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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA DIETA Avaliação da qualidade da dieta: ‣ Estimativas da ingestão dietética, incluindo alimentos, suplementos e teor mineral de água; ‣ Estimativas das necessidades dos indivíduos; Estimativas da adequação aparente da dieta: Com base em recomendações e guias alimentar com valores de referência de nutrientes. Por quê avaliar a qualidade da deita? · Considerar a complexidade da deita: Não é influenciada apenas por fatores biológicos e fisiológicos, mas também fatores culturais, econômicos e de disponibilidade de alimentos; · Conhecer hábitos alimentares; · Avaliar o consumo de alimentos e não nutrientes; Índices de qualidade da dieta: Avaliam uma combinação de diferentes tipos de alimentos, nutrientes e constituintes da dieta em relação às recomendações dietéticas e/ou desfechos de saúde. São adequados para medir a qualidade global da alimentação pois não reduzem a avaliação a um único item na comparação com o padrão. Avaliam a adesão as recomendações nutricionais Estabelecem uma pontuação que permite classificar a alimentação em: · Dieta inadequada/Dieta que necessita de melhoras/Dieta adequada; · Medidas estatísticas; ↳ Se recomenda a classificação de acordo com as medidas estatísticas, pois em nível populacional, a categorização coloca muita gente como quem necessita de melhorias; Baseiam-se em guias alimentares e recomendações nutricionais; GUIAS ALIMENTARES Instrumentos desenvolvidos com objetivo de definir recomendações sobre a alimentação saudável direcionadas à população em determinado período de tempo com o objetivo de promover escolhas alimentares mais saudáveis. Limitações dos índices de qualidade da dieta (IQD): ‣ Ausência de consenso na validação dos índices para a população (índices de outros países são aplicados em diferentes locais, sem levar em consideração as características da população local); ‣ Categorização dos escores pode não refletir a real adesão às recomendações dietéticas; Índice de qualidade da dieta revisado (IQD-R): Avalia e monitora a dieta em nível individual ou populacional, mensura variados fatores de riscos dietéticos para doenças crônicas; · Avaliação da dieta Individual → dieta habitual; · 12 componentes → 9 grupos baseados no Guia Alimentar Brasileiro (2006) expressos em densidade calórica; → 2 nutrientes: sódio e gordura saturada; → Gord_AA: calorias provenientes de gordura sólida, álcool e açúcar de adição; · Pontuação máxima IQD-R: 100 pontos (quanto mais próxima de 100 pontos, melhor a qualidade da dieta); IQD-R AVALIAÇÃO: Avaliar o consumo de cada componente e/ou total para indivíduos e população; Considerações sobre IQD-R: · Avaliar a qualidade da dieta; · Avaliar e monitorar a adesão às recomendações; · Mede a qualidade global da alimentação → capaz de refletir gradiente de risco para muitas doenças crônicas relacionadas à alimentação; · Avaliação de cada componente individualmente é mais relevante que a pontuação total; · Desvantagens/Limitações podem ser amenizadas por meio de cuidados metodológicos; CLASSIFICAÇÃO NOVA Agrupa alimentos de acordo com à natureza, extensão e finalidade do processamento industrial a que eles se submetem. · In natura: Obtidos diretamente de plantas ou de animais sem que tenham sofrido qualquer alteração; · Minimamente processados: São alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas (pasteurização, esterilização, secagem, catação, etc.); · Extraídos dos alimentos in natura (ingredientes culinários processados): Produtos extraídos de alimentos in natura ou diretamente da natureza e usados para criar preparações culinárias, temperar e cozinhar alimentos (óleo, sal, açúcar); · Processados: São produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado; · Ultraprocessados: Produtos cuja fabricação envolve diversas etapas, técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial; Classificação dos alimentos: · Alimentos de um único ingrediente (frutas, leite, nozes); · Produtos industrializados; Classificação dos alimentos com dois ou mais ingredientes: · Obter informações sobre a forma de preparo (ex.: pão – farinha, manteiga, ovo, açúcar, feito à mão); Bolo industrializado: produto ponto para consumo; Bolo caseiro: preparação feita com ingredientes e alimentos in natura ou minimamente processados; Soluções temporárias: “padronizações” com base no hábito da população; · Todas as massas: preparações culinárias (produtos prontos para consumo) · Sucos “pêssego”: ultraprocessados (raros os casos que o suco é natural); Erro embutido: pode ser que tenha feito à mão (superestima as calorias): erro sistemático; Instrumentos e métodos de avaliação: Os instrumentos e métodos de avaliação devem ser capazes de captar: -Dimensão dos nutrientes/alimentos; -A extensão e o propósito do processamento dos alimentos; -Aspectos relacionados às práticas alimentares de consumo da população; POPULAÇÃO: Classificação a partir de como os alimentos foram adquiridos Cada alimento é classificado individualmente antes do seu preparo para consumo em um dos 4 grupos: · Alimentos in natura ou minimamente processados; · Ingredientes culinários; · Alimentos processados; · Alimentos ultraprocessados; INDIVÍDUOS: Classificação a partir de como os alimentos foram adquiridos Cada alimento é classificado individualmente antes do seu preparo para consumo em um dos 4 grupos como na avaliação de população. INDIVÍDUOS: Classificação a partir de como os alimentos foram consumidos Alimentos com mais de um ingrediente (combinados/preparados “á mão”) serão desagregados para a classificação. Cada alimentos será classificado individualmente em um dos 3 grupos: · Alimentos não ou minimamente processados e preparações culinárias baseadas nesses alimentos; · Alimentos processados e preparações culinárias baseadas nesses alimentos; · Alimentos ultraprocessados e preparações culinárias baseadas nesses alimentos; OBS: Não classifica em ingredientes culinários pois já estarão contidos em 2 ou 3 (preparações). Avaliar grupo: aplicação de 2 registros. Avalia de quais alimentos são provenientes a maior parte dos alimentos – avaliação subjetiva, não estipula a quantidade de cada grupo que deve ser consumida, fica a critério de quem está avaliando. OUTROS INDICADORES Indicadores tradicionais de avaliação da qualidade da dieta são utilizados para associar com % de ultraprocessados.· Densidade de fibras (g/100 Kcal) · Açúcar total de adição ou açúcar livre; · % de proteínas; · % de gordura saturada ou gordura trans; Os mais precisos são: CONSIDERAÇÕES SOBRE A NOVA: · Avaliar a qualidade da dieta; · Avaliar a adesão às recomendações; · Mede a qualidade global da alimentação e participação dos alimentos de acordo com seu processamento; · Limitações relacionadas a complexidade do detalhamento necessário para a classificação dos alimentos; DRI’s e AVALIAÇÃO DIETÉTICA Os valores de referência de nutrientes são obtidos por meio da avaliação da dieta habitual e analise das DRIs, que fornecem valores de referências/estimativas. Para avaliar a ingestão de nutrientes pelos indivíduos e compara-la com o que é necessário, é preciso identificar a ingestão habitual primeiro (3 registros + 2 recordatórios em dias não consecutivos). Depois disso, é preciso conhecer a estimativa da necessidade (EAR) e a variabilidade intraindividual. Somado a isso, identificar o número de dias que o indivíduo foi submetido a avaliação dietética. As DRIs são usadas para planejamento e avaliação da ingestão de nutrientes; Fornecem estimativas de adequação aparente da dieta: -Estimativas da ingestão dietética, incluindo alimentos, suplementos e teor mineral de água; -Estimativas das necessidades dos indivíduos; Valores de referência da dieta – DRIs · EAR: Necessidade média estimada; · RDA: Ingestão dietética recomendada; · AI: Ingestão adequada; · UL: Nível máximo de ingestãotolerável; Necessidade média estimada (EAR) Valor de ingestão de um nutriente estimado para atender as necessidades de 50% dos indivíduos de um grupo saudável, segundo idade e sexo. -95% dos indivíduos terão suas necessidades entre 80% e 120% da EAR; -Utilizada no planejamento de dietas e não como meta de ingestão; -Estimar a probabilidade de ingestão inadequada de um nutriente para indivíduos e população; Ingestão dietética recomendada (RDA) Valor de EAR somada a dois desvios padrão. É o nível de ingestão para atender a necessidade de 97-98% dos indivíduos saudáveis, segundo sexo e idade. -Para indivíduo é a meta de ingestão diária do nutriente (risco de inadequação reduzido 2-3%) -O uso da RDA não é indicado para avaliar a ingestão de populações; -Dados insuficientes ou inconsistentes para estimar o desvio padrão (DP). O desvio padrão da ingestão teórico e de 10% (RDA= 1,2 x EAR) Ingestão adequada (AI) É a recomendação média de ingestão diária de um nutriente para um grupo saudável, segundo sexo e idade. -Estimada com base em estudos observacionais e/ou experimentais com indivíduos “saudáveis”; -São utilizados quando não dá evidência para estimar EAR e RDA; -Para indivíduos avalia a meta de ingestão. Se consome abaixo não se pode dizer que está inadequada, pois AI tende a exceder RDA. Apenas pode inferir que está abaixo do indicado. Se está acima de AI e não ultrapassa UL, pode-se considerar ingestão adequada. -Para população avalia-se a adequação da ingestão. Se a ingestão for maior ou igual a ingestão média provavelmente está adequada se avaliada por um grande número de dias. Entretanto, se esta abaixo da adequação da ingestão pode ser determinada; Nível máximo de ingestão tolerável (UL) Valores mais alto de ingestão habitual diária que não representa risco de efeitos adversos à saúde da maioria dos indivíduos saudáveis, segundo sexo e idade. -Os valores são obtidos em estudos toxicológicos; -Não é meta de ingestão para indivíduos e coletividades; -É um indicador de riscos e efeitos adversos; - Se a ingestão for maior ou igual ao risco potencial de efeitos adversos e se essa ingestão for observada em um grande número de dias. Se a ingestão for menor que UL e for observada por um grande número de dias, provavelmente é segura. RISCO DE INADEQUAÇÃO E DE EFEITOS ADVERSOS PARA AS DRIs A medida que se aumenta a ingestão, diminui o risco de inadequação. AVALIAÇÃO DE POPULAÇÕES: Métodos disponíveis: Método probabilístico e EAR como ponto de corte. Depende da ingestão habitual do grupo, variabilidade e da EAR para o grupo. →EAR como ponto de corte: Estimativa da proporção de indivíduos com consumo habitual abaixo da EAR, que representa a prevalência de inadequação. A prevalência é dada pela probabilidade de inadequação calculada pela distribuição Z. As premissas necessárias são: · Necessidades e ingestão de nutrientes são variáveis independentes; · A distribuição das necessidades é simétrica em torno da EAR; · Conhecer o consumo médio do grupo (questionário, recordatório); · A variância da ingestão é maior que a variância das necessidades em um grupo de indivíduos; · Conhecimento da variabilidade intraindividual e interindividual do consumo; Xi : Média de ingestão do indivíduo Ma: Média de ingestão do grupo N: número de dias avaliados O consumo sofre influência da variabilidade. A presença da variabilidade intraindividual distorce a real estimativa da ingestão habitual tornando-se fonte de erro na estimativa da prevalência de inadequação do consumo. Para reduzir a variabilidade deve-se aumentar o número de dias avaliados ou utilizar métodos estatísticos para ajuste da variabilidade intraindividual a partir de duas medidas do consumo. Para cálculo do valor z, deve haver um ajuste da variabilidade.Sem o ajuste, o desvio padrão é maior, alterando o valor de z levando a uma diminuição do percentual de indivíduos com inadequação; Torna-se uma fonte de erro na estimativa da prevalência de inadequação do consumo; P=0,98 98% de probabilidade de uma inadequação da ingestão de Mg (abaixo de EAR) Apenas 2% das mulheres avaliadas tem uma ingestão acima de EAR. EAR COMO PONTO DE CORTE: Limitação: Não determina quais indivíduos da população estão com ingestão inadequada do nutriente, uma vez que os valores de EAR foram estabelecidos para atingir a necessidade de 50% dos indivíduos saudáveis. Aqueles indivíduos com necessidade de ingestão maior ou menor em relação a EAR causam uma avaliação distorcida. · Indivíduos classificados com ingestão inadequada, podem ter uma ingestão que supra as necessidades (falso negativo) · Indivíduos classificados com ingestão adequada, podem estar na área do gráfico onde os indivíduos tem uma ingestão que é menor que suas necessidades (falso positivo) Utilização de AI caso não se tenha a EAR: Obtém a proporção de indivíduos que tem a ingestão maior ou menor que AI e não se calcula a prevalência de inadequação. n com Mi > AI: Número de indivíduos com média de ingestão maior que AI; n total: número total de indivíduos; Exemplo: Utilização de UL para avaliar o risco de ingestão excessiva: Os aspectos que devem ser considerados na avaliação da UL do grupo são: -A acurácia da medida da ingestão dietética; -A proporção da população consistentemente consumindo o nutriente em quantidades maiores que UL; -A gravidade dos efeitos adversos; -A reversibilidade dos efeitos adversos quando reduz a ingestão em níveis menores a UL; AVALIAÇÃO DE INDIVÍDUOS: A avaliação da ingestão habitual do nutriente não pode ser utilizada isoladamente para avaliar o estado nutricional dos indivíduos. Se houver indicações de inadequação da ingestão, recomenda-se que sejam feitas avaliações clínicas ou bioquímicas complementares do estado nutricional do indivíduo (inadequação não pode ser julgada como excesso ou carência nutricional). Cálculo de adequação aparente: Estabelecer a ingestão habitual do indivíduo e, em seguida, confrontá-la com as suas necessidades. Para isso: · As estimativas da ingestão de nutriente (dieta habitual); · A estimativa da necessidade (EAR), · Variabilidade da necessidade (É assumido o valor de 10% da EAR);· Variabilidade intraindividual (valor definido por estudos populacionais dos EUA; · Número de dias avaliados; Ingestão adequada – AI Representa a ingestão (e não a necessidade) que provavelmente irá exceder a verdadeira necessidade de quase todos os indivíduos saudáveis. Permite concluir com esse valor se a ingestão está acima do preconizado. Olhando na tabela P=0,85, ou seja, INGESTÃO HABITUAL ACIMA DO PRECONIZADO 85% DE PROBABILIDADE DE CONCLUSÃO CORRETA Nível máximo de ingestão tolerável - UL Utilizada quando há suspeita de ingestão excessiva, o que pode causar risco de efeitos adversos. Nesse caso, a exposição crônica é o objeto de interesse. CONSIDERAÇÕES DE ORDEM PRÁTICA · Fixar valores de confiança desejáveis (80%, 85%, 90%) - tabela; · Práticas sugeridas pelo comitê; LIMITAÇÕES: · Erros relacionados a subestimação ou superestimação do consumo alimentar, erros de memória, acurácia das tabelas de composição de alimentos, etc; · Uso de dados sobre a variabilidade intrapessoal obtida em estudos populacionais com características alimentares distintas da população brasileira; · Pouca informação sobre a verdadeira variabilidade das necessidades dos nutrientes entre indivíduos de um mesmo estágio de vida e gênero. · O método de avaliação de adequação aparente não deve ser utilizado quando: (a) a distribuição da ingestão do nutriente, obtida dos estudos populacionais, não é normal ou simétrica. Ou seja, quando o coeficiente de variabilidade é maior que 60 ou 70% (ex: carotenoides, vit A,C e B12). (b) a distribuição das necessidades do nutriente não é normal ou simétrica (ex: ferro em mulheres). O indivíduo ingeriu 102,5% da meta de ingestão do grupo. PECULIARIDADE SOBRE A INGESTÃO DE MACRONUTRIENTES PECULIARIDADE SOBRE A AVALIAÇÃO DA INGESTÃO ENERGÉTICA (EER) A EER nunca deve ser utilizada como ponte de corte. Para avaliara adequação do consumo energético deve utilizar o marcador biológico: peso corporal (Kg) → IMC (Kg/m²), pois cada indivíduo tem um consumo de acordo com idade, atividade física, etc. Se o imc estiver no limite mínimo, o planejamento será em torno do limite superior de ingestão energética para que ele não perca peso % de indivíduos que possui ingestão adequada de energia. Ajuste para a ingestão geral de energia: O consumo da maioria dos nutrientes está associado a ingestão total de energia. Trata-se de nutrientes que contribuem diretamente para o consumo de energia e, os indivíduos que consomem mais energia, consomem de um modo geral mais de todos os nutrientes e demais componentes da dieta. A ingestão calórica é um fator de confusão na estimativa do nutriente de interesse. Objetivo do ajuste: Controlar o confundimento e assim avaliar a variação da composição da dieta sobre o desfecho. Os métodos disponíveis para ajuste da ingestão total de energia são: 1) Método dos resíduos (métodos estatísticos); 2) Método tradicional (densidade de nutrientes; →A avaliação dietética é um método indireto da avaliação do estado nutricional, que está sujeito a erros e fornece uma avaliação quantitativa e qualitativa. Sua importância é promover mudanças comportamentais e de saúde pública para diminuir o o risco de adoecer e aprimorar as políticas de saúde pública. ANTROPOMETRIA DO ADULTO A antropometria é a medição do ser humano; Teve início em estudos da relação entre proporções do corpo humano e incidência de doenças. Lambert: Primeiro a desenvolver tabelas de altura e peso para estudar suas relações com a intenção de estudar o peso ideal. Desde então, o IMC vêm sendo usado no mundo todo, tendo sido adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para classificar baixo peso, sobrepeso e obesidade. ANTROPOMETRIA: · Estuda as medidas de tamanho e proporções do corpo humano; · Medidas antropométricas são utilizadas para diagnósticos do estado nutricional (baixo peso/desnutrição, excesso de peso e obesidade); Obs: Desnutrição não pode ser avaliada apenas por meio de antropometria. · Indica riscos para doenças crônicas não transmissíveis; · Avaliação e classificação dos indivíduos e populações em qualquer fase da vida; · Baixo custo, simples, de fácil aplicação e padronização, não invasivo; Importância: O diagnóstico precoce é importante para a prevenção de doenças na vida adulta. CONCEITOS: Estado nutricional: Resultado do equilíbrio entre o consumo de nutrientes e o gasto energético do organismo para suprir as necessidades nutricionais; Eutrofia: Manifestação produzida pelo equilíbrio entre o consumo e as necessidades nutricionais; Carência Nutricional: Deficiências gerais ou específicas de energia e nutrientes; Distúrbio Nutricional: Problemas relacionados ao consumo inadequado de alimentos, tanto por escassez quanto por excesso – baixo peso/desnutrição e a obesidade; Índices antropométricos: Combinação entre duas medidas antropométricas (ex: IMC que é o peso e estatura) ou entre uma medida antropométrica e uma demográfica (peso-para-idade, estatura-para-idade); É importante para produzir uma avaliação mais rica e completa do estado nutricional. Podem ser expressos em percentis ou escores-z, e classificados e acordo com pontos de corte. (Limites que separam os indivíduos que estão saudáveis daqueles que não estão); Indicadores antropométricos: É a aplicação dos índices. Corresponde à classificação que é atribuída a um indivíduo ou a uma população, saudável ou não, como resultado da aplicação de um valor crítico (ponto de corte) a um índice; OBJETIVOS: · Identificar as proporções dos compartimentos corporais; · Identificar alterações do peso e composição corporal; · Identificar o risco de morbidades relacionadas ao baixo peso, desnutrição ou obesidade; · Verificar o efeito das intervenções adotadas; · Monitorar o estado nutricional (acompanhamento da evolução do paciente); MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: Peso: É a soma de todos os componentes corporais e reflete o equilíbrio energético-proteico do indivíduo; Peso atual: Aferido no momento da avaliação; Peso usual ou habitual: Utilizado como referência na avaliação de mudanças recentes de peso e em casos de impossibilidade de medir o atual (como em caso de pacientes acamados) IMC: IMC médio x (estatura)2 Peso ideal: calculado através da formula Essa medida nem sempre é adequada pois se o indivíduo for muito magro ou muito gordo, ele não está dentro do IMC médio da população. Quando o IMC está baixo ou mais alto ou mais baixo tem uma maior probabilidade de morte. Africa: J invertido (Mortes são mais recorrentes da desnutrição e baixo peso); EUA: Mortes mais recorrentes em IMC mais elevado; Quando o IMC está mais baixo Apesar das limitações, o IMC é o mais indicado para medidas antropométricas Limitações do IMC: · Não considera a influência dos tecidos e sua distribuição nos diferentes indivíduos, apenas considera o peso e a estatura; · Não considera a variação das proporções anatômicas entre os indivíduos (membros inferiores e tronco) ex: corredores com pernas mais longas; · Atletas, praticantes de musculação, mamas grandes, silicone, diferenças étnicas, “falsos magros” – Não distingue gordura de massa muscular, a pessoa pode ter um IMC elevado e ser de músculo e não de gordura; OBS: A massa magra não é somente massa muscular, é também água, massa óssea, peso dos tecidos e órgãos. Por isso a avaliação não é tão precisa Perímetros: São indicadores da localização de gordura corporal. Indicam o risco de doenças cardiovasculares pela alta proporção de gordura localizada na região abdominal. Homem: Formato androide (maçã) Mulher: Formato ginóide (pêra) · Gordura subcutânea: abaixo da pele; · Gordura visceral: Envolve os órgãos (mais perigosa, maior risco para desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis -> Principalmente a abdominal); Perímetro da cintura: Cicatriz umbilical, dois dedos acima da cicatriz, menor circunferência e ponto médio. O ponto médio é a mais recomendada. É o ponto entre a ultima costela e o topo da crista ilíaca. Relação cintura-quadril: Não é um bom indicador pois pessoas com sobrepeso costumam ter cintura e um quadril maiores, dessa forma a relação é baixa. Relação cintura-estatura; Pregas cutâneas: Localização periférica são as pregas bicipital e tricipital. A localização central é a supra-ilíaca e a subescapular; Relação cintura-estatura: Relação entre perímetro da cintura (cm) e estatura (cm). · Boa relação com a gordura visceral e boa capacidade preditiva de alterações cardiometabólicas; · Ponto de corte universal: Vantagens por sua simplicidade e sua aplicação universal; Risco quando RCE > 0,5 Perímetro do pescoço: Referencial anatômico é a proeminência da laringe (pomo de adão) logo abaixo da glote (ponto médio do pescoço); Necessita de mais estudos para confirmar sua validade na avaliação do risco cardiovascular (carga aterosclerótica) Não possui ponto de corte estabelecido; Diâmetro sagital: Representa a altura abdominal compreendendo a distância entre as costas e o abdômen. Essa medida reflete o volume de tecido adiposo visceral; Não possui ponto de corte estabelecido; Pregas cutâneas: Realizado para medir o percentual de gordura corporal. · Bicipital: Ponto médio entre o acrômio e olecrano; · Tricipital: Ponto médio entre o acrômio e olecrano; · Supra ilíaca: Dois dedos da crista ilíaca; · Subescapular (costas); · Axilar, torácica, panturrilha, abdominal e coxa; CÁLCULO DA GORDURA CORPORAL: 1) Cálculo da densidade corporal considerando os coeficientes C e M específicos de acordo com a faixa etária (tabela 6), pela formula:DC= M x log 10 (PCB + PCT +PCSE + PCI) 2) Converter a densidade corporal em percentual de gordura corporal (%GP) por meio da equação: %GP = (4,95/DC) – 4,5 x 100 →A forma mais prática de obter o percentual de gordura corporal é fazendo o somatório das 4 pregas cutâneas e consultar a tabela com os percentuais de gordura corporal por sexo e faixa etária; AVALIAÇÃODA MASSA MAGRA E MASSA GORDA PB: Perímetro do braço (pode ser usado isolado como indicador de desnutrição energético-proteíca pois sua diminuição indica perda de gordura, massa muscular ou ambas); PCT: Prega cutânea tricipital; CMB: Circunferência muscular do braço (avalia reserva de músculo); AMB: Área muscular do braço; AMBc: Área muscular do braço corrigida pela massa óssea; AGB: Área de gordura do braço (Avalia gordura corporal); CMB, AMB, AGB – Avaliação 1) Cálculo do percentual de adequação seguido de classificação do estado nutricional; 2) Comparação dos valores obtidos com percentis (dados tabelados); P50 para a faixa etária COMPOSIÇÃO CORPORAL Métodos de avaliação da composição corporal: · Diretos: Dissecação de cadáveres e pesagem de cada compartimento corporal (ossos, gordura, pele, músuculo e vísceras). Seria o método mais confiável; · Indiretos: Compartimentos corporais são avaliados a paritr de princípios químicos e/ou físicos (pletismografia de deslocamento de ar, espectrometria de raios gama, ressonância magnética, pesagem hidrostática, DEXA, etc). São derivados dos métodos indiretos, logo, possuem boa precisão; · Duplamente indiretos: Métodos validados por comparação com um dos métodos indiretos (BIA, antropometria, etc). São mais acessíveis e menos invasivos; Estimativa da gordura corporal: Individual (bioquímico) e populacional (estudos e pesquisas); Importância na escolha do método: Validade, praticidade, custo, complexidade, portabilidade (transporte); Pesagem hidrostática: Consiste na medição do indivíduo dentro d’agua utilizando-se valores de densidade de dois compartimentos corpóreos: massa de gordura e massa livre de gordura. É o padrão ouro para estimativa da densidade corporal e validação de outros métodos. Baseia-se no princípio de Arquimedes “o volume de um objeto submerso em água é igual à água que ele desloca” Densidades e composição constantes para os tecidos da MLG (massa livre de gordura) · Densidade de gordura = 0,90 g/cm3 · Densidade da MLG = 1,10 g/cm3 · Água = 73,8% · Proteína = 19,4% · Minerais = 6,8% As limitações incluem a dificuldade de realização (ficar sem respirar), o custo elevado, em crianças não é tão preciso (alterações na composição corporal acontecem de forma rápida), o valor é limitado quando realizado em crianças (alterações na proporção e densidade dos componentes da massa livre de gorudra durante o crescimento e maturação). Bioimpedância elétrica (BIA): Determina os parâmentros da composição corporal a partir da medição precisa da bioimpedância elétrica dos vários orgãos e tecidos do corpo conforme sua condutividade elétrica. Efetuando sequencialmente diversas medições em cada mebro e tronco separadamente. Avalia a composição corporal por meio da passagem de uma corrente elétrica impercepitível pelo corpo, a corre passa através da água presente no corpo. Os tecidos magros são altamente condutores de corrente elétrica (grande quantidade de eletrólitos) tendo baixa resistência a passagem da corrente. Já a gordura, o osso e pele constituem um meio de baixa condutividade e elevada resistência. →Uma corrente elétrica é introduzida por eletrodos distais e captada pelos eletrodos proximais, gerando vetores de resistência e reatância. A corrente circula livremente entre o líquido do tecido muscular, mas depara-se com a resistência do tecido adiposo. Esta resistência permite a medição do percentual de gordura e massa magra e os resultados diferenciam em função do sexo, altura e peso da pessoa. As vantagens são que o método é rápido, não invasivo e relativamente barato para avaliar a composição corporal. Já as desvantagens são que é altamente influenciada por alterações do balanço hídrico, muitos equipamentos não trazem informações sobre as equações utilizadas na estimativa da composição corporal, baixa acurácia na avaliação de indivíduos obesos (IMC > 24kg/m2) e desnutridos, acurácia comprometida para avaliar a composição corporal após perda de peso recente (não avalia alterações fisiológicas pequenas). Pode ser tetrapolar (horizontal), vertical (2 eletrodos na mão e 2 nos pés do lado direto do corpo), balança. A gordura é medida pela resistência à passagem da corrente elétrica. Fornece: 1) Composição corporal; 2) Diagnóstico de obesidade, IMC e RQC (relação cintura quadril); 3) Controle músculo-gordura – o exame fornece recomendações apropriadas da quantidade de músculo e gordura para uma composição corporal ideal; 4) Gordura segmentada: quantidade de gorudra em cada segmento é estimada para o controle da gordura localizada; 5) Massa magra segmentada: Massa magra em quilo de cada segmento corporalpermitindo visualizar diferenças entre os mebros e a avaliação de cada um; 6) Impedância: mede diretamente a impedância de cada segmento corporal a 20 kHz e 100 kHz, levando a resultados altamente precisos da composição corporal; 7) Plano de exercícios oferece sugestões de atividades e gasto energético estimado para 30 minutos de cada atividade; 8) Taxa metabólica basal: Valor mínimo de energia necessária para sutentar as funções vitais estando em repouso; Recomendações: · Se o paciente possuir marcapasso ou prótese e grávidas, não realizar a BIA; · No caso das mulheres, estar pelo menos há sete dias da data da última menstruação e sete dias antes da próxima; · Jejum absoluto de, no mínimo, quatro horas antes da realização do exame (inclusive de água); · Não ingerir álcool nas 48 horas anteriores à realização do exame; · Não fazer uso de diuréticos pelo menos nos sete dias anteriores à realização do exame; · No dia do exame, retiras objetos metálicos como brincos, anéis, relógios e outros; · Urinas 30 minutos antes do exame; · Permanecer 10 minutos em repouso na posição de decúbito dorsal antes do teste; Tomografia computorizada: Avalia gordura visceral e subcutânea abdominal. É padrão outro para estimar gordura abdominal. Os feixes de raios-X passam através dos tecidos com densidade diferentes, obtém-se imagens detalhadas bidmensionais. O equipamento perimite que os raios atinjam toda a superfície corporal avaliada devido a rotação do tubo em 360°; As limitações são a exposição a radiação, pode ser demorado dependendo da composição corporal, método invasivo, custo elevado e necessita de técnicos especializados. Ressonância magnética: Avalia tecido adiposo total e subcutâneo. Um campo magnético é irradiado por pulsos de frequÊncia de rádio, excita os núcleos de hidrogênio da água corporal e das moléculas lipídicas, gerando imagens dos tecidos. A principal vantagem desse método sobre a tomografia computadorizada é a possibilidade de monitorar mudanças na gordura visceral e gordura subcutânea separadamente, sem que haja exposição a radiação ionizante. As limitações são que o método é invasivo e possui custo elevado. Absortometria de raios-x de dupla energia (DEXA): A medida do DEXA é definida como a quantidade de radiação absorvida pelo corpo ou segmento desejado. É o padrão ouro pra avaliar massa óssea e permite avaliar 3 compartimentos corporais: massa de gordura, massa magra livre de minerais e massa mineral corporal total. Permite distinguir o que é osso, gordura e músculo com precisão. →Por meio de cortes realizados nas imagens fornecidas pelo maquinário, o exame pode apresentar os riscos de doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral, entre outros, quando detalhando a medição de gordura. Já a avaliação da massa muscular aponta para as baixas na massa óssea, sarcopenia, riscos de fraturas, incapacidade motora e osteoporose. As limitações são a exposição a radiação, custo elevado e necessita de técnicos especializados. Pletismografia (Bod pod): Estima o volume corporal pelo deslocamento de ar. Em um recipiente isotérmico fechado, volume e pressão variam em proporção inversa, enquanto o volume aumenta a pressão diminui e vice-versa. O volume do objeto é mensurado em consonância com o volume do ar que se desloca dentro da câmara, ou seja, o volume do corpo é mensurado a partir do momento em que o indivíduo sentadentro da câmara e desloca um volume de ar idêntico ao seu volume corporal. OBSERVAÇÕES: Mesmo as melhores técnicas podem ter erros. O método de avaliação da composição corporal que você iniciar, mantenha-o até que o paciente receba alta (evita erros sistemáticos). Assim, você poderá avaliar de forma mais confiável as modificações corporais ao longo do tratamento. Independentemente do método escolhido é preciso estuda-lo, treinar, conhecer suas indicações, limitações, modo de avaliar os resultados e como unir essas informações aos outros dados da avaliação nutricional.
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