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DIREITO ADMINISTRATIVO III

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DIREITO ADMINISTRATIVO III
Profª Nilma Bastos
I - CONTROLE
			1) POLÍTICO: Aquele que tem por base a necessidade de equilíbrio entre 
Tipos de	 os Poderes estruturais da República (sist. de freios e contrapesos)
Controle	 Estudado basicamente no DConstitucional.
2) ADMINISTRATIVO: Aqui não se procede a nenhuma medida para es-
 tabilizar poderes políticos, mas, ao contrário, se pretende alvejar os ór-	 gãos incumbidos de exercer a FUNÇÃO ADMINISTRATIVA do 
 Estado. 
Controle Político Relaciona-se com as INSTITUIÇÕES POLÍTICAS
Controle Administrativo Direcionado às INSTITUIÇÕES ADMINISTRATIVAS
- CONTROLE DA AP é o conjunto de MECANISMOS JURÍDICOS e ADMINISTRATIVOS por meio dos quais se exerce o PODER DE FISCALIZAÇÃO e DE REVISÃO da atividade administrativa em qq das esferas de Poder.
Binômio = Controle é REVISÃO e FISCALIZAÇÃO
- Fundamento do controle: art. 2º (princípio da separação de poderes) Controle recíproco 
- Natureza Jurídica do controle: O controle tem natureza jurídica de PRINCÍPIO. 
 Significa que é de CUMPRIMENTO OBRIGATÓRIO (caráter de INDISPENSABILIDADE), não pode ser recusado por nenhum órgão administrativo.
 Fundamento: Art. 6º, V, DL 200/67 (estatuto da reforma administrativa federal) Este Decreto relacionou 5 princípios fundamentais aos quais deverá estar atrelada a AP: o planejamento, a coordenação, a descentralização, a delegação de competência e o controle.
2. CLASSIFICAÇÃO
2.1. QUANTO À NATUREZA DO CONTROLADOR
- Todos controlam os demais poderes (CONTROLE EXTERNO) e exercem controle sobre seus próprios atos (CONTROLE INTERNO)
- Ex: É a AP que defere os alvarás de licença
- Ex: O fórum da Taquara não tem habite-se porque não respeitaram o alvará de licença (tem 3 pavimentos ao invés de 2). A licença pode ser cassada porque não foi autorizada. O Poder J pode ser multado. É o M que tem a competência urbanística.
* Obs: Quando um ato é vinculado, ele só pode ser cassado.
- TC auxilia no controle externo
a) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- É o controle que se origina da própria AP. Significa aquele PODER que têm os órgãos que a compõem, de fiscalizarem e reverem seus próprios atos, controle, aliás, normalmente, denominado de AUTOTUTELA.
- Ex: Revogação de um ato administrativo
b) PODER LEGISLATIVO
- O controle legislativo é executado pelo Poder L sobre os atos da AP.
- Ex: Controle exercido pelos TC´s (órgãos de controle financeiro que integram o L das diversas esferas da federação) 
c) PODER JUDICIÁRIO
- O controle judicial é o levado a efeito pelo Poder J
- Cabe ao Poder J a decisão sobre a LEGALIDADE, ou não, de atos da AP
- Ex: Controle exercido por meio de ações judiciais nas quais se discuta sobre a legalidade de atos administrativos
2.2. QUANTO À EXTENSÃO
a) INTERNO (ou autocontrole)
- É aquele exercido por órgãos de um Poder sobre condutas administrativas produzidas dentro de sua esfera.
- Ex: Controle interno que a Corregedoria exerce sobre os atos dos serventuários da Justiça
- Princípio que dá base ao controle interno: PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA - Súmulas 346 e 473, STF.
 Vício de legalidade = Anulação = Ex tunc
		 Revogar = Ex nunc
 A ATUAÇÃO DE AUTOCONTROLE É A QQ TEMPO?
 Não. O limite é o PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA (art. 54, Lei 9784/99). Ver (1) há quanto tempo o ato foi deferido e (2) se houve boa-fé. 
 Anular é outra coisa pois sobre ilegalidade não há prescrição.
 O STF tem usado esse princípio da segurança jurídica, inclusive em vício (ilegalidade), o que assusta porque, guardadas as devidas proporções, isso é a teoria do fato consumado (não colocar isso em prova). Ex: Concessão de aposentadoria para quem não era incapaz, embora se julgasse como tal (havia boa-fé) O STF manteve a aposentadoria em razão do princípio da segurança jurídica.
* OBS:
	O PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA permite um REEXAME DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (para revogá-los ou anulá-los - Súmulas 346 e 473, STF). Cabe lembrar, que o princípio supramencionado sofre uma LIMITAÇÃO pelo princípio da segurança jurídica, nos termos do art. 54 da Lei 9784/99. 
b) EXTERNO (ou heterocontrole)
- Ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em Administração diversa daquela de onde a conduta administrativa se originou.
- Ex: Controle do J sobre atos do E em ações judiciais. Controle do TC sobre atos do E e do J.
- Em regra, este tipo de controle tem um limite que é a LEGALIDADE. 
 Ex: Julgamento de infração cometida por servidor com base em discricionariedade motivada. O J não pode substituir a sanção imposta, não pode invadir aquilo que é mérito (não pode trocar demissão por suspensão), só pode anular a sanção se houver vício de legalidade (ex: não houve respeito ao contraditório, etc)
 Observar a RAZOABILIDADE é invasão de mérito? 
 Ex: Construção de aeroporto para disco voador. 
 Razoabilidade não é invasão de mérito, porque é um princípio (implícito e aceito). A legalidade que o juiz observa é ampla, abrange lei e princípio, não se restringe aos dispositivos legais. Ferir princípio é pior do que ferir lei. 
Assim, “o Poder J poderá ANULAR os atos eivados de VÍCIO DE LEGALIDADE (não observância da lei, não observância dos princípios administrativos, motivo inverídico - teoria dos motivos determinantes, existência de conceito jurídico indeterminado)” (profª).
- Quando um MANDATO FOR FIXO (ex: mandato de dirigente de Agencia Reguladora), a exoneração tem que ser motivada. Ex: Lula queria exonerar o dirigente da ANAC, para isso, provou o caos aéreo. Se não tivesse ocorrido o caos aéreo, o dirigente iria requerer INDENIZAÇÃO (não é de se requerer reintegração = pois este é provimento derivado para o servidor público).
- Se o motivo não foi verídico, será passível de anulação pelo J (teoria dos motivos determinantes)
- “Exoneração motivada por interesse público” é CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO, por isso, não serve (não propicia ampla defesa e contraditório) O J pode anular, não será invasão de mérito. 
- Ex: Exame psicotécnico. Tenho o direito de saber o motivo pelo qual fui reprovada.
2.3. QUANTO À NATUREZA JURÍDICA DO CONTROLE
a) CONTROLE DE LEGALIDADE
- É aquele em que o órgão controlador faz o confronto entre a CONDUTA ADMINISTRATIVA e uma NORMA JURÍDICA VIGENTE E EFICAZ (que pode estar na CF, na lei ou em ato administrativo impositivo de ação ou de omissão). Verificada a INCOMPATIBILIDADE DA AÇÃO OU OMISSÃO ADMINISTRATIVA com a norma jurídica incidente sobre a espécie, deve ser revista a conduta por ser ILEGÍTIMA.
 (Confronto )
		CONDUTA ADMINISTRATIVA NORMA JURÍDICA VIGENTE E EFICAZ 
						 			
INCOMPATIBILIDADE DA AÇÃO OU OMISSÃO ADMINISTRATIVA com a norma jurídica incidente sobre a espécie 
						 			
A CONDUTA deverá ser revista por ser ILEGÍTIMA.
- Este controle pode ser:
I) INTERNO: Quando processado pelos órgãos da mesma Administração
II) EXTERNO: Quando processado por órgãos de Poder diverso.
- Portanto: L, J e a própria AP podem exercer o controle de legalidade.
- Ex1: O J examina a LEGALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS em MS (art. 5º, LXIX, CF)
- Ex2: O L, pelo seu TC, aprecia a legalidade dos atos de admissão de pessoal (art. 71, III, CF)
- Ex3: A AP, em qq esfera, controla a legalidade de seus próprios atos: se uma autoridade estadual age em desconformidade com norma jurídica válida, pode o Secretário Estadual controlar a legalidade da ação administrativa
b) MÉRITO
- É o controle que se consuma pela verificação da CONVENIÊNCIA e da OPORTUNIDADE da conduta administrativa
Binômio oportunidade - conveniência
- Neste controle, NADA SE QUESTIONA SOBRE A LEGALIDADE pois o controle de mérito é PRIVATIVO DA ADMINISTRAÇÃO e, logicamente, não se submete à sindicabilidade do Poder J (Hely e Carvalho). Ao J somente é cabível o controle de legalidade, vez que constitui sua função decidir sobre os confrontos entre as condutas administrativas e as normas jurídicas.
- A CJ ADMINISTRATIVA faz mera preclusão de efeitos internos. Irresignado, pode-se recorrer ao J (aprecia a legalidade, não o mérito). Ex: Sanção proporcional, observância dos princípios,etc = Reexame da legalidade
2.4. QUANTO AO ÂMBITO
a) Controle de SUBORDINAÇÃO
- É aquele exercido por meio dos vários PATAMARES da HIERARQUIA ADMINISTRATIVA dentro da MESMA ADMINISTRAÇÃO Decorre da relação de subordinação que existe entre os diversos órgãos públicos, a qual permite ao órgão de graduação superior fiscalizar, orientar e rever a atuação de órgãos de menor hierarquia.
órgão de graduação 		Fiscalizar		Atuação de órgãos
SUPERIOR				Orientar		DE MENOR
					Rever			HIERARQUIA
- Este controle é tipicamente INTERNO porque os órgãos pertencem, como regra, à mesma pessoa
- Órgão julgador = É a autoridade hierarquicamente superior. 
 Exceção!!! No PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO é a própria autoridade que julgou que reaprecia. Portanto:
RECURSO COMUM: Sempre dirigido à autoridade superior àquela de cujo ato se recorreu
PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO: É uma solicitação feita à autoridade que despachou no caso, com o fim de imprimir outro rumo à decisão anteriormente tomada. 
- Ex: O controle exercido por um departamento administrativo municipal sobre suas divisões; ou de cada divisão sobre as seções que a integram.
 Onde existe subordinação?
 No ÓRGÃO PÚBLICO.
 Quando a AP recebe a função de administrar (*), presta algumas funções de forma direta (AP direta / centralizada) presta os SERVIÇOS ESSENCIAIS e, para isso cria o órgão público (ente despersonalizado, dentro do qual há uma hierarquia). Descentralização hierárquica
(*) Obs:
Administração Pública no sentido OBJETIVO: É a função de ADMINISTRAR
Administração Pública no sentido SUBJETIVO: É a ESTRUTURA HIERÁRQUICA
 Será que o órgão público só esta na AP direta?
 Não. Empresas públicas, SEM, etc tb podem se subdividir em órgãos públicos. O art. 1º, §2º, I, Lei 9784/99 diz que o órgão público pode existir tanto na AP direta como na indireta.
b) Controle de VINCULAÇÃO (controle finalístico ou supervisão ministerial)
- Aqui, o PODER DE FISCALIZAÇÃO e de REVISÃO é atribuído a uma PESSOA e se exerce sobre os atos praticados por PESSOA DIVERSA. 
- Tem, portanto, CARÁTER EXTERNO
- Este controle é o + comum na relação entre as pessoas da ADMINISTRAÇÃO INDIRETA e a RESPECTIVA ADMINISTRAÇÃO DIRETA. Como é sabido, as pessoas jurídicas da Administração Indireta estão vinculadas à respectiva Administração Direta, sendo, em conseqüência, por esta controladas. 
- Competências constitucionais: Art. 21-22 (U), 25 (E), 29 a 30 (M)
- Delegação é outorga
- Ex: O BANCO DO BRASIL, como sociedade de economia mista, sofre CONTROLE POR VINCULAÇÃO por parte da União Federal, através do MINISTÉRIO DA FAZENDA.
- Ex: Criação de AP indireta (descentralização institucional) Princípio da Especialidade: quando crio uma PJ, tenho que criar alguém com uma finalidade específica. Ex: Para exercer atividade econômica, SEM; para prestação de serviço público, empresa pública.
- Possibilidade do Chefe do Poder E nomear dirigente é típico da supervisão ministerial
- Art. 26 § único do DL 200/67: Fala da supervisão ministerial na AP Indireta
* Relembrando:
Descentralização Hierárquica: É classicamente chamada de descontração. É o repasse da execução do serviço é feito de um órgão para outro órgão dentro da mesma entidade administrativa, não há um repasse para um terceiro. É o caso das subprefeituras.
Descentralização Institucional: Há o repasse de serviço de uma entidade para outra entidade (pessoas jurídicas diversas). O repasse é feito por lei, pois a lei cria a pessoa jurídica descentralizada, chamada também de administração indireta. Sabendo-se que essa pessoa jurídica foi criada pelo Estado, na doutrina clássica é chamada de descentralização POR SERVIÇO. Chamada também de outorga. 
Descentralização Por DelegaçãO: É a chamada pela doutrina clássica de descentralização por Colaboração. O serviço é repassa para um particular. Diferente da descentralização institucional que é legal, a por delegação é contratual. 
 Existe recurso hierárquico impróprio?		(PROVA)
Recurso hierárquico próprio = Aquele no âmbito da própria AP
Recurso hierárquico impróprio = Aquele recurso “julgado fora do âmbito da Administração” (profª) 
Regra: Não existe recurso hierárquico impróprio. 
Exceção: O recurso hierárquico impróprio só é possível se houver uma AUTORIZAÇÃO LEGAL pois, em regra, entre a AP Direta e Indireta não vigora a subordinação mas, sim, a VINCULAÇÃO. 
* Doutrina:
	RECURSO HIERÁRQUICO: Tem esse nome porque as "partes se dirigem à instância superior da própria Administração, proporcionando o reexame do ato inferior sob todos os seus aspectos". 
	Assim, considera-se:
PRÓPRIO: Quando é dirigido a autoridade ou instância superior do mesmo órgão administrativo. Decorre da hierarquia e gradação da jurisdição superior à que emanou a decisão ou o ato impugnado e por ele julgado, excetuando-se os diplomas legais com determinações específicas. Ademais, está em perfeita consonância com o princípio do controle hierárquico. 
IMPRÓPRIO: Quando direcionado (e julgado) a órgão ou autoridade estranha à hierarquia da que expediu o ato recorrido. Contudo, só é admissível se estabelecido em norma jurídica que especifique todas as condições de sua utilização. 
 Ex: Concessionárias de serviços (fiscalizadas pelas agências reguladoras) que usam gasolina adulterada São multadas e recorrem no âmbito administrativo da Agência Reguladora A despeito de inexistir previsão legal, interpõem recurso ao Chefe do Poder E (já que cabe a ele legislar a respeito das Agências Reguladoras) Isso não seria possível pois, via de regra, não é possível interpor recurso junto à AP Direta por ato oriundo de autoridade da AP Indireta (já que entre elas há somente VINCULAÇÃO) mas há quem entenda que sim, com base no DIREITO DE PETIÇÃO Se a lei da Agência Reguladora trouxer a previsão, caberá o recurso (por ex, a lei específica criadora da ANVISA autoriza o recurso hierárquico impróprio).
 A AGU diz que existe recurso hierárquico impróprio porque a AGU atua em nome do Chefe do Poder E. Baseia esse entendimento com base na lei da ANVISA.
* OBS:
	O RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO é aquele julgado FORA DO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO. 
	É de bom alvitre levantar que, no direito brasileiro, a regra é a VINCULAÇÃO e não a subordinação (o recurso hierárquico exige fundamentação expressa para existir).
2.5. QUANTO À OPORTUNIDADE
a) PRÉVIO (ou a priori)
- É o exercido ANTES DE CONSUMAR-SE A CONDUTA ADMINISTRATIVA Caráter PREVENTIVO
- Não pode invadir mérito. Profª já viu decisão do TCU dizendo que a dispensa de licitação deveria passar por ele mas dispensa de licitação é mérito, TCU não pode interferir.
- Ex: Obra pública (dependendo do tipo de obra) sofre controle prévio por meio de (1) DEMOCRACIA PARTICIPATIVA (audiência pública) e (2) quando ao ÁLVARÁ DE LICENÇA (todos os entes devem requerê-lo, devem obedecer à norma urbanística local) (precisa de legalidade e legitimidade). Ex: Construção de presídio na Barra infringe a legitimidade pois a Barra possui um dos metros quadrados mais caros do RJ.
- Ex: Ação administrativa de engenharia depende de aprovação do órgão técnico superior para ser executada
b) CONCOMITANTE
- É aquela que se processa à medida que se vai desenvolvendo a conduta administrativa Aspectos PREVENTIVOS e REPRESSIVOS, conforme o andamento da atividade administrativa
- Ex: Fiscalização dos agentes públicos no curso da execução de obras públicas
 Exemplos:
I) O procedimento licitatório é obrigatório, tendo que preceder o próprio contrato
1º momento da licitação: Edital
2º momento: Entrega da proposta e das habilitações (entrega dos envelopes)
3º momento: Julgamento (abertura dos envelopes)
4º momento: Homologação (é o controle concomitante - art. 43, VI, Lei 8666):
 Se entender que há VÍCIO, a AP ANULA. 
 Se há falta de oportunidade e conveniência, revoga. Se houver revogação, não há direito de indenização pois não terá havido prejuízo até esse momento.
II) DESAPROPRIAÇÃO PARCIAL: Chefe do Poder E decide desapropriar parcialmente um terreno mas o decreto não prevê indenização A lei (art. 27, DL 3365/41)diz que a desapropriação parcial é possível mas a parte remanescente não pode ter um esvaziamento econômico. Se isso ocorrer, o particular pode recorrer ao Chefe do Poder E, que pode retificar o decreto expropriatório, transformando desapropriação parcial em total (direito de extensão):
 Caso a sanatória ocorra no momento em que estiver sendo expedido o decreto expropriatório, o controle estará sendo CONCOMITANTE 
 Se o particular recorrer ao J, o controle está sendo A POSTERIORI
* Obs:
- Regra: A fase declaratória da desapropriação ocorre por DECRETO (que é exclusiva do Chefe do Poder E)
- Exceção: Declaração por outra PJ. Ex: DNER pode declarar a desapropriação (por delegação). 
c) POSTERIOR (ou a posteriori)
- Objetivo: REVISÃO de ATOS JÁ PRATICADOS, quer para o fim de CONFIRMÁ-LOS, quer para CORRIGI-LOS
- Ex: Ações judiciais J: art. 5º, XXXV, CF - Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ou da Jurisdição Una. Este princípio se contrapõe ao Princípio do Contencioso Administrativo (não existe no Brasil, possibilidade de haver CJ).
2.6. QUANTO À INICIATIVA
a) OFÍCIO
- A própria AP inicia o controle (ninguém precisa deflagrar o controle) Caracteriza o PODER DE AUTOTUTELA DA AP
- Ex: AP dá inicio a um processo administrativo por sindicância
- Ex: Se um diretor de coordenadoria-geral reforma, por sua iniciativa, ato de uma coordenadoria regional, sua subordinada, estará exercendo controle de ofício
b) PROVOCAÇÃO
- É aquele deflagrado por TERCEIRO, que POSTULA A REVISÃO DE CONDUTA ADMINISTRATIVA invocando quais as razões que escoram o pedido revisional
- Ocorre por DIREITO DE PETIÇÃO (art. 5º, XXXIV, a, CF)
- Ex: Recursos administrativos. Se alguém depara ato ilegal ou inconveniente da AP, toma a iniciativa de solicitar seja ele revisto pela autoridade superior.
- No processo administrativo não há necessidade de advogado (há Súmula nesse sentido)
* Obs: Polícia Civil a priori não poderia fazer blitz (a não ser para investigar) pois não é polícia ostensiva, é polícia judiciária
II - PROCESSO ADMINISTRATIVO
- Infração Administração instaura PROCESSO ADMINISTRATIVO Coisa julgada com mera preclusão de efeitos internos
- Objetivo: Através do processo, a AP visa a levar a termo a decisão da administração
- Administração aplica a lei (princípio da legalidade: poder-dever de agir da AP, ela não pode se esquivar quando no acometimento de uma infração, sob pena de incorrer em condescendência criminosa), decorrente de seu poder de polícia ou de seu poder hierárquico
- Processo = todo / Procedimento = rito (instauração defesa relatório)
1. LEIS
I) Lei 8112/90 
- Versa sobre o processo administrativo DISCIPLINAR (PAD): instauração de um processo. PAD é o instrumento formal através do qual a AP apura a existência de infrações praticadas por seus servidores e, se for o caso, aplica as sanções adequadas.
- Envolve punição decorrente do poder hierárquico e do PODER DISCIPLINAR
- Quem está sendo analisado: 1) o servidor ou 
				 2) um contratado.
II) Lei 9784/99
- Versa sobre o processo administrativo comum
- Aplicável aos ADMINISTRADOS
- Envolve punição como sanção decorrente do PODER DE POLÍCIA
2. PRINCÍPIOS (art. 2º § único, Lei 9784/99)
2.1. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE (art. 2º § único, V e art. 37, CF)
- Proteção dos direitos e garantias individuais do administrado. 
- Em relação aos processos administrativos, o princípio indica que OS INDIVÍDUOS TÊM DIREITO DE ACESSO AOS REFERIDOS PROCESSOS, sequer se exigindo que sejam os titulares do direito material, mas que apontem algum INTERESSE PÚBLICO a ser preservado. (Carvalho)
- Ligados a esse princípio, a CF registra o DIREITO À INFORMAÇÃO (art. 5º, XXXIII) e o DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES para a defesa de direitos e para o esclarecimento de situações (art. 5º, XXXIV, b) Significa que o indivíduo tem o DIREITO A SER INFORMADO do que se passa junto aos órgãos públicos e, sendo assim, tem o DIREITO DE ACESSO AOS PROCESSOS que tramitam nas vias administrativas. Por outro lado, garantido o DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES, está implícito também o DIREITO DE ACESSO AOS FEITOS ADMINISTRATIVOS. (Carvalho)
- A partir da publicação nasce o binômio:
a) EFICÁCIA (quando a sanção é imposta, ela começa a produzir efeitos a partir da publicação; o ato sai do plano da validade e existência para tornar-se, também, eficaz) e 
b) CONTROLE (controle de legalidade e de constitucionalidade): possibilidade de controlar o ato administrativo. Um ato dentro de um procedimento pode ser revogado? Não porque todas as fases foram previstas na lei. Se a defesa não existiu, a partir desse momento, o administrado pode exercer controle
2.2. PRINCÍPIO DO INFORMALISMO
- O princípio do Informalismo DISPENSA RITOS SACRAMENTAIS E FORMAS RÍGIDAS PARA O PROCESSO ADMINISTRATIVO, sobretudo para os atos a cargo do particular. Bastam as formalidades estritamente necessárias à obtenção da CERTEZA JURÍDICA e à SEGURANÇA PROCEDIMENTAL (Hely Lopes Meirelles).
- Significa que, no silêncio da lei ou de atos regulamentares, NÃO HÁ PARA O ADMINISTRADOR A OBRIGAÇÃO DE ADOTAR EXCESSIVO RIGOR NA TRAMITAÇÃO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS. O que é importante é COMPATIBILIZAR OS TRÂMITES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO COM O OBJETO A QUE É DESTINADO (Carvalho) (para a Administração, deve importar mais a intenção do que a letra).
- Como decorrência de tal princípio, é um direito do administrado fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei e os atos, em regra, serão escritos, mas também serão admitidos atos orais, que deverão ser reduzidos a termo. Obviamente, caso a lei exija determinada forma para a prática do ato, esta deverá ser obedecida, sob pena de NULIDADE do ato. 
- Em suma: implica exigir menos formalidade ao requerente. 
- Concessionária recorre ao Poder E, ao invés de recorrer à respectiva Ag. Reguladora (lembrando que só pode recorrer ao Poder E se a lei criadora traga a Previsão expressa) Mas a CF nos deu o DIREITO DE PETIÇÃO, então a concessionária pode recorrer ao E com fulcro nesse direito Só que o Poder E tem que lembrar que há MERA VINCULAÇÃO e não subordinação, então, se não houver previsão legal que autorize a interposição de recurso hierárquico impróprio, só deve dar uma resposta, não pode anular a decisão da agência reguladora.
 Se houvesse previsão em lei, o Poder E pode anular a decisão da Ag. Reguladora (porque, na verdade, quem criou a Ag. Reg. Foi o Chefe do Poder E, que delegou poderes)
2.3. PRINCÍPIO DA IMPULSÃO OU DA OFICIALIDADE (art. 2º § único, XII)
- Significa que A INICIATIVA DA INSTAURAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO COMPETE À PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO, não depende da vontade do interessado (Carvalho). Compete à ela impulsionar o processo administrativo até a sua conclusão, ainda que iniciado por iniciativa de um particular.
- Não há impessoalidade quando a AP instrui, instaura e julga (sistema misto) porque não coube a ela o contencioso administrativo. Sua decisão produz mera CJ administrativa. O J ainda pode reexaminar. 
- Em outras palavras, este princípio diz que a AP pode fazer tudo porque alguém ainda pode reexaminar o que ela fez (Judiciário). O dever da AP é meramente de impulsionar, dever de dar continuidade ao processo.
- Este princípio permite aos agentes administrativos encarregados do processo várias formas de atuação ex officio, como a tomada de depoimentos, a inspeção em locais e bens, a adoção de diligências, tudo enfim que seja necessário para a conclusão do processo. (Carvalho)
- Este princípio foi acolhido pela Lei nº 9784/99 (art. 29), que consignou que as atividades de instrução com a finalidade de averiguar e comprovar os elementos necessários à decisão podem realizar-se DE OFÍCIO ou MEDIANTE A IMPULSÃO DO ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELO PROCESSO, independentemente, portanto, de haver interesse ou desinteresse das partes no processo.
2.4. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (art. 5º, LIV, CF) 
- Significa que, EM TODO PROCESSO ADMINISTRATIVO DEVEM SER RESPEITADASAS NORMAS LEGAIS QUE O REGULAM. (Carvalho)
 Pergunta: A AP poderia revogar a fase de defesa em um processo? 
 Não pode pois não é possível revogar um ato que ESTÁ DENTRO DO processo porque quem previu foi a própria lei. Revogar o ato seria revogar a própria lei. Se isso ocorrer, a autoridade, de ofício, deve SANAR O VÍCIO, se possível ou ANULAR TODO O PROCESSO.
 Atos que não podem ser revogados:
- Ato vinculado não pode ser revogado pois está na lei.
- Direito adquirido não pode ser revogado. 
- Aquilo que já exerci (férias) não pode ser revogado. 
- Atos que estão dentro do processo administrativo. 
2.5. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO (art. 5º, LV, CF)
- O art. 5º, LV, CF abrange processos judiciais e administrativos, porém é necessário que haja LITÍGIO. Portanto, a incidência do mandamento constitucional recai efetivamente sobre os PROCESSOS ADMINISTRATIVOS LITIGIOSOS. (Carvalho)
- O acusado pode atuar por si mesmo, elaborando a sua defesa e acompanhando o processo, ou fazer-se representar por advogado devidamente munido da respectiva procuração. A representação, portanto, constitui FACULDADE outorgada ao acusado. Não obstante, como garantia do princípio do contraditório, exige-se a presença de DEFENSOR DATIVO no caso de estar o acusado em lugar incerto e não sabido, ou na hipótese de revelia. Fora dessas hipóteses, contudo, é dispensável a presença de advogado. Desta forma, não nos parece correta a orientação judicial pela qual se afirma ser obrigatória, genericamente, a presença de advogado no curso do processo disciplinar (STJ, MS 10.837-DF) (Carvalho)
- Assim, em qualquer fase do processo administrativo, caso haja CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA do interessado, isso poderá acarretar a NULIDADE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO COMO UM TODO, caso não haja possibilidade de anular, apenas, os atos processuais subseqüentes.
2.6. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL (art. 156, § 1º, Lei 8112/12 c/c art. 5º, 56, CF)
- É este princípio que autoriza o administrador a PERSEGUIR A VERDADE REAL, ou seja, aquela que resulta efetivamente dos fatos que a constituíram (Carvalho)
Ao contrário do que ocorre no processo judicial, em que se procura a verdade formal (ou verdade dos autos), ou seja, a verdade é colhida através do exame dos fatos e das provas trazidos pelas partes aos autos, NO PROCESSO ADMINISTRATIVO O QUE IMPORTA É CONHECER A VERDADE DOS FATOS NO MUNDO REAL.
Para isso, cabe à autoridade julgadora do processo administrativo conhecer as provas apresentadas pelas partes, por terceiros ou até pela própria Administração. Daí, nos processos administrativos, em maneira geral, A DECISÃO DE UM RECURSO ADMINISTRATIVO PODERÁ REFORMAR A DECISÃO ANTERIOR, prejudicando a parte interessada.	
Assim, NOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS, ADMITE-SE A REFORMATIO IN PEJUS (reforma em prejuízo), a qual não é admissível nos processos judiciais criminais, por exemplo. Cuidado, pois nos processos de REVISÃO, como regra, NÃO SE ADMITE A REFORMATIO IN PEJUS.
- Assim, a AP pode COLHER TODAS AS PROVAS que entender que SÃO OPORTUNAS; da mesma forma, pode RECHAÇAR aquelas que entender PROTELATÓRIAS pois a AP é quem instrui e julga. Mas se o administrado, sentindo-se prejudicado com o rechaçamento de determinada prova (por ex, perícia), pode recorrer ao J.
- Se a AP RECHAÇA uma perícia, tem que JUSTIFICAR (teoria dos motivos determinantes), sob pena de ferir a ampla defesa e o contraditório. No momento em que fundamenta sua decisão, a AP deve tomar cuidado pois os motivos devem ser verídicos, do contrário, correm o risco de serem anulados.
 DISCUSSÃO ACERCA DA MOTIVAÇÃO DO ATO DISCRICIONÁRIO
- 1º entendimento: O ato discricionário NÃO PRECISA SER MOTIVADO (fundamento: art. 93, IX, CF - mas este dispositivo aplica-se somente ao J). 
- 2º entendimento - Corrente majoritária (Maria Sylvia): os atos discricionários TÊM QUE SER MOTIVADOS (DISCRICIONARIEDADE MOTIVADA). Os atos decisórios têm que ser motivados. Discricionariedade não é arbitrariedade.
- 3º entendimento: Não precisa motivar mas se motiva, esse motivo tem que ser verídico, o motivo vincula sua veracidade
MOTIVAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
(Claudia Frigeri - Advogada, pós-graduanda em Direito Administrativo)
No tocante ao direito administrativo sancionador, o principio da motivação, remete-se AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA AMPLA DEFESA (art. 5º, incisos LIV e LV da CF/1988, visto que a exposição dos motivos de fato e de direito de forma clara e objetiva, permitem ao administrado se insurgir, através dos meios legais, ou aceitar o ato punitivo. 
Para Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro o principio da motivação determina que a administração pública “motive” o ato administrativo, previamente ou concomitantemente a sua edição, expondo de forma expressa e clara quais as circunstâncias de fato e os fundamentos jurídicos, que levaram a sua prática. 
 Pressuposto de direito: Refere-se ao dispositivo legal em que se baseia o ato, e 
 Pressuposto de fato: Refere-se como o conjunto de circunstancias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato. 
O dever da motivação do ato administrativo, constante do art. 2º, caput, da Lei nº 9.784/1999, se aplicam aos atos vinculados e aos discricionários:
 No ato vinculado a lei estabelece de que forma o administrador deve agir, sem deixar margem de liberdade, criando assim para o particular um direito subjetivo de exigir a realização de determinado ato. 
 No ato discricionário a administração tem margem para decidir, nos limites determinados pela lei, podendo escolher qual solução melhor se adéqua ao caso concreto, levando em consideração a oportunidade e conveniência. 
Importante destacar o posicionamento do STJ, através do acórdão do Mandado de Segurança nº 9.944/DF, 1º S.: “1. A margem de liberdade de escolha da CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE, conferida à administração pública, na prática de atos discricionários, NÃO A DISPENSA DO DEVER DE MOTIVAÇÃO. O ato administrativo que NEGA, LIMITA OU AFETA DIREITOS OU INTERESSES DO ADMINISTRADO deve indicar, de forma explicita, clara e congruente, os motivos de fato e de direito em que está fundado (art.50, I, e § 1º da Lei nº 9.784/1999). Não atende a tal requisito a simples invocação da cláusula do interesse público ou a indicação genérica da causa do ato”. 
Transcrevemos da RT 275/673, decisão do T.A.S.P (TASP, RT 275/673):
“Tanto quanto os juizes, devem conseqüentemente, as autoridades administrativas motivar suas decisões: trata-se aí, de indeclinável GARANTIA:
1) DOS PARTICULARES, que melhor conhecendo as razões em que se fundam tais pronunciamentos, melhor poderão discuti-los, em instâncias superiores
2) DAS próprias AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS que apresentando os fundamentos de seu convencimento, não poderão ser acoimadas de arbitrárias, parciais ou desidiosas”
A motivação do ato administrativo somente não será obrigatória quando:
A lei a dispensar ou 
Se for incompatível com sua natureza. 
Em algumas situações OS ATOS DISCRICIONÁRIOS DISPENSAM A MOTIVAÇÃO, como nas exonerações ad nutun de cargos de provimento em comissão, aonde o administrador contrata e exonera por razões de conveniência e oportunidade. Na hipótese da administração pública motivar este ato, ficara vinculada e será obrigada a demonstrar a veracidade dos fundamentos (teoria dos motivos determinantes). A falta de motivação torna o ato invalido ou invalidável, assim assevera Hely Lopes Meirelles. 
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
Segundo esta teoria, o motivo é um requisito tão necessário à prática de um ato, que fica “umbilicalmente” ligado a ele, de modo que SE FOR PROVADO QUE O MOTIVO É FALSO OU INEXISTENTE, por exemplo, É POSSÍVEL ANULAR-SE TOTALMENTE O ATO, ou seja, OS MOTIVOS SE INTEGRAM À VALIDADE DO ATO.
Desta forma, uma vez enunciados os motivos pelo seu agente, mesmo que a LEI não tenha estipulado a necessidade de enunciá-los, o ato somente terá VALIDADE se os MOTIVOS EFETIVAMENTE OCORRERAM E JUSTIFICAM O ATO.
3. FASES
3.1. LEI 9784/99 
1ª fase: INSTAURAÇÃO- Aqui, a AP (1) descreve o fato e (2) delimita o objeto.
- Previsão: art. 5º, Lei 9784/99
- Tipos de instauração
1) DE OFÍCIO: a própria AP instaura
- Ex: Despacho - uma autoridade hierarquicamente superior fica sabendo de uma licença deferida para construção de varandas em um prédio Despacha para saber se a licença foi concedida regularmente. 
- Ex: Denúncia; Sindicância real (sindicância como mera averiguação) (*); auto de infração; perícia; portaria (quanto a autoridade hierarquicamente superior avisa que está instaurando um processo em face de um servidor ou de um administrado)
(*) Obs: Outro tipo de sindicância é aquela que ocorre dentro de um processo disciplinar
2) A REQUERIMENTO: O administrado / servidor requer (art. 5º, XXIV, a, CF)
- Todo requerimento nasce do direito de petição
2ª fase: INSTRUÇÃO
- Visa (1) colher as provas e (2) dar ampla defesa e contraditório
- Previsão: art. 29 a 44, Lei 9784/99
- Abrange:
1) PROVAS (art. 38): A lei 9784 chama esta fase de INQUÉRITO mas a doutrina chama de FASE DE PROVAS. Aplicação do Princípio da Verdade Material (AP pode rechaçar as provas que julgar impertinentes e colher as provas que entender necessárias, porém, sem ferir o princípio da ampla defesa e contraditório)
2) DEFESA: art. 44; Súmula Vinculante 5 (diz que não precisa de defesa técnica no processo administrativo; por ela, o STF veio dar um basta na polêmica que trouxe a Súm. 343, STJ = portanto, a Súm. 343 não se aplica mais)
3) RELATÓRIO (art. 47). Revisão de todo o procedimento que ocorreu.
 Natureza jurídica do relatório: MERA OPINIÃO, consiste em parecer que NÃO VINCULA A AUTORIDADE HIERARQUICAMENTE SUPERIOR mas o não acompanhamento da opinião trazida no relatório deve ser JUSTIFICADO. 
 Quem faz o relatório? Uma Comissão instituída ou comissão fixa ou o próprio servidor que acompanhou o processo.
3ª fase: JULGAMENTO 
- Previsão: art. 49
- O administrador analisa o FATO e DANO CAUSADO para, então, aplicar a devida SANÇÃO.
- O julgamento deve respeitar vários princípios mas, dentre eles, o mais importante é o da PROPORCIONALIDADE (o CESPE já perguntou isso). Esse princípio também é chamado de princípio da ADEQUAÇÃO PUNITIVA. O J pode anular uma sanção quando for verificada que ela não foi proporcional.
 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE (ou da adequação punitiva): Significa que a aplicação desproporcional de penalidade + grave do que exigiria a infração funcional constitui ATO ILEGAL, suscetível de ANULAÇÃO na via administrativa ou judicial. É garantia do administrado / servidor contra abusos de autoridade.
- Julgamento:
 Quando a autoridade julgadora acolhe o relatório em todos os seus termos (seja para absolver, seja para condenar), terá como motivo os fundamentos do relatório e como objeto a punição nele sugerida.
 Mas quando o ato decisório diverge dos fundamentos expendidos pela comissão, é necessário que o julgador exponha detalhadamente seu MOTIVO no ato para que o servidor possa IDENTIFICAR, COM PRECISÃO, O QUE VAI IMPUGNAR em eventual recurso administrativo ou ação judicial. Vide art. 168, Lei 8112/90.
* OBS da PROFESSORA:
	O processo administrativo exige uma SANÇÃO PROPORCIONAL (princípio da ADEQUAÇÃO PUNITIVA). 
Para a doutrina tradicional, a sanção será imposta sob DISCRICIONARIEDADE MOTIVADA (art. 50, Lei 9784/99) e NÃO VINCULAÇÃO (algumas decisões do STJ e José dos Santos Carvalho Filho). 
Carvalho diz que essa sanção não se funda em discricionariedade motivada mas, sim, em vinculação, haja vista existir uma VINCULAÇÃO À LEI.
Mas, na verdade, NÃO HÁ VINCULAÇÃO quando na aplicação da sanção pois O ROL TRAZIDO PELA LEI NÃO É TAXATIVO: a lei traz várias sanções, é o administrador quem opta pela mais adequada no caso concreto.
3.2. LEI 8112/90
1ª fase - INSTAURAÇÃO (art. 143)
- Lembrando que instaurar não é mera possibilidade de agir, é PODER-DEVER DE AGIR quando no cometimento de uma infração, sob pena de se incorrer em condescendência criminosa 
- Art. 151, Lei 8112/90
2ª fase - INQUÉRITO
- Sub-fases:
1) Instrução (art. 155): Fase na qual ocorre a colheita de PROVAS. 
2) Defesa (art. 164): Sem necessidade de defesa técnica.
3) Relatório (art. 166): Mera opinião; não vincula mas necessidade de motivar o porquê do não acompanhamento do relatório
3ª fase - JULGAMENTO (art. 167)
- Princípio da proporcionalidade ou da adequação punitiva
- Quando o administrador julga, ele julga sob DISCRICIONARIEDADE MOTIVADA, segundo doutrina tradicional
- Art. 127 traz um rol de sanções taxativo mas as causas trazidas na lei são exemplificativas (ex: 132 – causas de demissão)
 
III - RECURSOS ADMINISTRATIVOS
- MEIOS FORMAIS DE CONTROLE ADMINISTRATIVO, através dos quais o interessado postula, junto a órgãos da AP, a REVISÃO DE:
1) UMA CONDUTA ou 
2) UM ATO ADMINISTRATIVO
- Natureza jurídica dos recursos administrativos: MEIO FORMAL DE IMPUGNAÇÃO de atos e comportamentos administrativos, com base na AUTOTUTELA
- FUNDAMENTOS dos recursos administrativos:
1) O sistema de HIERARQUIA ORGÂNICA: É o escalonamento de órgãos e agentes, constitutivo da hierarquia, que possibilita ao interessado requerer a reapreciação, por autoridade ou órgão superior, de ato ou conduta de agentes ou órgãos inferiores. Desse modo, cabe, como regra, ao agente hierarquicamente superior O PODER REVISIONAL SOBRE A CONDUTA DE SEUS SUBORDINADOS.
2) O exercício do DIREITO DE PETIÇÃO (art. 5º, XXXIV, CF): O direito de petição é um dos meios de controle administrativo porque a noção que encerra o direito de petição é AMPLA e logicamente ABRANGE TAMBÉM OS PEDIDOS REVISIONAIS, como são os recursos administrativos.
3) A garantia do CONTRADITÓRIO e AMPLA DEFESA (art. 5º, LV, CF): O texto constitucional deixa claro que o princípio da ampla defesa não estará completo se não se garantir ao interessado o direito de interposição de recursos. Com efeito, hipóteses de arbitrariedades e condutas abusivas por parte de maus administradores devem ser corrigidas pelos agentes superiores, e para que o interessado leve sua pretensão a estes certamente se socorrerá do instituto recursal. Cercear o recurso, portanto, é desnaturar indevidamente o fundamento pertinente ao próprio direito de defesa.
1. CARACTERÍSTICAS
- Há para a AP um dever de receber um recurso pois pode ter havido uma falha
- Regra: Não há obrigatoriedade de esgotamento de instâncias pois estas são AUTÔNOMAS e INDEPENDENTES. 
- Exceção: Em algumas situações, é preciso esgotar a via administrativa. Ex: Habeas data; Justiça desportiva tb obriga o esgotamento; art. 142
- Efeitos possíveis do recebimento do recurso: 
1) Devolutivo e 
2) Suspensivo: Se a autoridade atribui efeito suspensivo, o interessado necessariamente precisa esgotar a instância administrativa. Assim, se o requerente também tiver ajuizado uma ação judicial, o juiz não julgará o mérito enquanto nada for decidido na esfera administrativa, haja vista que não haverá interesse jurídico enquanto não houver lesão nem ameaça de lesão.
 Administração Pública:
	AP Direta - Serviço essencial - serviço ut universe
	AP Indireta - Serviço não essencial - serviço ut singuli
	
Em ambos é possível o RECURSO HIERÁRQUICO pois na estrutura de ambos existe HIERARQUIA. Portanto:
- Na horizontal: Existe o recurso hierárquico mas 
- Na vertical: Não existe o recurso hierárquico pois a AP Direta não pode interferir na gestão da Indireta. SÓ HÁ VINCULAÇÃO e não subordinação, nos termos do art. 26 § único do DL 200/67. 
 O que + evidencia essa vinculação é quando o Chefe do Poder E cria uma autarquia e nomeia os seus dirigentes administrativos (mas nomeia porque foi ele quem criou a autorização e não porque há subordinação).
Essa VINCULAÇÃO EXISTENTE ENTRE AP DIRETA E INDIRETA pode ser chamada de CONTROLE FINALÍSTICO.
2. CLASSIFICAÇÃO
2.1. RECURSO HIERÁRQUICO PRÓPRIO
- É a regra
- É o recurso que TRAMITA NA VIA INTERNA DE ÓRGÃOS OU PESSOAS ADMINISTRATIVAS. 
- Ex: Interessado recorre do ato de um diretor de divisão para o diretor do departamento-geral (Carvalho)
- Assim, não é possível interpor recurso hierárquico juntoà AP DIRETA por ato administrativo emanado de autoridade da AP INDIRETA, em razão da falta de subordinação entre elas (só há vinculação).
- Segundo José dos Santos Carvalho Filho: “No que concerne a essa categoria de recursos, parece-nos devam ser destacados dois aspectos:
1º) Esses recursos dispensam previsão legal ou regulamentação expressa, e isso porque derivam normalmente do controle hierárquico que deve reinar na Administração. Mesmo que a lei não os preveja, é lícito ao interessado dirigir-se à autoridade superior àquela que praticou o ato, requerendo sua revisão. 
2º) No que concerne à abrangência da apreciação dos recursos hierárquicos próprios, a autoridade administrativa, ao examiná-los, tem amplo poder revisional e pode decidir até mesmo além do que é pedido no recurso, fundamento que se encontra na faculdade de autotutela da Administração.”
2.2. RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO
- Exceção
- É o recurso em que o recorrente dirige-se a autoridade / órgãos estranhos àquele de onde se originou o ato impugnado (Carvalho).
- Ex: Interessado recorre contra o ato do presidente de uma fundação pública estadual para o Secretário Estadual ou para o Governador do respectivo Estado
- O adjetivo “impróprio” significa que ENTRE O ÓRGÃO CONTROLADO E O CONTROLADOR não há propriamente relação hierárquica de subordinação, mas sim uma RELAÇÃO DE VINCULAÇÃO, já que se trata de pessoas diversas ou de órgãos pertencentes a pessoas diversas.
- Admissibilidade: Depende de lei expressa, já que não há hierarquia em sentido puro >> O recurso hierárquico só pode existir quando a lei que criou a PESSOA JURÍDICA da AP Indireta trouxer de forma expressa a previsão desse recurso. 
 Ex: A Lei da ANVISA prevê o recurso hierárquico junto ao Poder Executivo. Portanto, é possível interpor recurso junto ao Presidente da República por ato emanado do diretor da ANVISA (Lei 6.437/77, art. 30). 
 ANVISA = É uma Agência Reguladora, que é uma espécie do gênero autarquia
- Vantagem: Uma instância a mais de julgamento
* OBS. DA PROFª:
	Entre a AP Direta e a Indireta NÃO EXISTE HIERARQUIA e sim MERA VINCULAÇÃO, nos termos do art. 26 § único do DL 200/67. 
	Com base na assertiva acima, não é possível, no Brasil, o recurso hierárquico impróprio, EXCETO SE A LEI O TROUXER DE FORMA EXPRESSA (Lei 6.437/77, art. 30 - Lei da ANVISA). 
3. REFORMATIO IN PEJUS
- É possível, pois aqui DEVOLVE-SE TODA A MATÉRIA PARA A AUTORIDADE HIERARQUICAMENTE SUPERIOR. Ou seja, quando há o reexame, a autoridade pode agravar, por isso às vezes não é bom recorrer.
- Fundamento: Art. 64 § único, Lei 9784 + Princípio da Autotutela (a AP estaria atuando de forma inócua se não pudesse corrigir um erro detectado)
        Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
        Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.
4. EFEITOS
a) DEVOLUTIVO
- É a regra
- É possível a execução provisória
- Se o recurso tem efeito meramente devolutivo, sua interposição não suspende nem interrompe o prazo prescricional. Quer dizer: a prescrição é contada a partir do ato que o recorrente está impugnando.
- No que tange à ação judicial: Pode o interessado recorrer desde logo ao Judiciário, e isso porque o ato atacado continua a produzir normalmente os seus efeitos, ainda que seja interposto o recurso administrativo. Nesse caso, é indiferente que o interessado tenha ou não recorrido; se recorreu, pode ajuizar a ação concomitantemente à tramitação do recurso.
b) SUSPENSIVO
- Efeito possível apenas se a LEI EXPRESSAMENTE O MENCIONA A razão é simples: os atos administrativos têm a seu favor a presunção de legitimidade; só a posteriori são controlados, como regra. Sendo assim, o inconformismo do individuo no que concerne a algum ato administrativo não tem o condão de paralisar a atividade administrativa, pois que prevalece nesse caso o princípio da continuidade das ações da AP.
- Não é possível a execução provisória
- Quando a lei prevê recurso com efeito suspensivo, O ATO NÃO PRODUZ EFEITO (eficácia suspensa até que a autoridade decida o recurso) e, portanto, NÃO CAUSA LESÃO, enquanto não decidido o recurso interposto no prazo legal. Nessa hipótese, é necessário que este aguarde a decisão do recurso, para que o ato administrativo passe a ter eficácia. Antes disso, não é cabível o ajuizamento de ação judicial: a pessoa não tem ainda interesse processual (falta de interesse de agir) para a formulação da pretensão. Não há os pressupostos para o recurso ao Poder J (lesão ao direito ou ameaça de lesão) - art. 5º, XXXV, CF.
- Apreciado o recurso e confirmando-se o ato impugnado, continuará a correr o prazo prescricional que se iniciara quando se tornou eficaz o 1º ato.
- A autoridade atribui este efeito quando puder haver grande dano ao interessado
- Não é a regra porque esgotamento de instância administrativa no Brasil não é a regra pois AQUI NÃO VIGE O CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (ocorre quando a AP julga, fazendo CJ). Aqui vige o SISTEMA MISTO OU DE JURISDIÇÃO MODERADA (a AP decide fazendo CJ de meros efeitos internos). No Poder J, vige o Princípio da Jurisdição Una ou da Inafastabilidade da Jurisdição.
>> RELAÇÃO ENTRE OS EFEITOS DO RECURSO E A PRESCRIÇÃO:
- Se o recurso tem efeito meramente devolutivo, sua interposição não suspende nem interrompe o prazo prescricional. Quer dizer: a prescrição é contada a partir do ato que o recorrente está impugnando. 
- Se o recurso tem efeito suspensivo, o ato impugnado fica com sua eficácia suspensa até que a autoridade competente decida o recurso. Confirmando-se o ato impugnado, continuará a correr o prazo prescricional que se iniciará quando se tornou eficaz o primeiro ato.
No Estado do Rio de Janeiro, o Dec. 2.479/79 não autoriza o efeito suspensivo, conforme disposto abaixo:
“Art. 203 – O pedido de reconsideração e o recurso não têm efeito suspensivo, mas o que for provido retroagirá, em seus efeitos, à data do ato impugnado.”
5. ESPÉCIES
5.1. RECURSO HIERÁRQUICO
- É aquele que deve ser encaminhado à autoridade imediatamente acima daquela que expediu a decisão anterior.
- PROBLEMA DE TERMINOLOGIA:
a) Art. 56, 9784/99 = não diz que o recurso é o hierárquico mas é ele
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.
b) Art. 109, I, Lei 8666/93 = tb não diz que o recurso é o hierárquico mas é ele
** Por isso, CUIDADO pois a lei não traz o nome hierárquico!!!
** 3 nomes podem vir pela CESPE: 
- Recurso
- Recurso hierárquico
- Recurso inominado
5.2. REVISÃO
- É o recurso administrativo pelo qual o interessado postula a reapreciação de determinada decisão, já proferida em processo administrativo (Carvalho)
- JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: Exige FATO NOVO suscetível de conduzir o administrador à solução diversa daquela que apresentou anteriormente no processo administrativo. A revisão, por isso, enseja a instauração de NOVO PROCESSO, que tramitará em apenso ao processo anterior Se não houver fato novo, terá que valer-se do recurso hierárquico.
- Art. 65, Lei 9784/99 e art. 182, Lei 8.112/90
    Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
 Art. 182.  Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração. 
- Pode ser INTERPOSTA A QQ TEMPO (já que fato novo pode ocorrer a qq tempo)
- Quem pode requerer: O próprio interessado, seu familiar ou um 3º
- Não é possível a REFORMATIO IN PEJUS pois a lei diz que não cabe:
Art. 65 Parágrafo único. Da revisão do processonão poderá resultar agravamento da sanção.
Art. 182 Parágrafo único.  Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.
5.3. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
- Dirigido à MESMA AUTORIDADE QUE PRATICOU O ATO, dando-lhe um juízo de retratação. 
 A autoridade não é obrigada a modificar a sanção imposta e, se não modificar, deverá mandar o recurso para a autoridade hierarquicamente superior.
- Ex: Ato praticado por um Coordenador-Geral >> Haverá pedido de reconsideração se o interessado em revê-lo a ele mesmo se dirige.
- Na verdade, o pedido de reconsideração não deixa de ser uma RECLAMAÇÃO, caracterizando-se apenas por ser dirigido à mesma autoridade
- Alguns diplomas legais fazem referência a este tipo de recurso mas, não obstante, ele não precisa ser previsto expressamente em lei. Desde que o interessado se dirija ao mesmo agente que produziu o ato, o recurso se configurará como pedido de reconsideração. 
- Art. 56 §1º, Lei 9784/99 e art. 106, Lei 8112/90
 Art. 56. § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
 
Art. 106.  Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. 
Parágrafo único.  O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decididos dentro de 30 dias. 
- O pedido de reconsideração NÃO SUSPENDE NEM INTERROMPE A PRESCRIÇÃO e também NÃO ALTERA OS PRAZOS PARA A INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS HIERÁRQUICOS. Significa que a ausência de solução pelos órgãos administrativos não valerá como escusa para o interessado livrar-se da ocorrência da prescrição. Consumar-se-á, pois, a prescrição, mesmo que o pedido de reconsideração não seja apreciado (Carvalho). 
- O PRINCÍPIO DO INFORMALISMO atua aqui pois quando a autoridade que aprecia o recurso NÃO modifica sua decisão, surge a REMESSA OBRIGATÓRIA PARA A AUTORIDADE HIERARQUICAMENTE SUPERIOR, daí surgindo o recurso hierárquico. Portanto, o recurso hierárquico pode nascer como pedido de reconsideração.
- O prazo para interposição do pedido de reconsideração, segundo Diógenes Gasparini e Hely Lopes Meirelles, apesar de não haver regra expressa nesse sentido, deve ser de um ano, se não houver prazo diverso previsto em lei.
* OBS. DA PROFª:
	O pedido de reconsideração dá à autoridade que proferiu a decisão um juízo de retratação. Cabe lembrar que a autoridade não é obrigada a modificar a sanção imposta e, se não modificar, deverá mandar o recurso para a autoridade hierarquicamente superior.
5.4. RECLAMAÇÃO
- É a modalidade de recurso em que o administrado, seja particular seja servidor público, interessado postula o RECONHECIMENTO DE UM DIREITO ou a CORREÇÃO DE UM ERRO que lhe cause lesão ou ameaça de lesão (Di Pietro).
- Quando posso reclamar?
 (1) Quando sofro uma lesão ou (2) quando quero que a AP materialize um direito meu (ratifique o meu direito)
- A reclamação dá início a um PROCESSO
- Quem reclama: APENAS O INTERESSADO (3º não pode)
- Prevista e regulada no DL 20.910/32: prevê que O DIREITO DE RECLAMAÇÃO EXTINGUE-SE EM 1 ano, caso não haja na lei a fixação de prazo. Significa que, decorrido esse prazo, a AP tem o direito de não conhecer do pedido por absoluta intempestividade.
>> Assim, O TRANSCURSO DO PRAZO IN ALBIS acarreta para o interessado a DECADÊNCIA DO DIREITO DE FORMULAR A RECLAMAÇÃO. Anote-se que o referido diploma legal emprega impropriamente o termo prescreve (art. 6º), mas, como se trata de DIREITO POTESTATIVO, a falta de sua fruição no prazo legal fixado para seu exercício configura DECADÊNCIA.
- A CF previu uma reclamação a partir da EC 45 (reforma do Poder J) no:
1) Art. 103-A §3º: Prevê reclamação ao STF contra ato administrativo que contraria Súmula Vinculante, lhe nega vigência ou a aplica indevidamente, estabelecendo que, caso procedente a medida, o ato será anulado (art. 7º §2º). Fundamento: Art. 5º, LXXVIII (78) - duração razoável do processo. 
Art. 103-A § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso."
>> A hipótese é interessante, pois que o órgão judicial estará anulando ato da AP. Na verdade, trata-se de CORREÇÃO DE ILEGALIDADE ADMINISTRATIVA pois que, nesse caso, o STF estará exercendo função jurisdicional propriamente dita.
2) Art. 103-B §4º, III, CF
Art. 103-B. Conselho Nacional de Justiça 
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: 
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa
3) Art. 130-A §2º, III: Conselho Nacional do MP
Ex: Promotora presidindo audiência e juiz se ausentando. Posso reclamar da promotora junto à Procuradoria ou ao Conselho.
Art. 130-A § 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa
5.5. REPRESENTAÇÃO
- É o recurso administrativo pelo qual o recorrente, denunciando irregularidades, ilegalidades e condutas abusivas oriundas de agentes da AP, postula a apuração e a regularização dessas situações (Carvalho).
- Quando se representa? Quando há:
1) Irregularidade
2) Ilegalidade
3) Abuso de direito (Lei 4.898/65)
- Ex: Promotor, ainda no estágio confirmatório (servidor comum = estágio probatório), deu carteirada em boate Abuso de direito Foi feita representação contra ele na Procuradoria, que ainda deu a oportunidade dele pedir a exoneração (era melhor para ele), ele não era vitalício 
- Quem pode representar? QQ pessoa (ainda que não afetada pela irregularidade ou pela conduta abusiva) >> Essa é a grande característica desse tipo de recurso
- O pedido deve ser formalizado e assinado pelo recorrente. Oferecida a representação, a AP deve receber a denúncia, instaurar o processo administrativo e apurar a situação informada. Se nada for comprovado, será o processo arquivado.
 Algumas hipóteses de representação:
1) Art. 74 §2º, CF: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
2) Art. 103-B §4º, IV, CF
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: 
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; 
3) Art. 198, CPC: Qualquer daspartes ou o órgão do Ministério Público poderá representar ao presidente do Tribunal de Justiça contra o juiz que excedeu os prazos previstos em lei. Distribuída a representação ao órgão competente, instaurar-se-á procedimento para apuração da responsabilidade. O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu excesso de prazo, designando outro juiz para decidir a causa.
4) Lei nº 4.898/65: Contempla a representação quando alguém sofre a prática de abuso de autoridade.
 
- As conseqüências são as mesmas entre representação e reclamação
IV - CONTROLE DO PODER LEGISLATIVO
a) TERMINOLOGIA: Também chamado de CONTROLE PARLAMENTAR
b) FUNDAMENTO para aceitar e efetivar o controle: Art. 2º, CF
c) TIPOS: Controles (1) Político; (2) Financeiro; (3) do Poder Judiciário
1. CONTROLE POLÍTICO
1.1. CONTROLE SOBRE O CHAMADO DECRETO DE EXECUÇÃO 
Tipos	 - AUTÔNOMO ou INDEPENDENTE: art. 84, VI, CF. Inova no mundo jurídico
de 	 Sofre CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. Divergência doutrinária.
Decreto - DE EXECUÇÃO (DECRETO REGRA): art. 84, IV, CF. Não é autônomo porque não pode inovar no mundo jurídico. Expedido pelo Chefe do Poder E, para regulamentar uma lei, tornando-a exeqüível ou executável. Sobre ele o Poder L exerce CONTROLE DE LEGALIDADE (art. 49, V, CF).
	“O Chefe do Poder E, para regulamentar uma lei, pode expedir um DECRETO (ato que lhe é exclusivo), a fim de tornar uma lei exeqüível ou executável, nos termos do art. 84, IV, CF”. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
	Frise-se que, aqui, não se trata de um decreto autônomo, mas sim, do DECRETO DE EXECUÇÃO (decreto regra). Não é autônomo porque não pode inovar no mundo jurídico.
	O Poder L exercerá CONTROLE DE LEGALIDADE sobre o DECRETO DE EXECUÇÃO, nos termos do art. 49, V, CF.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa
	Importante ressaltar que parte da doutrina aceita o chamado DECRETO AUTÔNOMO OU INDEPENDENTE, nos estritos termos do art. 84, VI, CF, e sobre ele será feito CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE (porque tem previsão na CF), e não legalidade. 
	Há uma grande divergência doutrinária (na prova da CESPE, fazer a prova por exclusão) mas a maior parte da doutrina rechaça esse tipo de decreto.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
 Ex.: Lei prevê que cabe aposentadoria por doença grave
 Mas o que seria “doença grave”?
 O Chefe do Poder E pode expedir um DECRETO DE EXECUÇÃO regulamentando o que seria doença grave.
 O Poder L controlaria esse tipo de decreto, exercendo um controle de legalidade sobre o mesmo, analisando se está indo além de sua atribuição (se está inovando no mundo jurídico ou não). 
DECRETO DE EXECUÇÃO: decreto para tornar a lei exeqüível. Previsão: art. 84, IV, CF
DECRETO AUTÔNOMO ou INDEPENDENTE: decreto para inovar no mundo jurídico. Previsão: art. 84, VI, CF
 Como o servidor é regido?
	Por vínculo legal (regime estatutário) então todas as modificações devem ocorrer por lei . 
	Assim, se o Presidente cria um cargo por lei, deve extingui-lo por lei (princípio do paralelismo das formas). 
	Há, contudo, uma exceção: pode-se CRIAR CARGOS POR LEI e EXTINGUIR POR DECRETO. Esse decreto seria o DECRETO AUTÔNOMO.
	Importante: No decreto autônomo, o controle não é de legalidade mas de CONSTITUCIONALIDADE.
1.2. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (art. 58 §3º, CF = CPI)
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao MP, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
- Também pode ser CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), quando formado por deputados e senadores
- Visam a investigar um FATO DETERMINADO por PRAZO CERTO (que pode ser prorrogado, desde que motivadamente e em caso de necessidade, dentro da mesma legislatura). 
- PRESSUPOSTOS PARA EXISTÊNCIA: 
1) Fato determinado 
2) Prazo certo
- Não pode:
a) Em regra, não pode mandar prender mas podem mandar prender em caso de FLAGRANTE DELITO (ex: falso testemunho - por isso muitos já vão depor com HC)
b) Não pode ordenar INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
c) Não pode ordenar BUSCA DOMICILIAR (tem que requerer ao Poder J)
- Pode promover:
a) Quebra de SIGILO DE DADOS, TELEFÔNICO, BANCÁRIO, FISCAL (sem pedir autorização). O MP também pode. Ex: Requer à concessionária que envie a conta telefônica ou requer ao banco que remeta os extratos bancários.
b) OITIVA (ouvir testemunhas, indiciados)
- Elaboram um PARECER (= natureza jurídica de opinião) sobre o fato que deu início à CPI.
- Não têm legitimidade para propor a competente ação penal mas podem remeter os documentos pertinentes para o MP, que poderá propor ação cível ou criminal:
1) Ação de responsabilidade em 2ª instância contra o Chefe do Poder E: Como se sabe, hoje, em razão da lei 1.079/50, o Chefe do Poder E não + responde por improbidade administrativa, responde por crime de responsabilidade no foro privilegiado Quem responde por improbidade administrativa, é o agente público normal, e responde no juízo de 1ª instância (ex: deputado - responde por improbidade, embora ele também tenha foro privilegiado dentro da sua legislatura) 
2) Ação de improbidade administrativa
3) Ação de ressarcimento (imprescritível)
4) Ação civil pública
* OBS. DA PROFª:
	O MP deverá receber as informações colhidas pela CPI, nos termos do art. 58 §3º, CF. O MP poderá propor, em face do investigado, ações civis (Lei 8429/92, Lei 7347/85, art. 37 §5º, CF e Lei 1.079/50) e criminais, com base no CPP. 
2. CONTROLE FINANCEIRO 
- Cabe ao Poder Legislativo, auxiliado pelo Tribunal de Contas
- Natureza jurídica do TC: Órgão de fiscalização. É um ÓRGÃO = Centro de competência, SEM PERSONALIDADE JURÍDICA mas COM ATRIBUIÇÃO prevista constitucionalmente (arts. 70 e 71, CF)
- Tribunal de Contas, Tribunais, MP, Poderes, Magistratura = São órgãos INDEPENDENTES (ou órgãos sem subordinação hierárquica ou funcional). A própria CF previu suas competências porque são os órgãos + importantes.
 Defensoria = não é órgão independente, é um ÓRGÃO SUPERIOR, técnico, subordinado à Governadoria do Estado
- Funções do TC: art. 71
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento 
 Função de FISCALIZAÇÃO das contas dos Chefes dos Poderes Executivos. Mas NÃO JULGA, apenas APRECIA; da apreciação, emite PARECER (adequação entre receita e despesa Contas regulares, irregulares, com ressalva), o qual será ENVIADO PARA O PODER LEGISLATIVO
 Observe que, no caso do inciso II, o TC JULGA 
 Ex: As Contas do ex-Governador Garotinho foram consideradas irregulares pelo TC do Estado do RJ mas como, à época, ele tinha maior quórum na Assembléia, o parecer do TC foi rechaçado. Mas o MP poderia tomar alguma atitude. 
II - julgar as contas dos administradores(ex: dirigente de autarquia, fundação, etc) e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público 
 Função de JULGAMENTO com possibilidade de impor SANÇÃO. As contas chegam e são analisadas pelo Procurador O MP emite uma promoção O Conselheiro dá a palavra final e já impõe uma sanção (vide inciso VIII). 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas 
 Função de INFORMAR 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário 
 Função de SANCIONAR. As multas são inscritas na Dívida Ativa (porque tem natureza jurídica de título executivo).
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal 
 Função de SUSTAR ATOS, pela análise da constitucionalidade e legalidade dos atos.
 Refere-se a ATOS ADMINISTRATIVOS e não aos contratos 
	Assim, o ato administrativo pode ser sustado mas os CONTRATOS ADMINISTRATIVOS não, por conta do princípio da continuidade dos serviços públicos.
	A sustação dos contratos pelo TC geraria para o ente de Federação uma responsabilidade civil pois os serviços públicos não podem ser interrompidos. Assim, vislumbrada a ilegalidade, o TC, sem interromper o respectivo serviço, instaura um processo administrativo para instaurar, instruir e julgar. 
	Aos contratos, aplica-se o §1º do art. 71: TCU, sem interromper o respectivo serviço, instaura um processo administrativo para instaurar, instruir e julgar. comunica o fato irregular ao Poder L, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis (a Pessoa Jurídica que criou a autarquia ou a própria autarquia toma as medidas cabíveis).
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
3. CONTROLE DO PODER JUDICIÁRIO
	O Poder J exercerá CONTROLE DE LEGALIDADE sob o PRINCÍPIO DA JURISDIÇÃO UNA ou da INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO (art. 5º, XXXV, CF), que se contrapõe ao CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (sistema pelo qual a Administração decide, fazendo COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL).
	A Administração Pública no Brasil aplica o SISTEMA DA JURISDIÇÃO MODERADA ou MISTA (a Administração decide, fazendo COISA JULGADA MERAMENTE ADMINISTRATIVA - mera preclusão de efeitos internos).
Poder J CONTROLE DE LEGALIDADE sob o PRINCÍPIO DA JURISDIÇÃO UNA ou 
da INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO (art. 5º, XXXV, CF)
 
Princípio que se contrapõe ao CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (Administração decide, fazendo COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL).
Administração Pública Aplica o SISTEMA DA JURISDIÇÃO MODERADA ou MISTA 
no Brasil	(a Administração decide, fazendo COISA JULGADA MERAMENTE ADMINISTRATIVA - mera preclusão de efeitos internos).
- Princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, CF): A CF deu a possibilidade de analisar a lesão ou a ameaça de lesão Mas só tenho o interesse processual se provar a lesão ou a ameaça de lesão
- O exame do ato administrativo pelo Poder J tanto pode ocorrer nos atos vinculados como nos discricionários, porém, a legalidade é restrita sobre os atos discricionários porque neles há o MÉRITO e SOBRE O MÉRITO ADMINISTRATIVO O J NÃO PODE INFLUIR.
 Ato vinculado: Todos os elementos presos à lei: agente competente, forma, motivo, objeto e finalidade 
 Ato discricionário: A lei traz todos os elementos - agente competente e forma presos à lei, o motivo é público e objeto e finalidade dotados de discricionariedade. 
V - AGENTES PÚBLICOS
CF/88:	1) Terminologia
	2) Acesso: - Art. 37, II, CF
		 - Exceções: a) Art. 37, V, CF
			 b) Art. 94, CF	
			 c) Art. 37, IX, CF	
3) Regime (art. 39, CF). EC 19/2000. Lei 9962/00. STF Adin 2135/00 (art. 60 §2º, CF)
1. TERMINOLOGIA
- CF/88 trata AGENTES PÚBLICOS como GÊNERO (antes, o gênero era “funcionário público”, termo que não deve mais ser utilizado)
 CP ainda chama de “funcionário público”
- Significa o conjunto de pessoas que, a qq título, exercem uma FUNÇÃO PÚBLICA como PREPOSTOS do Estado. Essa função pode ser remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, política ou jurídica.
- Lei 8.429/92: Conceito de agente público. Lei que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
2. FORMA DE ACESSO
- A CF/88 alterou a FORMA DE ACESSO (PROVIMENTO) para os cargos e empregos públicos. O provimento originário se dá com a NOMEAÇÃO mas, antes, existe o CONCURSO PÚBLICO. Por isso, a CF exige, em seu art. 37, II, o concurso público. 
 EXCEÇÕES:
1) CARGO COMISSIONADO (art. 37, V, CF)
- O CARGO COMISSIONADO, apesar do nome “cargo” é MERA ATRIBUIÇÃO (DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO), sendo de livre nomeação e exoneração
 Ex: Delegado foi exonerado Na verdade, PERDEU SUA FUNÇÃO DE CONFIANÇA (e não seu cargo) porque continua sendo delegado
- EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO: Essa liberdade não é total nas AGÊNCIAS REGULADORAS e EXECUTIVAS (que têm maior autonomia, o que se reflete no mandato fixo de seus dirigentes) “Os DIRIGENTES serão nomeados para exercerem um CARGO COMISSIONADO sob MANDATO FIXO: livre nomeação, e não tão livre exoneração” (exoneração que exige um motivo verídico: (1) TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES e (2) É SUBMETIDA A UM PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR)Ou seja: Os dirigentes das Agências são nomeados para mandato fixo mas não são “imexíveis”: (1) podem ser exonerados desde que motivadamente e (2) desde que haja PAD. 
 O prazo do mandato não pode ultrapassar o lapso temporal de 4 anos. A cada NOVO MANDATO é preciso expedir um NOVO ATO ADMINISTRATIVO, ainda que se pretenda manter o dirigente atual.
	
2) QUINTO CONSTITUCIONAL (art. 94, CF)
- Quando tomam posse, já se tornam vitalícios
 Obs:
a) Quem passa para MP e magistratura submete-se a ESTÁGIO CONFIRMATÓRIO. Para se tornarem vitalícios, o prazo é de 2 anos (art. 95, I e 128, I, a, CF)
b) Servidor público submete-se a ESTÁGIO PROBATÓRIO de 3 anos. Pleiteia estabilidade. 
 Cuidado!!! A Lei 8112/90 está errada pois ainda prevê o prazo de 2 anos e a estabilidade tem que respeitar o art. 41 da CF. A Lei 8112 passou por 2 grandes alterações (que não alteraram a estabilidade, embora devessem) pela Lei 11907 e MP 479/2009. Importante ressaltar que a EC 19/98 (reforma administrativa) alterou os prazos da vitaliciedade para 3 anos, mas não da estabilidade.
 A Lei 8112 não é de cumprimento obrigatório para os Estados e Municípios mas é a lei que a OAB cobrará.
	
3) AGENTES TEMPORÁRIOS (art. 37, IX, CF)
- Na verdade, estão firmando um CONTRATO com a AP para a execução de uma DETERMINADA ATRIBUIÇÃO que deve ser TEMPORÁRIA (em regra, 4 anos). 
 Ex: Professores, dentistas nas forças armadas, médicos e enfermeiros nas UPAS. 
- Lei que regulamenta os agentes temporários: Lei 8.745/93
- Na prática, em muitas entidades estatais há alguns agentes temporários que conseguem a APOSENTADORIA POR ESTABILIDADE em razão de sucessivas prorrogações, o que é um erro, já que se trata de um contrato e o instituto não foi feito para ser prorrogado, foi feito para perdurar por prazo limitado. O administrador que prorroga, corre o risco de responder administrativamente. 
 A vantagem da prorrogação para a entidade é que não há progressão funcional (não sobe na carreira): quem é motorista, será sempre motorista.
- A CF criou os cargos de agentes temporários como forma de SUPRIR UMA NECESSIDADE EXCEPCIONAL O uso desenfreado configura BURLA À FORMA DE ACESSO aos cargos e empregos públicos, constante no art. 37, II, CF, e é um problema porque a entidade será obrigada a dar estabilidade para o agente.
 Remédio: - AÇÃO POPULAR pelos cidadãos e 
 - MANDADO DE SEGURANÇA pelos aprovados em concurso que foram preteridos em detrimento dos agentes temporários
 Essa burla também ocorre nas TERCEIRIZAÇÕES.
 O contrato de terceirização parece ser bom mas não é. Isso porque o art. 71 da Lei 8666 diz que a AP não se esquiva de uma responsabilidade solidária. Além disso, não é + barata, ao contrário do que se pensa. Tanto é que a LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) exige, em seu art. 19, que os gastos com terceirizados sejam contados como valores que se gasta com servidor
3. REGIME JURÍDICO (art. 39, CF)
	“O REGIME JURÍDICO ÚNICO foi imposto pela CF/88. 
	 A EC 19/98 FLEXIBILIZOU o REGIME JURÍDICO: a partir da EC, a Administração Direta, autárquica e fundacional pública poderiam ter, no seu quadro de pessoal, EMPREGADOS PÚBLICOS e SERVIDORES PÚBLICOS.
	O STF, analisando a EC 19/98, encontrou um VÍCIO FORMAL (o quórum constante do art. 60 §2º, CF não fora respeitado) e deferiu uma liminar para SUSPENDER OS EFEITOS DA FLEXIBILIZAÇÃO (ADIN 2135/00)”
	A CF também alterou o regime jurídico quando alterou o art. 39, dizendo que haveria, a partir do advento dessa alteração, o REGIME JURÍDICO ÚNICO. Ocorre que este regime se mostrou dispendioso. A grande maioria dos entes da nossa Federação fizeram a escolha pela regime legal (regime Legal: regime estatutário; regime preso à lei. É o caso da União: Lei 8112/90). 
	Muitos servidores das autarquias, das fundações e da Administração Direta dormiram celetistas e acordaram estatutários. Ocorre que isso foi dispendioso porque, muitas vezes, as “casas dos entes da Federação encontram-se desarrumados” (isto é, quando se gasta com o servidor um percentual maior do que aquele que prevê o art. 19 da LC 101/2000). Quando se gasta com o servidor um percentual maior do que o devido, a ordem legal é EXONERAR.
	É possível o estável perder o cargo público. Não só pelo art. 41 §1º mas também pelo art. 69 da CF. Mas estável ser exonerado gera uma grande despesa pois ele tem que ser indenizado por cada ano de serviço. 
	A EC 19/98 (alterou o art. 39) trouxe a reforma administrativa. Essa EC flexibilizou o Regime Jurídico Único pois, a partir dela, foi permitido à entidade pública olhar sua necessidade e supri-la de forma adequada. Exemplo:
- Funções típicas do Estado dentro de autarquia Regime Estatutário
- Funções não finalísticas dentro de autarquia (ex: bibliotecário - por que conferir estabilidade a um bibliotecário?) Emprego público
	Assim, a EC permitiu essa possibilidade.
	O dirigente da autarquia, da fundação ou da pessoa jurídica de direito público interno poderia fazer essa escolha. Houve uma flexibilização. Tanto isso é verdade que a Lei do Empregado (Lei 9962/2000) veio depois disso. 
	Com o advento da CF, o empregado deixou de existir porque na grande maioria dos casos a escolha era pelo regime estatutário.
	Mas, com a flexibilização, o empregado publico volta a existir e por isso vem a Lei 9962/2000 (apesar de existente a CLT, era preciso uma lei de ordem pública que regulamentasse).
	Só que essa EC foi levada ao STF através da ADIN 2135/00 (questionou a EC 19/98). O STF , analisando a EC, manifestou-se pela existência de vício formal da referida EC, ao argumento de que o quórum de 3/5 do art. 60 §2º não fora respeitado. 
	Decisão do STF: Vício formal da EC 19. Suspensão de seus efeitos da EC 19 quanto à flexibilização do regime (exatamente na parte que alterava o art. 39). Deferimento da liminar nessa ADIN.
	Se o STF deferisse a liminar com efeitos ex tunc, tudo voltaria como antes. Voltaria a bagunça, o trem da alegria.
	Por isso, usando a modulação dos efeitos da liminar, o STF atribuiu efeitos ex nunc. 
	Até o momento, a ADIN ainda não foi julgada (apenas a liminar). Mas, ainda que o STF entenda pela inexistência de vício e mantenha o regime jurídico único, é certo que ele vá manter os efeitos porque o STF não quer que o trem da alegria volte.
	Portanto:
- Para quem voltou o Regime Jurídico Único: Administração Direta, autárquica e fundacional pública. 
- Nas entidades estatais, empresas públicas e sociedades de economia mista, existe o empregado público (que são celetistas).
* Obs:
	Quanto às Agências e autarquias, a situação foi resolvida antes da ADIN. Para as Agências, a lei 9986/2000 admitiu empregados púbicos e estatutário com base na flexibilização.
	Em 2004, repensando nisso, o Chefe do Poder E viu que em Agência Reguladora e autarquia não dá para ter empregado público porque são funções típicas do Estado. Preciso de um vínculo legal (regime estatutário). Por isso é que veio a Lei 10871/2004, que resolveu a situação para as agencias Reguladoras
4. CLASSIFICAÇÃO
4.1. AGENTES POLÍTICOS
 Quem pode ser considerado “Agente Político”?
a) TEORIA RESTRITIVA (Celso Antonio Bandeira de Mello)
- Será agente político aquele que exerce uma FUNÇÃO POLÍTICA (função de mando). 
 Assim, aqui estariam enquadrados os agentes dos Poderes L e E 
 A doutrina entende que os cargos diretamente ligados a estes também são políticos, portanto, incluem-se aqui: 
- Ministros de Estado			 São longa manus do Chefe do poder E, por - Secretários estaduais e municipais 	 isso, também são considerados agentes 
políticos. 
b) TEORIA AMPLIATIVA (Hely Lopes)
- Para que um AGENTE seja enquadrado como POLÍTICO, basta que sua competência:
(1) esteja prevista na CF (art. 93 e 129, CF) e 
(2) possa ser exercida com independência 
- Aqui estariam enquadrados: Poder L, E, J, MP, Conselheiros do TC
- Não é o entendimento prevalecente.
 Natureza Jurídica do MP e da Magistratura?
- 1ª Corrente: Para Hely Lopes, eles são AGENTES POLÍTICOS. 
- 2ª Corrente: Para Luis Oliveira, MP e MG são, meramente,

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