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A IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS DO TRANTORNO DO ESPECTRO DE AUTISMO (TEA)

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A IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS DO TRANTORNO DO ESPECTRO DE AUTISMO (TEA)
Carolina Rabelo Vilela Pereira, Elizabeth Zaina da Silva Gonçalves,
Isabele Da Silva, Uanderson Rodrigues Lisboa
Taliana Mota
1. INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro de Autismo (TEA) se caracteriza por um conjunto de excitações neurológicas que causam o comprometimento na interação e comunicação social, alterações no cognitivo com movimentos repetitivos e interesses restritos, diagnosticados em sua maioria na infância, e até os três anos. 
Crianças que têm TEA costumam apresentar alterações na permeabilidade intestinal e alergias alimentares (glúten e caseína), que acabam gerando reações imunológicas e inflamações.
Este estudo tem o objetivo de averiguar a influência dos alimentos nas crianças do espectro de autismo e a importância do acompanhamento de um profissional nutricionista.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Por muito tempo o autismo foi tratado como um distúrbio neurológico ou um transtorno genético. Atualmente, estudos mostram, que existe uma relação entre o autismo e a microbiota intestinal. Pesquisas constataram uma grande diferença entre a flora bacteriana de crianças autistas para crianças não autistas. Essa diferença na flora intestinal, pode estar relacionada com o uso excessivo de antibióticos ou com a seletividade que crianças autistas costumam ter na sua dieta, por causar uma deficiência nutricional. 
	Nos estudos de alguns autores, existem relatos de que a caseína e o glúten podem dar sensação de prazer, atrapalhar a concentração, irritabilidade, hiperatividade e refletir na dificuldade de interação social e piora da comunicação. A má digestão da caseína e do glúten podem formar opioides que agem nos lóbulos temporais, causando dificuldades na fala, problemas na audição, redução de células nervosas e inibição dos neurotransmissores. As ações desses opioides formados pela caseína e pelo glúten, são comparadas às ações causadas nos usuários de morfina.
	Lucarelli e Knivsberg perceberam melhora na interação social, cognição e comunicação de crianças autistas das quais foi restrita a ingestão de trigo e leite de vaca. 
	Estudos mostram que crianças autistas apontam maior nível de alergias para caseína e lactobulmina, devido aos estudos de Igm e IgA, é que vêm crescendo a necessidade de se intervir na alimentação de crianças do espectro de autismo, com o objetivo de melhorar a interação social, vida familiar e desenvolvimento, o que traz uma melhor qualidade de vida.
Segundo Póvoa (2008), o Transtorno do Déficit de Atenção, como o autismo, vem aumentando consideravelmente, em crianças nos últimos anos. As causas desse distúrbio infantil certamente podem MARQUES (2013), estar relacionadas a problemas alimentares, mais especificamente no aumento da permeabilidade intestinal e nas proteínas não digeridas do glúten e da caseína.
	
Segundo MARQUES (2013), as intervenções nutricionais primárias, devem ser realizadas por disbiose, através do Programa de Restauração Gastrointestinal 5R’s.
Os documentos científicos relatam que as crianças do TEA têm três aspectos que influenciam no seu estado nutricional: seletividade, que acaba restringindo a variedade de alimentos e consequentemente de nutrientes; a rejeição do alimento que pode levar à criança para um quadro de desnutrição e baixo peso; e também a falta de disciplina na hora da refeição, a criança pode ficar mais agitada e não conseguir se alimentar direito, ingerindo menos nutrientes do que o necessário. Esses fatores podem desencadear em um quadro de má alimentação geral, o que acaba refletindo em falta de nutrientes adequados ao organismo.
A hora da refeição de uma criança autista pode diferir muito de uma criança não autista, devido aos fatores relatados acima, e para fazer uma intervenção ou alteração na alimentação de uma criança autista é muito importante que todos os familiares se envolvam, pois facilita a adaptação desta criança aos novos hábitos.
 Na Inglaterra e Noruega alguns especialistas na área de saúde têm feito vários testes em crianças autistas e com isso descobriram que 50% das crianças não quebram totalmente o glúten e a caseína em aminoácidos. Essas proteínas que são peptídeos não conseguem ser digeridas, assim são eliminadas pela urina sem danos nenhum (FADA, 2010).
Cunha (2019) em seu estudo, cita que apesar da escassez de evidências, as dietas que restringem glúten e caseína e a dieta cetogénica podem refletir em melhorias no comportamento do TEA, dependendo do grau de severidade. 
A criança do espectro de autismo, requer intervenção de uma equipe formação multidisciplinar, com profissionais que visam sua saúde de forma integral, visto que o TEA obedece à um quadro de extrema complexidade.
Fonte: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE), DO CUIDADOR DE CRIANÇA AUTISTA, p.8
O gráfico mostra que as crianças do TEA, após o diagnóstico, costumam ser tratadas por equipes multidisciplinares. As famílias buscam diversos profissionais no intuito de melhorar para a criança a sua evolução, qualidade de vida, convívio familiar e social. Mas a procura por profissionais de nutrição ainda pode ser considerada baixa, se comprada à importância da alimentação no desenvolvimento da criança com TEA, já que apenas em torno de 30% têm acesso ao profissional. 
A crescente especulação sobre interferências ambientais na etiologia do autismo, as evidências sobre alterações na permeabilidade intestinal e as ações deletérias de alérgenos alimentares como caseína e glúten no sistema nervoso central justificam um olhar diferenciado para esse grupo populacional pela nutrição clínica funcional (MARQUES, 2013, p.25). 
Segundo Carvalho (2012) “o autismo é uma condição complexa, no qual a nutrição e os fatores ambientais desempenham papéis primordiais para melhoria da qualidade de vida do indivíduo.” A literatura científica mostra que um bom acompanhamento de crianças do espectro de autismo, por um profissional de nutrição, ajuda no desenvolvimento e melhora significativa da qualidade de vida destas crianças.
Segundo MARQUES (2013), “deve-se reconhecer que a interação social das crianças autistas acaba não sendo favorecida por essas intervenções nutricionais, que são excepcionais ao padrão alimentar predominante da sociedade contemporânea”. 
3. METODOLOGIA
O método utilizado para o desenvolvimento deste trabalho foi de pesquisa documental a partir da apreciação de artigos científicos, disponibilizados na internet em sites de produção acadêmica. O método de pesquisa definido, foi devido ao momento de pandemia do Covid-19, que impossibilita de fazer pesquisas de campo. Os textos colhidos e estudados tratam da influência da alimentação do transtorno do espectro de autismo.
A pesquisa foi efetivada com o levantamento de informações existentes em periódicos científicos e teses sobre o assunto abordado.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos nesta pesquisa, foram através de análises dos textos científicos referenciados, que foram coletados cuidadosamente para se obter informações da influência nutricional no TEA. 
O TEA ainda não tem um entendimento completo ou fechado e ainda necessita de muitos estudos, por se tratar de uma patologia multifatorial, e isso dificulta a intervenção. Mas ainda assim, existem evidências de que um estilo de vida saudável e uma boa nutrição melhoram a qualidade de vida e melhora o procedimento cognitivo das crianças portadoras do TEA. 
O transtorno do espectro de autismo (TEA) afeta o comportamento da criança, mas diversos estudos mostram que a terapia nutricional é de suma importância, pois contribui para uma melhora nos sintomas, o que mostra que o acompanhamento de um nutricionista é extremamente benéfico no tratamento de pacientes com TEA. 
REFERÊNCIAS
CARVALHO J. A. et al. Nutrição e autismo: considerações sobre a alimentação do autista. Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v.5, n.1, Pub.1, Janeiro 2012. Disponível em: <https://assets.unitpac.com.br/arquivos/revista/51/1.pdf> . Acessoem: 08 dez. 2020.
MARQUES, H. B. Proposição de Guia Alimentar Funcional para Crianças com Espectro Autista. Revista Brasileira de Nutrição Funcional - ano 13, nº56, 2013. Disponível em: <https://www.vponline.com.br/portal/noticia/pdf/b98ee4d4fed44323aeca6437fdc07834.pdf>
Acesso em: 08 dez. 2020.
CUNHA, S. I. S. Nutrição e Perturbações do Espetro Autista: Prevenção e Tratamento. 2019. 33 p. Revisão Temática. 1.º Ciclo em Ciências da Nutrição Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Porto. Disponível em: <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/119937/2/335425.pdf> Acesso em: 08 dez. 2020.
FADA. Fundação de Apoio e Desenvolvimento do Autista. 2010. Disponível em: <http://www.fada.org.br/autismo.html> Acesso em: 08 dez 2020.
Carolina Rabelo Vilela Pereira, Elizabeth Zaina da Silva Gonçalves, 
Isabele Da Silva, Uanderson Rodrigues Lisboa 
Taliana Mota
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso (19433) – Seminário Interdisciplinar: Ciclos de Vida Aspectos Biopsicossociais – 08/12/20

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