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Guarda - Princípio do melhor interesse da criança

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O Texto visa a compreensão do melhor interesse da criança voltado para o âmbito de guarda
dos filhos, visto que é comum que os responsáveis e inclusive o judiciário deixem de ver o
menor como um indivíduo com direitos que tem personalidade merecendo ter seus
interesses garantidos e protegidos. 
É importante analisarmos o que se pretende dizer
com a expressão “Melhor interesse da criança e
adolescente”: A origem do melhor interesse da
criança adveio do instituto inglês parens patriae
que tinha por objetivo a proteção de pessoas
incapazes e de seus bens. Com sua divisão entre
proteção dos loucos e proteção infantil, esta última
evoluiu para o princípio do best interest of child
A guarda dos filhos é direito e dever dos pais.A guarda dos filhos é direito e dever dos pais.A guarda dos filhos é direito e dever dos pais.
Usa-se o termo “guarda” para caracterizar a
vigilância, proteção e cuidado. Assim, a guarda
dos filhos é o direito e o dever que os pais têm de
vigiar, proteger e cuidar das crianças.
Guarda - Princípio do melhor interesse da criança:
como definir a guarda dos filhos?
Segundo Gonçalves, 2011, O princípio em
comento não possui previsão expressa na
Constituição Federal ou no Estatuto da
Criança e do Adolescente. ‘’Os especialistas
do tema lecionam que este princípio
decorre de uma interpretação
hermenêutica, está implícito e inserido nos
direitos fundamentais previstos pela
Constituição no que se refere às crianças e
adolescentes”. 
O princípio em comento, como exposto, está inserido no ordenamento jurídico baseando a
grande maioria das decisões do judiciário, especialmente quando se trata sobre a guarda dos
menores e adolescentes. No entanto, no que concerne ao decidir sobre a vida e guarda de um
menor, ainda se observa bastante a falta de interpretação social que melhor interesse
carrega em sua essência. 
Psicologia Jurídica 
O melhor interesse da criança ou o best interest of the child, recepcionado pela Convenção
Internacional de Haia, que trata da proteção dos interesses das crianças e no Código Civil,
em seus artigos 1.583 e 1.584 reconhece tal princípio, por exemplo, quando trata-se sobre a
guarda do menor. É preciso ressaltar, este instituto tem força de princípio pois está previsto
na Constituição Federal de 1988, em seu art. 227, caput, aduz sobre os deveres que a família
tem para com a criança e o adolescente, vejamos: 
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão”Brasil, Constituição Federal.
A guarda é marcada no
momento em que um casal se
separa ou quando estes nunca
moraram juntos e é preciso
definir com quem a criança
vai morar. No ordenamento
brasileiro, a guarda
compartilhada é a regra. 
1
Nicolle Marcondes - 7º semestre
Como definir qual guarda será escolhida? Isto vai depender do melhor interesse da criança.
Considera-se “melhor interesse da criança” aquilo que a Justiça acredita ser o melhor para o
menor, e não o que os pais acham que seja.
Os tipos de Guarda
É necessário ressaltar que quanto a pensão alimentícia, como é compartilhada os pais
dividem as despesas, portanto, quando for adotada essa modalidade de guarda, cada
um assume suas responsabilidades em relação à assistência material do filho.
Em relação a moradia da criança, há especialistas que defendem a tese de que na
guarda compartilhada seja confuso para o menor, pois este estaria vivendo em dois
lares, sobre duas criações, com opiniões diversas, crenças religiosas diferentes e
portanto, não seria benéfico para a criança, portanto, nessa modalidade de guarda o
melhor interesse da criança é efetivamente vislumbrado. No caso em comento, no que
tange os deveres quanto aos alimentos, a responsabilidade será de ambos os
genitores.
Com o advento da Lei 13.058/2014, a guarda compartilhada em casos de divórcio e
dissolução de união estável torna-se a primeira opção para o judiciário.
Doutrinariamente, os especialistas afirmam que esta seria dentre todas as outras
guardas a ideal, visto que há maior participação dos genitores. 
Na guarda compartilhada os pais possuem deveres e direitos iguais para com o menor,
tomando decisões em conjunto sobre a vida em todos os âmbitos da criança, seja em qual
o melhor colégio, os melhores esportes, línguas estrangeiras, etc. 
Dessa maneira, na guarda compartilhada a responsabilidade é de ambos e eles devem
decidir de forma conjunta sobre a vida da criança e do adolescente. 
No entanto, para que funcione é de suma importância que exista uma boa convivência
entre os genitores, e que os mesmo possam deliberar e concordar sem brigas, caso
contrário não atenderia o melhor interesse da criança. Nesse sentido, quando não há boa
convivência entre os genitores, a guarda compartilhada ao que ela propõe, não cumpre
seu propósito.
Não significa que a criança passará quinze dias na casa de um e quinze dias na
casa de outro, se caso essa forma fosse inviável. A guarda compartilhada possui
como maior finalidade a divisão de decisão, responsabilidade e maior
participação de ambos na vida do menor, não pretendendo de forma alguma
gerar na criança confusões de identidade e pertencimento É importante lembrar
que cada caso deve ser analisado conforme a realidade, se for mais benéfico que
a criança divida a residência, assim deverá ser feito. 
Guarda - Princípio do melhor interesse da criança:
como definir a guarda dos filhos?
Psicologia Jurídica 
2
Nicolle Marcondes - 7º semestre
A guarda unilateral pode ser fixada além da vontade de um dos genitores em não querer
a guarda compartilhada bem como também na verificação de inaptidão, evidenciada,
dentre outros, na falta de zelo e cuidado com o filho, por meio de abuso de autoridade ou
descumprimento de deveres paternos ou maternos, caso comprovado por investigação
detalhada, haverá a manutenção da guarda unilateral quando houver pedido para
conversão para compartilhada ou a reversão da compartilhada para unilateral, quanto a
isto, existe jurisprudência a respeito.
O ordenamento jurídico define a guarda unilateral prevista no Código Civil em seu art. 1.583
§º, é atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua. 
Resulta da vontade de ambos ou quando um deles declara ao juiz que não se interessa em
ter a guarda compartilhada visto ser esse o tipo de guarda que é segundo os especialistas a
mais benéfica à criança. 
Segundo Paulo Lôbo 2019, “ a guarda exclusiva era consequência do sistema que
privilegiava os interesses dos pais em conflito e da investigação da culpa pela separação''. 
Portanto, a guarda unilateral não exime de responsabilidade aquele que não a detém e nem
responsabiliza apenas o guardião. Esse tipo de guarda não é o recomendado pelos
especialistas, afirmam que o laço de afinidade e convivência pode vir a sofrer danos pois
para o não guardião é estipulado um dia de visita, às vezes não sendo esse dia, um bom dia
para a criança.
A respeito da guarda alternada, esta caracteriza-se pela troca de períodos entre os genitores.
A exemplo é de que a criança passaria uma semana sob a responsabilidade e autoridade
exclusiva de um e na semana seguinte, sob a responsabilidade do outro genitor.
Para alguns especialistas, essa guarda não é recomendada visto que a criança, especialmente,
nos seus primeiros anos de vida precisa de um lar que seja referência, tem necessidade de
pertencimento.
Por isso, a guarda alternada poderia vir a confundir e abalar o psicológico da criança,
trazendo em alguns casos o pensamento de escolha entre um dos pais e má formação de base
de afeto. Quanto aos adolescentes, a mudança contínua de casa e de poder exercido entre os
pais, podemresultar em um escape desse adolescente para evitar conflitos e
responsabilidades atribuídas por um dos genitores.
Há quem defenda ser possível a criança viver de forma alternada sem que haja esse conflito
de referência entre as residências. Isto porque o objetivo é com que o menor conviva com
ambos os genitores e quanto os menores nos primeiros anos de vida há maior maleabilidade
de adaptação, possibilitando assim, uma forma igualitária entre ambos de conviver com seus
filhos. 
Guarda - Princípio do melhor interesse da criança:
como definir a guarda dos filhos?
Psicologia Jurídica 
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Nicolle Marcondes - 7º semestre
O princípio do melhor interesse da criança e do adolescente está inserido no ordenamento
jurídico brasileiro, no entanto, quando trata-se das decisões a respeito de guarda do menor,
é comum que entre o judiciário e os representantes do menor deixem esse princípio à
margem da discussão embora as decisões de juízes da área sejam em sua maioria
fundamentadas nele. 
Diante disso, é necessário que haja uma compreensão ampla do que é o melhor interesse da
criança, em que os pais ou um terceiro representado pela figura do juiz, que estes possam
deixar as suas concepções e crenças do que acreditam ser o melhor para a criança,
verificando de fato o que melhor atendem aos interesses da criança, pois o princípio não é
uma recomendação, mas sim norma determinante nas relações dos menores para com seus
pais, com a família, sociedade e com o Estado.
Segundo recomendações de Paulo Lôbo 2019, “nem o interesse dos pais, nem o do Estado
pode ser considerado o único interesse relevante para a satisfação dos direitos da criança”.
A criança deve ser a protagonista do processo, sendo os seus interesses os mais importantes,
que devem ser assegurados pelo judiciário. 
Diante das opções de guardas, a guarda compartilhada, é a que melhor atende os interesses
do menor, visto ser a que menos afeta a convivência entre os pais e a criança, resguardando
a responsabilidade de ambos simultaneamente. 
O estado de conflito que se instala com a separação do casal atinge de certa forma os filhos,
que não é incomum que sejam usados como meios de vingança pelas mágoas da vida a dois,
por este fato a lei determina a preferência da guarda compartilhada como medida
prioritária. Resta evidente que as vantagens da guarda compartilhada são inúmeras, como a
prioridade do poder familiar em sua extensão bem como a igualdade entre os genitores, não
sobrecarregando apenas uma parte em que por vezes poderia vir a ser um mero coadjuvante
na relação, bem como fazer a diferenciação de papel exercido por cada um. 
Dessa maneira, na guarda compartilhada há diminuição dos conflitos entre as partes, visto
que as decisões são tomadas em conjunto e existe a necessidade de diálogo, restaurando a
relação de cooperatividade entre os pais. 
Guarda - Princípio do melhor interesse da criança:
como definir a guarda dos filhos?
Psicologia Jurídica 
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Nicolle Marcondes - 7º semestre

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