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Imputaçã� Objetiv� - Essa teoria surgiu para contrapor a Teoria da Equivalência das Causas pois entende-se que em algumas situações, a sua utilização acaba por tornar impunes condutas que são merecedoras da reprimenda penal. - Imputação Objetiva: tem, pois, como ideia central, considerar causa de um resultado o comportamento do agente que demonstre um risco proibido ao bem jurídico tutelado, além de trazer um conteúdo jurídico para a imputação do resultado ao autor. - Claus Roxin: defende que a função das normas penais é a proteção dos bens jurídicos mais relevantes. Em sua tese de imputação objetiva, não há imputação do resultado ao agente se ele diminui o risco ao bem jurídico tutelado pela norma. Além disso, não se imputa um resultado à conduta do agente, mesmo que intencional, quando ela não representa um risco juridicamente relevante. Exemplo 1: Se um homem está na iminência de ser atingido por um veículo, e o agente o empurra com violência, lançando-o num barranco, as lesões provocadas não lhe serão imputáveis, pois que o agente evitou a morte do homem com sua conduta, o que significa que ele (agente) diminui o risco. Exemplo 2: A namorada cansada do seu parceiro, incentiva-o a pular de paraquedas, desejando fortemente a sua morte, rezando para que ocorra. Mesmo que o namorado venha a morrer, não se poderá imputar a ela o resultado morte, pois que não criou um risco juridicamente relevante ao bem jurídico, já que a prática de esportes radicais é permitido. - Critério de análise: Qual o critério para analisar se o risco é permitido ou não permitido? Claus utiliza um exemplo: Exemplo: um empresário recebe uma remessa de produtos de um país com alta disseminação de COVID-19. Mesmo havendo regras sanitárias para desinfecção, o empresário não o faz. Muitas pessoas, seus funcionários, são contaminadas e morrem. Ocorre que, durante a investigação, prova-se que a matéria prima nacional (alimento in natura) estava contaminada e, assim, utilizando a eliminação hipotética, os funcionários estariam expostos e o resultado ocorreria, mesmo sem a conduta omissiva do empresário. Para Roxin, tratar-se-ia de caso em que a imputação do resultado ao empresário seria possível, uma vez que a conduta dele aumentou o risco permitido. Ainda que o risco de exposição estivesse autorizado, a omissão do empresário incrementou o risco, tornando-se possível, assim, a imputação do resultado a ele. - Gunther Jakobs: a imputação objetiva deve possuir uma coerência sistemática, partindo, portanto, de uma crítica ao método de Roxin, que seria indutivo. A função da norma penal é garantir sua validade, sendo a pena uma reafirmação da validade da norma. Assim, enquanto Roxin parte da proteção aos bens jurídicos, Jakobs mantém a ideia de manutenção e garantia da validade e vigência das normas penais. Cada pessoa tem um papel a desempenhar na sociedade, sendo que do perfeito cumprimento desse protagonismo não podem decorrer consequências lesivas a quem quer que seja. Se, mesmo que os atores sociais cumpram com suas obrigações na sociedade, um dano vem a ocorrer, deverá ser atribuído ao acaso, e não ao comportamento de quem quer que seja. - Ou seja, os dois penalistas utilizam meios diferentes para chegar ao mesmo fim: responsabilizar o agente por uma conduta lesiva. - Conclusão: A imputação objetiva pretende sistematizar um conjunto de princípios aptos a determinar a responsabilidade de um agente pela produção de um resultado lesivo, fora de uma relação meramente causal, conforme artigo 13 do CPB. A imputação do resultado também poderia ser jurídica, tendo como fundamento a realização de um risco não permitido.
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