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Ética e Legislação Aula 4

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Ética e Legislação aula 4: A ética e sua relação com a técnica
Objetivo desta aula
Situar os desafios éticos no contemporâneo.
O contemporâneo ou como alguns preferem a pós-modernidade oferece um apanhado de situações, fatos, argumentos para pensarmos a ética. O jornalismo entra em cena nos dias de hoje não só como uma ferramenta para denunciar abusos de poder, mas para, de forma desmedida, clamar por um novo e mais equilibrado mundo.
No campo científico uma nova postura perante aos problemas do humano nasce com a descoberta do código genético. Nas artes uma nova indagação da arte, da vida com uma obra de arte, como bem descreveu Michael Foucault surge e aponta também para um NECESSIDADE ética. A Política, em tempos de descrença, corrupção e apatia, necessitamos de uma reformulação que passeia por um solo ético, por uma nova reconfiguração da esfera pública. Pestita faz “dança da pizza” no Plenário
Pensar na ética e a relação com a técnica é tentar traduzir o anseio de um mundo que se pautou pela tecnociência, pela urgência de um novo homem. Talvez possamos hoje pensar na figura do além-do-homem nietzschiano, do super-homem que nasce com a descoberta do genoma humano, mas que não pode esquecer o outro na trajetória para um mundo melhor.
A questão da técnica passeia pela história do pensamento. O historiador grego Heródoto de Halicarnasso (século V a.C.) foi o primeiro a definir o termo techné como um ‘saber fazer de forma eficaz’. Do grego techné a palavra significa também arte.
Nos dias de hoje, sobretudo com a urgência do domínio das ferramentas, de uma visão tecnicista de mundo, o pensamento encontra-se em uma nova situação, em um novo desafio. Situamos esse desafio propondo um retorno ao ethos. A técnica lida como algo que faz parte da essência do homem e - não através de qualquer determinismo - marca etapa importante do contemporâneo.
Nunca se falou tanto da técnica como no momento em que sua essência parece ocultar-se por detrás da evidência de sua presença, da variabilidade de suas formas e agenciamentos. No entanto, a sua natureza requisitória prossegue uma tendência que, arrancando decisivamente na “modernidade”, constitui algo de absolutamente específico do Ocidente (Jose A. de Bragança Miranda e Maria Tereza Cruz. Crítica da ligações na era técnica. Porto: Tropismos, 2002 p. 11).
A busca pela técnica de um domínio controlado dos homens sobre a natureza e, infelizmente, também sobre o outro não pode esquecer a ética. E se a questão da técnica está na ordem do dia, a idéia de humanidade reluta em permanecer!
Segundo a leitura de Giovanni Sartori (Giovani Sartori. Homovidens. São Paulo: Edusc, 1997, p. 118-119.)o regnum homnis previsto por Francis Bacon - célebre pensador da modernidade -, em função de sua preocupação com a técnica, se encontra mascarado nos dias de hoje.
“Na sua utopia Nova Atlântida, Bacon imaginava um paraíso da técnica, um enorme laboratório experimental (...) no qual o saber científico teria dado ao homem o poder de dominar a natureza”. Retirar essa máscara entendendo os desafios que os dias atuais trazem faz da ética uma aliada da técnica e vice-versa. O mundo como um laboratório não é mais a utopia baconiana. O mundo como um laboratório está nos noticiários on-line, nas modificações genéticas, nas instalações do cinema interativo, nas comunidades virtuais. A forma como lidar e como experimentar esse mundo é que faz da ética uma urgência. O jornalista encontra-se no meio dessa história como o responsável pela mediação dessa experiência.
No século que passou...
Pensadores do século XX, Adorno  e Heidegger , se debruçaram sobre questões da técnica. O primeiro crítico da racionalidade técnica é crítico severo da cultura como instrumento da ordenação capitalista.
Duas citações do termo Indústria Cultural e das colocações catastróficas de Adorno sobre os mass media e a falência do projeto iluminista:
“O olhar penetrante e o olhar que ignora, o olhar hipnótico e o olhar indiferente, são da mesma natureza: ambos extinguem o sujeito porque a esses olhares falta a reflexão, os irrefletidos deixam-se eletrizar por eles.
“A técnica desenfreada elimina o luxo, mas não declarando que o privilégio é um direito humano e sim cortando, pela elevação geral do standard, a possibilidade de se satisfazer.”
E pensando a técnica, também, assistindo à supremacia dos meios de comunicação na discussão sobre o termo, Martin Heideggerdestaca:
“A cada hora e a cada dia estão presos ao rádio e à televisão. O cinema transporta-os semanalmente para os domínios invulgares, freqüentemente apenas vulgares da representação, que simula um mundo que não o é. Por toda a parte têm acesso ao “ Illustrierte Zeitung”. Tudo aquilo com que hora a hora os meios de informação actuais excitam, surpreendem, estimulam a imaginação do Homem - tudo isso está hoje mais próximo do Homem do que o próprio campo à volta da quinta, do queo céu sobre a terra, do que o passar das horas do dia e da noite, do que os usos e costumes da aldeia, do que a herança do mundo da terra natal”.
A distinção entre os dois talvez esteja no envolvimento ético e moral com a situação da Alemanha no período nazi-fascista. Heidegger jamais se retratou do seu envolvimento com o anti-semitismo, enquanto Adorno combatia o regime de Hitler através de seus textos.
Dicas importantes:
Assista ao filme de Marcelo Masagão Nós que aqui estamos por vós esperamos. Para conhecer as imagens do século XX.
Leia o texto: A existência ética, Capítulo 4 da Unidade 8, de Convite à Filosofia, de Marilena Chauí, Ed. Ática, São Paulo, 2000, onde a aproximação entre filosofia e prática se faz de forma decisiva. Embora termos como consciência moral e sujeito moral apareçam no texto, a leitura é mais que um convite para o entendimento de algumas situações onde o que vimos até agora aparece de forma concreta. Disponível em: http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/convite.pdf .
Exercício:
1. A técnica é tida por Heródoto como um saber fazer de que forma? (A técnica é uma saber fazer de forma eficaz mas palavras de Heródoto)
R: A mais eficaz 
2. Para Marilena Chauí que par é decisivo para pensarmos a moral (Senso moral e consciência moral são os termos que Chauí utiliza para compreender a estrutura do ato moral)
R: Senso/consciência 
3. Para Heidegger estaríamos cadas vez mais presos aos meios de comunicação de massa como:
R: rádio

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