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Samara Pires- MED25 Neuroanatomi� Grandes vias eferentes (Ângelo Machado cap. 30) 1. Vias eferentes somáticas (controle voluntário) ● O neurônio motor é a via motora final comum de todos os impulsos que agem sobre os músculos estriados esqueléticos. ● O trato piramidal refere-se aos tratos corticoespinhal e corticonuclear. ● Tratos corticoespinhais: unem o córtex cerebral aos neurônios motores da medula. As fibras desses tratos têm três origens: áreas 4 (área motora primária), área 6 (pré-motora e motora suplementar) e córtex somatossensorial. - Função principal do trato corticoespinhal: movimentos delicados (capacidade de realizar movimentos independentes), já que as fibras do trato corticoespinhal ligam-se diretamente aos neurônios motores. Lesão pode causar, por exemplo, a impossibilidade de abotoar a camisa. Além disso, são importantes no movimento voluntário da musculatura distal. - Lesão do trato corticoespinhal → sinal de Babinski (flexão dorsal do hálux). - Trajeto (lembrando que são fibras descendentes): maioria das fibras do trato corticoespinhal provém da área 4 → coroa radiada → perna posterior da cápsula interna → base do pedúnculo cerebral no mesencéfalo → base da ponte → pirâmide bulbar. - Após chegar nas pirâmides bulbares: parte das fibras continuam ventralmente (trato corticoespinhal anterior), parte cruza na decussação das pirâmides (trato corticoespinhal lateral) e parte não cruza, nem no bulbo nem na comissura branca: são as fibras corticoespinhais homolaterais (2%). - Na medula espinhal → terminam em interneurônios da substância cinzenta, nos neurônios sensoriais de segunda ordem no corno dorsal e diretamente nos neurônios motores anteriores que vão em direção ao órgão efetor (situação mais rara). Obs.: as fibras do trato corticoespinhal anterior estão no funículo anterior e cruzam na comissura branca nas regiões cervicais e na região torácica alta, já as do trato corticoespinhal lateral estão no funículo lateral. ATENÇÃO! Embora a função principal seja a motricidade somática (especialmente no que se refere ao trato corticoespinhal lateral), nem todas as fibras do trato corticoespinhal são motoras, pois algumas terminam no corno posterior da medula e estão no controle dos impulsos sensitivos. Samara Pires- MED25 Samara Pires- MED25 ● Trato corticonuclear: transmite impulsos aos neurônios motores do tronco encefálico e não da medula, pois sua terminação é nos neurônios dos núcleos motores dos nervos cranianos. - Trajeto: parte inferior da área 4 (área da cabeça segundo o homúnculo de Penfield) → joelho da cápsula interna → tronco encefálico (juntamente com trato corticoespinhal) → a partir daí, os feixes de fibras terminam nos núcleos do III, IV, VI e XII (coluna eferente somática), nos núcleos ambíguo, IX, X e núcleos motores do V e do VII (coluna eferente visceral especial). Muitas das fibras terminam em núcleos sensitivos do tronco encefálico (núcleos grácil, cuneiforme, sensitivo do trigêmeo e núcleo do trato solitário). - Grande quantidade de fibras do trato corticonuclear é homolateral, então a maior parte dos músculos da cabeça têm representação nos dois hemisférios da área 4. Isso é especialmente importante para músculos que não podem ser contraídos apenas homolateralmente, como os da mastigação e o orbicular. - Metade inferior da face (inervada pelos neurônios motores do núcleo do nervo facial): recebe fibras corticonucleares do córtex do lado oposto. Samara Pires- MED25 - Metade superior da face (inervada pelos neurônios motores do núcleo do nervo facial): recebe fibras corticonucleares provenientes do córtex dos dois lados). Obs.: quando a lesão é central (isto é, a nível do trato corticonuclear) e um lado é acometido, o indivíduo apresenta paralisia apenas na metade inferior da face. Quando a lesão é periférica (isto é, no nervo facial), ambas as metades da face sofrem paralisia. ● Trato rubroespinal: controla a motricidade voluntária dos músculos distais dos membros, músculos intrínsecos e extrínsecos da mão e promove o tônus muscular. - Trajeto: núcleo rubro do mesencéfalo → trato corticoespinhal da medula (funículo lateral). Obs.: com decussação. - É uma via indireta que foi sendo substituída pela via direta do trato corticoespinhal. Samara Pires- MED25 ● Trato tetoespinhal: origina-se no colículo superior e vai em direção ao funículo anterior da medula nos pontos mais altos da porção cervical. - Função: reflexos visuomotores (orientação do corpo a partir de estímulos visuais). ● Tratos vestibuloespinhais (medial e lateral): são importantes para a manutenção do equilíbrio, mantendo a cabeça e os olhos estáveis diante dos movimentos do corpo. Ex.: durante o tropeço, os músculos extensores antigravitacionais são ativados de forma reflexa para impedir a queda. - Trajeto: a origem é nos núcleos vestibulares do bulbo → terminação nos neurônios motores da medula espinhal. Nos núcleos vestibulares, chegam informações da parte vestibular do ouvido interno e do vestibulocerebelo. Samara Pires- MED25 ● Tratos reticuloespinhais - Trajeto: formação reticular (áreas diversas) → neurônios motores da medula. Pertencem ao sistema medial. - Funções: controlam movimentos voluntários e automáticos dos músculos axiais e proximais dos membros. São importantes para o ajuste postural de forma que o corpo fique em uma posição adequada para a execução de movimentos delicados. Como essa execução depende do trato corticoespinhal lateral, ocorre integração entre as vias laterais e mediais. - Trato reticuloespinhal pontino: aumenta os reflexos antigravitacionais da medula para a manutenção da postura ereta e da tensão muscular (facilita os mm. extensores). - Trato reticuloespinhal bulbar: libera os músculos antigravitacionais do controle reflexo. - Lesão: hipertonia (rigidez de descerebração) e espasticidade, pois os tratos reticuloespinhal e vestibuloespinhal atuam sobre os neurônios alfa e gama da medula, inibindo ou facilitando movimentos. 2. Locomoção ● Movimentos alternados de flexão e de extensão das pernas → caráter rítmico e repetitivo; ● Independente das aferências sensoriais e supramedulares → neurônios da medula lombar são capazes de disparar espontânea e automaticamente sem aferência; Samara Pires- MED25 ● Centro locomotor do mesencéfalo comanda a locomoção por meio dos tratos reticuloespinhais. 3. Lesões das vias motoras ● Síndrome do neurônio motor superior: paralisia flácida → evolui para paralisia espástica (hipertonia e hiperreflexia) com presença do sinal de Babinski. Não ocorre hipotrofia dos músculos, pois o neurônio motor inferior permanece intacto. Geralmente, acomete as vias dos tratos córtico reticuloespinhal e córtico rubroespinhal. Ex.: caso de AVC. Obs.: acredita-se que a espasticidade seja resultante da ausência de inibição contra os motoneurônios alfa e gama normalmente feita pelas fibras reticuloespinhais. Sabe-se que o sinal de Babinski se deve exclusivamente à lesão do trato corticoespinhal. ● Síndrome do neurônio motor inferior: destruição desse neurônio na coluna anterior da medula ou em núcleos motores de nervos cranianos. Sintomas: paralisia flácida (perda dos reflexos e do tônus muscular) e hipotrofia dos músculos inervados pelas fibras nervosas. Ex.: caso de poliomelite. ● Conceitos - Neurônio motor superior: seus corpos celulares ficam no córtex cerebral e no tronco encefálico. Seus axônios seguem para fazer sinapse com os neurônios motores inferiores e com interneurônios do tronco encefálico e da medula espinhal (vias descendentes). Quais vias são essas? Tratos vestibuloespinhal e reticuloespinhal (sistema ativador medial) e tratos rubroespinhal e corticoespinhal lateral (sistema ativador lateral). - Neurônio motor inferior: faz contato direto com os músculos esqueléticos, origina-se na medula espinhal e no tronco encefálico (núcleos de nervos cranianos). Podem ser do tipo alfa ou do tipo gama, saem pela raiz ventral e seguemao músculo esquelético por um nervo periférico.
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