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Monografia Maria Flávia Felicia Silva- Versão Final Revisada (1)
Anhanguera
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“a desenfreada expansão urbana e o desenvolvimento no setor elétrico trouxeram consigo consequências desvantajosas [...] as redes aéreas poluem visualmente os centros com seus emaranhados de fios indesejáveis”. 44 A ausência de fios expostos modifica a paisagem e deixa o visual mais limpo e sem a “poluição visual” causada pela presença de tantos fios, conforme contraste observado nas Figuras 19-25. As fiações subterrâneas sempre foi a primeira opção de países desenvolvidos, já no Brasil a solução que vingou foi a áerea, devido ao menor custo. Embora tenha um custo reduzido, 90% das causas de interrupções nas redes de distribuição ocorrem nas redes áereas, já as subterrâneas são protegidas. Segundo a Copel, Companhia Paraense de Energia (2010, p. 03) especificamente sobre as redes subterrâneas de distribuição de energia, pode-se constatar que, “atualmente, seu custo de implantação é aproximadamente seis vezes menor do que há 10 anos. Tal redução de custos é resultado do aumento da demanda por esse tipo de rede para empreendimentos dessa natureza”. Figura 19. Rua com Fiação Subterrânea Fonte: Copel, 2010. “A implantação de redes subterrâneas apresenta benefícios tanto para a concessionária de energia quanto para a população, com impactos positivos ainda maiores quando estes enterramentos de rede estão associados à reurbanização e à revitalização da localidade”. (COPEL, 2010, p. 06). Reduzir a poluição visual dos centros urbanos melhora a qualidade de vida física e psicológica. A Figura 20 mostra como as fiações aéreas impactam na fachada de um shopping. Já a Figura 21 mostra o impacto sem a fiação exposta. 45 Figura 20. Fachada do Shopping Olimpia com Fiação Aérea - SP Fonte: Skyscrapercity, 2019. Figura 21. Simulação Fachada do Shopping Olimpia sem Fiação Aérea - SP Fonte: Skyscrapercity, 2019. Ainda segundo a Companhia Paraense de Energia, COPEL (2010, p.10) “um dos tópicos de maior destaque no planejamento de revitalização ou reurbanização de localidades, ruas, praças, etc., consiste no enterramento das redes de distribuição aéreas”. 46 Figura 22. Avenida Paulisa com Fiação Subterrânea - SP Fonte: Google Maps, 2017. Figura 23. Avenida Paulista - Limpeza Visual - SP Fonte: Google Maps, 2017. 47 Figura 24. Rua Visconde de Magé - SP Fonte: Google Maps, 2017. Figura 25. Avenida em Curitiba Fonte: Copel, 2010. Segundo a Copel (2010, p.6) “dentre os benefícios associados relativamente aos ganhos para a população tem-se”: Proteção da rede contra tempestades e fenômenos naturais, resultando em menores custos de operação e manutenção corretiva; Valorização dos imóveis; Aumento do movimento comercial nas regiões; Satisfação dos clientes pela qualidade de energia; Satisfação das partes interessadas (Copel, comunidade, prefeituras); Integração com o meio ambiente, pois não há necessidade de podas e pela baixa poluição visual; Redução da gravidade de acidentes envolvendo carros; Melhora significativa da acessibilidade das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNEs). 48 De acordo com a Desterro Eletricidade (2019): As redes de traansmissão elétrica subterrâneas, em comparação às redes aéreas – que utilizam os postes para passagem dos fios - têm vantagens estéticas, pois eliminam os fios suspensos, e técnicas, já que a linha fica mais protegida contra intempéries. Na conversão de redes aéreas para subterrâneas, os eletrodutos e cabos elétricos podem ser enterrados em diversas configurações. Essa configuração de um sistema de transmissão subterrâneo típico, fiação subterrânea, pode ser observado nas Figuras 26 e 27. Figura 26. Configuração do Sistema Subterrâneo Fonte: Desterro Eletricidade, 2018. Figura 27. Exemplo de Localização de Banco de Dutos Fonte: Desterro Eletricidade, 2019 49 . Na Figura 28, temos uma rua no Paraná que passou pelo processo de conversão de fiação aérea para fiação subterrânea. Figura 28. Rua Paranaense com Fiação Subterrânea Fonte: Desterro Eletricidade, 2019. De acordo com o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Renato Cymbalista “a fiação subterrânea é mais segura. Numa tempestade, a chance da luz cair é menor além de menos acidentes, eletrocussões e choques”. Na Figura 29 é possível notar o contraste na paisagem urbana. Na Figura 30 é nítida a limpeza visual da rua londrina. Figura 29. Fiação na Rua Oscar Freire - Antes e Depois Fonte: Enercom, 2019. http://www.enercom.com.br/Content/71-redes-subterraneas 50 Figura 30. Fiação Subterrânea em Londres Fonte:Vix Explore, 2019. CAPÍTULO 3 3.1. PARKLETS E OS ESTUDOS DE CASO Como contribuição efetiva projetual para o desenvolvimento do trabalho, serão consideradas três cidades que implantaram o sistema de Parklets, sendo elas: São Francisco- EUA, São Paulo – SP e Belo Horizonte- MG. 3.2. SÃO FRANCISCO O conceito de parklet surgiu em San Francisco, nos Estados Unidos, por efeito do Parking Day, movimento de moradores iniciado em 2003. “A ideia era usar a vaga de um carro durante um dia como forma de discutir a existência de espaços dedicados a carro e de espaços dedicados a pessoas” (MARIANA BARROS, REVISTA VEJA, 2015). O primeiro Parklet da cidade foi implantado em frente a um estúdio de arte chamado ReBar e ficou aberto por apenas 2 horas e ocupava a vaga de dois carros. O projeto foi desenvolvido por um escritório de Arquitetura. O sucesso do experimento foi tão grande, que as autoridades resolveram implantar Parklets que durariam o verão inteiro. Posteriormente, em 2009, a cidade decidiu criar um programa efetivo de implantação. São encontradas em São Francisco Parklets com várias tipologias e materiais, conforme Figura 31. 51 Figura 31. Parklets em São Francisco Fonte: San Francisco Public Works, 2016. Conforme as Figuras 32, 33 e 34 pode-se observar a mistura de materias na construção do Parklet. A estrutura pode ser construída a partir do uso de diversos materiais. Essa versatilidade vem ao encontro do conceito de sustentabilidade, cada vez mais atual. Ambos foram instalados em frente a estabelecimentos comerciais. Figura 32. Mistura de Materiais Fonte: San Francisco Public Works, 2016. 52 Figura 33. Diversidade de Materiais Fonte: San Francisco Public Works, 2016. Figura 34. Simplicidade de Materiais Fonte: San Francisco Public Works, 2016. Um outro ponto observado, como pode ser visto na Figura 35, é a modularidade da estrutura, o que permite trabalhar com várias medidas se adequando aos tamanhos das fachadas e a forma do estacionamento. 53 Figura 35. Modularidades de Tipologia Fonte: San Francisco Public Works, 2016. Na tipologia do Parklet Noriega o projeto já é bem diferente dos demais por se tratar de vagas em 45º, conforme Figura 36. A medida usada para a estrutura foi de 8,80m x 5,00m, utilizando 2 vagas de estacionamento, Figura 37. Já na Figura 38, pode-se observar a planta baixa e os elementos construtivos. Figura 36. Parklet Noriega - Versatilidade em Vagas Fonte: San Francisco Public Works, 2016. 54 Figura 37. Parklet Noriega - Vaga em 45º Fonte: San Francisco Public Works, 2016. Figura 38. Parklet Noriega - Planta Baixa Fonte: San Francisco Public Works, 2016. O Parklet Noriega foi instalado em frente a uma padaria, conforme Figura 39. Em toda a extensão dessa rua as vagas são de 45º. 55 Figura 39. Parklet Noriega - Entorno Fonte: San Francisco Public Works, 2016. Na Imagem 40, o Parklet foi construído em área residencial, a iniciativa foi de um morador do edifício. A estrutura foi muito bem acolhida pelos moradores