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RESPOSTAS - CASOS PRÁTICOS

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CASOS PRÁTICOS – RECURSOS CÍVEIS
1) Sendo certo que um dos pressupostos objetivos do recurso é a adequação, como justificar-se a aplicação do princípio da fungibilidade dos recursos e em que circunstância tal aplicação pode dar-se? Explique.
R: O princípio da adequação não retira a eficácia da fungibilidade, apenas a inibe, restringindo seu uso para que não seja utilizado de forma errônea, evitando que a parte sofra prejuízo processual nos casos em que houver erro na interposição de um recurso por outro. A aplicação do referido princípio se dá nas hipóteses dos artigos 1.024, 1.032 e 1033, do CPC:
· A transformação dos embargos de declaração em agravo interno; 
· A transformação do Recurso Especial em Recurso Extraordinário quando o ministro relator do STJ entender que a matéria tratada no recurso interposto versa sobre questão constitucional; 
· A transformação do Recurso Extraordinário em Recurso Especial, quando o ministro relator do STF entender que houve ofensa reflexa à CF. 
2) Tício move ação de cobrança contra Pedro. Designada audiência de instrução e julgamento para inquirição de testemunhas, o advogado de Pedro apresenta, no momento adequado, uma contradita à testemunha Júlio, arrolada por Tício, contradita esta indeferida pelo Magistrado que preside a audiência. Neste caso, como advogado de Pedro, qual a medida cabível? Fundamente.
R: Como advogada de Pedro, arguiria o indeferimento da contradita em sede de preliminar da apelação ou contrarrazões de apelação, uma vez que a decisão interlocutória proferido do Magistrado, nessa ocasião, não comporta agravo de instrumento e, portanto, não preclui, conforme o CPC, em seu artigo 1.009, §1º. 
3) Estabeleça a diferença entre o princípio da taxatividade e o princípio da singularidade? Há exceções? Explique. 
R: Importa salientar que a taxatividade impõe às partes que não se pode formular outros meios de impugnação, senão os elencados pelo legislador no artigo 994, CPC. O princípio da singularidade, por sua vez, estabelece que somente um único tipo de recurso pode ser interposto para cada decisão judicial. Sim, há exceção, pois a singularidade não é princípio absoluto, podendo, portanto, interpor recursos distintos contra o mesmo ato judicial, a exemplo da interposição de recurso especial ao STJ e extraordinário ao STF, bem como embargos de declaração e apelação em face de uma mesma decisão.
4) João pretende indenização por danos morais em face de Maria ter-lhe ofendido com palavras, durante evento social em que ambos estavam presentes. Em primeira instância, decidiu o juiz monocrático pela procedência do pedido, com base especialmente no depoimento prestado por uma testemunha contra quem foi arguida a contradita que, contudo, não foi acatada pelo julgador. Inconformada, Maria apelou ao Tribunal de Justiça. Colocado em julgamento o processo, o Relator votou pela manutenção da decisão, no que foi contrariado pelo revisor e vogal (NÃO UNÂNIME), que entenderam ser frágil a prova tomada como base pelo julgador monocrático, entendendo que as demais provas autorizavam concluir pela improcedência do pedido. Nessas circunstâncias, diante da reversão da decisão em favor da ré, qual o recurso poderia ser interposto pelo advogado de João? Explique e fundamente.
R: Como advogada de João, o diria que, nessa situação, tendo sido a apelação julgada de forma não unânime, haverá a incidência da extensão de julgamento estabelecido no art. 942, CPC, independente de provocação das partes, que garantirá uma nova apreciação da lide por outros julgadores em número suficiente que garanta a inversão do resultado inicial, conforme regimento interno. 
5) Considerando que o inciso XIII do art. 1015 do CPC possibilita a criação de qualquer hipótese sujeita ao recurso de agravo de instrumento, admite-se a interposição deste recurso contra decisão interlocutória de qualquer natureza? O rol do art. 1015 do CPC é taxativo ou exemplificativo? Explique. 
R: Na doutrina, há três linhas de raciocínio acerca de tal recurso, sendo elas: I) o rol é absolutamente taxativo e deve ser interpretado restritivamente; II) o rol é taxativo, mas comporta interpretações extensivas ou analogia; III) o rol é exemplificativo. Neste sentido, tem-se, por decisão do STJ (em RESp 1.704.520, repetitivo) que reconheceu a taxatividade mitigada do rol do art. 1.015 do CPC, admitindo-se a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. Em caso de urgência, aguardar o momento para interposição de recurso de apelação pode inutilizar o próprio recurso, cabendo, portanto, a resolução do fato antes da sentença de mérito.
6) O Tribunal, em sede de apelação, ao afastar a sentença que extinguiu o processo sem julgamento de mérito, pode julgar desde logo a lide? Explique e fundamente.
R: Sim, conforme o art. 1.013, §3º, do CPC, que nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 485), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento.
7) Tendo examinado uma petição inicial com dois pedidos, em demanda que tramitava pelo procedimento comum, o juiz indeferiu parcialmente a petição quanto a um dos pedidos apresentados pelo autor e determinou a citação do réu para que o processo prosseguisse apenas em relação ao outro pedido. Nesse momento processual, qual seu pronunciamento como advogado do autor? Explique e fundamente.
R: Nesse caso, na qualidade de advogada, agiria no sentido de interpor agravo de instrumento contra a r. Decisão que indeferiu parcialmente a petição inicial, uma vez que o magistrado, nesta ocasião, proferiu decisão de mérito no curso da ação, de acordo com o artigo 354, parágrafo único, do CPC. 
OBS: quando for julgamento de MÉRITO, fundamentar com o 356. 
8) Pedro, ainda estudante do último ano do ensino médio, foi aprovado em concorrido vestibular de uma universidade federal. Como ainda não havia concluído o ensino médio, foi impedido de fazer a matrícula no curso superior. Inconformado, Pedro ingressou com Mandado de Segurança requerendo o deferimento da matrícula. Em primeiro grau, o Mandado de Segurança foi julgado procedente, ainda se encontrando pendente de apreciação em segundo grau de jurisdição. Ciente de que, em regra, a sentença não pode ser executada na pendência de recurso, poderia Pedro requerer a execução da sentença no presente caso, ainda na pendência de recurso? Explique e fundamente. 
R: Em regra, a apelação tem efeito duplo devolutivo e suspensivo, porém, o artigo 1.012, §1, inciso V, do CPC, dispõe a possibilidade de concessão de tutela provisória para que a sentença, mesmo pendente de recurso, conceda os seus efeitos, uma vez que Pedro pode perder a vaga ao aguardar pelo julgamento, caracterizando APENAS o efeito devolutivo. Também, o art. 14, §3º da Lei nº 12.016/09, elucida que: “a sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar”. 
9) Há incidência do duplo grau de jurisdição nos embargos de declaração? Explique.
R: Sim, a parte poderá interpor recurso de apelação caso não concorde com a decisão, uma vez que esta incorpora-se à sentença. 
10) O que significa dizer que o recurso de apelação é recebido no duplo efeito? Há exceções? Explique.
R: Diferentemente dos outros recursos, a apelação possui o duplo efeito, ou seja, possui tanto o efeito devolutivo, quanto o suspensivo. 
11) A técnica de complementação do julgamento não unânime (art. 942 do CPC) aplica-se à apelação que confirma a sentença?
R: Sim, desde que a confirmação da sentença se dê por maioria. 
12) Proposta uma ação na justiça comum estadual, o Juiz de Direito da 1º Vara Cível declarou a incompetência absoluta do juízo e remeteu os autos para a Justiça do Trabalho. Como advogado do autor, que medida você tomaria? Responda, analisando se as hipóteses previstas no art. 1.015, do CPC são taxativas ou exemplificativase se admitem interpretação extensiva.
R: Neste caso, o STJ entendeu que é possível, por mais que não conste no rol do 1.015, interpor agravo de instrumento contra a r. Decisão que declarou a incompetência absoluta da Justiça Comum Estadual. No mais, ao fazer uma análise com interpretação extensiva do referido artigo, no inciso III, a decisão interlocutória que acolhe ou rejeita a alegação de incompetência novamente se depara com o agravo de instrumento, vendo que ambas têm a mesma relação, que seria afastar o juízo incompetente para que o processo seja julgado e analisado corretamente. 
13) O juiz além de proferir sentença de procedência, concedeu, no mesmo momento, antecipação de tutela em favor da autora. Diante disso, o réu recorreu desta parte da decisão por meio de agravo de instrumento, afirmando que não era devida a tutela do direito da autora, muito menos, então, a antecipação da tutela. O relator no tribunal não conheceu do recurso, com fundamento na sua manifesta inadmissibilidade, já que para tal situação o recurso cabível era outro. O réu, então, apresentou agravo interno, afirmando que a decisão monocrática confronta o CPC e a jurisprudência do STJ. As decisões foram adequadas? Explique.
R: A primeira, não está adequada, pois contra a sentença de procedência cumulada com antecipação de tutela caberia apelação, não agravo de instrumento, em razão de sua natureza jurídica, conforme artigo 1.013, §5º, do CPC. No mais, o agravo interno seria o recurso cabível na segunda ocasião, tendo em vista que a decisão foi proferida de forma monocrática pelo relator do tribunal. 
14) Qual é a diferença entre precedente, jurisprudência e súmula?
Precedente: consiste em qualquer julgamento que venha a ser, futuramente, utilizado como fundamento, como base, de um novo julgamento. É preciso que se trate, porém, de uma decisão que transcenda o caso concreto, uma vez que quando esta se limita a reproduzir o que já existia não caracteriza precedente. 
Jurisprudência: é um conjunto de decisões judiciais proferidas num mesmo sentido, pelos tribunais, sobre uma mesma matéria. É extraída do entendimento majoritário dos tribunais quando da interpretação e aplicação de uma mesma questão jurídica.
Súmula: é a consolidação do posicionamento jurisprudencial dos tribunais. É a formalização, através de um enunciado, do pensamento majoritário dos órgãos colegiados sobre determinada matéria.
15) Na superação do entendimento consolidado em precedente vinculante é possível a modulação dos efeitos?
R: O precedente vinculante superado é na realidade uma decisão judicial transitada em julgado, que somente perderá seus efeitos vinculantes e persuasivos enquanto precedente invocado para as causas futuras, e não as já resolvidas de forma definitiva, tendo em vista a evolução da sociedade. 
16) Cabe ação rescisória por violação manifesta à norma jurídica quando na época da decisão a interpretação sobre a norma era controvertida, ainda que no momento da propositura da ação já tenha sido consolidado entendimento por tribunal superior?
R: Se para aplicar a norma jurídica, a sentença baseou-se em interpretação que, no momento da prolação, era controvertida ou pacificamente admitida pela jurisprudência, mas que, após o trânsito em julgado, passou a ser rejeitada, cabe ação rescisória com fundamento no §5º do artigo 966, do CPC, a fim de prevalecer o mais recente entendimento da jurisprudência.

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