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TrabI_parte VII_DURAÇÃO DO TRABALHO

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DURAÇÃO DO TRABALHO
1. JORNADA DO TRABALHO
	a) Tempo de serviço prestado
- Jornada> Conceito no art. 4°, CLT	b) Tempo à disposição do empregador
					c) Horas in itinere (§2° do art. 58, CLT e Súm. 90 TST)
- É o período no qual o empregado fica à disposição do empregador. 
- A jornada máxima estipulada pela CF é de 8 hs diárias e 44 hs semanais (art. 7°, XIII, CF).
- Aquilo que excede à jornada normal é considerado hora extraordinária, que deve ser remunerada com acréscimo de, no mínimo, 50% (art. 7°, XVI, CF).
- Se não houver acordo escrito, norma coletiva ou necessidade imperiosa (art. 61, CLT), o empregado não está obrigado a prestar o serviço extraordinário.
> Não confundir! 
	Jornada de Trabalho (Súm. 338, TST)
	Horário de Trabalho
	- Refere-se à quantidade de hs trabalhadas por dia. Portanto, é errado falar “jornada diária de trabalho” (é pleonasmo). O certo é “jornada de 8 hs”.
	- É a expressão numérica que reflete precisamente a hora de entrada e de saída do empregado, devendo ser assinalados os horários de repouso.
- Em regra, há 1 h de descanso intrajornada para descanso e alimentação
	- Ex: Trabalho de 8 às 17 hs (= 9hs) com 1h de intervalo A hora de descanso, em regra, NÃO é computada. Portanto, a jornada de trabalho é de 8hs (= 9hs – 1h). Esse cálculo é importante para se saber se o empregado fez hs extras.
> Súm. 338, TST - Jornada. Registro. Ônus da prova. 
É ônus do empregador que conta com + de 10 empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
	
 Quer dizer que as empresas que possua + de 10 empregados devem ter um controle da jornada (seja mecanizado, seja manual):
Se o empregado de uma empresa que possui + de 10 funcionários vai à Justiça reclamar hs extras, será obrigação do empresário fazer a prova do horário do empregado. 
Se o empresário não tem + de 10 empregados, ele não é legalmente obrigado a ter esse controle e, nesse caso, o funcionário deverá procurar outros meios de prova (por ex, testemunhas).
b) Tempo à disposição do empregador
- A jornada de trabalho é o somatório das hs trabalhadas em 1 dia No entanto, isso não quer dizer que são só das hs efetivamente trabalhadas pois há horas nas quais não se trabalhou efetivamente mas que são equiparadas a hs efetivamente trabalhadas.
 Ex: Tempo à disposição do empregador é equiparado a hs efetivamente trabalhadas, conf. art. 4°, CLT. Se for o caso, portanto, serão devidas hs extras.
>  Art. 4º, CLT - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
> Obs: A Lei 8.213/91 (Lei da Previdência) diz quais são os horários para se levar em conta para fins de acidente de trabalho.
- Empregado que fica em sua residência, à disposição do trabalho, ou utiliza bip A remuneração dessas horas é controversa. No entanto, entende-se que se esse empregado raramente era solicitado, NÃO será tempo à disposição do empregador. 
c) Horas in itinere	
- O tempo in itinere (hora empregada no percurso) será considerado também como jornada de trabalho sempre que o empregador fornecer a condução, quando se tratar de (1) local de difícil acesso ou (2) não alcançado por transporte público
- Tem previsão no art. 58 §2°:
“O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qq meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução”. 
	
- Regra: O tempo gasto para ir e voltar do trabalho não é computado como jornada de trabalho
- Exceção: O período de deslocamento casa – trabalho – casa, como jornada de trabalho, será computado se 2 requisitos forem preenchidos:
1. Primeiramente, que o empregado seja transportado em condução fornecida pelo empregador;
2. Que o local de trabalho seja de difícil acesso OU não esteja servido por transporte regular público
- Ex: Pessoas que trabalham em plataforma de petróleo As horas in itinere são computadas Se esse empregador não quiser pagar horas extras e, por ex, um empregado leva 15 min para ir de casa do trabalho e + 15 min para voltar, poderá esse empregador determinar jornada de trabalho de 7h 30 min, já prevendo os 30 min de ida e volta ao trabalho. 
2. DURAÇÃO DA JORNADA
- Regra geral: 8 hs diárias e 44 hs semanais (art. 58, CLT c/c art. 7°, XIII e XVI CF c/c Súm. 366, TST)
>  Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
		
- Regra> trazida pelo art. 58, caput: a qtd máxima de hs trabalhadas no dia é de 8 hs.
- Exceções (sempre menor que 8 hs):
a) Jornadas especiais: bancários, telefonistas, etc (arts. 224 a 351, CLT)
b) Pactuação pelas partes: Se foi convencionado entre empregador e empregado a jornada de 6 hs, mesmo que no caso concreto seja de regra geral (8 hs), as hs extras serão devidas, uma vez que foi convencionada (art. 58, caput, parte final: “desde que não ... limite”)
 A convenção tb pode ser tácita e, nesse caso, se o empregado quiser pleitear hs extras, pode usar prova testemunhal.
- Há os regimes especiais de trabalho – Ex: Trabalha 12 hs direto para descansar 36hs. São escalas legalmente permitidas.
3. CÔMPUTO DAS VARIAÇÕES DE HORÁRIO
> Art. 58 § 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de 5 minutos, observado o limite máximo de 10 minutos diários. 
> Súm. 366, TST. Cartão de ponto. Registro. Horas extras. Minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho. 
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de 5 minutos, observado o limite máximo de 10 minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal.
		
 Isso quer dizer que:
a) As pequenas variações, de até 5 minutos, totalizando um total de 10 minutos por dia, não serão consideradas para qualquer fim. Assim: 
- O empregado poderá ter até 5 minutos de tolerância, no início da jornada, e até 5 minutos quando do seu retorno do intervalo destinado ao repouso e alimentação.
- Será dada tolerância também por ocasião de sua saída do trabalho, ou seja, se prorrogar a jornada por até 5 minutos a mais, bem como quando do retorno do intervalo destinado a repouso e alimentação.
b) Se o empregado estende sua jornada por + que 10 min (que é a tolerância), será computado como hora extra (conta a hora inteira). Se foi o empregado que teve atraso superior ao limite de 10 min, poderá ter seu salário descontado. 
> Conclusão: 
1) O empregado pode registrar o ponto na entrada, de 5 minutos antes, até o horário previsto e, na saída, pode registrar o ponto, do horário estabelecido, até 5 minutos após, sem que tais variações contem como hora extra Portanto: Quando constar no controle de ponto do empregado até 10 minutos de acréscimo por dia, limitado a 5, em cada marcação de entrada ou saída, não terá direito a ganho extraordinário, ou inclusão no banco de horas Ultrapassado o limite máximo de 10 min diários (= tolerância), será computado como hora extra 
2) Da mesma forma, se o empregado chegar atrasado ao trabalho e registrar o ponto até 5 minutos além do horário de entrada, ou se, ao final da jornada de trabalho, antecipar a sua saída em até 5 minutos, não sofrerá qq desconto salarial.
4. LIMITE DE HORAS EXTRAS 
> Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2, mediante (1) acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante (2) contrato coletivo de trabalho.
- Regra: Só pode fazer no máximo 2hsextras por dia E tem que ser estipulado por escrito (acordo escrito)
- Na prática, esta norma é letra morta pois é desobedecida. No entanto, apesar de não observada pelos empregadores, o que valerá na Justiça será o Princ. da Primazia da Realidade.
- O art. 61, CLT garante que a jornada poderá exceder o limite legal, mesmo sem a autorização do empregado, nas seguintes condições:
     a) Motivo de força maior: o art. 501 da CLT define que "entende-se por força maior todo acontecimento inevitável, em relação à vontade do empregador, e para realização do qual este não concorreu, direta ou indiretamente". Ex: Fatos que beiram à catástrofes como incêndios, inundações, etc;
     b) Serviços inadiáveis ou aqueles cuja inexecução cause prejuízo manifesto: são aqueles sem os quais o processo produtivo pode simplesmente parar, podendo o empregador ter ou não contribuído para o evento, mas desde que haja prejuízo manifesto. 
          Nos casos de interrupção do serviço por motivo de força maior e serviços inadiáveis, a duração do trabalho diária poderá ser acrescida de 2 hs diárias, desde que não exceda a 10 hs, e apenas pelo tempo necessário à recuperação do tempo perdido, não podendo ultrapassar 45 dias no ano. Será necessária, também, a autorização da autoridade competente.
5. CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS
5.1. HORAS EXTRAS HABITUAIS
> Art. 7º, CF - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XIII - Duração do trabalho normal não superior a 8 hs diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.      
 XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal
> Art. 59 § 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 20% superior à da hora normal. 
    
- Se o empregado extrapola a sua jornada de trabalho, ele fará jus às hs extras (art. 59, CLT). E, nesse caso, será devido o adicional de 50% da hora normal, pelo menos (art. 7°, XIII e XVI, CF c/c art. 59 §1°).
- Se uma pessoa presta horas extras por muito tempo, se um dia ela deixar de prestar, o valor que ela recebia incorpora-se ao seu salário? Não (antigamente entendia-se que sim) Mas se o empregado recebia horas extras habituais, no ato da supressão, o empregado deverá fazer um cálculo para pagar a ele a título de indenização. Feito esse pagamento, o empregador se desonera, nada + será devido. É o que diz a Súm. 291, TST:
> Súm. 291, TST. Horas Extras - A supressão, pelo empregador, do serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 mês das horas suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a 6 meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares efetivamente trabalhadas nos últimos 12 meses, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.
5.2. HORA EXTRA DE COMISSIONISTA
> Súm. 340, TST - Comissionista. Horas extras
O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.
 Esta Súmula diz como calcular a hora extra de comissionista.
> OBS:
- Não estão protegidos pela limitação da jornada diária os empregados não sujeitos a cumprimento de horário, qq que seja a função ou o local de trabalho. Justifica-se a exclusão porque nesse caso o empregado pode alternar, segundo o seu próprio critérios, horas de trabalho e horas de lazer, com o que fica atingida a finalidade da norma protecionista.
- Os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário não são abrangidos pela proteção da lei (CLT, art. 62, I), devendo tal condição ser anotada na CT e no registro de empregados.
- Será devido o pagamento de horas extras para o trabalhador externo remunerado por comissões, desde que haja subordinação a horário ou fique comprovado que a produção exigida não poderia ser realizada somente na jornada normal de trabalho.
- Os gerentes e exercentes de cargos de confiança, como diretores, chefes de departamento, etc, que recebem gratificação de função em valor = ou superior a 40% do salário efetivo também não têm o direito de pleitear o pagamento de horas extraordinárias (CLT, art. 62, II).
6. JORNADA DE TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL (art. 58-A, CLT)
- É aquele cuja duração não exceda 25 hs semanais.
> Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 25 hs semanais.
§ 1º O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.
§ 2º Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.
- A adoção de tal regime poderá ser feita mediante:
a) Contratação de novos empregados sob tal modalidade, ou
b) Opção dos atuais empregados: neste caso deverá haver não só interesse e concordância da empresa, mas também um Acordo Coletivo de Trabalho Por que acordo / convenção coletiva? Porque na conversão de um trabalho em regime de tempo integral para parcial há renúncia de direitos
 Portanto, a exigência de acordo / convenção coletiva feita pelo §2° só se aplica para aqueles que tiverem o seu CT convertido 
> Art. 59 §4°: Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras.
- Porque presume-se que o empregador só precise do empregado pelo tempo máximo de 25 hs/semanais E se o empregado cumpriu horas extras? O empregador terá direito a elas.
- O cálculo das férias para quem trabalha por tempo parcial é Art. 130-A, CLT.
 	
	Prorrogação de jornada
(art. 59, caput, CLT)
	Compensação de Jornada
(art. 59 §2° e 3°, CLT c/c Súm. 85, TST)
	Redução de Jornada
(art. 7°, XIII, CF)
	- O empregado trabalhou além da jornada ao qual estava submetido.
- Sempre por escrito e por no máximo 2 hs/dia
- Conseqüência direta da prorrogação: pagamento de hs extras
	- Consiste em um acordo através do qual o não trabalho em determinados dias será compensado com o correspondente aumento das hs trabalhadas em outros dias. 
- Pode ser semanal, mensal ou anual, recebendo esta última a denominação de “banco de horas”
- É uma situação habitual.
	- Associar com flexibilização. É possível reduzir a jornada mas apenas através de flexibilização. 
- Ex: Montadoras de automóveis
7. COMPENSAÇÃO DE HORAS (BANCO DE HORAS)
   Art. 59 § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de 120 dias, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 hs diárias.
	 
 Os §§ 2º e 3º, art. 59 da CLT prevêem a compensação de horas. Estes dispositivos abrem a possibilidade de que a jornada realizada em um dia, desde que não ultrapasse 10 hs diárias, seja compensada em outro, no período máximo de 1 ano. Neste caso não haverá a remuneração do trabalho extraordinário, mas sim a correspondente diminuição de horas em outro dia.
     Dentro do ano a compensação deve ser feita de modo que, ao final do período, o empregado não tenha trabalhado além da sua jornada anual. Assim, um empregado que realiza 44 hs semanais, no período de um ano, terá uma jornada anual de 2002 horas e 25 minutos e deverá chegar ao final do ano com esta jornada cumprida não deve existir crédito ou débito de horas. 
      Este sistema de compensação de horas somente é possívelpor meio do estabelecimento de acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
- Ex: Empresa faz um acordo aos seus empregados, dispondo que não se trabalhe 4hs no sábado, compensando essas horas nos outros dias (+1h de 2ª a 5ª) Isso é possível pois é a regra na empresa (ius variandi)        
- Ex: Feriado na 3ª feira e a empresa decide enforcar a 2ª feira Não é preciso de acordo de compensação (pois o acordo só é exigido se for habitual)
- Ex: Por ter + encomendas nos últimos 6 meses do ano, a empresa faz um acordo onde:
- nos 6 primeiros meses do ano = 6 hs/dia	 Banco de horas
- nos outros 6 meses do ano = 10hs/dia		 
						É uma compensação que prevalece o ano inteiro
> A compensação pode ser por mero acordo entre as partes?
 O TST entende que sim, desde que seja escrito e assinado pelas partes.
> Se no Banco de horas, ao final do ano, restarem 20 hs não compensadas?
 Serão pagas como horas extras porque o limite é anual (art. 59 §3°). O mesmo ocorre se houver rescisão do CT.
> Art. 59 § 3º Na hipótese de rescisão do CT sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do § anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.
	
 Portanto:
1) Caso as horas suplementares realizadas pelo empregado, não sejam compensadas dentro do prazo de 1 ano (é o limite máximo para compensação) deverão ser elas remuneradas como extraordinárias e integrarão o salário para todos os efeitos, inclusive por ocasião da rescisão contratual.
2) Se o empregado for dispensado e ainda possuir horas a serem compensadas, ele receberá este excedente na forma de horas extras junto com a rescisão contratual. Se o oposto ocorrer, ou seja, se o empregado estiver devendo horas para a empresa, estas horas não poderão ser descontadas.
> Súm. 85, TST. Compensação de horário
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário.
 Mas se houver um acordo individual que permita a compensação e também um acordo / convenção coletivos prevalecem por terem uma abrangência maior.	
III. O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. 
 Às vezes, as empresas fazem o acordo escrito mas, na prática, não o cumprem. Se isso ocorrer, poderá haver descaracterização do acordo e o conseqüente pagamento das horas extras.
8. TRABALHO NOTURNO (art. 73, CLT e art. 7º, IX e XXXIII, CF)
> Art. 73 - Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20%, pelo menos, sobre a hora diurna.
 É devido o adicional noturno (=20% pelo menos) para quem realiza trabalho noturno
> § 1º - A hora do trabalho noturno será computada como de 52 min e 30 segs. 
 Esse é o benefício do trabalho noturno: redução da hora do trabalho (52 min e 30 segs = 1h)
> § 2º - Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 hs de um dia e as 5 hs do dia seguinte. 
 Portanto, se o empregado trabalhou de 22 hs às 23 (= são 60 min, portanto foram 2 hs trabalhadas), serão devidos 50% da hora extra + 20% de adicional noturno sobre essa hora (é a chamada “hora extra gorda”) Portanto, sobre a hora noturna com adicional noturno incide o adicional de 50%, referente à hora extra (ou seja: Hora + 20% = é a base de cálculo para a hora extra).
9. PERÍODOS DE DESCANSO
9.1. INTRAJORNADA (art. 71, CLT)
> Intervalos intrajornada para descanso e alimentação:
- Até 4 hs: não tem intervalo
- 4 a 6 hs: 15 min
- mais de 6 hs: min 1h e máx 2 hs
> Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 hs, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 h e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 hs.
> § 1º - Não excedendo de 6 hs o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 min quando a duração ultrapassar 4 hs.
> § 2º - Os intervalos de descanso NÃO serão computados na duração do trabalho.
> § 3º O limite mínimo de 1 hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
 Só é válido para quem trabalha por + de 6 hs. Somente se preenchidos os requisitos listados por este § é que fica autorizada a redução do período de 1 h (o entendimento é que a redução é de, no máximo, 20 min).
> § 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, NÃO for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
 É a punição para o empregador que não concede o período para descanso e alimentação: paga um adicional de 50% sobre o valor da hora normal.
9.2. INTERJORNADA (art. 66, CLT)
> Art. 66 - Entre 2 jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 hs consecutivas para descanso.
10. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO (art. 7°, XIV, CF)
> Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XIV - Jornada de 6 hs para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva
- Características:
a) Não seguem a regra geral
b) O máximo que 1 turno pode durar é 6hs
c) Motivo dos turnos ininterruptos de revezamento: a própria atividade da empresa não pode parar
d) O empregado não tem horário fixo porque há uma escala
- Regras:
1) Jornada de 6 hs, salvo se houver flexibilização
2) É um regime de trabalho no qual os empregados vão se sucedendo no exercício de suas atividades, de forma que a atividade da empresa é ininterrupta
3) Não existe horário fixo, permitindo-se o trabalho em todos os turnos existentes na empresa
> Súm. 391, TST. Petroleiros. Lei nº 5.811/72. Turno ininterrupto de revezamento. Horas extras e alteração da jornada para horário fixo. 
I - A Lei nº 5.811/72 foi recepcionada pela CF/88 no que se refere à duração da jornada de trabalho em regime de revezamento dos petroleiros. 
II - A previsão contida no art. 10 da Lei nº 5.811/72, possibilitando a mudança do regime de revezamento para horário fixo, constitui alteração lícita, não violando os arts. 468 da CLT e 7º, VI, da CF/1988. 
 O que não pára é a atividade da empresa mas o empregado pára. Ele pode ter descanso intrajornada (descansos dos empregados de 15 min em horários ).
11. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO (Lei 605/49 e art. 7°, XV, CF)
- O trabalhador tem direito ao repouso semanal remunerado:
> Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
        XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos 
- Tem lei específica: Lei 605/49 (ainda em vigor)
> Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 hs consecutivas, preferentemente aos domingos
 Fala “preferencialmente aos domingos” mas se não for o domingo, pelomenos o repouso deve cair em 1 domingo do mês Esse entendimento não vem na lei, está na Portaria do Ministério do Trabalho: 
* Art. 6°, Lei 10.101/00
Fica autorizado, a partir de 9 de novembro de 1997, o trabalho aos domingos no comércio varejista em geral, observado o art. 30, inc. I, CF.
§ único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de 4 semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras previstas em acordo ou convenção coletiva.

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