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Interações Químicas entre os Dentes e Fluidos Bucais

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Interações Químicas entre os Dentes e Fluidos Bucais;
Os fluidos bucais são a saliva e o biofilme (composto por microrganismos, polissacarídeos e um fluido que circula no ambiente);
A cavidade bucal é um ambiente dinâmico, onde todos os processos serão influenciados pela fisiologia e composição salivar, bem como do fluído do biofilme;
A saliva recobre os dentes como uma fina camada, a “película adquirida” (adsorção das glicoproteínas), importante para a manutenção da integridade dos tecidos duros dentários;
Essa película vai ser bastante importante para uma futura interação iônica dos dentes com os fluidos bucais e também para a formação do biofilme além de dar proteção ao dente;
Os tecidos duros do dente estão em constante interação com a saliva e o fluido do biofilme e os íons que os compõem;
A composição desses elementos (tecidos dentários e fluídos bucais) influencia diretamente na interação química entre eles; 
· Composição Química do Esmalte Dentário:
O esmalte é composto por cerca de 95% de tecido mineral + água e tecidos orgânicos;
A maioria do mineral é composta principalmente por cristais de hidroxiapatita, que é constituída por cálcio, fosfato e hidroxila. Porém existe toda uma variação que pode acontecer nas trocas iônicas, como a substituição do fosfato pelo carbonato originando a apatita carbonatada, ou ainda a substituição das hidroxilas por flúor originando a apatita fluoretada;
A composição da apatita vai influenciar diretamente na sua solubilidade, como exemplo a apatita carbonatada é a mais solúvel, a hidroxiapatita tem uma solubilidade intermediaria e a fluoretada é a menos solúvel (principalmente a fluo apatita);
É preferível usar o termo “apatita biológica” devido às inúmeras combinações presentes no tecido mineral dentário;
· Conceitos Químicos - Solubilidade:
Solução = mistura homogênea de duas ou mais substâncias;
Substância em menor quantidade = soluto;
Substância em maior quantidade = solvente;
Solubilidade = quantidade máxima de um soluto que pode ser dissolvido numa certa quantidade de solvente, a uma dada temperatura;
Princípio de Le Chatelier = Quando se exerce uma ação num sistema em equilíbrio, o sistema se desloca no sentido da reação que neutraliza esta ação, para obter novo equilíbrio;
Equilíbrio Químico = a razão entre as concentrações dos produtos e reagentes é constante; 
· Conceitos Químicos – Saturação:
Equilíbrio Mineral = capacidade do tecido mineral dentário manter-se inalterado em função do ambiente em que o circunda (fluido do biofilme e saliva);
Os fluidos bucais devem estar pelo menos saturados (em quantidade igual) em relação aos minerais dentários;
Se tiver subsaturado (poucos íons disponíveis) vai tender a desmineralizar as apatitas para conseguir o equilíbrio químico, mas se tiver saturado ou supersaturado (maior quantidade de íons disponíveis) vai ser melhor para a manutenção da integridade do tecido mineral dentário;
· Supersaturado = formação de cálculo;
· Saturado = equilíbrio químico do esmalte com o meio;
· Subsaturado = dissolução do dente;
Normalmente tanto a saliva quanto o fluido do biofilme vão estar em uma quantidade supersaturada;
A nossa própria saliva contém proteínas salivares que vão se ligar aos íons cálcio, fosfato para evitar a precipitação desses minerais e a formação de cálculo, mas normalmente a saliva e fluido do biofilme vão estar em um certo nível de supersaturação em relação ao dente justamente para manter a integridade do dente;
A formação do cálculo acontece em pessoa que tem um nível ainda mais elevado de supersaturação;
· Conceitos Químico – Equilíbrio Químico/Mineral:
KSP apatita = constante de solubilidade do tecido mineral dentário;
PAI apatita = formação de apatita;
Para manter um equilíbrio químico/mineral é importante se ter um equilíbrio entre a KSP apatita e o PAI apatita, tendo isso não ocorre dissolução;
Se tiver uma KSP apatita maior que o PAI apatita ocorre a desmineralização (KSP > PAI);
Se tiver uma KSP apatita menor que o ÀI apatita ocorre a remineralização (KSP < PAI);
No dia a dia está ocorrendo sempre processos de desmineralização e remineralização ao mesmo tempo, inclusive em porções diferentes do mesmo elemento dentário;
· Conceitos Químicos – pH:
A solubilidade das apatitas não vai ser influenciada pela temperatura, mas principalmente pelo pH nesse meio bucal;
O valor do pH é dado pela concentração de íons hidrogênio nos fluidos bucais;
Quanto maior a concentração de hidrogênio mais ácido é o meio (7 a 1);
Quanto menor a concentração de hidrogênio (maior a de hidroxila) mais básico é o meio (7 a 14);
A dissolução da hidroxiapatita e suas variações sofre grande influência do pH, isso se explica porque:
Em condições fisiológicas (pH 7,4) o meio bucal é supersaturado em relação à apatita, à medida que o pH da saliva e fluido do biofilme diminui, aumenta a solubilidade da apatita;
Porém se tiver quantidade iguais ou supersaturado da pra manter a integridade dos elementos dentários;
No meio ácido, tem-se a presença de íons hidrogênio e esse íons que formam as apatitas são muito reagentes como hidrogênio, então sempre que tem mais hidrogênio no meio (ácido), ele vai “roubar” reagindo com outros compostos com os produtos que deveriam estar equilibrando com as apatitas, dessa forma quanto mais hidrogênio mais ele vai reagindo e formando outros produtos causando a desmineralização;
A composição do dente influencia também pois se tiver uma apatita carbonatada, que é mais solúvel, a desmineralização vai ocorrer de forma mais rápida, se for a hidroxiapatita o grau de desmineralização vai ser intermediário e se for a fluorapatita a desmineralização é dificultada;
Para o esmalte o pH crítico é em torno de 5,5 e para a dentina 6,2;
É importante se ter no meio bucal os íons cálcio, fosforo e flúor para ajudar no processo de remineralização, quando eles estão presentes ajudam tanto a reduzir a dissolução como ajudam a promover a remineralização;
· O Processo de Desmineralização:
Existem dois tipos;
1. As bactérias vão metabolizar os carboidratos advindos da dieta, como produto final desse metabolismo bacteriano elas liberam ácido, que vão diminuir o pH do meio. Com a diminuição do pH ele tende a desmineralizar e com o passar do tempo as desmineralizações continuas vão levar as lesões de cáries;
2. Se tiver alimentos ácidos frequentemente na cavidade bucal ou ácidos endógenos (produzidos pelo corpo humano) já torna o ambiente com um pH baixo, que leva a outro tipo de desmineralização, que são as erosões dentárias;
A 1° conta com o envolvimento bacteriano e com um processo mais crônico, já a 2° não tem envolvimento bacteriano e sim por ácido em contato com o dente;
Lesão de cárie: biofilme dependente (bactérias), desmineralização gradual e se desenvolvem em pH de 4 a 5,5 (no esmalte);
Erosão Dentária: sem envolvimento bacteriano, desmineralização completa em camadas e os dentes sofrem erosão em pH de 2,5 a 4; 
· O Processo de Remineralização:
 A remineralização requer cristais de apatita parcialmente desmineralizados que possam remineralizar quando em condições supersaturadas em relação à apatita;
Se a desmineralização for completa não tem como remineralizar;
O progresso das lesões de cárie dentária é resultado do efeito cumulativo de uma série de dissoluções em baixo pH e uma re-precipitação mineral parcial quando o pH sobe;
As re-precipitações ocorrem mesmo quando se começa a ter uma lesão inicial de cárie;
A cárie inicial é um processo reversível;
· DES-RE:
No dia a dia tem-se muitas variações de pH porque mesmo com a higiene bucal nunca é removido 100% do biofilme dentário;
Por isso é importante a participação dos fluoretos, que ajudam a equilibrar o pH;
DES-RE é justamente esse processo de desmineralização e remineralização ao longo do dia;