisa Munição para armas com cano de alma lisa BUCHA: minimizar a perda de gases entre os balins e perder eficiência. Espingarda e escopeta O termo espingarda deriva do francês espingarde e serve para designar qualquer arma de fogo longa, com cano de alma lisa. As espingardas podem ser dotadas de um ou dois canos, paralelos ou coloca- dos um sobre o outro. O termo escopeta é usado para designar as armas de alma lisa de cano curto e grosso calibre, reser- vando-se a denominação espingarda para as armasde cano longo e calibres menores. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 27 Carabina De origem italiana, o termo carabina designa armas de fogo portáteis, de repetição, cano longo e alma raiada. O cano das carabinas mede entre 18" e 20" (de 45 cm a 51 cm), e é exatamente pelo compri- mento menor que diferem dos rifles, que têm canos maiores. Rifles Os rifles são armas de fogo longas, portáteis, de carregamento manual (não automáticos) ou de re- petição, cano longo e alma raiada. Sua diferença em relação às carabinas reside exa- tamente no comprimento maior do cano, que atinge 24" (61 cm). Fuzil Fuzil é uma arma de fogo longa, portátil, automática, com alma raiada, calibre potente e, normalmente, de uso militar, podendo ser utilizado para caça de grande porte. O fuzil é uma arma automática, que apresenta uma cadência de tiro entre 650 a 750 disparos por minu- to. Mosquetão Da mesma forma que o fuzil o mosquetão é uma arma de fogo longa, portátil, de repetição, com cano e alma raiada. Nele o carregamento é manual, pelo sistema de ferrolho, que é recuado manualmente pelo atirador. Segundo o R 105, o mosquetão é definido como um fuzil pequeno, de emprego militar, maior que uma carabina, de repetição por ação de ferrolho montado no mecanismo da culatra, aciona- do pelo atirador por meio da sua alavanca de mane- jo. Calibre das armas de fogo Ao se falar em calibre é preciso identificar quatro noções distintas: calibre das armas de alma raiada calibre das armas de alma lisa calibre dos projéteis para armas de alma lisa para armas de alma raiada calibre dos cartuchos de munição para armas de alma lisa para armas de alma raiada Calibre das armas de cano de alma raiada O calibre real ou nominal das armas de alma raiada é dado pelo diâmetro interno do cano da arma antes da execução do raiamento (diâmetro entre cheios) e pode, na dependência do sistema adotado, ser indi- cado em centésimos de polegada (sistema norte- americano), milésimos de polegada (sistema inglês) ou em milímetros (sistema métrico). Calibre dos projéteis das armas de alma raiada O diâmetro ou calibre efetivo do projetil, nas armas onde o número de raias é par, corresponde ao es- paço entre dois cavados e nas armas onde o núme- ro é ímpar, à distância entre um cheio e o ressalto diametralmente oposto. O calibre efetivo do projetil é, portanto, sempre um pouco maior que o calibre real ou nominal da arma considerada. Calibre dos projéteis das armas de alma raiada www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 28 Calibre das armas de cano de alma lisa O calibre das armas de alma lisa, ou de caça, não é expresso pelo diâmetro interno do cano, mas sim pelo número de esferas de chumbo puro de diâme- tro igual ao do cano em referência, necessário para atingir 1 libra de peso (454 g). Isto não significa que os projéteis por ela disparados terão o diâmetro do cano. Ao contrário, são geral- mente bem menores. Calibres de armas de alma lisa, a análise do calibre é mais difícil de fazer, portanto, mais provável de cair na prova Calibre das armas de cano de alma lisa Calibre das armas de cano de alma lisa Calibre das armas de cano de alma lisa Projéteis das armas de alma lisa - balins CRITÉRIO DE ESTUDO DA LESÃO São consideradas: 1. pela distância de disparo do alvo 2. pelas características de seus orifícios: 1. de entrada 2. de saída 3. pela sua trajetória (ou trajetos) LESÕES PÉRFUROCONTUSAS ORIFÍCIOS DE ENTRADA Podem ser circulares (90°) ovais ou arredondados (ângulo diverso de 90°) ou tangencial, de acordo com o ângulo de incidência A B B A - Calibre real (espaço entre cheios ou diâmetro interno do cano antes do raiamento). B - Calibre do projétil (espaço entre os cavados, se o número de raias for par; ou espaço entre um cavado e um cheio, se o número de raias for ímpar). www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 29 LESÕES PÉRFUROCONTUSAS Ao atingir o corpo, o projétil provoca rompimento na pele, formando um orifício em forma tubular no qual se enxuga de seus detritos (orla de enxugo) arrancamento da epiderme (orla de contusão) Ao se formar o túnel de entrada pequenos vasos se rompem formando equimoses em torno do ferimento (orla equimótica) ORIFÍCIO DE ENTRADA – ORLAS (SEMPRE PRESENTES) ORLA DE CONTUSÃO: a pele se invagina e se rompe devido à diferença de elasticidade de derme e epiderme ORLA EQUIMÓTICA: zona da hemorragia oriunda da ruptura de pequenos vasos ORLA DE ENXUGO: zona de cor escura que se adaptou às faces do projétil, limpando-os dos resí- duos da pólvora ORIFÍCIO DE ENTRADA – ZONAS ZONA DE TATUAGEM: é resultante da impregna- ção de partículas de pólvora incombusta que alcan- çam o corpo ZONA DE ESFUMAÇAMENTO: é produzida pelo depósito de fuligem da pólvora ao redor do orifício de entrada ZONA DE CHAMUSCAMENTO: tem como respon- sável a ação superaquecida dos gases que atingem e queimam o alvo Orlas ou halos e zonas ORLAS E ZONAS DE CONTORNO ORLA DE CONTUSÃO + ENXUGO ANEL DE FISH DISTÂNCIA DO CONE DE DISPERSÃO Resíduos saem, em menor quantidade (gatilho, culatra), de outros locais, mas o principal é a boca do cano da arma alvo sujo Em tiro a curta distancia ou a queima roupa encon- tramos cone de dispersão do resíduo na roupa ou corpo da vitima (até poucos cm, máximo de 70) ORIFÍCIOS DE ENTRADA – TIRO ENCOSTADO a) forma irregular (estrelado) pela dilaceração dos tecidos pelos gases explosivos (mina de Hoffmann) b) sem zona de tatuagem ou de esfumaçamento c) diâmetro do ferimento maior que o projétil (ex- plosão dos gases) d) halo fuliginoso nos ossos: (sinal de Benassi) e) impressão (pressão) do cano da arma (sinal de Werkgaertner) f) quando transfixante: trajeto com orifício de entra- da e saída Câmara de Hoffmann www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 30 TIRO ENCOSTADO Câmara de Mina de Hofmann Câmara de Hoffmann Sinal de Pupe Werkgaetner www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 31 Sinal do Funil de Bonnet (osso :bone) (define entrada e saída de projéteis em crânio) Entrada: menor Saída: maior ORIFÍCIO DE ENTRADA TIRO A CURTA DISTÂNCIA a) cone de dispersão do tiro b) forma arredondada ou circular c) orla de escoriação ou contusão d) orla equimótica e) orla de enxugo f) zona de tatuagem g) zona de esfumaçamento (removível) h) zona de queimadura (chamuscamento) Orla de enxugo Orla de enxugo: Tisnado é sujo Derme exposta é orla de escoriação Retirada da epiderme e exposição da derme. Projetil vem sujo e a sujeira fica impregnada na pele (alimpadura), enxugamento. Sinal de Chavigny Ação Perfurocontundente Tiro a curta distância Zonas de chamuscamento, esfumaçamento e tatuagem Importância das vestes na determinação da distância do tiro Zona de Esfumaçamento www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 32 Chamuscamento e Esfumaçamento Zona de Tatuagem Zona de esfumaçamento Zona de tatuagem ORIFÍCIO DE ENTRADA TIRO À DISTÂNCIA a) forma arredondada b) diâmetro menor que o do projétil c) com orla de escoriação d) com orla equimótica Sem resíduos do cone de dispersão no alvo: a(lon- ga) distância ORIFÍCIO DE ENTRADA TIRO À DISTÂNCIA www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 33 TRAJETO/TRAJETÓRIA Trajeto: é o caminho percorrido pelo projétil dentro do corpo da vítima pode ser transfixante não transfixante (projétil retido) Trajetória: é o caminho percorrido pelo projétil fora do corpo (da arma até a superfície atingida) por ser trajeto simples: resultante de projétil único trajeto múltiplo: resultante de projéteis múltiplos ORIFÍCIO DE SAÍDA a) de forma irregular ou dilacerado b) maior que orifício de entrada c) maior sangramento d) ausência de orlas, zonas e halos e) bordos evertidos Lesões Pérfurocontusas Orifício de Entrada x Orifício de Saída Exceções podem ocorrer: tiro encostado ricochete, o projétil perde sua propulsão (“bala per- dida”) dois ou mais projéteis sucessivos atingem o mesmo ponto na pele Ação Perfurocontundente. Trajeto. PERITO ANALISA O PADRÃO DE ESPAÇAMENTO DOS BALINS. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 34 Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos (balins) Nos disparos efetuados com cartuchos de munição de projéteis múltiplos (armas de alma lisa), o aspec- to da lesão depende, basicamente, da distância em que foi realizado o disparo e da conseqüente aber- tura do cone de dispersão. Em tiros muito próximos ou encostados, os projéteis múltiplos causam grande destruição tecidual muitas vezes acompanhada de significativa perda de subs- tância. Nos disparos efetuados à distância o que observa- mos é a existência de lesões múltiplas, como se produzidas por vários disparos unitários, distribuídas ao redor de um ponto central, e que se afastam mais um do outro quanto maior for a distância entre o atirador e o alvo. Rosa de tiro de Cevidali: conjunto das feridas origi- nadas de cartucho projetos múltiplos Quanto maior a rosa: maior distancia Cuidar para não ter certeza de cano serrado ou choke Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos (balins) FERIMENTOS POR PROJÉTEIS MÚLTIPLOS www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL – DPC 2016 Medicina Legal – Aulas 03 a 08 Wagner Bertolini 35 Importância da Orla de Escoriação: determinar se Tiro Oblíquio ou Frontal
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