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INFECÇÕES NAS VIAS AÉREAS SUPERIORES BIANCA GABRIELLA E LAÍS CRISTINA - CURSO DE MEDICINA (LIVRO CECIL +UPTODATE) CONCEITOS Resfriado (vias aéreas superiores, pode causar sintomas leves sistêmicos ) Gripe (doença sistêmica, potencialmente grave, causada pelo vírus influenza) Rinite: inflamação da mucosa nasal; prurido; espirro; obstrução nasal Tipos : 1. Rinite alérgica (etiologia atopica) 2. Rinite viral - etiologia infecciosa 3. Rinites de outras causas RESFRIADO COMUM Doença benigna e autolimitada Síndrome clínica ♦ Grupo de doenças benignas autolimitadas ♦ Vários tipos de vírus Doença aguda mais comum Adultos: 2-3x/ ano. Crianças: 5-7x /ano Rinovirus mais comum (30 - 50% dos casos) Coronavírus antigo (10 - 15%) SARS COV 2 também pode fazer uma síndrome de resfriado comum. Influenza e parainfluenza (vírus da gripe) também podem fazer Mesma clínica - não é possível diferenciar TRANSMISSÃO Contato com as mãos infectadas Pequenas gotículas (espirros e tosse) Grandes gotículas (contato interpessoal) Superfície contaminadas FATORES DE RISCO: Exposição a crianças nas escolas Estresse psicológico Sedentarismo Pouco sono Doenças crônicas Desnutrição Imunossupressão Tabagismo MANIFESTAÇÕES CLÍNIC AS Resposta imunológica ( o que provoca as manifestações clínicas ) Rinite e congestão nasal Odinofagia, tosse, mal estar leve Conjuntivite Febre é incomum em adultos Espirros, mal estar, cefaleia Se febre, baixa Prurido nasal e rinorreia (hialina ou purulenta - purulenta não indica bactéria) Tosse (pode ser produtiva; sem crépitos) Pode durar mais se comorbidades Incubação: 24 - 72 horas Duração: 3 -10 dias OBSERVAÇÃO: quando o paciente tiver FEBRE ALTA pensar em gripe, covid, pneumonia, faringite. DIAGNÓSTICO: 1. Clínico 2. História + exame físico conjuntivite edema de mucosaA. nasal congestão nasal enantema em orofaringe 3. Não necessita de exames complementares (radiológicos, culturas) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 1. Rinite alérgica - tosse, dor de garganta 2. Faringite - Odinofagia mais intensa, costuma poupar nariz 3. Sinusite - Sintomas adicionais 4. Gripe - Febre mais alta, maior acometimento do estado geral, cefaleia, mialgia COMPLICAÇÕES Sinusite Comprometimento do trato respiratório Otite Exacerbação da asma, DPOC TRATAMENTO Sintomas leves - pode ser necessário terapia doença auto limitada oriente o paciente (retorno de houver piora) Associação de anti-histamínicos e descongestionantes via oral Analgesia: paracetamol dipirona anti-inflamatório Xaropes, spray nasal, solução salina, expectorantes - benefício incerto Antibióticos, antivirais,vitaminas - sem benefícios Comoglicato sódico - spray nasal SINUSITE/RINOSSINUSITE Inflamação da cavidade nasal e seios paranasais Principal desafio: diferenciar de infecção bacteriana Doença comum por ano: 1 adulto em 7 Causa mais comum: vírus (95%) Geralmente em associação com resfriado comum Antibiótico não melhora Aguda: < 4 semanas Viral Bacteriana não complicada Bacteriana complicada Subaguda: 4 - 12 semans Crônica: >12 semanas Recorrente: 4 ou mais episódios de aguda/ano FATORES DE RISCOS Idosos Natação Asma e alergias respiratórias Tabagismo Viagem aérea Exposição a mudanças de pressão atmosferica FISIOPATOLOGIA ♦ Grande maioria viral (rinovirus, influenza, parainfluenza) ♦ Rinite viral acomete de forma secundária os seios da face ♦ Sinusite bacteriana Complicação de um quadro viral, rinite alérgica, obstruções nasais Bactéria infecta uma cavidade previamente inflamada. MANIFESTAÇÕES CLÍNIC AS 1. Dor em face, sensação de pressão na face 2. Febre, fadiga, tosse, hiposmia ou anosmia, pressão em ouvidos, cefaleia, halitose 3. Congestão nasal, obstrução nasal, secreção nasal purulenta 4. Edema e dor em seios da face (Exame físico inespecífico) 5. Não existem critérios clínicos para distinguir com segurança (curso diferente) 6. Os sintomas de viral e bacteriana se sobrepõem Viral: auto limitada, resolução de 7-10 dias. Pode durar mais, com melhora Febre incomum, ocorre no início do quadro e melhora Bacteriana: > 10 dias Sintomas podem ser mais intensos COMPLICAÇÕES o Raras (etiologia bacteriana) o A infecção se estende além dos seios da face o SNC, órbita, tecidos adjacentes DIAGNÓSTICO E AVALIA ÇÃO INICIAL Não existe indicação de exame de imagem em sinusite aguda não complicada diagnosticada Deve ser indicado em caso de suspeitas de complicações Radiografia (baixa sensibilidade e especificidade - não tem indicação) Nível hidro aéreo, edema de mucosa, bolhas nos seios da face TC Achados inespecíficos Podem ocorrer em pacientes assintomáticos e resfriados AVALIAÇÃO INICIAL Rinossinusite aguda (RSA) não complicada - CLINICO – < 4 semanas de secreção nasal purulenta – Obstrução nasal, dor/pressão na face ou ambos – Outros sintomas: anosmia, pressão nos ouvidos, tosse, cefaleia RSA não complicada viral < 10 dias e os sintomas não estão piorando (ou já apresenta melhora) RSA não complicada bacteriana > 10 dias ou sintomas mais intensos, evolução com piora dupla pior RSA bacteriana complicada: Cefaleia persistentes, periorbitais, alterações de visão, alterações oculares, paralisia de nervos cranianos, alteração de estado mental, meningismo, sinais de HIC Exames de imagem e microbiologia TRATAMENTO RSA viral Autolimitada Tratamento sintomático corticoides nasais (curto prazo, melhora sintomática Descongestionantes nasais, anti histamínicos, mucolíticos lavagem nasal com soro analgésico: paracetamol, dipirona, AINE’s RSA bacteriana Pode ser autolimitada ATB deve ser analisado se vai ser administrado ou não Pacientes imunocompetentes, quadro não complicado, bom follow up Paciente chega em mais de 10 dias de doença e não há melhora, é bom iniciar o antibiótico empírico. Se o paciente começa a melhorar, tratar por 5 -7 dias de ATB Em caso de ausência de melhora, pensar em complicações. Corticoides sistêmicos: pode oferecer melhora clínica; efeitos colaterais (em RSA aguda em pacientes muito sintomáticos). OTITE MÉDIA AGUDA Infecção/inflamação do ouvido médio acúmulo de fluido no ouvido médio e inflamação de sua mucosa Uma das causas mais frequente de uso de ATB FISIOPATOLOGIA 1. Obstrução 2. Retenção de fluido 3. Supuração da secreção retida Em crianças, a tuba é mais facilmente obstruída Rinite alérgica, outras IVAS A infecção viral muitas vezes é um evento inicial Pode ser fúngica (não é clássica) OMA é geralmente infecção bacteriana S. Pneumoniae, H. influenzae, estreptococo, S. aureus, M. catarrhalis - Pode ser precedida de quadro de outra IVA ou rinite alérgica MANIFESTAÇÕES CLÍNIC AS Otalgia e febre - manifestação clássica Otalgia, diminuição da acuidade auditiva (geralmente não tem otorreia por não ter usualmente ruptura da membrana timpanica) Febre, desequilíbrio Febre alta, dor retroauricular intensa (clássico de abscesso e osteomielite), paralisia facial (Complicações) DIAGNÓSTICO Clínica + otoscopia Abaulamento da membrana timpânica Eritema Opacidade Nível hidroaéreo TRATAMENTO Alívio sintomático Antibioticoterapia 1. Primeira escolha: amoxicilina + clavulonato 2. Ausência de melhora com 48-72 - reavaliar 3. 875/125 mg, 12/12 h, 7-10 dias Se ruptura de membrana, acrescentar ATB tópico Falha inicial Dose aumentada de amoxicilina com clauvulonato por mais 10 dias Quinolonas respiratórias (levofloxacino, moxifloxacino)OBSERVAÇÃO: a natação é fator de risco para otite média devido a aumento de pressão dentro do ouvido e reter secreção. Mas, pode ser externa devido a água da piscina. FARINGITE AGUDA OU FARINGOAMIGDALITE Uma das doenças mais comuns na prática clínica Etiologias mais graves (HIV) Complicações potencialmente graves (obstrução de vias aéreas) A maior parte é viral e autolimitada Grande sobreposição de sintomas com faringite bacteriana o Streptococcos do grupo A Pico na infância e na adolescencia Infecciosa X não infecciosa ♦ Alérgica ♦ Tabagismo ♦ Exposição a ar seco FARINGITE AGUDA INFE CCIOSA Dor de garganta que piora ao deglutir Linfadenopatia Febre, cefaléia, astenia OBSERVAÇÃO: Os sintomas em verde não dá para diferenciar entre vírus e bactérias; Vírus e Estreptococos do grupo A Geralmente não é possível determinar a etiologia pela clínica FARINGITE AGUDA INFE CCIOSA VIRAL Causa mais comum ( 75 -45% DOS CASOS) Exantema viral Adenovirus, rinovirus, coronavirus, enterrovirus, influenza, parainfluenza Associação com outros sinais de IVAS Fadiga, obstrução nasal, tosse, coriza, conjuntivite, espirros, rouquidão, otalgia, desconforto em seios da face Febre baixa, adenopatia discreta, úlceras orais. - sinais mais discretos STREPTOCOCCUS DO GRUPO A Não começa com outros sinais de IVAS Inicio abrupto de odinofagia, febre, edema orofaringeo, exsudato tonsilar e adenopatia proeminente (cervical anterior) Petéquias no palato Rash escarlatiniforme (pápulas, aspecto aspero) Diferenciar entre virus e streptococo do grupo A OBSERVAÇÃO: o vírus quando chega ele pega primeiro o nariz, manifestando espirro, quadro de otite, sinusite pra só depois atingir a garganta. Clinicamente terá edema e vermelhidão e não terá geralmente as grandes placas de pus. Vai ter adenopatia ganglionar mas não grande. Caso o paciente tenha rash será só cutâneo. Quando a infecção é bacteriana atinge direto a garganta sem sinais de IVAS. Garganta vermelha, com pus e adenopatia ganglionar intensa. Esse apresenta o Rash escarlatiniforme - pele aspera. CURIOSIDADE: Síndrome mono like - mononucleose (infecção sistêmica): faz faringite não supurativa, sem pus. Faz adenopatia significativa podendo ser sistêmica e não só de pescoço. Faz febre e astenia apresentando um quadro bem acentuado, não é tão agudo. COMPLICAÇÕES SUPURATIVAS - PELA PRÓPRIA PRESENÇA DO PATÓGENO Abscesso/ celulite de orofaringe Otite Sinusite Fasciite necrosante Meningite/ abscesso cerebral Tromboflebite COMPLICAÇÕES NÃO SUPURATIVAS - RELACIONADO A AÇÃO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO, RESPOSTAS TARDIAS Febre reumática Artrite reativa Escarlatina Síndrome do choque tóxico Glomerulonefrite PANDAS (quadro psiquiátrico) AVALIAÇÃO o Excluir complicações o Identificar agentes tratáveis o Diferenciar entre vírus e streptococcus do grupo A o Suspeita forte de quadro viral Não é necessário fazer o teste do streptococcus Terapia de suporte (melhora em 5-7 dias) o Suspeita forte de streptococcus deve ser feito o teste rápido antes de entrar com ATB (TEORIA - resposta para provas. Mas na prática clínica não existe disponível o teste levando a definir clinicamente qual tratamento a ser feito) o Na prática, não tem o exame, o ATB deve ser iniciado automaticamente quando a suspeita de causa bacteriana for forte. SEGUIMENTO Quadro presumido viral Ausência de melhora em 5-7 dias: reavaliar Considerar outras causas Estreptococo Melhora após 24-72 horas de terapia Ausência de melhora: considerar outras etiologias tratamento é para reduzir intensidade e duração dos sintomas, previnir complicações supurativas e não supurativas
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