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Doenças Microbianas do Sistema Respiratório- Microbiologia

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Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 1
⁉
Resumo- Doenças microbianas 
do sistema respiratório
Quais estruturas compõem o sistema respiratório superior e o sistema 
respiratório inferior? Quais os mecanismos de defesa desses sistemas?
Por razões práticas, o sistema respiratório é dividido em:
Trato respiratório superior: É composto por nariz, faringe (garganta) e 
estruturas associadas, incluindo a orelha média e as tubas auditivas (de 
Eustáquio). Os ductos dos seios e os ductos nasolacrimais do aparato 
lacrimal (produtor de lágrimas) se abrem na cavidade nasal. As tubas 
auditivas da orelha média se abrem na porção superior da garganta.
Trato respiratório inferior: É composto pela laringe (caixa de voz), 
traqueia, brônquios e os alvéolos . Os alvéolos são pequenos sacos de ar 
que formam o tecido pulmonar; dentro dos alvéolos, o oxigênio e o dióxido 
de carbono são trocados entre os pulmões e o sangue. A membrana de 
camada dupla que envolve os pulmões é a pleura, ou membranas pleurais. 
Uma membrana mucosa ciliada reveste o trato respiratório inferior até os 
brônquios menores e os auxilia a impedir que os microrganismos alcancem 
os pulmões. 
As partículas retidas na laringe, na traqueia e nos brônquios maiores são 
movidas em direção à garganta por uma ação ciliar, chamada de elevador ciliar. 
Caso os microrganismos alcancem os pulmões, células fagocíticas, 
denominadas macrófagos alveolares, geralmente localizam, ingerem e 
destroem a maioria deles. Anticorpos IgA em secreções, como o muco 
respiratório, a saliva e as lágrimas, também ajudam a proteger as superfícies da 
mucosa do sistema respiratório de muitos patógenos. Desse modo, o corpo 
apresenta vários mecanismos para remover os patógenos que causam as 
infecções transmissíveis pelo ar.
Doenças microbianas do trato respiratório superior
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 2
Doenças bacterinas do trato respiratório superior
Faringite estreptocócica
O que é: É uma infecção do trato respiratório superior.
Agente Causador: É causada por estreptococos do grupo A (GAS). Esse 
grupo de bactérias gram-positivas é composto unicamente por 
Streptococcus pyogenes, a mesma bactéria responsável por muitas 
infecções da pele e dos tecidos moles, como impetigo, erisipela e 
endocardite bacteriana aguda.
Sintomas: A faringite é caracterizada por uma inflamação local e febre. 
Com frequência, ocorre tonsilite, e os linfonodos do pescoço tornam-se 
inchados e sensíveis. Outra complicação frequente é a otite média.
Patogenia e Transmissão: A patogenicidade dos estreptococos do grupo A 
(GAS) é acentuada por sua resistência à fagocitose. Também são capazes 
de produzir enzimas especiais, chamadas de estreptoquinases, que lisam 
coágulos de fibrina, e estreptolisinas, que são citotóxicas para as células 
dos tecidos, hemácias e leucócitos protetores. Hoje, a faringite é mais 
comumente transmissível por secreções respiratórias, mas epidemias de 
faringite estreptocócica disseminadas por leite não pasteurizado já foram 
frequentes no passado.
Diagnóstico: Antigamente, o diagnóstico da faringite era baseado no cultivo 
da bactéria a partir de amostras de swabs de garganta. Hoje em dia já se 
usa testes rápidos de detecção de antígeno, que podem detectar GAS 
diretamente nos swabs de garganta. 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 3
Observações: A maioria dos pacientes apresentando dor de garganta não 
tem uma infecção estreptocócica. Alguns casos são causados por outras 
bactérias, mas muitos são causados por vírus – para os quais a 
antibioticoterapia é ineficaz. Mesmo a presença dos GAS não representa 
uma indicação conclusiva de que eles sejam os responsáveis pela dor de 
garganta.
Tratamento: O GAS têm permanecido sensível à penicilina, embora alguma 
resistência à eritromicina tenha surgido. 
Epiglotite
O que é: É uma infecção bacteriana da epiglote e dos tecidos circundantes
Agente Causador: Haemophilus influenzae
Sintomas: Em crianças com epiglotite, os sintomas se desenvolvem 
subitamente e pode ocorrer estreitamento fatal da laringe dentro de poucas 
horas após o início dos sintomas. Os sintomas incluem: Dor de garganta 
intensa, Dificuldade em engolir. Dor na deglutição, Febre, Sialorreia (a 
pessoa baba), Voz abafada. 
Como a infecção se encontra na epiglote, a parte posterior da garganta 
geralmente não aparenta estar infectada. Quando o edema da epiglote 
provoca a estenose das vias respiratórias, a criança primeiro começa a 
emitir um som estridente ao respirar (estridor) e, depois, a dificuldade 
respiratória fica progressivamente pior. A infecção progride rapidamente.
Em adultos com epiglotite, os sintomas são similares aos das crianças, 
incluindo dor de garganta, febre, dificuldade para engolir e babar, mas os 
sintomas levam mais de 24 horas para evoluir. Como as vias aéreas no 
adulto são maiores, o bloqueio das vias aéreas é menos comum e menos 
súbito. No entanto, as vias aéreas ainda podem ficar bloqueadas e adultos 
podem falecer se o diagnóstico e tratamento forem tardios. Geralmente não 
há inflamação visível da garganta. Então, quando as pessoas têm uma dor 
de garganta intensa, mas uma garganta com aparência normal, os médicos 
podem suspeitar de epiglotite.
Patogenia: A epiglotite relacionada ao Haemophilus influenza era mais 
comum em crianças, no entanto, as vacinações de rotina contra o 
Haemophilus praticamente eliminaram essa infecção em crianças. Agora, 
ocorrem mais casos de epiglotite em adultos. Entretanto as crianças podem 
adquirir epiglotite causada por outras bactérias, e adultos e crianças não 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 4
vacinadas ainda podem ser infectados pelo Haemophilus influenzae tipo B. 
A inflamação provocada por essa infecção pode obstruir as vias 
respiratórias, levar a uma dificuldade respiratória e à morte. Como as vias 
respiratórias das crianças são menores do que as dos adultos, a epiglotite é 
muito mais perigosa nas crianças, mas também pode ser fatal em adultos. 
Crianças com epiglotite costumam ter bactérias na corrente sanguínea 
(bacteremia), que por vezes disseminam a infecção para os pulmões, as 
articulações, os tecidos que recobrem o cérebro (meninges), o saco em 
torno do coração ou os tecidos sob a pele.
Tratamento: A vacina contra Haemophilus influenzae tipo B (Hib) pode 
prevenir epiglotites causada por essa bactéria. São administrados 
antibióticos para eliminar a infecção e é inserida uma sonda endotraqueal 
para manter as vias aéreas abertas, evitando o fechamento pelo edema.
Febre Escarlate
O que é: Infecção resultante da produção de toxina eritrogênica pela 
Streptococos Pyogenes. Quando a linhagem produz essa toxina, significa 
que a bactéria foi antes infectada por um bacteriófago lisogênico. Lembre-se
de que isso significa que a informação genética de um bacteriófago (vírus 
bacteriano) foi incorporada ao cromossomo da bactéria, de modo que as 
características da bactéria foram alteradas.
Sintomas: A toxina provoca uma erupção cutânea de coloração 
avermelhada, que provavelmente consiste em uma reação de 
hipersensibilidade cutânea à circulação da toxina, e também uma febre alta. 
A língua adquire uma aparência manchada, semelhante a um morango, e, 
em seguida, à medida que ela perde sua membrana superior, torna-se muito 
vermelha e aumentada. Classicamente, considera-se que a febre escarlate 
esteja associada à faringite estreptocócica, mas ela também pode 
acompanhar uma infecção estreptocócica cutânea
Agente Causador: Toxina produzida pela S.pyogenes
Observações: Com o passar do tempo, a incidência de febre escarlate tem 
variado em gravidade e frequência. Hoje, ela é uma doença relativamente 
branda e rara.
Difteria
O que é: Doença bacterina do trato respiratório superior.
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 5
Agente Causador: O microrganismo responsável é o Corynebacterium 
diphtheriae, um bastonete gram-positivo não formador de esporos.Sua 
morfologia é pleomórfica, frequentemente claviforme, e ele não se cora de 
forma homogênea
Sintomas: A doença se inicia com dor de garganta e febre, seguidas de 
indisposição e edema do pescoço. Uma membrana acinzentada rígida, que 
se forma na garganta em resposta à infecção, é característica da difteria. 
Ela contém fibrina, tecido morto e células bacterianas que podem bloquear 
completamente a passagem de ar para os pulmões. Nas infecções 
cutâneas, as bactérias causam ulcerações de cicatrização lenta que são 
cobertas por uma membrana acinzentada. A difteria cutânea é muito comum 
em países tropicais.
Patogenia e Transmissão: C. diphtheriae adaptou-se à população imunizada 
em geral, e linhagens relativamente não virulentas são encontradas na 
garganta de muitos portadores assintomáticos. A bactéria está bem 
adaptada à transmissão pelo ar e é muito resistente ao ressecamento. 
Embora as bactérias não invadam os tecidos, aquelas que foram infectadas 
por um fago lisogênico podem produzir uma exotoxina potente, que circula 
na corrente sanguínea e interfere na síntese de proteínas. Desse modo, 
para que a terapia antitoxina seja eficaz, ela deve ser administrada antes 
que a toxina entre nas células dos tecidos. Quando órgãos, como o coração 
e os rins, são afetados pela toxina, a doença pode ser rapidamente fatal. 
Em outros casos, os nervos podem ser envolvidos, resultando em paralisia 
parcial. A difteria também se expressa como difteria cutânea. Nessa forma 
da doença, o C. diphtheriae infecta a pele, geralmente em um ferimento ou 
lesão cutânea similar, e há circulação sistêmica mínima da toxina. No 
passado, a difteria era disseminada para portadores sadios principalmente 
pela infecção via gotículas de saliva. Já foram relatados casos 
respiratórios que surgiram a partir do contato com a difteria cutânea
Diagnóstico: O diagnóstico laboratorial por identificação bacteriana é difícil, 
exigindo meios seletivos e diferenciais
Tratamento: A vacina DTaP (de diphtheria, tetanus, pertussis) faz parte do 
programa normal de imunização infantil e protege contra a difteria, o tétano 
e a coqueluche. A letra D no nome representa o toxoide da difteria, uma 
toxina inativada que estimula a produção de anticorpos pelo corpo contra a 
toxina diftérica. Mesmo que antibióticos como a penicilina e a eritromicina 
controlem o crescimento das bactérias, eles não neutralizam a toxina 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 6
diftérica. Assim, os antibióticos devem ser utilizados apenas em associação 
com a antitoxina.
Otite média
O que é: É uma infecção da orelha média que normalmente aparece como 
uma complicação de uma infecção de nariz ou garganta. Também chamada 
de dor de ouvido. 
Sintomas: Dor de ouvido
Patogenia: Os patógenos causam a formação de pus, que aumenta a 
pressão contra o tímpano, deixando-o inflamado e dolorido. A condição é 
mais frequente na infância, pois a tuba auditiva, que conecta a orelha média 
à garganta, é pequena e mais horizontal que nos adultos, sendo mais 
facilmente bloqueada pela infecção.
Agente Causador: Várias bactérias podem causar otite média. O patógeno 
mais comumente isolado é S. pneumoniae. Outras bactérias 
frequentemente envolvidas são H. influenzae não encapsuladas, Moraxella 
catarrhalis, S. pyogenes e S. aureus. Em cerca de 3 a 5% dos casos, 
nenhuma bactéria pode ser detectada. Nessas ocasiões, as infecções virais 
podem ser as responsáveis. Vírus sinciciais respiratórios são os isolados 
mais comuns.
Tratamento: Penicilinas de amplo espectro, como a amoxicilina, geralmente 
são a primeira opção para as crianças. Hoje, muitos médicos questionam o 
valor dos antibióticos, por não haver certeza se esses antimicrobianos 
diminuem o curso da doença. Existe uma vacina conjugada que se destina 
a prevenir a pneumonia causada por S. pneumoniae. A experiência tem 
mostrado que a vacina apresenta o efeito colateral benéfico de reduzir a 
incidência de otite média em 6 a 7%.
Doenças virais do trato respiratório superior
Resfriado comum
Sintomas: Espirros, secreção nasal excessiva e congestão. A infecção pode 
se disseminar facilmente da garganta para os seios, o trato respiratório 
inferior e a orelha média, provocando complicações, como laringite e otite 
média. O resfriado sem complicações geralmente não é acompanhado de 
febre.
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 7
Patogenia: A nossa tendência é acumular imunidade contra os vírus de 
resfriados ao longo da vida, o que pode ser um motivo pelo qual as pessoas 
idosas geralmente têm menos resfriados. A imunidade é baseada na 
proporção de anticorpos IgA para sorotipos únicos e apresenta uma boa 
eficácia a curto prazo. Populações isoladas podem desenvolver uma 
imunidade coletiva e seus resfriados desaparecem até que um novo grupo 
de vírus seja introduzido.
Transmissão: Uma única partícula de rinovírus depositada na mucosa nasal 
geralmente é suficiente para causar um resfriado. Entretanto, existe 
surpreendentemente pouco consenso de como os vírus que causam o 
resfriado são transmissíveis para um sítio no nariz. Experimentos com 
cobaias e o vírus influenza demonstraram que os vírus tendem a ser 
carreados por gotículas de vapores de água dispersas pelo ar. No ar seco 
(baixa umidade), típico de baixas temperaturas, as gotículas são menores e 
permanecem no ar por mais tempo, facilitando a transmissão de pessoa a 
pessoa. Ao mesmo tempo, o ar mais frio desacelera os cílios do elevador 
ciliar, permitindo que as partículas virais inaladas se disseminem no trato 
respiratório superior. Pesquisas demonstraram que durante os três 
primeiros dias de um resfriado, o muco nasal apresenta uma alta 
concentração de vírus que se multiplicam nas células nasais. (Se o muco 
tem coloração esverdeada, ele apresenta muitos leucócitos que, por sua 
vez, têm componentes que contêm ferro, direcionados para a destruição 
dos patógenos.) Os vírus no muco permanecem viáveis por pelo menos 
várias horas em superfícies tocadas por dedos contaminados. A sabedoria 
convencional é de que os vírus são provavelmente transmissíveis pelo 
contato das mãos com as narinas e os olhos (os ductos lacrimais 
comunicam-se com o nariz). A transmissão também ocorre quando os vírus 
que causam resfriados, presentes em gotículas de ar oriundas de tosse e 
espirros, depositam-se em tecidos suscetíveis do nariz e dos olhos
Agente Causador: Mais de um vírus pode estar envolvido na etiologia do 
resfriado comum. Na verdade, centenas podem estar envolvidos – são 
conhecidos mais de 200 vírus diferentes, membros de diversas famílias 
distintas, que causam resfriados. A maioria dos vírus de resfriados são 
rinovírus (30-50%); os coronavírus (10-15%) também são importantes. 
Todavia, 20 a 30% dos vírus que causam resfriados são classificados pelos 
pesquisadores como desconhecidos.
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 8
Diagnóstico: Procedimentos de identificação que requerem isolamento e 
cultura frequentemente falham na identificação da causa de um resfriado. 
Contudo, técnicas modernas que utilizam a reação em cadeia da polimerase 
(PCR) para a detecção de DNA ou RNA viral tornaram as culturas 
desnecessárias e frequentemente conseguem detectar vírus de resfriados 
anteriormente desconhecidos.
Tratamento: Como os resfriados são causados por vírus, os antibióticos não 
têm utilidade no tratamento. Os sintomas podem ser aliviados por 
antitussígenos e anti-histamínicos, porém esses medicamentos não 
aceleram a recuperação. O adágio médico ainda é verdadeiro: um resfriado 
não tratado vai seguir seu curso normal para a recuperação em uma 
semana, ao passo que, com tratamento, levará 7 dias.
Doenças Microbianas do trato respiratório inferior
Doenças bacterianas do trato respiratório inferior
Coqueluche (Tosse comprida)
O que é: Infecção bacteriana que afeta o trato respiratório inferior.
Agente Causador: Bordetella pertussis. A bactéria B. pertussis é um 
pequeno cocobacilo gram-negativoe aeróbio obrigatório. As linhagens 
virulentas possuem uma cápsula.
Sintomas: Doença que ocorre principalmente na infância, a coqueluche 
pode ser bastante grave. O estágio inicial, denominado estágio catarral, 
assemelha-se a um resfriado comum. Acessos prolongados de tosse 
caracterizam o estágio paroxístico, ou segundo estágio. Quando a ação 
ciliar é comprometida, o muco acumula-se, e a pessoa infectada tenta 
desesperadamente tossir esses acúmulos de muco. A violência da tosse em 
crianças pequenas pode até resultar em costelas quebradas. A ânsia por ar 
entre as tosses causa um som uivante. Os episódios de tosse ocorrem 
várias vezes por dia, durante um período de 1 a 6 semanas. O estágio de 
convalescença, ou terceiro estágio, pode durar meses. Uma vez que os 
lactentes são menos capazes de lidar com o esforço da tosse para manter 
uma via aérea, ocasionalmente eles sofrem de lesões irreversíveis no 
cérebro.
Patogenia: As bactérias fixam-se especificamente às células ciliadas da 
traqueia, impedindo, inicialmente, a sua ação ciliar e, em seguida, 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 9
destruindo progressivamente as células. Isso impede o movimento do muco 
pelo sistema do elevador ciliar. B. pertussis produz diversas toxinas. A 
citotoxina traqueal, porção da parede celular da bactéria, é responsável 
pelos danos às células ciliadas, e a toxina pertússis entra na corrente 
sanguínea e está associada aos sintomas sistêmicos da doença.
Transmissão: Por meio de partículas do trato respiratório.
Diagnóstico: O diagnóstico da coqueluche é baseado principalmente nos 
sinais clínicos e nos sintomas. O patógeno pode ser cultivado a partir de 
swabs de garganta, coletadas com o auxílio de uma alça fina, que é inserida 
no nariz e mantida na garganta enquanto o paciente está tossindo. A cultura 
do patógeno fastidioso requer muitos cuidados. Como alternativa à cultura, 
o método de PCR também pode ser utilizado para testar a amostra para a 
presença do patógeno, um procedimento requerido para o diagnóstico da 
doença em lactentes.
Tratamento: O tratamento da coqueluche com antibióticos, mais comumente 
eritromicina ou outros macrolídeos, não é efetivo após o início do estágio de 
tosse paroxístico, porém pode reduzir a transmissão. Imunização por meio 
da vacina DTaP, uma vacina de difteria, tétano e coqueluche que é acelular.
Tuberculose
Sintomas: A tosse, o sintoma mais evidente da infecção pulmonar, também 
dissemina a infecção através de aerossóis contendo bactérias. O escarro 
pode se tornar sanguinolento à medida que os tecidos são lesionados, e, 
por fim, os vasos sanguíneos podem se tornar tão erodidos que se rompem, 
resultando em hemorragia fatal. A infecção disseminada é chamada de 
tuberculose miliar. As defesas restantes do corpo são suplantadas, e o 
paciente apresenta redução de peso e uma perda geral de vigor. 
Antigamente, a TB era conhecida pelo nome comum tísica (fraqueza).
Agente Causador: Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, um 
bacilo delgado, aeróbio obrigatório. Os bacilos crescem lentamente (tempo 
de geração de 20 horas ou mais), muitas vezes formam filamentos e 
tendem a crescer em aglomerados
Patogenia: A parede celular contém grandes quantidades de lipídeos. Esses 
lipídeos também podem ser responsáveis pela resistência da micobactéria a 
estresses ambientais, como o ressecamento. De fato, essas bactérias 
podem sobreviver por semanas em escarro seco e são muito resistentes 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 10
aos antimicrobianos químicos usados como antissépticos e desinfetantes. 
Um fator importante na patogenicidade das micobactérias provavelmente 
consiste no fato de que os ácidos micólicos da parede celular estimulam 
fortemente uma resposta inflamatória no hospedeiro. 1. Se a infecção 
progredir, o hospedeiro isola os patógenos em uma lesão fechada, chamada
de tubérculo (que significa protrusão ou saliência), uma característica que 
dá nome à doença. 2. Quando a doença é interrompida neste momento, as 
lesões cicatrizam lentamente, tornando-se calcificadas. Elas aparecem 
claramente nos filmes de raios X e são chamadas de complexos de Ghon. 
3. Se as defesas do corpo falham nesse estágio, o tubérculo rompe-se e 
libera bacilos virulentos nas vias aéreas do pulmão e, então, nos sistemas 
circulatório e linfático
Transmissão: A TB é mais comumente adquirida pela inalação do bacilo. 
Somente as partículas muito finas, contendo de 1 a 3 bacilos, alcançam os 
pulmões, onde geralmente são fagocitadas por um macrófago nos alvéolos.
Diagnóstico: O teste cutâneo da tuberculina é um teste de triagem para a 
infecção. Um teste positivo não indica necessariamente doença ativa. 
Nesse teste, uma proteína purificada derivada da bactéria da TB, obtida por 
precipitação de culturas em caldo, é injetada cutaneamente. Se a pessoa 
injetada foi infectada com TB no passado, as células T sensibilizadas 
reagem com essas proteínas e ocorre uma reação de hipersensibilidade 
tardia, em cerca de 48 horas. Essa reação se manifesta como 
endurecimento e vermelhidão da área em torno do local de injeção. Um 
teste de tuberculina positivo em crianças muito pequenas é uma indicação 
provável de um caso ativo de TB. Em pessoas mais velhas, pode indicar 
somente a hipersensibilidade resultante de uma infecção prévia ou 
vacinação, e não um caso atualmente ativo. Contudo, é uma indicação de 
que exames subsequentes são necessários, como um raio X de tórax ou 
uma TC para a detecção de lesões pulmonares, além de tentativas de 
isolamento da bactéria. Um novo teste de PCR automatizado (Xpert 
MTB/RIF) pode diagnosticar a TB por meio da detecção do M. tuberculosis 
dentro de 90 minutos. Ao mesmo tempo, ela determina a resistência da 
bactéria ao principal antibiótico contra a TB, a rifampicina. A PCR pode ser 
conduzida por profissionais relativamente não especializados, mas possui a 
desvantagem de apresentar um alto custo.
Tratamento: O primeiro antibiótico efetivo no tratamento da TB foi a 
estreptomicina, introduzida em 1944. A estreptomicina ainda está em uso e 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 11
todos os fármacos utilizados atualmente foram desenvolvidas há décadas 
atrás. Mesmo o regime curto de tratamento da TB (existem variações no 
regime, que dependem da sensibilidade do organismo e de outros fatores) 
requer a adesão do paciente a uma terapia de no mínimo 6 meses. Uma 
terapia de múltiplos fármacos é necessário para minimizar o surgimento de 
linhagens resistentes. Essa terapia geralmente inclui quatro fármacos: 
isoniazida, etambutol, pirazinamida e rifampicina, os quais são considerados 
fármacos de primeira linha. Se a linhagem de M. tuberculosis for suscetível 
a esses fármacos, esse regime pode levar à cura. A probabilidade de 
desenvolvimento de resistência é acentuada, uma vez que muitos pacientes 
falham ao seguir fielmente um regime tão prolongado. Além dos fármacos 
de primeira linha, existem vários fármacos de segunda linha que podem ser 
utilizados, principalmente quando se desenvolve resistência aos fármacos 
alternativos. Eles incluem diversos aminoglicosídeos, fluoroquinolonas e o 
ácido para-aminosalicílico (PAS). Esses fármacos podem ser menos 
efetivos do que os fármacos de primeira linha, possuir efeitos adversos 
tóxicos ou podem não estar disponíveis em alguns países. O tratamento 
prolongado é necessário, uma vez que o bacilo da tuberculose cresce muito 
lentamente ou encontra-se apenas dormente (o único fármaco efetivo contra 
o bacilo dormente é a pirazinamida), e muitos antibióticos são eficazes 
apenas contra as células em crescimento. Além disso, o bacilo pode 
permanecer escondido por longos períodos nos macrófagos ou em outros 
locais que são de difícil alcance para os antibióticos.
Observações: Nas últimas décadas, a coinfecção com o vírus HIV tem sido 
um fator importante no aumento da suscetibilidade à infecção e também na 
rápida progressão da infecção para a doençaativa. Outros fatores são as 
crescentes populações de indivíduos suscetíveis em prisões e outras 
instalações superlotadas, bem como indivíduos idosos ou subnutridos. 
Outra espécie de micobactéria, a Mycobacterium bovis, é um patógeno 
principalmente do gado. M. bovis é a causa da tuberculose bovina, que é 
transmissível aos seres humanos através do leite ou de alimentos 
contaminados. Ela raramente se dissemina entre seres humanos, mas 
antes do advento da pasteurização para o leite e do desenvolvimento de 
métodos de controle, como o teste da tuberculina para os rebanhos bovinos,
essa doença era uma forma frequente de tuberculose em seres humanos. 
As infecções por M. bovis causam uma TB que afeta principalmente os 
ossos ou o sistema linfático. Antigamente, uma manifestação comum desse 
tipo de TB era a deformação em forma de corcunda da coluna vertebral.
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 12
Pneumonia pneumocócica
O que é: É um tipo de infecção pulmonar
Agente Causador: Streptococcus pneumoniae. S. pneumoniae é uma 
bactéria ovoide gram-positiva. Esse micróbio também é uma causa comum 
de otite média, meningite e sepse. Os pares de células são circundados por 
uma cápsula densa, que torna o patógeno resistente à fagocitose.
Sintomas: Os sintomas incluem febre alta, dificuldade de respirar e dor 
torácica. (Em geral, as pneumonias atípicas têm um início mais lento e 
apresentam menos febre e dor torácica.) Os pulmões têm um aspecto 
avermelhado, pois os vasos sanguíneos estão dilatados. Em resposta à 
infecção, os alvéolos enchem-se com algumas hemácias, neutrófilos e fluido 
dos tecidos circundantes. O escarro frequentemente tem cor de ferrugem, 
devido ao sangue proveniente dos pulmões, vindo com a tosse. Os 
pneumococos podem invadir a corrente sanguínea, a cavidade pleural que 
circunda o pulmão e, ocasionalmente, as meninges. Nenhuma toxina 
bacteriana foi relacionada claramente à patogenicidade
Patogenia: A pneumonia pneumocócica envolve ambos os brônquios e os 
alvéolos. Existem muitos portadores saudáveis de pneumococos. A 
virulência das bactérias parece ser baseada principalmente na resistência 
do portador, que pode ser reduzida pelo estresse. Muitas doenças de 
adultos mais idosos terminam em pneumonia pneumocócica. Uma recidiva 
de pneumonia pneumocócica não é incomum. Antes da quimioterapia se 
tornar disponível, a taxa de mortalidade era superior a 25%. Hoje, essa taxa 
foi reduzida para menos de 1% em pacientes mais jovens, tratados 
precocemente no curso de sua doença. Para pacientes mais idosos 
internados em hospitais, a mortalidade pode se aproximar de 20%.
Diagnóstico: Um diagnóstico presuntivo pode ser feito por meio do 
isolamento do pneumococo a partir de amostras de garganta, escarro e 
outros fluidos. Um novo teste que detecta um antígeno específico de S. 
pneumoniae na urina pode ser realizado dentro do consultório médico e, 
com 93% de acurácia, pode realizar um diagnóstico em 15 minutos.
Tratamento: A resistência à penicilina tem sido um problema crescente, e 
diversos outros antimicrobianos, principalmente macrolídeos e 
fluoroquinolonas, estão sendo utilizados, em vez da penicilina. Uma vacina 
pneumocócica conjugada foi introduzida recentemente e tem sido efetiva na 
prevenção da infecção pelos sete sorotipos que ela contém. Ela também 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 13
apresentou um efeito coletivo indireto, mostrado pela redução de outras 
doenças, como a otite média, atribuída aos pneumococos
Pneumonia por Haemophilus influenzae
Haemophilus influenzae é um cocobacilo gram-negativo, e uma coloração de 
Gram do escarro é capaz de diferenciar este tipo de pneumonia da pneumonia 
pneumocócica. Pacientes em condições como alcoolismo, desnutrição, câncer 
ou diabetes são especialmente suscetíveis. As cefalosporinas de segunda 
geração são resistentes às β-lactamases produzidas por muitas linhagens de H. 
influenzae e, portanto, são geralmente os antimicrobianos de escolha.
Pneumonia por micoplasma
O que é: A pneumonia por micoplasma é um tipo comum de pneumonia em 
jovens adultos e crianças. Ela pode ser responsável por cerca de 20% das 
pneumonias, embora não seja uma doença notificável. Outras designações 
para a doença são pneumonia atípica primária (i. e., a pneumonia mais 
comum não causada por pneumococos) e pneumonia ambulante.
Sintomas: Os sintomas, que persistem por três semanas ou mais, incluem 
febre baixa, tosse e cefaleia. Ocasionalmente, eles são graves o suficiente 
para conduzir à hospitalização
Agente Causador: A bactéria Mycoplasma pneumoniae
Diagnóstico: O diagnóstico baseado na recuperação dos patógenos pode 
não ser útil no tratamento, pois podem ser necessárias até três semanas ou 
mais para que os organismos de crescimento lento se desenvolvam. 
Contudo, os testes diagnósticos têm sido altamente aperfeiçoados nos 
últimos anos. Eles incluem a reação em cadeia da polimerase (PCR) e 
testes sorológicos que detectam anticorpos IgM contra M. pneumoniae.
Tratamento: O tratamento com antibióticos, como as tetraciclinas, 
normalmente induz o desaparecimento dos sintomas, porém não elimina as 
bactérias, as quais são carreadas pelos pacientes por muitas semanas.
Observações: Os micoplasmas, que não possuem paredes celulares, não 
crescem sob as condições normalmente usadas na recuperação da maioria 
dos patógenos bacterianos. Devido a essa característica, as pneumonias 
causadas por micoplasma frequentemente são confundidas com 
pneumonias virais.
Legionelose
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 14
O que é: É um tipo de pneumonia bacteriana
Sintomas: A doença é caracterizada por uma febre alta de 40,5°C, tosse e 
sintomas gerais de pneumonia.
Agente Causador: Bastonete aeróbio gram-negativo, atualmente conhecido 
como Legionella pneumophila, capaz de se replicar dentro de macrófagos.
Patogenia: Essa bactéria é consideravelmente mais resistente ao cloro que 
a maioria das 
outras bactérias e pode sobreviver por longos períodos em água com baixo 
nível de cloração. Evidências indicam que a Legionella existe principalmente 
em biofilmes, que são altamente protetores. L. pneumophila também é a 
responsável pela febre de Pontiac, que, essencialmente, é outra forma de 
legionelose. Seus sintomas incluem febre, dores musculares e geralmente 
tosse. A condição é leve e autolimitada. Durante surtos de legionelose, pode
haver ocorrência de ambas as formas.
Transmissão: Não parece haver transmissão interpessoal. Estudos recentes 
mostraram que a bactéria pode ser facilmente isolada de fontes de água 
naturais. Além disso, os micróbios podem crescer na água das torres de 
resfriamento de ar-condicionado, o que pode significar que algumas 
epidemias em hotéis, distritos comerciais urbanos e hospitais tenham sido 
causadas pela transmissão pelo ar. Surtos recentes foram rastreados até 
banheiras de hidromassagem, umidificadores, chuveiros, fontes decorativas 
e até mesmo terra para cultivo.
Diagnóstico: O melhor método diagnóstico consiste na cultura em um meio 
seletivo. O exame de amostras respiratórias pode ser feito por métodos de 
anticorpo fluorescente, e um teste com sonda de DNA também está 
disponível.
Tratamento: A eritromicina e outros antibióticos macrolídeos, como a 
azitromicina, são os antimicrobianos de escolha para o tratamento
Psitacose (ornitose)
O que é: É um tipo de pneumonia bacteriana
Agente Causador: O agente causador é Chlamydophila psittaci, uma 
bactéria gram-negativa, intracelular obrigatória.
Sintomas: A psitacose é uma forma de pneumonia que, em geral, provoca 
febre, tosse, cefaleia e calafrios. Infecções subclínicas são muito comuns, e 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 15
o estresse parece aumentar a suscetibilidade à doença. Desorientação ou 
mesmo delírio, em alguns casos, indicam que o sistema nervoso pode estar 
envolvido.
Transmissão: A doença raramente é transmissível de um ser humano para 
outro, mas normalmenteé disseminada pelo contato com fezes e outras 
secreções de aves. Um dos modos de transmissão mais comuns consiste 
na inalação de partículas secas de fezes.
Diagnóstico: O diagnóstico é feito por meio do isolamento da bactéria em 
ovos embrionados ou em cultura de células. Testes sorológicos podem, 
então, ser usados para identificar o organismo isolado.
Tratamento: Não existe uma vacina disponível, contudo as tetraciclinas são 
antibióticos efetivos para o tratamento de seres humanos e animais. A 
imunidade efetiva não resulta da recuperação, mesmo quando altos títulos 
de anticorpo estão presentes no soro.
Prevenção: Restrição à importação de pássaros psitacídeos, eliminação de 
pássaros doentes e adição de antimicrobianos ao alimento dos pássaros, 
não existe vacina.
Pneumonia por clamídia
Descobriu-se que surtos de uma doença respiratória em populações de 
estudantes universitários haviam sido causados por um organismo clamidial. O 
agente causador é a Chlamydophila pneumoniae e a doença é conhecida como 
pneumonia por clamídia. Clinicamente, ela é semelhante à pneumonia por 
micoplasma. A doença aparentemente é transmissível de uma pessoa para 
outra, provavelmente pela via respiratória. Vários testes sorológicos são úteis no 
diagnóstico, porém os resultados são complicados por variações antigênicas. O 
antibiótico mais efetivo é a tetraciclina.
Febre Q
O que é: Tipo de pneumonia bacteriana
Agente Causador: Coxiella burnetii
Sintomas: A febre Q apresenta uma ampla variedade de sintomas clínicos, 
e testes sistemáticos mostram que cerca de 60% dos casos nem chegam a 
ser sintomáticos. Casos de febre Q aguda geralmente apresentam como 
sintomas febre alta, cefaleia, dores musculares e tosse. Uma sensação de 
indisposição pode persistir por meses. O coração também é envolvido em 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 16
cerca de 2% dos pacientes agudos e é responsável pelas raras fatalidades. 
Em casos de febre Q crônica, a manifestação mais conhecida é a 
endocardite. Um período de 5 a 10 anos pode se passar entre a infecção 
inicial e o aparecimento de endocardite, e uma vez que esses pacientes 
mostram poucos sinais de doença aguda, a associação com a febre Q com 
frequência é desconsiderada.
Transmissão: Transmissão pelo ar. A doença é disseminada para os seres 
humanos através da ingestão de leite não pasteurizado e pela inalação de 
aerossóis contendo micróbios, gerados em celeiros de gado leiteiro, 
principalmente durante o parto, a partir de material placentário, o qual 
contém cerca de 1 bilhão de bactérias por grama.
Diagnóstico: O patógeno pode ser identificado por isolamento e crescimento 
em ovos embrionados de galinha ou em cultura de células. Para o teste do 
soro dos pacientes em laboratório, podem ser usados testes sorológicos 
para a identificação de anticorpos específicos anti-Coxiella.
Tratamento: A doxiciclina tem sido recomendada para o tratamento. O 
crescimento de C. burnetii no interior de macrófagos durante a infecção 
crônica confere à bactéria resistência ao fármaco, a atividade bactericida 
pode ser restaurada por meio da combinação de doxiciclina e cloroquina, 
um antimalárico. A cloroquina eleva o pH do fagossomo, aumentando a 
eficiência da doxiciclina.
Meilioidose
O que é: É reconhecida como uma das principais doenças infecciosas do 
sudoeste asiático e do norte da Austrália, onde o patógeno é amplamente 
distribuído nos solos úmidos. Mais comumente, essa bactéria afeta pessoas 
com baixa capacidade imunológica, frequentemente diabéticos. Do ponto de 
vista clínico, a melioidose é mais comumente vista como uma pneumonia.
Sintomas:
Patogenia: A mortalidade ocorre a partir da disseminação da bactéria, 
manifestando-se como choque séptico. A taxa de mortalidade no sudoeste 
asiático é de cerca de 50%, e na Austrália aproxima-se de 20%. Entretanto, 
a doença pode se manifestar como abscessos em vários tecidos do corpo, 
que se assemelham à fasceíte necrosante, como sepse grave e até mesmo 
como encefalite.
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 17
Transmissão: A transmissão ocorre principalmente por inalação, mas vias 
alternativas de infecção consistem na inoculação por meio de ferimentos por 
perfuração e na ingestão.
Agente Causador: O patógeno bacteriano, Burkholderia pseudomallei, é um 
bastonete gram-negativo
Diagnóstico: O diagnóstico normalmente é realizado por meio do isolamento 
do patógeno a partir de fluidos corporais.
Tratamento: A eficácia do tratamento com antibióticos é incerta; o mais 
comumente utilizado é a ceftazidima, um antibiótico β-lactâmico, contudo 
podem ser necessários meses de tratamento.
Doenças virais do trato respiratório inferior
Pneumonia Viral
A pneumonia viral pode ocorrer como uma complicação da gripe, do sarampo 
ou mesmo da varicela. Nos casos de pneumonia para os quais nenhuma causa 
é determinada, a etiologia viral com frequência é presumida se a pneumonia por 
micoplasma foi excluída. Nos últimos anos, os coronavírus emergiram como 
agentes causadores de pneumonia. Em 2003, o coronavírus associado à 
síndrome respiratória aguda severa (SARS, de severe acute respiratory 
syndrome) emergiu na Ásia e se disseminou para vários países. Desde 2004, 
nenhum caso de SARS foi relatado no mundo. Em 2012, o coronavírus 
associado à síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV, de Middle 
East respiratory syndrome coronavirus) foi identificado pela primeira vez na 
Arábia Saudita e, em seguida, disseminou-se para diversos outros países. A 
PCR é utilizada para a confirmação de casos de SARS e MERS-CoV
Vírus Sincicial respiratório (RSV)
O vírus sincicial respiratório (RSV) é provavelmente a causa mais comum de 
doença respiratória viral em crianças. O vírus também pode causar um tipo de 
pneumonia potencialmente letal em adultos mais idosos, indivíduos em que a 
doença é facilmente identificada incorretamente como gripe (influenza). As 
epidemias ocorrem durante o inverno e no início da primavera. Mencionamos 
anteriormente que o RSV algumas vezes está envolvido em casos de otite 
média. Os sintomas são tosse e sibilos, que duram mais de uma semana. Há a 
ocorrência de febre somente quando existem complicações bacterianas. 
Diversos testes sorológicos rápidos estão disponíveis atualmente, que utilizam 
amostras de secreções respiratórias para detectar tanto o vírus quanto seus 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 18
anticorpos. A imunidade naturalmente adquirida é muito fraca. Uma 
imunoglobulina foi aprovada para proteger lactentes com problemas pulmonares 
de alto risco. Vacinas protetoras estão sendo testadas clinicamente. Para a 
quimioterapia em situações de risco à vida, quando o custo é justificado, a 
gravidade dos sintomas muitas vezes pode ser reduzida por meio do fármaco 
antiviral ribavirina, administrado por aerossol. O mais recente tratamento 
aprovado, normalmente reservado aos pacientes de alto risco, é o anticorpo 
monoclonal humanizado palivizumab (Synagis).
Influenza (gripe)
O que é: É um vírus influenza causador da gripe
Sintomas: A gripe se caracteriza por calafrios, febre, cefaleia e dores 
musculares. A recuperação normalmente ocorre em poucos dias, e os 
sintomas gripais surgem à medida que a febre cede. A diarreia não é um 
sintoma normal da doença, e o desconforto intestinal atribuído à “gripe 
estomacal” provavelmente tem alguma outra causa.
Transmissão: Partículas virais no ar
Agente Causador: Os vírus do gênero Influenzavirus consistem em oito 
segmentos separados de RNA, de diferentes comprimentos, envolvidos por 
uma camada interna de proteína e uma bicamada lipídica externa. 
Embebidas na bicamada lipídica estão numerosas projeções que 
caracterizam o vírus. Existem dois tipos de projeções: as espículas de 
hemaglutinina (HA) e as espículas de neuraminidase (NA). As linhagens 
virais são identificadas pela variação nos antígenos HA e NA. As diferentes 
formas dos antígenos recebem números – por exemplo, H1, H2, H3,N1 e 
N2. Existem 16 subtipos de HA e 9 subtipos de NA. Cada mudança de 
número representa uma alteração substancial na composição proteica da 
espícula. Essas variações são determinadas por dois processos, deriva 
antigênica (antigenic drift) e desvio antigênico (antigenic shift). Altas taxas 
de mutação são uma característica dos vírus de RNA, os quais não 
possuem a capacidade de “revisão” dos vírus de DNA. O acúmulo dessas 
mutações, deriva antigênica, finalmente permite que os vírus escapem de 
grande parte da imunidade do hospedeiro. Até o momento, os únicos vírus 
verdadeiramente adaptados ao seres humanos são H1N1, H2N2 e H3N2.
Diagnóstico: É difícil diagnosticar a gripe de forma confiável a partir de 
sinais clínicos, tendo em vista que são semelhantes aos da maioria das 
doenças respiratórias. Entretanto, agora existem muitas técnicas comerciais 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 19
disponíveis que podem diagnosticar influenza A e B dentro de 20 minutos a 
partir de uma amostra coletada em consultório clínico (de lavado ou swab 
nasal).
Tratamento: Até o momento, não tem sido possível fazer uma vacina para a 
gripe que forneça imunidade prolongada para a população em geral. 
Existem dois tipos de vacinas disponíveis, uma versão inativada injetável e 
uma vacina de spray nasal produzida com um vírus vivo atenuado. Os 
fármacos antivirais amantadina e rimantadina reduzem significativamente os 
sintomas da influenza A, se administrados prontamente. Mais recentemente, 
dois fármacos para o tratamento da gripe foram introduzidos. Eles são 
inibidores de neuraminidase, a qual o vírus usa para se separar da célula 
hospedeira após a replicação. Essesfármacos são o zanamivir (Relenza), 
que é inalado, e o oseltamivir (Tamiflu), que é administrado oralmente. Se 
forem administrados em um período de 30 horas após o início da gripe, 
esses fármacos retardam a replicação viral. Essa ação permite que o 
sistema imune seja mais efetivo, diminuindo a duração dos sintomas e a 
taxa de mortalidade. As complicações bacterianas da gripe podem ser 
tratadas com antibióticos.
Doenças fúngicas do trato respiratório inferior
Histoplasmose
O que é: É uma doença que lembra superficialmente a tuberculose.
Sintomas: Os sintomas normalmente são mal definidos e principalmente 
subclínicos, e a doença pode passar por uma infecção respiratória leve. Em 
alguns casos, talvez em menos de 0,1%, a histoplasmose progride e se 
torna uma doença grave e generalizada.
Patogenia: Embora os pulmões tenham mais probabilidade de serem 
infectados inicialmente, os patógenos podem disseminar-se no sangue e na 
linfa, causando lesões em quase todos os órgãos do corpo.
Transmissão: Os seres humanos adquirem a doença pelos conídios 
veiculados pelo ar, produzidos sob condições de umidade e níveis de pH 
adequados. Essas condições ocorrem principalmente onde fezes de aves e 
morcegos se acumulam. As aves em si, devido a sua alta temperatura 
corporal, não carreiam a doença, mas suas fezes fornecem nutrientes, 
particularmente uma fonte de nitrogênio, para o fungo. Os morcegos, que 
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 20
têm uma temperatura corporal inferior à das aves, carreiam os fungos, 
disseminam-os em suas fezes e infectam novos solos.
Agente Causador: O organismo causador, Histoplasma capsulatum, é um 
fungo dimórfico; ou seja, apresenta uma morfologia leveduriforme ao 
crescer em tecidos e, no solo ou em meios artificiais, ele forma um micélio 
filamentoso que carreia conídios reprodutivos. No corpo, a forma 
leveduriforme é encontrada intracelularmente em macrófagos, onde 
sobrevive e se multiplica.
Diagnóstico: Os sinais clínicos e o histórico do paciente, testes sorológicos, 
sondas de DNA e, principalmente, o isolamento do patógeno ou a 
identificação do mesmo em amostras de tecidos são necessários para um 
diagnóstico adequado.
Tratamento: Atualmente, a quimioterapia mais efetiva é a anfotericina B ou o 
itraconazol.
Coccidioidomicose
O que é: É uma doença pulmonar fúngica
Sintomas: A maioria das infecções não é aparente, e quase todos os 
pacientes se recuperam em poucas semanas, mesmo sem tratamento. Os 
sintomas da coccidioidomicose incluem dor torácica e, talvez, febre, tosse e 
perda de peso. Em menos de 1% dos casos, uma doença progressiva 
semelhante à tuberculose se dissemina pelo corpo.
Transmissão: O vento carreia os artroconídios, transmitindo a infecção
Agente Causador: Coccidioides immitis, um fungo dimórfico. Em tecidos, o 
organismo forma um corpo de paredes espessas preenchido por 
endósporos, chamado de esférula. No solo, forma filamentos que se 
reproduzem pela formação de artroconídios.
Diagnóstico: O diagnóstico é realizado de modo mais confiável pela 
identificação das esférulas em tecidos ou fluidos. O organismo pode ser 
cultivado a partir de fluidos ou lesões, mas os técnicos de laboratório devem 
ter muito cuidado, devido à possibilidade de infecções por aerossóis. Vários 
testes sorológicos e sondas de DNA estão disponíveis para a identificação 
dos isolados. Um teste cutâneo semelhante ao da tuberculina é utilizado 
para triagem.
Resumo- Doenças microbianas do sistema respiratório 21
Tratamento: A anfotericina B tem sido usada para o tratamento dos casos 
mais graves. Todavia, fármacos imidazólicos menos tóxicos, como o 
cetoconazol e o itraconazol, são alternativas úteis.
Pneumonia por Pneumocystis
A pneumonia por Pneumocystis é causada por Pneumocystis jirovecii. O 
patógeno é, muitas vezes, encontrado nos pulmões de pessoas saudáveis. 
Adultos imunocompetentes apresentam poucos ou nenhum sintoma, mas 
lactentes recém-infectados ocasionalmente apresentam sintomas de uma 
infecção pulmonar. Pessoas com a imunidade comprometida são as mais 
suscetíveis à pneumonia por Pneumocystis sintomática. No pulmão humano, os 
micróbios são encontrados principalmente no revestimento dos alvéolos. O 
diagnóstico, em geral, é feito a partir de amostras de escarro, nas quais os 
cistos são detectados. Atualmente, o fármaco de escolha para o tratamento é o 
trimetoprim-sulfametoxazol, mas existem diversas alternativas, como a 
clindamicina ou a pentamidina intravenosa.

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