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GUILHERME KRIPKA GEOGRAFIA: É localizada na Península Balcânica, entre o Mar Egeu e Jônico. O seu interior é montanhoso, e de solo árido e rochoso, dificultando a comunicação interna (tal desenvolvimento isolado é uma das bases para a formação de cidades-estados). O litoral é recortado, favorecendo o desenvolvimento da atividade comercial marítima. MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA: Presente no mundo Grego e Romano, originou a propriedade privada (que não existia no Egito e na Mesopotâmia, uma vez que as propriedades lá pertenciam ao Estado), a diversificou a economia (agricultura deixa de ser predominantemente de subsistência, passa a ser comercial: planta-se para se vender, isto é, escolhemos o que plantamos). Portanto, além da escravidão, esse Modo de Produção acelera muito o comércio. É nas cidades que se desenvolve a política, se tornando o centro das discussões (desenvolvimento da democracia e da república em Atenas e Esparta, respectivamente). Desenvolve-se a escravidão por dívidas (enquanto no Egito e na Mesopotâmia o escravo era apenas de guerra), e isso indica mobilidade social da escravidão. A divisão social é censitária, baseada na renda (direitos são proporcionais à renda ou terra), mobilidade social permitida (Egito e Mesopotâmia era por estamento, hierarquizado, mobilidade restrita). Jônios: fundaram Atenas. Dórios: fundaram Esparta. Aqueus: civilização creto-micênica. PRÉ-HOMERICO (Séc. XX a.C.) HOMÉRICO (Séc. XIII a.C.) ARCARICO (Séc. V a.C.) CLÁSSICO (Séc. IV a.C.) HELENÍSTICO (Séc. II Creto-Micênica Genos, comunismo primitivo, pater família. Polis: Atenas e Esparta Guerras. Auge das Pólis. Macedônia Termina com a 1ª Diáspora Grega (que forma genos), da invasão dos Dórios. Termina com a 2ª Diáspora Grega (colonização), de maioria thetas. Atenas e Esparta. No final, forma-se a democracia. Guerras Médicas (imperialismo ateniense) e do Peloponeso (declínio) Primeiro com Felipe depois com Alexandre. CARACTERÍSTICAS GERAIS GUILHERME KRIPKA Civilização Cretense: (na Ilha de Creta), uma sociedade de religião politeísta com a Mãe-Terra como principal divindade. Ainda reinava a servidão coletiva, logo, havia pequeno número de escravos. Era uma sociedade conhecida por sua igualdade de gênero, uma vez que as mulheres podiam até serem guerreiras (fruto da Mãe-Terra como divindade superior). Por séculos, dominaram o comércio no Mar Mediterrâneo, e se assemelham mais com a Antiguidade Oriental do que com a Ocidental (por causa do modo de produção de servidão coletiva, monarquia teocrática e talassocracia). Invasões dos povos indo-europeus: Aqueus, Dórios e Jônios e Eólios. CIVILIZAÇÃO CRETO-MICÊNICA: Aqueus (ou Micênios) conquistaram Creta e assimilaram culturas. A Civilização Creto-Micênica (e Grega, consequentemente) formou-se da fusão de culturas. Era politeísta, baseada na talassocracia, com muito desenvolvimento comercial e urbano. Principal herança desta civilização: as bases da cultura, a língua e a mitologia grega (rei Minos). Também é valido ressaltar que Agamenon é rei de Micenas, portanto eles que destruíram Tróia. A partir de 1400 a.C., os Dórios (povo muito militarista) destruíram a civilização Creto-Micênica, ocasionando a 1ª DIÁSPORA GREGA. Foi uma fuga desorganizada, fugiram pelo Mar Egeu e para a Ásia Menor. Levou a decadência das cidades e da cultura. Dórios dominam sul, adotam a cultura Creto-micênica (língua e mitologia) e criam Esparta. PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO GUILHERME KRIPKA FORMAÇÃO DOS GENOS: a destruição das cidades na 1ª Diáspora Grega culmina na estruturação de comunidades familiares ao redor dos vales (planícies) das montanhas. Não era propriedade privada, e sim familiar (centrada no Pater Família). COMUNISMO PRIMITIVO. A partir de 800 a.C., ocorre um crescimento demográfico dos genos, simultaneamente ao sinecismo (genos se juntam pelo casamento para melhorarem qualidade de vida, que dará origem à Polis). Com essa fusão, a estrutura dos genos vai se desfazendo e há escassez de terras/alimentos. Naturalmente, surge uma disputa pelas terras e o fim da economia coletivista, formando-se a propriedade privada, o modo de produção asiático e as classes sociais. ▪ EUPATRIDAS: bem-nascidos, latifundiários. ▪ GORGÓIS: pequenos proprietários ▪ Thetas: sem terras, marginalizados 2ª DIÁPORA GREGA: População pobre e marginalizada (majoritariamente os thetas) colonizando a o Mediterrâneo, a Magna Grécia, Espanha, França etc. Isso fortalece os demiurgos (comerciantes marítimos com dinheiro mas sem terras). PERÍODO HOMÉRICO GUILHERME KRIPKA Começa com a 2ª Diáspora Grega e a consequente formação das Polis. As cidades-estados gregas (restrição já que existiam as fenícias) se formaram desse processo de sinecismo. Elas têm autonomia política, econômica e militar (isolamento geográfico = relevo montanhoso). Entretanto, as comunidades trazem bagagem cultural comum (língua e mitologia), herança dos povos Creto-Micênicos. Espaço Público: livre acesso de todos os cidadãos. Era na ágora onde ocorria o comércio, as discussões e as escolas (em Atenas, por exemplo, os Metecos não podiam entrar na Ágora sequer para ensinar, dado que não tinham cidadania). Acrópole era o ponto mais alto das polis. Havia fusão do espaço rural e do espaço urbano (fazendas no meio da cidade). Marcada pela democracia. Se tornou a cidade-estado dominante durante o imperialismo ateniense. Cresceu vendendo azeite e vinho. Está localizada na Península da Ática (norte da Península Balcânica) e é fundada pelos Jônios (que se preocupavam muito com a cultura, teatro, oratória, equilíbrio e sobriedade). Não era uma cidade litorânea, mas interligava-se ao litoral com o seu importante porto de Piraeus. Surge os jogos olímpicos em 776 a.C, e os gregos não guerreavam entre si durante isso. Cidadão era homem livre filho de pai e mãe atenienses. Não cidadão (= não pode votar): mulheres, escravos, estrangeiros e metecos. Metecos: comerciantes estrangeiros desprezados pelos nobres pois trabalhavam. Homens livres não- cidadãos. Atenas passou por 5 formas de governo: a monarquia, a oligarquia, a plutocracia, a tirania e a democracia. PERÍODO ARCAICO ATENAS GUILHERME KRIPKA ➢ MONARQUIA (século X a.C.): Na fase dos genos, liderada pelo pater família. ➢ OLIGARQUIA E PLUTOCRACIA (século VIII a.C.): Eupátridas reivindicaram o poder. As leis eram consuetudinárias (baseadas na tradição e costume). Na fase oligárquica, dois processos econômicos se destacam: o empobrecimento dos pequenos proprietários (hipotecas – escravidão por dívidas era principal forma de escravidão) e expansão do comércio marítimo (ascensão dos demiurgos). Com a inserção da moeda, os ricos (demiurgos) passam a exigir o poder político. Formam-se 3 partidos políticos: - Partido da Planície: eupátridas (conservadores). - Partido do Litoral: demiurgos (moderados) - Partido das Montanhas: thetas e gorgois (radical) DRÁCON: 1º código de leis escritas em Atenas, atribui a pena de morte para qualquer crime e escravidão por dívidas. Leis dracônicas. SÓLON: Fim da escravidão por dívidas (hipotecária) e da pena de morte. Reforma monetária (Dracma). O fim da escravidão por dívidas faz com que Atenas necessite se expandir para ganhar escravos. Além disso, ele reformou a estrutura política, acabou com o Arcontado e com o Areópago e criou a Bule, Eclésia e o Helieu. Critério censitário. ➢ TIRANIA: As leis de Sólon instalaram a instabilidade política na Grécia, conflito entre os populares e os conservadores. Nessa situação que assumiram os tiranos. Eram demiurgos, comerciantes ricos. PSÍSTRATO: realizou reformas populares e agrárias (diminuindo o êxodo rural), períodode crescimento comercial e urbano. Era antiaristocrático. Entretanto, seus filhos, Hiparco e Hípicas, eram incompetentes e enfraqueceram o governo. GUILHERME KRIPKA ➢ DEMOCRACIA: CLÍSTENES (508 a.C.): divide o território da Ática em cidade, litoral e interior. Subdivide essas áreas em 10 demos (como se fossem bairros), e o critério é ter nascido em Atenas, não mais o critério censitário (diferentemente de como impusera Sólon). Ou seja, cria critério de igualdade, é conhecido como o “pai da democracia. Clístenes amplia a Bulé para 500 pessoas, sendo 50 membros de cada demo (tribo), escolhidos sem o caráter censitário. Democracia era direta. Lei Democrática: “Todo cidadão é igual perante a lei”. Cidadãos: homens, livres, nascidos em Atenas e de pais atenienses. Metecos são homens livres sem acesso à cidadania. Entretanto, mediante pagamento de impostos podiam comercializar na Ágora. Uma vez que se perdia o direito à cidadania jamais se reconquistaria. LEI DO OSTRACISMO: exílio por 10 anos de cidadãos prejudiciais à democracia, impedindo a tirania. Depois de voltar do exílio, seus bens eram devolvidos mas você nunca se tornaria cidadão novamente, entrando pra classe dos metecos (muitas pessoas preferiam a pena de morte sob o ostracismo) Cria-se cultura de valorização do ócio para o exercício da cidadania. O trabalho é marca negativa pois é associado ao escravo. Cargos públicos eram acessíveis a todos os cidadãos por votação direta ou por sorteio. Os debates se davam através da retórica, a arte da oratória (poder de convencimento necessário para suceder suas ideias na Bulé). Neste cenário que surgem os sofistas. Isegoria: igualdade do direito ao acesso à palavra na assembleia. Isonomia: igualdade de todos perante à lei Isocracia: igualdade de participação no poder GUILHERME KRIPKA ▪ ECLÉSIA: assembleia popular. Todos os cidadãos participavam (no auge da democracia participavam mais de 40 mil cidadãos). Eles votavam as leis (por exemplo: votava na aprovação do ostracismo para alguém) e escolhia os Magistrados e os Estrategos. Votavam levantando o braço. ▪ BULÉ: Conhecido por Governo dos 500, representa o poder legislativo. Eram 500 cidadãos escolhidos à sorte, sendo 50 de cada tribo. Criavam as leis, mas tinha que ter a aprovação da Eclésia. Criado por Solon e ampliado por Clístenes. Limita a Eclésia, pois a Bulé faz as leis, e a Eclesia só vota. ▪ HELIEU: judiciário popular. Tribunal formado por 6000 cidadãos escolhidos à sorte que julgavam crimes “leves”, a maioria dos crimes. ▪ AREÓPAGO: Conselho de eupátridas. Julgavam os crimes mais sérios, como envenenamento e homicídio. ▪ ARCONTADO: 9 líderes eupátridas com mandato de 10 anos. Além de funções judiciárias (presidiam os tribunais), eles tinham as funções religiosas, como a organização de cerimonias fúnebres. ▪ ESTRATEGOS: Militares que cuidavam da política externa. Esparta se localiza na Península do Peloponeso, na região da Lacônia, e foi fundada pelos Dórios. Eles eram uma sociedade muito militarista. Aos 18 anos, depois de um intenso treinamento militar, o indivíduo passava por uma prova, a Criptia, que consistia em passar dias sozinhos na floresta e matar hilotas (escravos da Messênia). Aí ele ingressava no exército, de onde só saia aos 30 anos para casar. Só poderia ingressar na Gerúsia com mais de 60. Em um momento, os Dórios se expandiram e dominaram a Messênia, região vizinha de Esparta. Assim tornou a sua população escrava, os chamados “hilotas”. Os hilotas eram propriedade do Estado e concedidos temporariamente à população. Periecos eram os que viviam na periferia, os pobres. Aqui se desenvolveu a oligarquia e a monarquia ESPARTA GUILHERME KRIPKA ▪ EFORATO: 5 éforos eleitos anualmente que fiscalizavam todos os órgãos, podendo até prender os reis. Poder verdadeiro. ▪ DIARQUIA: Os dois reis possuíam funções absolutamente iguais. Comandavam o exército e presidiam a Gerúsia. A única limitação dos seus poderes era o Eforato, que fiscalizava-os. ▪ GERÚSIA: 28 anciões com caráter vitalício. Era tanto legislativo quanto judicial, sendo este o principal órgão para julgar os reis acusados pelos éforos. ▪ ÁPELA: Possivelmente criada por Licurgo, era uma Assembleia para cidadãos que elegiam os eforos e gerontes. Também é conhecido por Século de Péricles. Período das hegemonias: primeiro Atenas, depois Esparta e então Tebas. ➢ GUERRAS GRECO-PÉRSICAS: 490 a 479 a.C. As Guerras Médicas podem ser divididas em 1ª e 2ª Guerras Médicas. 1ª Guerra Médica: Dário I começou atacando Atenas na Batalha de Maratona. O comandante grego Milicíades enviou Fidípides à Esparta para buscar ajuda, mas esta não auxiliou Atenas. Milicíades lutou com 10 mil atenienses contra 30 mil persas, e mesmo assim Atenas saiu vencedora. Quando Fidípides voltou da primeira maratona da história, ele morreu. PERÍODO CLÁSSICO GUILHERME KRIPKA 2ª Guerra Médica: Xerxes invade a Lacônia na Batalha de Termópilas. A invasão persa foi uma resposta tardia à Primeira Guerra Médica, que havia terminado com a vitória de Atenas na Batalha de Maratona. Os persas derrotaram os espartanos, apesar da resistência de Leônidas e seus 300 soldados. Mesmo com a vitória em Termópilas, os persas logo são derrotados na Batalha de Salamina. Finalmente, em 479 a.C., os Persas são derrotados definitivamente na Batalha de Plateia. ▪ APOGEU DE ATENAS: Mesmo perdendo as Guerras Médicas, os persas seguiam a ameaçar o comércio ateniense. Por isso Atenas criou a Liga de Delos. Ou seja, a criação da Liga de Delos se deu para vencer os Persas, e não Esparta (e conseguiram). Atenas desejava expandir a democracia para toda Grécia com o pan-helenismo, através do seu expansionismo militar. Nesse contexto que surge a figura de Péricles, líder de Atenas no seu apogeu. Ele que tentou impor a democracia de modo imperialista e desviou muita verba da Liga de Delos para fazer grandes construções na sua cidade. É o auge de Atenas tanto pelo imperialismo quanto pela democracia, pois Péricles criou o salário para cargos políticos, a fim de garantir uma maior participação dos gorgóis e thetas. ➢ GUERRA DO PELOPONESO (450 – 430 a.C.): Atenas invadiu Corinto para impor a democracia, mas Esparta, que era muito próxima e aliada muito fiel da cidade, se enfureceu e criou a Liga do Peloponeso para destruir a hegemonia ateniense. Esparta vence e acaba com a Liga de Delos, submetendo Atenas aos seus interesses. Entretanto, a hegemonia de Esparta não durou muito tempo e logo foi superada por Tebas. A hegemonia de Tebas se deu pois esta havia criado a Liga da Beócia. Essas guerras internas entre as cidades-estados facilitou uma invasão macedônica. Como se vê nas imagens da página a seguir, o Reino da Macedônia se localizava ao norte da Grécia. Era formado por povos indo-europeus. Filipe II, rei dos Macedônios, ao ver que as cidades-estados gregas estavam sucumbindo devido às guerras internas, atacou o país vizinhou e dominou a Grécia na Batalha de Queroneia. Com a morte de Filipe II assumiu seu filho: Alexandre o Grande. Foi discípulo de Aristóteles e constituiu um Império Universal. Venceu os Persas, o Egito, o Oriente Próximo e chegou até à Índia. Quando ele morreu, o seu império foi dividido entre seus generais: PERÍODO HELENÍSTICO GUILHERME KRIPKA ▪ Egito: Ptolomeu ▪ Pérsia: Seleuco ▪ Grécia e Macdônia: Cassandro ▪ Ásia Menor: Lisímaco Durante o seu Império houve uma efervescência cultural e urbana em todas as áreas. Na arquitetura se destaca o Farol de Alexandria e o Colosso de Rodes. Formação da cultura helenística a partir da fusão de elementos gregos com e persas, que deixaram grandes desenvolvimentos. A única decadência é na filosofia, pois a grega era racional, enquanto a persa sebaseava na superstição e dualidade. Surge 3 escolas filosóficas: o estoicismo (resignação), epicurismo (busca do prazer) e ceticismo (dúvida sistemática de tudo. IMPÉRIO GREGO IMPÉRIO HELENÍSTICO