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• Declaração da vontade precisa livre, voluntaria e consciente > caso contrário será considerado um vício > conhecido como defeito do negócio jurídico > N.J. será anulável • Defeito ou vicio > imperfeições do N.J. > decorre de algum problema que aconteceu com relação a declaração humana • Vícios sociais: vontade manifestada sem total boa-fé e intenção pura • Vícios de consentimento: manifestação da vontade não é expressa de maneira totalmente livre > pode ser anulado ou considerado nulo: I. Do erro: → Pessoa não tem uma noção correta (ausência de noção) sobre uma pessoa, objeto ou sobre o N.J. → Não entende o N.J. > o que está sendo feito > agente engana-se sozinho > ocasiona uma diferença entre a real vontade dela e o que está realmente acontecendo → Erro = noção inexata sobre algo → O que ocorre quando o N.J for realizado com erro? Art. 138 do CC: “São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio” erros substanciais (art. 139 CC) > aquele em que a pessoa realiza o N.J. sem ter a real noção do que ela está fazendo > só realizou o N.J devido a falsa noção sobre. Diligência normal > pessoa com suas faculdades mentais normais > erro escusável > qualquer pessoa poderia ter cometido aquele erro enunciado 12 da jornada da jornada de direito civil > não interessa quem cometeu o erro > se ocorreu algum erro uma das partes pode pedir a anulação do N.J. Art. 139 do CC: “O erro é substancial (influencia diretamente no N.J., pois se a pessoa conhecesse o erro não realizaria o N.J.) quando: I - Interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; > erro quanto a natureza do negócio > errar in negatia > pessoa acha que está realizando um tipo de N.J. mas na verdade está realizando outro > pessoa se engana > exemplo: Erro quanto ao objeto principal da declaração > errar in corpare > sobre o objeto em si > sobre a identificação do objeto > exemplo: Erro quanto alguma das qualidades essenciais do objeto principal > suponho que aquilo que será comprado tem uma qualidade, mas ela não tem > exemplo: II - Concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; erro quanto à identificação e à qualidade da pessoa > error in persona > erro incide sobre a pessoa a quem se refere a declaração de vontade > pessoa acreditar estar realizando um N.J. com uma pessoa, mas está realizando com outra > exemplo: Erro quanto à qualidade essencial da pessoa > quando aquela qualidade precisa ser essencial > exemplo: “desde que tenha influído nesta de modo relevante” > erro precisa ter influído diretamente no N.J. pois se a pessoa tivesse o real conhecimento do erro quanto à identificação da pessoa ou a qualidade da pessoa, não teria realizado o N.J. III - Sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.” > erro de direito > falso conhecimento sore uma norma jurídica > não interpretou corretamente aquela norma para aplicação àquela situação > exemplo: Art. 140 do CC: “O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.” > erro quanto ao motivo > motivo: razão psicológica que levou a pessoa a realizar aquele N.J. > motivo pelo qual a pessoa realiza o N.J. não é essencial para realiza-lo Falso motivo > realiza o N.J. por determinado motivo, mas aquele motivo estava errado > não vicia o N.J. (não anula o negócio) Falso motivo expresso como razão determinante > vicia o negócio (pode anular) Art. 141 do CC: “A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta” > transmissão errônea da vontade > no momento que fui declarar a minha vontade houve uma divergência entre a vontade real (interna) e a vontade declarada Declaração direta > manifesto a vontade pessoalmente Declaração por meios interpostos > manifesta a vontade de forma não presencial > por algum meio: telefone, e- mail, mensageiro A. Erro ocasionado pelo próprio meio interposto que transmitiu à vontade > falha na internet, má compreensão do mensageiro B. Erro da própria pessoa que transmitiu a declaração de vontade por meio interposto Art. 142 do CC: “O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.” > erro acidental > incide sob um aspecto secundário ou acessório da declaração de vontade > não anula, pois se a pessoa tivesse conhecimento do erro, faria o N.J. mesmo assim Erro no momento de indicar a pessoa ou a coisa (objeto) no N.J. > erro pode ser corrigido > pelo contexto pode-se identificar a pessoa ou a coisa > não vicia (não anula) > exemplo: Art. 143 do CC: “O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.” > erro acidental > autoriza retificação A. Soma errada do valor das parcelas de um contrato B. Divisão errada do valor total do contrato em número de parcelas C. Valor unitário dos objetos difere do valor total do contrato II. Dolo: → Uma pessoa se utiliza de um artificio que prejudica alguém → Você tem a intenção de enganar alguém → Dolo difere do erro, pois no dolo a pessoa é levada a se enganar pela outra parte ou por terceiro Art. 145 do CC: “São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.” > dolo principal > causa determinante da declaração de vontade > fez o N.J. pois foi enganado, induzido por alguém > exemplo: Art. 146 do CC: “O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo” > dolo acidental > independente de malicia o N.J. seria realizado em outras condições > pode pedir reparação de perdas e danos > não permite invalidade do negócio > exemplo: Art. 147 do CC: “Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado” > dolo omissivo > pessoa se omite por má-fé > esconde > silencia > oculta algo pois se a outra parte soubesse não realizaria o N.J. > exemplo: Art. 148 do CC: “Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.” > dolo de terceiros >um terceiro que não faz parte do negocio age de má- fé para enganar uma das partes na realização > exemplo: Para que o N.J. seja anulado será necessário: a. Que a parte tenha obtido benefício com o dolo b. Que a parte a quem aproveitou o dolo tivesse ou devesse ter conhecimento do dolo de terceiro Art. 149 do CC: “O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.” > dolo do representante > representante da parte não é considerado um terceiro, pois está atuando em nome de outrem Representante legal > poderes de representação conferidos por lei > paisrepresentam os filhos (art. 1634, VII, CC), inventariante representa o espolio (art. 618, I, CPC) > como não foi a parte que escolheu o seu representante ele só terá reponsabilidade na quantia de seu proveito > já o representante responde civilmente até a importância do proveito que teve, se não houve proveito não terá responsabilidade Representante convencional > quando uma pessoa jurídica ou física escolhe por vontade própria uma outra para exercer direitos e/ou deveres em seu nome > como o representado escolheu o representante (culpa in elegendo) ele solidariamente será responsável pelos atos, respondendo por perdas e danos > exemplo: Art. 150 do CC: “Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.” > dolo bilateral > as duas partes estão de má-fé > sendo assim não se pode pedir a anulação do N.J. nem reclamar indenização > direito protege apenas a boa-fé, assim o direito não vai proteger nenhuma das partes > má-fé por má-fé > exemplo: III. Coação: → Ameaça física ou moral ou pressão psicológica sobre ela, sobre seus bens, sobre sua família forçando o individuo para que ele pratique ou realize um N.J. → Violência psicológica pode viciar o negocio → Pode ser exercida contra: A própria pessoa que realizou o negócio jurídico; Contra alguém da família da pessoa que realizou o N.J; Contra os bens da pessoa que realizou o N.J.; Contra quaisquer outras pessoas que não pertença à família da pessoa que realizou o N.J., mas que o juiz decidira se houve coação ou não → Coação absoluta ou física > pessoa realiza o N.J. sem a intenção por estar sendo ameaçada > não caracteriza um vicio de consentimento > pessoa não teve consentimento de realizar o negocio :> é absolutamente nulo → Coação relativa ou moral > ameaça psicológica em que a pessoa tem a opção de escolher entre realizar o negocio ou não e com isso sofrer as consequências > se ficar comprovada a coação relativa o negócio é anulável > exemplo: → Requisitos da coação: Fundado temor (medo precisa ser justificado, fazendo a pessoa temer pela sua vida ou honra ou pela vida e honra de alguém) dano iminente (precisa estar preste a acontecer > se o coacto não fizer o negócio alguém sofrerá > e não tem possibilidade de recorrer a autoridades, pois não terá tempo) dano considerável, dano a própria pessoa, à família ou aos bens, coação deve ser determinante para o N.J. Art. 151 do CC: “A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.” > praticou um ato sob ameaça > o juiz analisará se houve coação Art. 152 do CC: podem influir na gravidade da coação > “No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.” > quando o juiz for analisar ele adotará um critério subjetivo > irá verificar as condições e as ameaças que o coacto sofreu > se a ameaça for suficiente para causar fundado temor, houve vicio na declaração da vontade, caso contrário, não houve Art. 153 do CC: “Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.” > para que a ameaça possa viciar precisa ser uma ameaça injusta >caso a pessoa realize uma ameaça para exercer seu direito considera-se uma ameaça justa e lícita > exemplo: Temor reverencial simples > medo ou receio de causar desgosto a alguém pois se tem sentimento de obediência ou respeito > pais, marido, padre, professor, patrão > esse temor não retira o livre arbítrio > pessoa tem a possibilidade de se negar a fazer o negócio, caso não seja sua vontade Temor reverencial qualificado > acompanhado de violência > arma, privação de liberdade > podendo viciar a declaração de vontade Coação exercida por terceiro > Art. 154 do CC: “Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.” E art. 155 do CC: “Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.” Um terceiro que não faz parte da relação jurídica e provoca no coacto um temor de dano iminente e considerável a sua pessoa (família ou bens) Consequências: aplica-se o art. 154 do cc Exemplo: Aplica-se o art. 155 do cc Exemplo: IV. Lesão: → Prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um contrato no momento da celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das partes Art. 157 do CC: “Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1 o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2 o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.” Fórmula: Lesão = premente necessidade ou inexperiência (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo) Importante: desproporção entre os valores deve ser manifesta. A atitude maliciosa do contratante não é imprescindível para se configurar a lesão Elemento subjetivo > inexperiência (interessa se você não tem experiencia naquela área do N.J. > não está relacionada ao grau de instrução de uma pessoa) ou premente necessidade do lesado (relacionada a necessidade econômica que a pessoa tem em realizar o N.J., não interessa a condição social da pessoa, mas sim se ela estava em estado de necessidade no momento que realizou o N.J.) > circunstancias que devem estar relacionadas à contratação do N.J. > exemplo: Elemento objetivo: desproporção entre as prestações reciprocas, gerando lucro exagerado no momento em que se celebra o negócio> no código civil não está estabelecido uma porcentagem para que se configure lesão > o juiz então irá avaliar a situação e analisar se houve ou não essa desproporção excessiva > exemplo: Art. 157 paragrafo primeiro > vendi meu carro que valia 50.000 por 20.000 hoje e daqui a 5 anos vou pedir desconstituição pois o carro passa a valor 100.000 > não posso fazer isso > não posso me valer de modificações na economia > uso o valor da época que foi celebrado o N.J. Art. 157 paragrafo segundo > se a pessoa que sofreu um excessivo prejuízo devido a desproporção entre as prestações > pode ela alegar lesão para anular o N.J. >, mas se a outra parte se oferecer para equilibrar as prestações o N.J. não precisará ser anulado > exemplo: → Efeitos da lesão>: Enunciado 291 da IV Jornada de direito civil > “Pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio, deduzindo, desde logo, pretensão com vistas à revisão judicial do negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço” > o lesionado pode escolher entre a anulação ou revisão do contrato > anulação do negocio ou redução/complementação do preço > juiz então decidirá se o suplemento foi suficiente para evitar locupletamento (enriquecimento sem causa, deforma ilícita) V. Estado de perigo: → Situação de extrema necessidade que leva a pessoa a realizar o N.J. assumindo uma obrigação desproporcional e excessiva Art. 156 do CC: “Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar- se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.” > fórmula: estado de perigo = situação de perigo conhecido da outra parte (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo) > exemplo: Dano grave > perigo deve ser a razão determinante do N.J. > pessoa só realizou o negocio pois precisava se salvar ou salvar alguém da família > esse estado de perigo tira a pessoa da condição de declarar livremente a sua vontade. É necessário que a outra parte do N.J. saiba do perigo e que em virtude do perigo abuse da situação tirando proveito da fragilidade da pessoa fazendo com que ela assuma uma obrigação excessivamente onerosa > exemplo: → Elemento de estado de perigo: Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave dano > vontade deve se apresentar distorcida em consequência do dano > precisa existir a ideia do dano Importante > dano não é concreto, mas suposto, tal situação deve ser do conhecimento da outra parte. Importante > somente se configura o estado de perigo quando a obrigação assumida é excessivamente onerosa, caso for razoável, o negocio é considerado normal e valido > juiz irá examinar caso a caso a onerosidade excessiva, à vista da situação financeira da vítima, à época da vinculação Requisitos do estado de perigo:
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