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Apostila Profª Nilma Bastos

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Nilma Claudia de Souza Bastos
 
 
Direito Administrativo
__________________________________________________
 Doutrina básica sobre a disciplina Direito Administrativo .
SUMÁRIO
I
Direito Administrativo.
Título I: Da Administração Pública e dos Princípios.
Título II: Dos Poderes Administrativos.
Título III: Dos Atos Administrativos.
Título IV: Dos Contratos Administrativos.
Título V: Das Licitações.
Título VI: Da Administração Pública e do serviço publico.
Título VIII: Das Concessões.
Título IX: Da intervenção do Estado.
Título X: Dos Agentes públicos.
Título XI: Do Processo Administrativo
Título XII: Da Responsabilidade civil do Estado
Apresentação
A presente obra não pretende esgotar toda disciplina do Direito Administrativo, e nem avalisar questões jurídicas complexas, apenas procura dar um conteúdo mínimo de informações aos estudantes e bacharéis em direito para que possam lograr êxito na prova da OAB.
O Direito Administrativo visa dar plena consecução as competências constitucionais instituídas aos Entes da nossa Federação o que explica a ampliação de seu conteúdo e as freqüentes mutações jurisprudenciais que vem sofrendo.
Mas as dificuldades enfrentadas pelas constantes mutações jurisprudenciais não podem deter quem atua para sanar as crescentes necessidades coletivas nos âmbitos econômicos e sociais da coletividade, e sim incentivá-los a buscar a plena consecução de todas essas competências. 
Por isso, alguns doutrinadores levantam que discorrer sobre o Direito Administrativo não é fácil pela quantidade de casos, e sua falta de tipicidade estrita. Cabendo ao estudioso, conhecer suas principais leis, princípios, doutrinas e costumes para melhor interpretá-lo. 
* Na multidão de conselheiros está a vitória. Pv.24:6
Título I: Da Administração Pública e dos Princípios:
Do Direito Administrativo:
Sua Importância:
Dentre outras funções, o Direito Administrativo tem como objeto a Administração Pública, primeiro confundindo-se com o Poder Executivo e em segundo, com a própria função administrativa. Na acepção de Poder Executivo temos os órgãos e agentes que desempenham a atividade de governo e na acepção de função administrativa, surge à atividade executada pelos agentes que compõem órgãos constituídos por lei, tendo em vista que Administração Pública sugere a idéia de governo, já que num sentido amplo, administrar é governar.
Do ponto de vista de nossa estrutura política, a administração pode ser: Federal (Poder Executivo da União e função administrativa federal), Estadual (Poder Executivo dos Estados e função administrativa estadual) e Municipal (Poder Executivo dos Municípios e função administrativa municipal). Com isso, não se quer excluir do Direito Administrativo as atividades de governo exercidas por órgãos e agentes de outros poderes no exercício da atividade administrativa. 
Exemplos. Art.96, inciso I, a da CR, art.84, inciso I da CR, art.98, inciso V da CERJ.
Quanto à função administrativa esta sempre ocorrerá com base na lei, e em regra sob prerrogativas ou privilégios nas relações jurídicas da Administração Pública com o administrado. 
Exemplos. 
·	Art.37, inciso XXI da CR e seu regulamento art.24 e 25 da Lei 8666/93. – Direção;
·	Art.13 Lei 8112/90; art. 2º Lei 4717/65 – Sanção;
·	Art. 58 Lei 8666/93 – Superioridade.
 Devido às funções apresentadas e seus exemplos, podemos constatar a importância da Administração Pública e como nós, administrados não devemos ficar insensíveis a ela.
Localização:
O direito como conjunto de normas de conduta humana, imposta coativamente pelo Estado, constitui uma unidade indivisível e maciça. Embora tenhamos feito tal afirmação, didaticamente podemos subdividi-lo em: Ramo do Direito Público e do Ramo do Direito Privado. Naquele predominará normas imperativas inafastáveis e neste, ao contrário, as normas são flexíveis podendo sofrer modificação por acordo das partes. 
Exemplos no Direito Administrativo (art.6º Lei 8987/95 – Finalidade do Contrato de Concessão) e Direito Civil (Lei 8245/91, art.5º - Contrato de Locação), respectivamente.
 As normas inafastáveis que compõem o Direito Administrativo possuem critérios que o distinguem de outros ramos de Direito, são eles: interesse público e prerrogativas ou privilégios estatais.
O Interesse Público aparece como o objetivo da Administração, que em toda e qualquer atuação buscará satisfazer as necessidades dos administrados (necessidades públicas ou coletivas), tendo em vista o bem comum e as prerrogativas ou privilégios estatais que nos atos são - presunção de legitimidade (conforme a lei), imperatividade (estabelecendo independente da vontade do administrado uma série de obrigações), a tipicidade (definido em lei) e auto-executoridade (executado pela própria administração) e na atuação através dos poderes – poder vinculado (lei confere ao administrador competência e conteúdo do ato), poder discrionário (administrador terá liberdade de escolha), poder hierárquico (encargos dos seus órgãos, funções e serviços), poder disciplinar (faculdade de investigar, reprimir e punir as infrações), poder regulamentar (possibilidade de expedir regulamentos). 
Exemplos. 
* Necessidade Pública
 Art. 1º da Lei 8257/91 Expropriação levará a distribuição de Terras
 Art. 5º da Lei 3365/41 Desapropriação para atender utilidade pública
Termo Direito Administrativo:
 O termo Direito Administrativo, para a corrente legalista é um conjunto de leis administrativas, ou seja, direito positivo. Essa corrente não prevalece, pois não podemos reduzir o direito Administrativo a um mero amontoado de leis devido à existência dos princípios.
 Exemplo. Art.37 da CR
Para a corrente que usa o critério do Poder Executivo, o Direito Administrativo será o conjunto de regras jurídicas que emanam dos atos do poder Executivo (leis ordinárias, medidas provisória e as normas administrativas secundárias – circulares, avisos, portarias, resoluções, ordens de serviços, regimentos e provimentos). O que não prevalece, devido à possibilidade dos atos Administrativos serem praticados também por outros órgãos no exercício das funções administrativas, como o Poder Judiciário. Exemplo. CODERJ – Resolução 1.
 Pelo critério das relações jurídicas, é o conjunto de regras jurídicas que disciplinam o relacionamento da administração pública com os do administrado. Não é eficiente, pois outros ramos também apresentam relações. Devido a toda essa divergência, majoritariamente tem–se entendido o critério das relações jurídicas, pouco explicativo.
Exemplo. Art.61, parágrafo 2º da CR.
Outro é o critério teleológico ou finalístico, que entende que o Direito Administrativo como o Sistema de Princípios que regulam a atividade do Estado, para cumprimento de seus fins. Tal critério é criticado, pois oferece expressões não definidas, como atividade do Estado ou fins do Estado. 
 Por fim, o critério negativista que define o Direito Administrativo como toda atividade estatal não legislativa ou jurisdicional. Este critério não deve prevalecer, pois apenas afirma o que não é Direito administrativo e não o que é.
Por todas as dificuldades apresentadas é viável a adoção do conceito consagrado de Hely Lopes Meirelles, que o faz com base no critério Administração Pública: “Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.
Exemplo. Órgãos governamentais / função política. 
Evolução do Direito Administrativo:
Na história, o Direito Administrativo adveio no fim do Século XVIII, quando passou a distinguir-se do Direito Civil e apresentar características próprias. Porém no Brasil, só se consolidou com a Constituição de 1934, em decorrência a previsão constitucional que estendeu a atividade do Estado nos âmbitos social e moral, atuando na saúde, higiene, educação, economia, assistência social. Isso ocorre, pois quanto maioresas esferas de atribuições do Estado mais desenvolvidas são os serviços públicos, e por conseqüência maior é a importância do Direito Administrativo. 
Desse desenvolvimento cresce a intervenção do Estado e da máquina estatal, com a criação de novas pessoas jurídicas para a execução de serviços públicos. Daqui surge o vocábulo administração, como afirma Oswaldo Aranha Bandeira de Mello “indicando que (ad) vem de preposição, enquanto (ministro), (as), (are) vem de verbo, ou seja, a palavra envolve a idéia de gestão, de direção ou de executar”. 
 Exemplo. Art.6º/ 7º /10 Dec.lei 200/67;
Interpretação das normas Administrativas:
Deve levar em conta as seguintes regras:
1.	Os atos administrativos têm presunção de legitimidade, salvo prova em contrário; Exemplo. Art. 14 da Lei 8249/92 – Improbidade só mediante fundados indícios, provados mediante investigação. 
2.	O interesse público prevalece sobre o interesse privado, respeitando as garantias constitucionais; Exemplo. Art.5º XXV da CR – Ocupação temporária e art. 1º da Lei 4812/42.
3.	A Administração pode agir com certa discricionariedade, desde que observada a legalidade. Art. 10 da Lei 6938/81
Relações do Direito Administrativo com os demais ramos do Direito:
A atividade Administrativa será sempre voltada a concretização dos interesses públicos e por isso será extremante ágil; seu regramento, contudo é estudado nos diversos segmentos do direito, que impõem técnicas de atuação distintas de acordo com os objetivos a serem atendidos. Isso, todavia não impede que tenham entre si relações que por vezes os interligam a outros ramos do direito.
 Relações:
 - No Direito Constitucional estudamos a criação e estruturação do Estado (daí ser, chamado de Direito Estático); enquanto no Direito Administrativo vislumbramos o Estado em ação. Exemplo. Art.37 XIX da CR e art. 8º da Lei 9472/97.
 - No Direito Tributário se procurará, por meio de atos administrativos de lançamento de tributos, identificar a ocorrência do fato gerador, o contribuinte e o valor da obrigação que gerará receita para a consecução das ações administrativas. Exemplo. Art. 155, III da CR – Institui o IPVA com a finalidade de melhorar a arrecadação dos Estados. 
 - No Direito Penal temos os crimes contra a Administração Pública (crimes praticados por funcionários e por particulares contra a Administração). Exemplo. Art. 89 da Lei 8666/93.
 - No Direito Processual as relações residem, especialmente, no fato do Direito Administrativo ter por conteúdo a organização e funcionamento da atividade administrativa, enquanto o Direito processual estabelece as normas relativas à organização e ao exercício da atividade jurisdicional. Exemplo. Art. 20 da Lei 6383/76.
 - No Direito Civil as normas gerais e as definições dos conceitos serão usadas: atos e fatos jurídicos quanto à capacidade, licitude do objeto, forma, regras de nulidade, anulação, prescrição, posse, servidão, contratos e obrigações. Exemplo. Art. 29 da Lei 3365/41.
 Essas relações aparecem ainda em outros ramos do Direito, desde que primem por atender a coletividade. 
 	 
 Fontes do Direito Administrativo:
As Fontes do Direito Administrativo se classificam em: Materiais (fonte de produção legislativa - lei e os costumes como produção difusa na sociedade), Formais (fontes de conhecimento-lei em sentido amplo e os costumes subsidiariamente) e em fontes não formais (doutrina, a jurisprudência, o direito comparado, os princípios gerais do direito e a analogia). Exemplos. Art. 37 da CR.
Também é possível classificarmos as fontes em primárias e secundárias. Será fonte primária de acordo com a Constituição da República, a lei em todas as suas espécies normativas (artigo 59). Entretanto, para o Direito Administrativo, a lei ordinária é a fonte por excelência. Exemplos. Leis 8987/95, Lei 9074/95.
 E será fonte secundária as circulares (determinações do Presidente da República), avisos (ordens destinadas a autoridades e particulares), portarias (formas de que se revestem certos atos administrativos dentro das repartições), instruções (se assemelham aos decretos regulamentares, detalhando as condições para cumprimento e a execução dos decretos), posturas (disposições preventivas de caráter genérico e execução permanente), regimentos (normas administrativas secundárias que constituem atos normativos de atuação interna para reger os órgãos e corpos legislativos ou interna corporis e deliberações (decisões emanados de órgãos colegiados) .
Divergência: Para uns não existem fontes formais, pois a Administração Pública não poderia fundamentar seus atos em jurisprudência, para estes só há uma fonte do Direito Administrativo: a lei (Diferente entende Diógenes Gasparini; Roy Reis Friede; Maria Silva Zanella de Pietro, etc).
Codificação do Direito Administrativo:
 A Codificação não é sinônimo de consolidação de leis, pois o primeiro congrega um todo orgânico, ou seja, normas jurídicas atinentes a determinado campo do Direito Positivo, enquanto o segundo representa apenas uma simples reunião de leis, independente se sistematização e de técnica. 
Pela diferença supramencionada, podemos afirmar que o Direito Administrativo não apresenta codificação, ainda que parte da doutrina entenda que isso seria para o ramo de direito referido, uma grande evolução.
Vantagens:
*facilitar a consulta (alcance prático);
*Conservar a unidade e a sistemática do Direito Administrativo (alcance jurídico);
*aplicação a casos e situações objetivas, evitando-se confusões e contradições entre textos vigentes.
Aspectos Negativos:
*Estagnação do Direito;
*Evolução dos fatos sociais;
Posição intermediária: (Marcelo Caetano, Themístocles Cavalcanti, Henrique de Carvalho Simas, Diogenes Gasparini) Determinados setores poderiam ser codificados, atualizando-se o que se vislumbrar necessário. O Brasil tem adotado a codificação em parte e em certos assuntos, o que por vezes não é suficiente. 
Estado:
Quando se fala em Administração Pública nos moldes atuais, ou seja, Estado politicamente organizado, temos que ter uma idéia nítida da origem desse Poder, e que existe uma identidade entre a Instituição Estatal, a Administração Pública e o próprio exercício do Governo.
1 - O Estado Brasileiro
No Ordenamento Jurídico Brasileiro, a estrutura política está contida no artigo 1º da Constituição da República e em seu parágrafo único. Esse artigo traz o Princípio Da Indissolubilidade do Vínculo Federativo, consagrado em nossas Constituições Republicanas desde 1891, e têm como finalidades básicas: unidade nacional e a necessidade descentralizadora. 
O artigo 18 da Magma Carta completa o artigo supramencionado, ao prevê a organização político-administrativa da República: a União (Poder Executivo, Legislativo e Poder Judiciário), os Estados (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), o Distrito Federal (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário) e os municípios (Poder Executivo e Poder Legislativo) todos independentes e autônomos entre si.
A República aparece como forma de Governo (onde os poderes são dados aos dirigentes direta ou indiretamente pelo voto – art. 81 da CR e de forma temporária), enquanto a Federação, ao contrário, é forma de Estado. (art. 2º dos atos das disposições transitórias).
O Poder na Federação brasileira consiste fundamentalmente de um Poder Central, soberano e autônomo em relação aos demais Estados – membros, que também gozam de autonomia nas unidades territoriais e os municípios, que foram consagrados como entidade federativa indispensável ao nosso sistema federativo, constituindo pessoa jurídica de Direito Público Interno exercendo as atribuições da soberania do Estado brasileiro. 
Esse regime federativo gera uma união indissolúvel que se não for observada gerará a possibilidade de intervenção na autonomia política pela quebra de um dos princípios sensíveis, chamados assim devidos tratarem de competências legislativas, administrativas ou tributárias (art.34 da CR). 
Exemplos. Art.136 da CR.
2- Poderes da Federação:
OPoder em acepção ampla fala de Capacidade geral de agir, capacidade que aparece nas relações humanas, pelo predomínio da vontade de uma pessoa sobre as outras.
Nos vínculos entre órgãos públicos existe um predomínio de um sobre o outro (Sistema de freios e contra pesos) e nos vínculos funcionais, autoridades hierarquicamente superiores atuam com hierarquia sobre os agentes públicos por meio de ordens, instruções, fiscalizações na possibilidade de modificar ou desfazer decisões. Exemplos. Art. 70 da CR / art.302 do Dec. 2479/79.
Em regra o Poder se confunde, com o chamado Poder –dever, dotado de legitimidade (base na lei) e de titularidade (executado pelo agente público), onde o Estado tem a obrigação de tomar providências quando o que está em jogo é o interesse público. Também pode se confundir, com a idéia de funções (atribuições, competências ou encargos).
A capacidade, as atribuições ou os encargos advém da lei, repartindo estes entre os entes estatais. Essa divisão fala do princípio de divisão de poderes que se impõe como necessidade de ordem e disciplina para reger a condução de todo negócio estatal, discriminando o poder.
O Poder mesmo que discriminado ou “repartido” é uno, recebendo os Entes mera titularidade para exercê-lo. Para esse exercício haverá a denominada Tríplice capacidade que aparece como: Capacidade de auto-organização e normatização própria (organizam o Poder por meio do poder constituinte derivado-decorrente, fazendo sua legislação própria), autogoverno (o povo elegerá seus representantes) e capacidade de auto-administração (os Entes se auto–administram no exercício de suas competências administrativas, legislativas, e tributárias). 
3- Capacidade de auto-administração:
A capacidade que, mais nos interessa no momento é a de auto-administração, onde os entes se auto-administram no exercício de suas competências. A Constituição da República trouxe um título específico para a organização da Administração Pública: estrutura e função.
Quanto à estrutura esta é descentralizada e se desenvolve subjetivamente, como conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas, as quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado. Essa descentralização e distribuição de competência terão em vista a predominância do interesse. 
União – Interesse Geral (Competência Enumerada) / Arts. 21 e 22 da CR.
Estados-membros – Interesse regional (Competência Remanescente)/ Art.25 da CR.
Municípios – Interesse local (Competência Enumerada ou por Interesse local) / Art.29 da CR. 
Distrito Federal – Interesse regional + local (Competência Enumerada + Remanescente) / Art.25 e 29 da CR.
Essa divisão de poderes impõe-se como necessidade inerente à ordem e disciplina que devem reger a condução dos negócios públicos, discriminando o exercício do Poder Legislativo (poder soberano do povo), Poder Executivo (direção político-administrativo do Estado) e Poder Judiciário (aplicação da lei), com isso é possível constatarmos que por especialização a função dominante da atividade administrativa aparecerá no Poder Executivo e seus órgãos, embora seja possível vê-la em todas as outras na consecução de suas atividades, de acordo com sua competência.
I - Princípios Da Administração Pública:
Os princípios são os alicerces das ciências, nos dizeres de José Cretella Junior se subdividem em: Informativos constucionais ou meramente informativos. Dizem-se informativos, pois como um vetor orientam as atitudes da Administração Pública direta e indireta (primeiro setor), enquanto para o segundo e terceiro setor apenas informam o limite de atuação, não lhes sendo obrigatório, devido serem pessoas privadas.
Para melhor compreensão os princípios poderão ser subdivididos em:
Princípios Informativos Constitucionais: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, finalidade, eficiência; (art.37 da CR).
 
Princípios Informativos: Supremacia do interesse público, igualdade, legitimidade, razoabilidade e economicidade .
II - Princípios Informativos:
Princípio Da Supremacia do Interesse Público:
Esse princípio também é chamado de princípio da Finalidade pública, estando presente tanto no momento da elaboração da lei, como no momento da sua execução da lei pela Administração Pública. Para o legislador será inspiração, enquanto para o administrador haverá vinculação em toda sua atuação.
As normas de interesse público prevalecem sobre as normas de interesse individual, demonstrando esta supremacia e necessidade de vinculação do administrador. Apesar das críticas a esse princípio que realmente não é absoluto, algumas verdades permanecem:
1.	As normas de direito público, embora protejam reflexamente o interesse individual, têm o objetivo primordial de atender o interesse público;
2.	O direito passou a ser visto como meio de consecução da justiça social, do bem comum e do bem-estar coletivo;
3.	Houve uma ampliação das atividades assumidas pelo Estado para atender às necessidades coletivas, ampliando o próprio conceito de serviço público;
4.	O Estado em seu poder de polícia deixou de impor obrigações apenas negativas, e passou a impor obrigações positivas para abranger a ordem pública, econômica e social;
5.	Cresce a preocupação com os interesses difusos, como meio ambiente patrimônio público e artístico nacional;
Quando a lei dá ao administrador o poder de desapropriar, de requisitar, de intervir, de policiar, de punir, é porque tem em vista atender ao interesse geral, nunca admitindo o desvio da finalidade pública, sob pena do ato ser tido como ilegal (indisponibilidade dos interesses públicos). Essa ilegalidade poderá ser constatada, pois ainda que o interesse público tenha supremacia sobre o interesse individual, o seu limite é a lei.
Princípio Da Igualdade (divergência):
 
 Esse Princípio exige que todos estejam dentro das mesmas condições e aí sim, serem tratados de modo igual (art.5º da CR). Esse princípio também é chamado de isonomia ou generalidade, vedando toda discriminação sem o devido fundamento, sob pena de responsabilidade por ato lícito.
Exemplo – licitação, precatório, concurso público e etc.
Principio da Razoabilidade:
 O Princípio da razoabilidade veio produzir efeito, com maior potencialidade, na Nova Inglaterra, com o fito de obstaculizar a intromissão da Coroa Britânica nos negócios das 13 colônias, além de atuar em outras áreas como: determinando o devido processo legal e prevendo um controle sobre o poder legislativo.
 Na verdade esse princípio constitui-se em legado de inequívoco valor do constitucionalismo Ianque aos demais sistemas jurídicos contemporâneos.
Cumpre ressaltar, que hodiernamente o princípio pode aparecer em duas vertentes: garantia de cunho processual e meio de coibir os desmandos do Poder Público. (não quer invadir o mérito, e sim criar um limite a mais de controle). 
No cunho processual, essa garantia foi prevista na Constituição da República, artigo 5º, inciso LIV. Essa previsão trouxe inúmeras implicações:
- Determinação de ninguém ser julgado senão por juízo competente e pré-constituído;
- Exigir o devido processo legal, inspirando-se de forma notória na redação do constitucionalismo Americano, ou seja, o direito de uma ação em reação a sua violação.
Enquanto para coibir os desmandos poderá ser vislumbrado na Constituição da República não de forma expressa, e sim de forma implícita como meio de controle. Quando por exemplo o Poder Público age de forma inadequada, exorbitando os limites da legalidade e da discricionariedade (ato arbitrário).
* Parâmetros: 
Absurdo;
Eficiência (custo - benefício).
Audiência pública. 
Princípio da Proporcionalidade:
 
A lei 9784/99 em seu artigo 2º parágrafo único, fez referência dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade separadamente, mas nos dizeres de Maria Sylvia de Pietro: “A proporcionalidade é um dos aspectos contidos no primeiro. Isto porque o princípio da razoabilidade entre outras coisas exige proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a administração e os fins que ela tem de alcançar”. 
Embora,tenhamos apresentado a visão dessa insigne doutrinadora preferimos a posição levantada pelo doutrinador José Maria Pinheiro Madeira, não o vendo apenas como um dos aspectos da razoabilidade, por várias razões como:
1.	A que apresenta o princípio dentro da Constituição como uma idéia fundante e complementar em relação ao princípio da reserva legal, pois o Poder Público deve atuar conforme a lei formal, e sob proporcionalidade;
2.	Também o vê conectando-se aos Princípios da República (art.1º), da cidadania (art.1º, II) e o princípio da dignidade da pessoa humana (art.5º);
3.	Por ter papel indispensável na consecução de um dos princípios objetivos do Estado, qual seja o de reduzir as desigualdades econômicas (art.3º, III da CR);
4.	No âmbito administrativo, o princípio deve reger a contratação temporária de funcionários, a qual deve obedecer ao critério da necessidade (art.37, IX e XXI da CR);
No aspecto prático este princípio significa que o Estado não deve agir com demasia, tampouco de modo insuficiente na realização de seus objetivos, promovendo uma adequação axiológica (princípios) e finalística pelo agente público de maneira adequada nas relações de administração e no controle das mesmas. 
*Parâmetros;
Necessidade // Adequação 
Exigibilidade 
Vantagens maiores que as desvantagens
Princípio da Motivação:
 
O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões. Ele está consagrado pela doutrina e pela jurisprudência, não havendo espaço para atos sem fundamento.
 	
Diverge a doutrina quanto à obrigatória ou não da fundamentação. Antes de examinarmos tal divergência, torna-se necessário entender a diferença entre motivo e motivação. O primeiro fala do fato que deu origem ao ato (circunstância fática) e o segundo fala dos fundamentos para sua execução.
A corrente majoritária entende que a motivação é obrigatória; enquanto a segunda corrente repousa sua teoria na necessidade, e não obrigatoriedade de sua existência para a validade do ato.
Para o doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella di Pietro, José Maria Pinheiro Madeira: é obrigatória a motivação, uma vez que no Estado Democrático de direito, o interesse público deve estar atrelado a aplicação do direito, sob pena de abusos e arbitrariedades.
 Não se pode desviar da necessidade de expor claramente os motivos que levaram o administrador a praticar qualquer ato que esteja a seu encargo, embora o doutrinador José dos Santos Carvalho Filho, entenda inexistir a obrigatoriedade da motivação dos atos administrativos, devido à falta de qualquer princípio constitucional com tal intentio.
 III – Princípios Informativos Constitucionais:
Legalidade:
O princípio da legalidade nasceu com o Estado de Direito e constitui uma das principais garantias dos direitos individuais. Isto porque a lei deve definir e estabelecer os limites para a atuação administrativa discricionária e vinculada, pois ambas decorrem da lei.
É possível dizer então, que a vontade da administração decorre da lei (fundamento e limite de validade), só podendo fazer aquilo que ela autoriza. Diferente será no âmbito das relações entre particulares, nas quais vige o princípio da autonomia da vontade.
A Constituição fez previsão desse princípio no artigo 5º, inciso II da Constituição República. Em decorrência disso, não pode a Administração Pública por simples ato administrativo criar obrigações, conceder direitos, ou impor vedações aos administrados, exceto como regulamento da lei.
Outro artigo garante que o referido preceito está no art.5º, XXXV da Constituição da República, que determina que a lei não excluirá do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a direito; além de o mesmo diploma legal prevê alguns remédios constitucionais, em havendo violação do princípio referido como: ação popular, habeas corpus, habeas data, mandado de injunção e mandado de segurança.
 
 Exemplos: 
·	Art.5ºdo DL3365/41- traz o limite legal para desapropriação por utilidade pública;
·	 Art.24 da Lei 8666/93- traz o limite do “poder” de dispensa no procedimento da licitação;
·	 D.Lei 3365/41, art.15- A- Veda a desapropriação indireta ou apossamento, dando direito à verba indenizatória.
Impessoalidade:
 Este princípio aparece, pela primeira vez, com essa denominação no artigo 37 da Constituição da República. Visando exigir impessoalidade da administração em relação aos administrados, ou seja, na atuação administrativa deve ser observada a finalidade pública ou de acordo com outra corrente majoritária a igualdade e a isonomia.
 
Essa finalidade pública impede que os administradores venham usar seu nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal, e caso o façam poderá gerar impedimento e suspeição, ou seja, parcialidade do administrador (art.2º/ 18 / 21 da Lei 9784/99) e nulidade do ato.
Exemplos: Quando se reconhece a validade dos atos praticados por servidores públicos, sob o fundamento que os atos são dos órgãos e não dos agentes;
 Concurso público deve respeitar a colocação.
Moralidade:
 Aqui aparece uma divergência, já que nem todos os autores aceitam a existência desse princípio; alguns entendem que o conceito é vago e impreciso e por isso o vêem absorvido pelo princípio da legalidade, enquanto outros entendem que o princípio surgiu e se desenvolveu sob a idéia de desvio de poder ou improbidade administrativa.
Em face do direito positivo brasileiro, a reposta é negativa, quanto a primeira corrente, pois a Constituição República de 1967, no artigo 82,V considerou como crime de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a probidade administrativa; e a Constituição de 1988, corroborou com esse entendimento ao repetir aquela norma no artigo 85, V, e ainda promoveu um avanço, ao mencionar, no artigo 37 caput, como princípios autônomos: o princípio da legalidade e da moralidade.
 
A carta Magma puniu os atos de improbidade administrativa com a suspensão dos direitos políticos, perda da função e etc. (art.37, §4º da CR).
Exemplos: Art.9º da Lei 1079/50; Art. 3º da Lei 8429/92; Art.2º e seu § único, inciso IV da Lei 9784/99.
 
É de bom alvitre lembrar que, tal princípio também será aplicável ao particular, quando este se relaciona com a administração pública.
 Exemplo: Lei 8484/ 94 – licitação em quartel.
Moralidade então, se relaciona juridicamente com o ato praticado por particular ou pela Administração, que embora em consonância com a lei, ofenda a moral, os bons costumes, as regras da administração e os princípios da honestidade comum.
Publicidade:
O princípio da publicidade exige ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvada as hipóteses de sigilo previstas em lei. Por isso, pode-se dizer que publicação do ato fala de eficácia do ato e de controle. Existem atos que poderão ser publicados em resumo ou na íntegra, e só após esta publicação o ato produzirá efeito. 
A Constituição da República prevê esse princípio no art.37, além de outros preceitos que o restringem ou ampliam:
Art.5º, inciso LX da CR- intimidade e interesse pessoal;
Art. 5º, inciso XIV da CR- acesso a informação e resguardo da fonte;
Art.5º inciso XXXIII da CR- direito de receber informações dos órgãos públicos;
Art.5º inciso LXXII da CR- habeas data;
Art.5º inciso XXXIV da CR.
 Além da eficácia, esse princípio fala de controle que só será possível, em tese posteriormente a feitura do ato, pois antes não se tem como controlá-lo.
Exemplo. Decreto só poderá ser controlado após da publicação;
 
 Investigações policiais art.20 do código de processo penal admite sigilo;
Finalidade:
 A Administração Pública deve agir com a finalidade de atender ao interesse público visado pela lei. Caso contrário, dar-se-á o desvio de finalidade, que é uma forma de abuso do poder, acarretando a nulidade de ato. 
O objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo têm que ser o interesse público, exigido nos contratose negócios privados. Esse objetivo é alcançado desde que haja coincidência entre os interesses públicos e os interesses privados, não se negando que este é o fim da Administração Pública. Como preconiza Celso Antônio Bandeira de Melo: “É o princípio da finalidade inerente ao princípio da legalidade e não só decorrência sua, nele estando contido, pois corresponde à aplicação da lei tal qual é, na conformidade de sua razão de ser, do objetivo em vista da qual foi editada”.
 Havendo essa conformidade razão de ser da lei e seu objetivo é que se firmará a competência, pois a lei não dará legitimação, ou seja, direito de praticar o ato sem um objetivo próprio.
Exemplo: Ato deve atender a sociedade e não um grupo de indivíduos, uma família, sociedade civil, industrial.
 Eficiência:
 O princípio da eficiência foi ratificado e ampliado pela Emenda Constitucional 19/98 (Reforma Administrativa). E a partir daí, se passou a entender que não basta a instalação do serviço público, e sim que este seja eficaz, perfeito e produza rendimento para sua consecução. Para isso, o Poder Público deverá atualizar o serviço público de modo a evitar desperdício ou má utilização do dinheiro público.
 
Esse princípio se apresenta então nos seguintes aspectos: modo de atuação do agente Público e modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública.
No primeiro aspecto, deve a Administração qualificar seus agentes para que possam desempenhar melhor sua atividade; e no segundo aspecto, buscará o melhor resultado, organizando, estruturando e disciplinando os serviços para que não causem lesão.
Exemplos: Contratos de gestão, agências autônomas, organizações sindicais.
 É importante lembrar, que esse princípio não poderá nunca se sobrepor ao da legalidade, sob pena de sérios ricos à segurança jurídica e ao próprio Estado de Direito. 
* JÁ RESUMI NAS AULAS DE ADM III
Título II: Dos Poderes Administrativos:
 O abuso do Poder:
 A teoria do abuso de poder ou de autoridade encontra na quebra da moral administrativa seu principal fundamento, aplicando-se no Direito Administrativo, com maior força, certamente pela repercussão pública dos atos administrativos. A Constituição da República expressamente se refere aos cidadãos indicando-lhes os remédios heróicos do mandado de segurança e do direito de representação contra os abusos de autoridade (art.5º, XXXIV e LXIX). 
 
 Costuma-se distinguir dentro da figura do abuso de poder o excesso de poder propriamente dito e o chamado desvio de finalidade do ato, caracterizando-se o primeiro, pelo uso ilícito ou irregular do poder, ou seja, fora da lei ou sem utilidade pública; já o excesso de poder se caracteriza pela prática do ato por autoridade que excede em sua competência exorbitando no uso de suas faculdades administrativas (excede na competência legal). E aparecerá o desvio de finalidade pela falta de correspondência entre a finalidade declarada e a praticada, encobrindo um fim ilícito ou imoral do agente administrativo.
Por isso, pode-se dizer que o abuso de poder é gênero, enquanto o excesso de poder e o desvio de finalidade são espécies. O abuso de poder pode ocorrer através de ato comissivo ou omissivo, doloso ou culposo, porque ambos são capazes de afrontar a lei e causar lesão ao direito individual do administrado.
Exemplos: 
Excesso de poder (agente atua fora dos limites de sua competência): Descumpre frontalmente a lei, agindo além de sua competência, ou quando contorna dissimuladamente as limitações da lei para arrogar-se em poderes que não lhe são atribuídos legalmente – Estabelece uma tarifa diferente da determinada pela agência reguladora, art.103 da lei 947297; firma um contrato de locação para uso de bem imóvel pertencente ao Estado, enquanto durar a vida do locatário e por preço irrisório, ferindo o art.37 XIX da CR e a lei 8666/93, art.2º (ato simulado de venda), secretário isenta de ISS os profissionais de saúde, imposto por meio de decreto. 
Desvio de Finalidade (afastamento do interesse público): Pratica atos não queridos pelo legislador ou eivados de imoralidade, embora sob uma aparente legalidade - determina a troca semestral da cédula de identidade, com base em segurança pública, mediante pagamento de uma taxa, ou realiza desapropriação para recuperar bens litigiosos, ou para favorecer interesse pessoal ou coletivo ou remoção ex officio como modalidade como foram de punição.
Poderes de atuação da Administração:
Poder Vinculado:
 O Poder vinculado é aquele poder no qual a Administração Pública atua no caso específico de acordo com a lei. Há poder vinculado ou atuação vinculada, se a administração é obrigada a praticar ato de sua competência com elementos e requisitos, previstos na lei.
Por essa vinculação a lei é que a doutrina diz que as matérias de reserva legal absolutas terão juridicidade máxima, ou enumeração minuciosa no direito positivo para realizá-lo eficazmente, como preceitua o STF:
 “A legalidade do ato administrativo, cujo controle cabe ao Poder Judiciário, compreende não só a competência para a prática do ato e de suas formalidades extrínsecas, como também seus requisitos substancias, os seus motivos, os seus pressupostos de direito e de fato, desde que tais elementos estejam defendidos em lei como vinculadores do ato administrativo.” 
Dificilmente encontraremos um ato administrativo inteiramente vinculado, porque haverá sempre aspectos sobre os quais a administração pública terá opções na sua realização. Mas o que caracteriza o ato vinculado é a predominância de especificações da lei sobre os elementos do ato administrativo.
Os elementos vinculados serão sempre a competência, a finalidade e a forma, além de outros que a norma legal indicar para a consecução do ato. Cabe lembrar que o desvio mínimo da lei, levará o ato ser declarado de nulo.
 Exemplo: licença de construir e matrícula em escola pública. 
Poder discricionário:
Segundo o Professor José Maria Madeira: é o poder que se opõe à discrição de outrem, ou seja, o poder deixado ao seu ao seu critério, a seu arbítrio, para que delibere ou resolva segundo as circunstâncias ou necessidades do momento (divergência – Maria S.Zanella Di Pietro).
Na essência é a faculdade conferida à autoridade administrativa de, ante a certa circunstância, escolher uma entre várias soluções possíveis. Só será legitima essa atuação se o administrador atuar dentro da área cujas fronteiras à lei demarca (estabelecendo, em regra, o motivo e o conteúdo do ato – por conveniência e oportunidade).
Quando a lei abre esse leque de opções, o administrador vai poder escolher a punição mais adequada à infração. Essa possibilidade de escolha, dentro do âmbito lei é o exercício do poder discricionário, pois a lei não previu um só comportamento mais vários. Ao fazer a escolha deverá a Administração Pública mencionar o porque escolheu a opção e não outra (diferente de juízo de valor).
Um ato discricionário, por natureza, pode-se transformar num ato vinculado, desde que a autoridade motive a sua ação. Motivando, o administrador fica preso à existência e a comprovação daqueles motivos, passando a ser um ato vinculado (teoria dos motivos determinantes).
O ato discricionário difere do ato arbitrário (ação em desacordo com a norma jurídica de um determinado sistema, sendo sinônimo de ilegalidade, ilegitimidade ou abuso) e discrição (se dentre as opções o legislador seleciona, conforme sua vontade, passando por cima da lei).
Não pode o administrador passar por cima da lei, pois ao fazê-lo feriria o Princípio da legalidade, e nem deixar de escolher a opção que melhor atenda ao Estado, sob pena de ferir o princípio da supremacia do interesse público.
Hoje é impossível falar-se de poder discricionário fora do âmbito de um Estado de Direito, ou cogitar-se de poder subtraído da lei. E isso ocorre porque em regra, as matérias resolvidas pelo poder discricionário serão de reserva legal relativa, ou seja, o ato poderá ser analisado pelo Poder Judiciário, quanto à ilegalidade.
Essa análise não poderá abranger omérito administrativo (oportunidade e conveniência), pois este expressa juízo de valor com base no interesse público. Este território do ato administrativo discricionário não poderá ser perquirido pelo Poder Judiciário, devido ser atividade típica da Administração Pública.
Exemplos:
Opções da Lei – Punição do agente, o motivo é uma infração // suspensão por no mínimo trinta dias e no máximo noventa dias;
Conceitos jurídicos indeterminados- O estatuto do idoso que previu a gratuidade para os idosos (o que é idosos ? Para o estatuto os maiores de 60 anos).
O caso concreto não se enquadra na lei – Hipóteses de Desapropriação por utilidade Pública, não prevista no artigo 5º do D. Lei nº 3365/41.
Poder Regulamentar:
 O poder regulamentar do Estado é aquele dá possibilidade a Administração Pública de editar normas gerais e abstratas, visando detalhar ou explicar a lei (auto - executoriedade). Essa função se destina a tornar a norma completa, ou seja, apta a sua execução. Trata-se dos chamados regulamentos de execução, que visa completar a lei e não inovar na ordem jurídica. 
O fundamento do poder regulamentar está no artigo 84, inciso IV da CR, além dos dispositivos previstos nas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais. Em regra, essa regulamentação caberá aos chefes dos poderes executivos, enquanto a supressão das omissões ao Poder Legislativo, sob pena de invasão da competência.
Ao completar a lei o Poder Executivo não poderá contrariá-la , sob pena de invalidação. Seu exercício deverá se dar secundum legem, ou seja, em conformidade com o conteúdo da lei e nos limites que esta impuser, não admitindo o regulamento autônomo, exceto para em matéria de organização administrativa dos poderes - divergência (art.61§1º,II / art.51, IV, art.52, XIII e art.96,I, b da CR). 
Nos dizeres de José Levi Mello do Amaral Júnior
Procurador da Fazenda Nacional (PRFN – 1a Região) -  O decreto passou a ser, a partir da Emenda Constitucional no 32, de 2001, o único instrumento normativo apto a versar sobre atribuições e estruturação intestinas dos Ministérios e órgãos da Administração. As atribuições e a estruturação dos Ministérios e órgãos da administração pública não mais tocam à lei, devendo ser veiculadas em decreto autônomo – vale repetir, espécie normativa primária – desde que não implique aumento de despesa ou criação ou extinção de órgãos públicos (cf. art. 84, VI, a, da Constituição de 1988, com a redação dada pela Emenda Constitucional no 32, de 2001). Outrossim, diga-se, o novo modelo veio a corrigir distorção do modelo constitucional de 1988, a saber, enquanto os Poderes Legislativo (v. g. incisos VI e VII do art. 49, incisos III e IV do art. 51 e incisos XII e XIII do art. 52, todos da Constituição de 1988) e Judiciário (v. g. alíneas a e b do inciso I do art. 96 da Constituição de 1988) organizam-se a si próprios, o Poder Executivo só o podia fazer com o concurso do Poder Legislativo, o que, efetivamente, não faz sentido nos casos em que não há aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
Por último, há, ainda, outra hipótese de decreto autônomo: trata-se da possibilidade de extinção, por decreto, de funções ou cargos públicos – criados por lei – quando vagos (cf. alínea b do inciso VI do art. 84 da Constituição de 1988, com a redação da Emenda Constitucional no 32, de 2001). O entendimento do procurador supramencionado é ratificado pelos doutrinadores Carlos Mário da Silva Velloso, Marcello Alexandrino Diogo de Figueiredo e José M. Pinheiro Madeira. Diferente entende José dos Santos Carvalho Filho para quem a EC/32/01 não alterou a vedação de decretos autônomos, tendo em vista que o artigo 84, inciso VI trouxe a expressão ”na forma da lei” .
Poder de Polícia:
O Poder de polícia é um dos poderes que coloca em confronto dois aspectos: a autoridade da Administração Pública e a liberdade individual. A administração tem a incumbência de condicionar seu exercício ao bem estar social, não existindo para esse exercício direitos individuais absolutos.
A partir dessa afirmativa pode-se dizer que o fundamento do poder de polícia é a supremacia do direito público sobre o direito particular. Cabe lembrar, que a restrição não será absoluta, e sim restritiva para realização da ordem e não exclusão dos direitos fundamentais. 
O vocábulo polícia origina-se do grego politeia designando todas as atividades da cidade-estado. Atividades que crescem no sentido de trazer ordem pública e imposição de obrigações de fazer. 
 Atualmente o poder de polícia tem sido conceituado como toda atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. Além do conceito legal previsto no artigo 78 do CTN:
“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais”.
Esse conceito define o poder de polícia em dois sentidos:
Amplo - atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos interesses coletivos, e em sentido restrito abrangendo as intervenções gerais ou abstratas (atos do poder executivo). Ambos os sentidos poderão ser aplicados ao Direito Administrativo, desde que em atividades realizadas pelo Estado.
 O poder de polícia poderá incidir em duas áreas estatais: administrativa e judiciária. Será polícia administrativa, aquela que atua preventivamente (ações anti-sociais) e policia judiciária, que atua repressivamente (infratores da lei penal).
 No primeiro tipo de polícia podemos vislumbrar a ação do direito administrativo, incidindo sobre bens, direitos ou atividades; a segunda, pelo direito processual penal, incidindo sobre pessoas.
Considerando a polícia administrativa sua atuação pode aparecer através de: atos normativos (lei -criando limitações administrativas), atos administrativos e operações materiais (medidas preventivas e repressivas- fiscalizações e dissolução de reunião, respectivamente).
 A sua atuação terá as seguintes características (divergência): discricionariedade (margem de liberdade par apreciação quanto a determinados elementos), auto-executoridade (decisões que dispensam a administração dirigir-se preliminarmente ao juiz) e a coercibilidade (posição coativa das medidas adotadas pela administração).
Como discricionariedade é diferente de arbitrariedade, a atuação da Administração Pública não poderá ser tida como ilimitada, ou seja, deverá atuar com necessidade, proporcionalidade e eficácia, sempre para atender interesse público e nos limites da lei (PRORPOCIONALIDADE E DEVIDO PROCESSO LEGAL).
Exemplo : Contrato administrativo prevê a entrega da coisa em determinado prazo, o que faz ensejar dever administrativo . Se o particular infringir o seu dever, a Administração Pública instaurará processo para aplicar a sanção cabível – manifestação decorre do Poder de Polícia.
 Através do exemplo supramencionado, podemos classificar as formas de poder de polícia: 
Ordem – ordem nas estradas (polícia de trânsito)
Fiscalização – regulação de mercados e disciplina nas das construções (polícia edilícia) 
Consentimento – alvarás, licenças e autorizações. 
Sanção de policia- multa, interdição, demolição, destruição, inutilização.
O Poder de Polícia poderá ser originário e delegado, será originário quando exercido pelas pessoas políticas do Estado - competência decorre diretamente da lei, enquanto o poder de polícia delegado é aquele concedido as pessoas da Administração Indireta. Fala-se delegado, pois essa delegação e materializada por lei formal (ato de delegação // autoridade competente // delimitação da delegação).Questão divergente é a delegação a uma pessoa jurídica de direito privado, devido à maioria não admitir, exceto quanto aos atos fiscalizatórios (divergência).
 Exemplo: Guarda Municipal
Poder Hierárquico:
 
 O Poder Hierárquico é o alicerce da administração, que se fundamenta em dois pressupostos: a distribuição de competência e a hierarquia. Cabe ao direito positivo definir as atribuições dos vários órgãos administrativos, cargos e funções, estabelecendo uma relação de coordenação, controle, ordenação e correção. Diz-se órgãos administrativos, pois a hierarquia pode ser vislumbrada no Poder Executivo, e não entre os diversos órgãos que compõe o Poder Judiciário e legislativo (competência). 
Ainda a respeito da hierarquia no Poder Executivo, cabe assinalar que a expressão pode ser empregada em três sentidos, um técnico - político (princípio) e os outros dois jurídicos (ordenamento hierárquico e relação pessoal). Que Segundo Mário Masagão, caracteriza-se: Por uma relação estabelecida entre órgãos, de forma necessária e permanente; através de coordenação; por subordinação de uns em relação aos outros; e pela graduação da competência de cada um.
 Daí ser um vínculo que coordena e subordina uns aos outros graduando a autoridade de cada um, por atribuição originária ou delegação. A principal lei que trata da delegação é a lei 9784/99 , que levanta a possibilidade, desde que:
1.	Que a delegação advenha de quem é competente;
2.	Que não haja vedação;
3.	Que a delegação seja parcial;
4.	Que exista um prazo determinado e explicitação dessa delegação.
Avocatória # Revogação de delegação:
Avocatória - Ocorre quando o superior chama para si a competência, que delegada, sob pena de caracterizar revogação de competência. 
Revogação de competência - Dá-se pela revogação da delegação.
Poder Disciplinar:
 
Poder disciplinar é o que cabe à administração pública para apurar as infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa - pessoas que com ela contratam.
 No que diz respeito aos servidores públicos, o poder disciplinar é uma decorrência da hierarquia sendo um poder discricionário. A discricionariedade existe, limitadamente, nos procedimentos previstos para apuração de uma falta, uma vez que os Estatutos Funcionais não estabelecem regras rígidas como as que se impõem na esfera criminal. 
Além disso, a lei costuma dar à Administração Pública o poder de levar em consideração, na escolha da pena, a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público. Entretanto é de bom alvitre lembrar, que nenhuma penalidade pode ser aplicada sem prévia apuração por processo administrativo (art.5º, LV da CR). Após a apuração da Infração, cabe a Administração Pública aplicar uma das sanções previstas no artigo 127 da Lei 8112/90, sempre de forma motivada, são elas:
Advertência
Suspensão
Demissão
Cassação de aposentadoria ou disponibilidade 
Destituição de cargo em comissão 
Destituição de função comissionada
 
 
Título III : Atos Administrativos:
 
Conceito de ato Administrativo:
É toda manifestação unilateral de vontade realizada pela Administração Pública, visando travar relações jurídicas para atender o interesse público. Nos dizeres de José dos Santos Carvalho Filho: “ dá-se pela exteriorização de vontade dos agentes da Administração Pública e seus delegatários (mediante delegação da função administrativa, ensejando Mandado de Segurança), sob regime jurídico de direito público, visando à produção de efeitos jurídicos, para atender ao interesse público.”
Com isso, não se quer afirmar que a Administração Pública não possa praticar atos privados, pois estes são possíveis a Administração Pública, desde que se abstenha da Supremacia do Poder Público.
Exemplo: Sociedade de economia mista vende bens de sua produção, banco estatal celebra com particular contrato de conta corrente e a Administração paga uma de suas contas com cheque
Características ou atributos do ato Administrativo:
·	Imperatividade – A Administração pode usar a coerção para executar o ato Administrativo, independente da vontade do particular. Exemplo: tombamento, sanções de polícia. Os atos sem imperatividade não impõem a terceiros nenhuma obrigação. Exemplos: atos enunciativos (certidões e pareceres) e atos negociais (permissões e autorizações).
·	Presunção de legalidade e presunção de legitimidade – Há uma presunção juris tantun que o ato administrativo respeita a lei, o interesse público e o Estado Democrático de Direito. Essa presunção impede o controle prévio, exceto por via de controle interno e prova da ilegalidade. Exemplos: Multas de trânsito.
·	Executoriedade - Fala do Poder da Administração Pública de levar até as últimas conseqüências seus atos, independente do Poder Judiciário. Certos atos dependem da aquiescência de outros poderes, sendo chamados de Hetero-executórios.
Exemplos: Execução fiscal, multa resistida, desapropriação, demolição de prédio, destruição de alimentos.
Elementos do ato administrativo (divergência):
Os mesmos do ato jurídico mais dois:
Agente – competente (Circulo definido em lei, dentro do qual podem os agentes exercer legitimamente sua atividade).
Forma – escrita (Meio de exteriorização do ato)
Objeto – Resultado (Alteração no mundo jurídico produzido pelo ato administrativo).
Motivo – Por que (Situação que gerou a vontade do agente de praticar o ato Administrativo).
Finalidade – Para que (Interesse Público).
 	
Para evitar decorar deveríamos examinar a Lei da ação popular que conceitua os elementos do ato administrativo em seu artigo 2º. 
 Para a doutrina a competência é necessária para a prática do Ato Administrativo sendo atribuída pela lei ao agente estatal, o mesmo ocorre com a possibilidade de modificação, transferência, suspensão ou cessação dessa competência. Por isso, a doutrina entende que esse elemento é vinculado, admitindo em certos atos a delegação – artigo 11 do D. Lei 200/67 (autoridade delegante, subalterno recebe a competência e objeto da delegação), a avocação – artigo 15 da Lei 9784/99 e ratificação deste, quando praticado por agente de fato, sob os fundamentos da presunção de boa fé, da teoria da aparência e culpa in vigilando. A avocatória ocorre quando a autoridade superior traz de volta a competência que foi delegada ao subalterno, desde que haja hierarquia funcional (só existe na função administrativa, não aparecendo nas funções normativas e jurisdicionais) entre os agentes envolvidos.
 
Em regra, a forma do ato administrativo é escrita no Direito Público vigorando o Princípio da Solenidade das Formas, como regra geral. A exceção está nos atos que geram direitos ou obrigações para o terceiro. Exemplos atos simbólicos (cartazes e placas) e requisição. A motivação do ato Administrativo difere do motivo ou causa, devido aquele falar da justificativa do ato administrativo (ou exteriorização do motivo), enquanto este fala da necessidade coletiva ou situação que gerou a prática do ato. Exemplos: desapropriação – motivo: artigo 5º do D. Lei nº 3365/41; motivação – necessidade pública de construir uma escola. 
	
A doutrina majoritária entende que a motivação do ato discricionário não é obrigatória (divergência), diferente do motivo não declarado que torna o ato nulo. Entretanto, para incentivar o Estado Democrático de Direito o doutrinador Hely Lopes Meirelles seguindo o insigne doutrinador Bilac Pinto aplicava para essa espécie de ato a Teoria dos Motivos determinantes entendendo que “o ato administrativo deve guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade”. Essa aplicação é fundamental para ampliar o controle dos atos administrativos discricionários que por não exigirem expressamente motivação, esta em sendo feita passa a vincular o agente nos termos em que foi mencionada. Se o interessado comprovar que a motivo é incompatível, incongruente ou inexistente com o resultado estará o ato com vício de legalidade,fazendo surgir a possibilidade de declaração nulidade por ilegalidade.
Isso ocorre, porque o ato discricionário possui uma margem legal de escolha (juízo de valor – oportunidade e conveniência), devendo o administrador escolher um dentre os vários caminhos mencionados na lei, sempre com base no princípio da legalidade do ato e da veracidade do motivo, sob pena de nulidade. Diferente do ato vinculado que por estar todo regrado pela lei, deve o Administrador Público tão somente aplicá-la. Existe um caso em que o ato discricionário terá que apresentar motivação obrigatória, quando trata de ato de decisão (artigo 50, da lei 9784/99), respeitando ampla defesa e o contraditório.
Exemplos: nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II da CR.
Por fim, a falta de finalidade gera desvio de poder, pois o agente atua de forma contrária a finalidade do ato que é o interesse público. Como conseqüência, cabe ao Poder Judiciário analisar o motivo e o objeto.
Características:
Coercibilidade: Presunção de legitimidade ou auto - executoriedade.
Mérito Administrativo: É a avaliação da conveniência, oportunidade, da eficiência e do resultado relativas ao ato discutido. Em regra, o mérito é auferido pelo Administrador Público, que não poderá fazer esse juízo de valor nos atos vinculados, tendo em vista que seus elementos estão previstos na lei, cabendo ao Poder Judiciário controlar todo ato. Já nos atos discricionários o exame judicial não visa ratificar o mérito (juízo de valor), e sim examinar a legalidade a razoabilidade e a teorias do abuso de poder (gera como conseqüência à nulidade pela falta de finalidade ou interesse público). Divergência.
Obs.: No ato discricionário que possua conceito jurídico indeterminado (evita a atuação discricionária do administrador, devendo este usar a interpretação e integração, sob critérios objetivos - jurisprudência , pareceres e perícias), ou opções da Lei além do exame judicial quanto à legalidade é possível auferir a teoria dos motivos determinantes e razoabilidade (não invade o mérito, cria mais um limite para atuação discricionária – Estado democrático de direito, sob os parâmetros do Princípio da eficiência- custo / benefício e audiência pública – resultado vinculado). 
Classificação do Ato Administrativo: 
1. Quanto ao sujeito:
Atos simples: O ato emana da vontade de um só órgão ou agente –Exemplo: decisão de uma assembléia.
Atos compostos: O ato emana de mais de um órgão ou agente. As vontades não são autônomas, mas reproduzem uma só vontade.
Atos complexos: Há autonomia entre os órgãos diversos (ato principal e ato acessório).
2. Quanto ao conteúdo:
Atos enunciativos: Indicam juízo de valor. Exemplos: pareceres, certidões, declarações e atestados.
Atos ordinatórios: A Administração Pública organiza sua atividade e órgãos. Exemplos: Instruções, ordem de serviço.
3. Quanto aos destinatários:
Gerais: São aqueles aplicados a um número indeterminado de pessoas. Exemplo: regulamentos
Individuais: São aqueles cuja aplicação é restrita a sujeitos específicos e determinados.
Exemplo: desapropriação 
4. Quanto aos efeitos:
Declaratórios: Constatam a existência ou inexistência de eventos. Exemplo: Desapropriação. 
Constitutivos: São atos cuja constituição se funda na verificação de certos eventos. Exemplo: Terra devoluta
Condenatórios: É aquele que se impõe aos sujeitos de direito. Exemplo: Suspensão
Atos especiais:
Licença: É ato vinculado pelo qual a Administração pública confere ao interessado consentimento para o desempenho de certa atividade, após a constatação dos requisitos necessários e pedido do interessado.
Licença para construir:
1c) STF e corrente Majoritária: Antes de iniciar a obra, pode ser revogada, pois é mera faculdade de agir, não fere direito adquirido, sendo assegurado direito a indenização.
2c) Carvalhinho: É incompatível com seu caráter de ato vinculado. Ademais, a indenização cabível não se coaduna com a revogação dos atos administrativos.
3c) Hely Lopes Meirelles: Diz que há uma reavaliação da obra, mediante indenização (desapropriação do direito de construir ou cassação expropriatória – Diogo de Figueiredo). 
Parâmetro para auferir o início da obra: 
Fundações 
Permissão:
Conceito: É ato administrativo discricionário, precário pelo qual a Administração Pública consente ao particular o uso de bem público. Pode ser condicionada (prazo determinado e razões de revogação) criando uma auto-limitação para a Administração pública - a discricionariedade sofre mitigação. 
	
A permissão pública pode apresentar-se como forma de delegação por meio do qual a Administração Pública admite ao particular o uso de certo bem público ou a realização do serviço de utilidade pública. Essa delegação ocorre por meio de ato administrativo negocial (unilateral), discricionário e precário, ou contrato de adesão, respectivamente (divergência). 
A permissão pública como ato administrativo ou contrato de adesão (contratualização da permissão), poderá ser revogável a qualquer tempo (desde que não haja prejuízos), nos termos do artigo 175 da Constituição da República. O que foi ratificado pelo artigo 40 da Lei nº 8987/95, e por recente entendimento do STF, acabando de vez com a diferença que havia entre a concessão e a permissão pública (delegação de serviço público). 
É de bom alvitre lembrar, a existência de permissão para uso de bem público como ato administrativo deferido intuitu personae . Devido à sua natureza precária, a permissão não assegurará aos permissionários as prerrogativas legais atribuídas aos concessionários de serviços públicos, sendo facultado à Administração revogar o ato de permissão, sem qualquer indenização ao executor do serviço, desde que a pessoa física ou jurídica não tenha prazo, e seus gastos sejam reembolsados, após sua constatação específica em processo administrativo próprio.
Diferença com a concessão:
A diferença está na constituição, pois a concessão decorre de acordo de vontades, e a permissão como ato ou contrato, unilateralmente por conveniência administrativa; e também na precariedade existente na permissão sem prazo e não na concessão. 
 Características da Permissão:
1. Permissão é ato unilateral, discricionário, precário, intuitu personae, podendo ser gratuito ou oneroso;
2. Não depende de licitação;
3. Seu objeto é o uso de certo bem público, continuando o Poder Público com a titularidade;
4. A utilização do bem pelo permissionário ocorrerá por sua conta e risco;
5. As Condições serão estabelecidas pela Administração Pública que poderá a qualquer momento alterar ou revogar, por interesse público;
6. Pode ser estabelecida mediante prazo (condicionada ou qualificada – Helly Lopes Meirelles e Cretella Júnior respectivamente).
Maria Sylvia Zanella de Pietro – Vislumbra que há diferença entre a concessão da permissão, principalmente que aquela dá-se por contrato, enquanto está terá a natureza jurídica de ato administrativo. Para o doutrinador Diógenes Gasparine - a concessão e a permissão foram equiparadas pela CR e posteriormente pela lei 8987/95, art.40, § único, ambas sendo constituídas mediante contrato.
Exemplos :
Limpeza da repartição pública – contrato de concessão;
Feira livre – permissão;
Passeata - autorização;
Táxi – permissão;
Vans – permissão;
Moto-táxi- serviço irregular;
Navegação aérea – concessão;
Táxi- aéreo – permissão;
Autorização:
São atos administrativos que visam atender as necessidades coletivas transitórias, instáveis e urgentes, mas que sejam relevantes aos cidadãos. Dá-se de forma precária, ou seja, revogável a qualquer momento, o que faz com que alguns doutrinadores não a veja como forma adequada para delegação de serviço público. O doutrinador Marçal Justen Filho entende que a autorização não é um meio adequado de delegação de serviço público, só ocorrendo de forma excepcional. Levanta que a base constitucional do instituto está prevista no artigo 170, § único da Constituição da República, ocorrendo mediante ato estatal da Administração Pública e desde que os requisitos tenham sido atendidos pelo particular,sob supervisão da Administração Pública. Divergindo do doutrinador supramencionado os doutrinadores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo entendem que a autorização é forma adequada de delegação do serviço público, e apresentam como base constitucional o artigo 21, incisos XI e XII. Também levantam uma nova espécie de autorização vinculada, nos termos da Lei nº9472/97, artigo 131, §1º.
Independente do tipo de autorização, faz-se necessário uma supervisão do poder autorizatário de forma prévia e a posteriori. De forma prévia para impedir que certas atividades excessivamente onerosas sejam conferidas aos autorizatários (impossibilidade de amortização dos gastos), e a posteriori para auferir a mantença do serviço com base no binômio oportunidade e conveniência.
Exemplos: taxa, guardas, despachantes.	
Diferença entre concessão (contrato), autorização e permissão (atos administrativos da espécie negocial): 
Concessão: Administração contrata um serviço de utilidade pública;
Autorização: Administração consente numa atividade de interesse exclusivo ou preponderante do particular;
Permissão: Administração faculta a realização de uma atividade de interesse concomitante do permitente (administração), do permissionário (empresa) ou do público.
Formas de Extinção do Ato Administrativo:
1. Invalidação ou anulação:
É a desconformidade do ato com as normas reguladoras (ato ilícito), abrangendo a nulidade e anulabilidade (divergência). Nos dizeres de Diógenes Gasparini, é a retirada retroativa parcial ou total de um ato administrativo, praticado em desconformidade com o ordenamento jurídico, por outro ato administrativo. Essa invalidação ou anulação poderá ser declarada pelo Poder Judiciário ou pela Administração Pública. 
Condições : 
·	Devido processo legal (artigo 5º, inciso LIV e LLV da CR e Súmulas do STJ 473 e 346);
·	Prazo ou decurso do tempo (artigo 27 da Lei 9868/99, artigo 54 da Lei 9784/99, artigo 50 da Lei 9784/99 e artigo 1º do Decreto Lei 20.910/32).
·	Atos consolidados ou com efeitos produzidos.
Exemplos: Erro de grafia (nulidade relativa ou absoluta);
 Desfazimento do de concurso público e demissão dos nomeados, sem o devido processo legal (nulidade absoluta).
 
 
2. Revogação:
A revogação é função típica da administração pública, pois reanalisa o mérito. Ocorre quando está retira do mundo jurídico o ato administrativo válido por razões de falta de conveniência e oportunidade (interesse público). Apresenta as seguintes características: efeito ex nunc, fundamento no poder discricionário e a obrigatoriedade de respeitar os Direitos Adquiridos.
Não pode ser revogado: Atos que exauriram seus efeitos - férias, afastamento após o prazo fixado;
 Atos vinculados - licença;
 Atos que geraram direitos adquiridos - concessão de aposentadoria;
 Atos de procedimento administrativo - licitação por força da preclusão do ato administrativo anterior pelo ato sucessivo;
 Atos enunciativos - pareceres, certidões, e atestados.
Aspectos importantes da revogação: Carvalho do Santos.
A revogação tem caráter definitivo, fazendo cessar o ato revogado e o ato revogador. Por isso, a simples revogação do ato revogador não terá o efeito represtinador, conforme o artigo 2º, §3º da LICC, surgindo um novo ato Administrativo com dois capítulos um destinado a revogação e outro destinado ao mesmo objeto do ato revogado. Esse ato não aproveita os efeitos produzidos depois da revogação, mas apenas admite os mesmos efeitos a partir de sua vigência.
Efeitos consolidados:
O ato administrativo revogável é ato válido, embora inconveniente. A inconveniência não dá Administração Pública a possibilidade de revogar atos consolidados (direito adquirido), exceto se o ato possui efeitos materiais admitindo a Administração Pública indenizar as perdas do administrado. Outra limitação a função típica da Administração (revogação por falta de interesse público) são os atos que apresentam vícios cuja retirada traria mais prejuízo ao interesse público do que a manutenção do ato. Exige-se então, em ambos os casos que Administração pública pela autotutela (STF 473) e o contraditório, venha auferir o ato e constatar a presença de direito adquirido ou conseqüências prejudiciais a revogação para não mexer no ato, sob pena de Responsabilidade Objetiva – teoria do fato consumado.
Convalidação:
A convalidação ocorre por meio de um ato administrativo da retirado do vício do ato administrativo, ou seja, a Administração Pública aproveita o ato retirando o vício de forma e competência, sob o princípio da supremacia do interesse público. A convalidação apresenta natureza jurídica de ato administrativo discricionário (divergência) limitada à impugnação do interessado e o decurso do tempo com a ocorrência da prescrição do poder de convalidar (artigo 55 da lei 9784/99).
Espécies:
Ratificação: É o ato administrativo pelo qual o órgão competente confirma um ato inválido anteriormente praticado suprimindo a ilegalidade que vicia. 
Exemplo: artigo 84, incisos VI e XXI da CR.
Reforma: É o ato administrativo pelo qual se conserva a parte não afetada pela ilegalidade;
Exemplo:Desapropriação indireta // indeniza.
Conversão: É o ato administrativo pelo qual se aproveitam os elementos válidos de um ato ilegal para com eles se compor um outro ato que seja legal.
Exemplo:Concessão sem licitação // permissão. 
Título IV : Contratos Administrativos:
Conceito: É o ato plurilateral ou acordo firmado entre a Administração Pública, agindo nesta qualidade e o particular ou outra entidade da Administração Pública, para a consecução de objetivos que atendam o interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração.
Competência Legislativa: 
Todos os entes da federação poderão legislar, desde que tenham capacidade política, e sob as normas gerais editadas pela União- normas gerais (lei nº 8666/93). 
Características: (divergência)
Consensual - Acordo de vontades, prevalecendo à presença intrínseca das cláusulas exorbitantes previstas no artigo 58 da Lei 8666/93.
Forma - Escrito e requisitos especiais, como regra artigo 60, §único da lei 8666/93. Excepcionando-se a mesma lei admite no artigo 23, II, a da Lei 8666/93 a forma oral para o convite.
Oneroso – Remunerado conforme preceitua o artigo 55, inciso V da lei 8666/93 e artigo 167, inciso II da Constituição Federal.
Comutativo – Compensações recíprocas e equivalentes, exigindo-se do contratado um serviço adequado, sob pena de responsabilidade e do administrado o pagamento da tarifa.
Intuitu personae – Próprio do contratante ou personalíssimo a ele. 
O que não impossibilita a sub contratação, desde que nos termos do artigo 26, § 1º da lei 8987/95.
Prazo- Em regra o contrato administrativo deverá durar um ano civil (vigência do crédito orçamentário), exceto aqueles previstos nos planos plurianuais, serviços continuados ou programas de informática poderão ser prorrogados- Artigo 57, inciso II da Lei 8666/93 e artigo 167, §2º da Constituição Federal. 
Teorias quanto à formação do Contrato Administrativo, no tempo:
1a) Que nega a existência do contrato administrativo: Fundamenta-se no fato de que todo contrato é acordo de vontade – Oswaldo Aranha Bandeira de Melo.
2a)Todos os contratos celebrados pela Administração Pública são contratos administrativos, devido uma das partes ser a Administração Pública – José Roberto Dromi.
3a)Contrato Administrativo é espécie do gênero contrato: Esta corrente distingue os contratos privados e os contratos administrativos – A maioria da Doutrina.
Modalidades (divergência):
Contratos Administrativos: É gênero que comporta três espécies:
-Contratos administrativos de delegação de atribuições administrativas: Concessão de serviço público e de obra pública - Normas Públicas (artigo 58 da Lei nº 8666/93);
-Contratos privados praticados pela Administração pública: Mandato, Empréstimo,Depósito e de seguro Empreitada - Normas de direito privado (artigo 62,§3º, inciso I da Lei nº 8666/93 // sem ou com cláusulas exorbitantes, embora o artigo 62,§3º c/c artigo 58, alínea da Lei nº 8666/93 admita).
Cláusulas Exorbitantes ou privilégios ou peculiaridades:
Exigência de garantia do contrato (artigo 56, § 1º da Lei 8666/93): Após a execução do contrato a Administração Pública deverá devolver a garantia ao contrato. Poderá, entretanto perdê-la se ocorrer rescisão por culpa do contratado ou por inexecução culposa – artigo 80, inciso III da lei 8666/93.
Possibilidade de alteração unilateral de cláusula contratual pela Administração (artigo 58, inciso I da Lei 8666/93): Essa possibilidade de alteração possui um limite, desde que não cause desequilibro no acordo, o que Diogo de Figueiredo chama de cláusula de serviço ou de interesse público - artigo 65, parágrafo 1º da lei 8666/93. Outro argumento que ratifica a impossibilidade de a Administração Pública alterar aleatoriamente o contrato é a natureza da cláusula – de serviço admite alteração artigo 65, inciso I, a da lei 8666/93, enquanto a econômica veda tal alteração, exceto se respeitada a assertiva acima.
Possibilidade de rescisão unilateral do contrato (artigo 79,§ 2º da lei 8666/93): A rescisão não impede o ressarcimento dos prejuízos causados ao contratado, pela obra já realizada ou custo da mobilização, danos emergentes e devolução da garantia.
Fiscalização da Execução do contrato pela administração (artigo 67 da lei 8666/93): Dar-se-á pela Administração Pública ou por terceiro interessado.
Possibilidade de aplicação de penalidade pela própria Administração (artigo 87 da lei 8666/93): Cabe a Administração a opção de resolver seus conflitos de interesses com o administrado instaurando Processo Administrativo, do qual emanará uma decisão que faz coisa julgada administrativa. 
Possibilidade de anulação do contrato (artigo 59 da lei 8666/93): Havendo ilegalidade pode anular o contrato, com base na autotutela administrativa e na ampla defesa constitucional.
Possibilidade de retomada do objeto do contrato: O que equivale a assunção imediata do objeto do contrato, ocupação do local e equipamento, execução da garantia contratual e retenção de crédito, até os limites dos prejuízos causados.
Restrição de uso, pelo contratado, da “exceptio non adimplenti contractus” (artigo 78, inciso XV da lei 8666/93): A inadimplência estatal não possibilita o contratado de rescindir unilateralmente o contrato, e sim por meio de rescisão amigável (artigo 79, Inciso II da lei 8666/93) ou rescisão judicial (artigo 79, inciso III da lei 8666/93). Quanto aos incisos XIV e XV do mesmo artigo supramencionado, a maioria da doutrina vem admitindo ao contratado suspender o contrato.
Modalidades de Contrato Administrativo:
Contrato de Concessão: É o ajuste pelo qual a Administração delega a execução remunerada de serviço ou de obra pública, ou lhe cede o uso de bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e condições regulamentares e contratuais.
Deve se sujeitar ao procedimento licitatório prévio, geralmente concorrência, salvo a gratuita que equivale à doação. 
Contrato para execução de serviço público - art.6º, II da lei 8666/93;
Contrato para obra pública – art.2ºda lei 8987/95;
Contrato para uso de bem público – art.68 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro;
Contrato de gerenciamento: Envolve as entidades paraestatais ou entes de cooperação, nos quais as metas são estabelecidas pela Administração Pública (titular da atividade) a concessionária (executa a atividade por delegação).
* A parceria público privada advém da Lei 11079/04 , possui duas modalidades a Patrocinada e a Administrada. Em ambas as espécies a parceria visa cooperar com a Administração Pública para a consecução do serviço público, ora assemelhando – se a concessão pública (artigo 2º, §1º da Lei nº 11079/04), e ora a terceirização da atividade pública ( artigo 2º,§ 2º da Lei 11079/04).
Fatos desconstitutivos do contrato:
Desistência pela Administração Pública – anulação ou revogação
Desistência pelo adjudicatário – inadimplemento total ou fora do prazo (artigo 87 da Lei nº 8666/93) ou inadimplemento no prazo (artigo 64, § 3º da Lei nº 8666/93).
Inexecução Contratual = Inadimplemento
Inexecução com culpa:
Gera a obrigação de ressarcimento dos prejuízos, sanções administrativas, assunção do objeto ou perda da garantia – artigo 80 da lei / 8666/93 // artigo 389 da CC.
Causas de Justificação da Inexecução sem culpa:
Teoria da Imprevisão –Essa teoria relativiza a cláusula rebus sic stantibus, na qual o contrato deverá ser executado nas mesmas condições em que foi contratado.
Ex. valor do contrato (reajustamento).
Caso fortuito ou força maior – Fatos imprevisíveis ou inevitáveis;
Fato do Príncipe: Determinação estatal, positiva ou negativa, geral, genérica, imprevista e imprevisível, que onera substancialmente a execução do contrato 
 Ex. art.65, II, d da lei 8666/93
Fato da Administração: É toda ação ou omissão do Poder Público que incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda ou impede sua execução.
Ex. deixa de entregar o local da obra ou serviço, não promove as desapropriações, não expede a tempo as ordens de serviço. Ex. artigo 57, § 1º, inciso VI c/c artigo 78, inciso XVI da lei 8666/93.
Diferença entre o Fato do Príncipe e da Teoria da imprevisão: O primeiro foge da vontade do contratante, sendo um ato genérico do Poder Público Enquanto a Teoria da Imprevisão é o ato que foge da vontade de ambas as partes – o artigo 65, inciso I, d da lei 8666/93 cita tanto o fato do príncipe quanto à teoria da imprevisão.
Reequilíbrio Econômico Financeiro: Em razão de cláusula de modificação unilateral (artigo 58 da lei 8666/93), fato do príncipe (ato genérico do Poder Público que interfere no contrato) e fato da Administração (ato que gera a inadimplência da Administração pública – Resultado artigo 65, § 5º da Lei 8666/93). 
Prazo do Contrato: 
O contrato é estabelecido para durar um ano civil (Artigo 36 da lei orçamentária 4320/64), nos termos do artigo 57 da Lei nº 8666/93. Entretanto, há casos em que se admite a possibilidade de prorrogação, desde que sob fundamentação são eles: Plano plurianual – artigo57, inciso I da Lei 8666/93, contratos contínuos ou serviços continuados – artigo 52, inciso II da Lei nº 8666/93 e programas de informática – artigo 52, inciso IV da Lei nº 8666/93.
Renovação do contrato:
Diferente da prorrogação, a renovação é vedada, sob pena de burlar o Princípio da Obrigatoriedade da Licitação (artigo 37, inciso XXI da Lei nº 8666/93), exceto nos casos em que a Lei estrita e expressa autorizar – Diogo de Figueiredo.
Revisão do Contrato:
Conceito: É a modificação das condições de execução, e pode ocorrer por interesse da própria administração ou pela superveniência de fatos novos que tornem inexeqüível o ajuste inicial. Ocorrerá, por exemplo, para promover no contrato um equilíbrio econômico-financeiro, artigo 65,§ 5º da lei 8666/93.
A revisão é obrigatória e independe de lapso temporal, ou seja, é algo inesperado - artigo 65, § 6º da lei 8666/93, enquanto o reajuste ocorre para sanar as perdas econômicas sofridas pelo contratado, sendo anual e esperado.
Rescisão do Contrato:
Conceito: É o desfazimento do contrato durante a sua execução, por inadimplência de uma das partes, pela superveniência de eventos que impeçam ou tornem inconveniente o prosseguimento do ajuste, ou pela ocorrência de fatos que acarretem o seu rompimento de pleno direito.
Pode ser:
1.Administrativa: Por ato próprio e unilateral da Administração, ante a inadimplência do contratante ou por interesse do serviço público (art.78, XII da lei 8666/93). Sempre por meio de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente, art.79, §1ºda lei 8666/93. É cláusula exorbitante. 
2.Amigável ou consensual: Realizada por mútuo acordo para extinção do contrato e ajuste dos direitos dos contratantes, art.79, inciso II da lei 8666/93, (efeito ex nunc, da data do distrato para

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