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1 Prof. Diogo Eduardo - Física Keith R. Symon OSCILADOR HARMÔNICO AMORTECIDO O problema mais importante no movimento unidimensional e felizmente um dos mais fáceis de resolver é o do oscilador harmônico ou linear. Equação completa e geral de oscilador harmônico: 𝑚�̈� = −𝑏�̇� − 𝑘𝑥 + 𝐹(𝑡) Nesta equação temos, os termos da Força da segunda Lei de Newton, Força de Atrito, Força da Mola e Força Externa. O movimento é uma oscilação senoidal simples em torno do ponto de equilíbrio. Em todos os casos físicos, existe uma força de atrito agindo sobre o corpo, embora ela seja frequentemente muito pequena. Quando a força de atrito é muito pequena na força de atrito é proporcional a velocidade. Como é quase que a única força de atrito para qual o problema é resolvido facilmente, é melhor restringir a atenção a este caso. Usando-se a equação 𝐹𝑎𝑡 = 𝑏. 𝑣 𝑛 com 𝑛 = 1 para a força de atrito, a equação do movimento se torna, 𝑚 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 + 𝑏 𝑑𝑥 𝑑𝑡 + 𝑘𝑥 = 0 Esta equação descreve o oscilador harmônico amortecido. O seu movimento, pelo menos no caso de amortecimentos pequenos, consiste numa oscilação senoidal cuja amplitude decresce gradualmente. A equação de movimento para partículas submetidas a uma força linear restauradora e a uma força de atrito proporcional a sua velocidade é: 𝑚�̈� + 𝑏�̇� + 𝑘𝑥 = 0 A equação homogênea e linear de n-ézima ordem com coeficientes constantes também pode ser resolvido por este método, fazendo a substituição. 2 Prof. Diogo Eduardo - Física 𝑥(𝑡) = 𝐴. 𝑒𝑝𝑡 �̇�(𝑡) = 𝐴. 𝑝. 𝑒𝑝𝑡 �̈�(𝑡) = 𝐴. 𝑝2. 𝑒𝑝𝑡 Substituindo na equação do movimento, teremos, 𝑚. 𝐴. 𝑝2. 𝑒𝑝𝑡 + 𝑏. 𝐴. 𝑝. 𝑒𝑝𝑡 + 𝑘. 𝐴. 𝑒𝑝𝑡 = 0 𝐴. 𝑒𝑝𝑡(𝑚𝑝2 + 𝑏𝑝 + 𝑘) = 0 𝑚𝑝2 + 𝑏𝑝 + 𝑘 = 0 Definindo 𝑝: 𝑝2 + 𝑏 𝑚 𝑝 + 𝑘 𝑚 = 0 Vemos que é uma equação de segundo grau, então, aplicando a formula de Bhaskara encontramos a equação de 𝑝 𝑝1,2 = − 𝑏 𝑚 ±√ 𝑏2 𝑚2 −4 𝑘 𝑚 2 𝑝1,2 = − 𝑏 2𝑚 ± √ 𝑏2 4𝑚2 − 𝑘 𝑚 Pode se distinguir três casos, 𝑖) 𝑘 𝑚 > 𝑏2 4𝑚2 𝑖𝑖) 𝑘 𝑚 < 𝑏2 4𝑚2 𝑖𝑖𝑖) ) 𝑘 𝑚 = 𝑏2 4𝑚2 Para que o movimento seja real, o valor da raiz quadrada não pode ser imaginário, então teremos que tratar cada caso com atenção para que o movimento não seja imaginário, sendo assim, teremos que trabalhar matematicamente restringindo a parte imaginária. Vamos definir alguns termos: 𝜔0 = √ 𝑘 𝑚 - Frequência angular natural do oscilador sem amortecimento 𝛾 = 𝑏 2𝑚 - Coeficiente de amortecimento Consideramos: 𝜔1 = (𝛾 2 − 𝜔0 2) 1 2 Então: 𝑝 = −𝛾 ± 𝑖𝜔1 Reescrevendo os 3 casos novamente, 3 Prof. Diogo Eduardo - Física 𝑖) 𝛾2 > 𝜔0 2 – Superamortecido 𝑖𝑖) 𝛾2 < 𝜔0 2 – Subamortecido 𝑖𝑖𝑖) 𝛾2 = 𝜔0 2 – Criticamente Amortecido SUBAMORTECIDO ou AMORTECIMENTO FRACO 𝛾2 < 𝜔0 2 Analisando os possíveis valores de 𝑝; 𝑝1,2 = −𝛾 ± √𝛾 2 − 𝜔0 2 vemos que a raiz será negativa, logo, teremos valores imaginários, ou seja, iremos fazer algumas manipulações matemáticas, e a solução da equação diferencial será: Sabemos que; 𝜔1 = √𝛾 2 − 𝜔0 2 𝑥 = 𝐶1𝑒 −𝛾𝑡+𝑖𝜔1𝑡 + 𝐶2𝑒 −𝛾𝑡−𝑖𝜔1𝑡 Fazendo-se, 𝐶1 = 1 2 𝐴𝑒𝑖𝜃 𝐶2 = 1 2 𝐴𝑒−𝑖𝜃 Obtém-se 𝑥(𝑡) = 𝐴𝑒−𝛾𝑡. cos(𝑤1𝑡 + 𝜃) 𝑥(𝑡) = 𝑒−𝛾𝑡[𝐵1 . cos(𝑤1𝑡) + 𝐵2. sen(𝑤1𝑡)] A equação da trajetória encontrado corresponde a uma oscilação de frequência ( 𝜔1 2𝜋⁄ ) com amplitude 𝐴𝑒 −𝛾𝑡, decrescendo exponencialmente com o tempo. As constantes 𝐴 e 𝜃depende das condições iniciais, aplicando as condições de contorno, onde: 𝑡 = 0 e 𝑥(0) = 𝑥0; Aplicando 𝑡 = 0: 𝑥(0) = 𝑥0 = 𝑒 −𝛾.0(𝐵1. cos(𝑤1. 0) + 𝐵2. sen(𝑤1. 0) 𝐵1 = 𝑥0 Derivando �̇�(𝑡), onde �̇�(0) = 𝑣0 4 Prof. Diogo Eduardo - Física �̇�(𝑡) = −𝛾. 𝑒−𝛾𝑡[𝐵1. cos(𝑤1𝑡) + 𝐵2. sen(𝑤1𝑡)] + 𝑒 −𝛾𝑡[𝐵1. 𝑤1. sen(𝑤1𝑡) + 𝐵2. 𝑤1 cos(𝑤1𝑡)] *derivada pela regra da cadeia; �̇�(0) = 𝑣0 = −𝛾. 𝐵1 + 𝐵2. 𝑤1 Sabemos que 𝐵1 = 𝑥0 então: 𝐵2 = 𝑣0 + 𝛾. 𝑥0 𝑤1 Se 𝑣0 = 0 𝐵2 = 𝛾. 𝑥0 𝑤1 Logo, a equação da trajetória será; 𝑥(𝑡) = 𝑒−𝛾𝑡 [𝑥0. cos(𝑤1𝑡) + 𝛾. 𝑥0 𝑤1 . sen(𝑤1𝑡)] SUPERAMORTECIDO 𝛾2 > 𝜔0 2 Lembrando que 𝑝1,2 = −𝛾 ± √𝛾 2 − 𝜔0 2 vemos que a condição de 𝛾2 ser maior que 𝜔0 2 nos diz que o resultado será real, por que temos uma raiz quadrada com valores positivos. Sabemos que: 𝜔1 = √𝛾 2 − 𝜔0 2 e 𝛾1 = 𝛾 − 𝜔1 e 𝛾2 = 𝛾 + 𝜔1 A solução da equação diferencial será: 𝑥(𝑡) = 𝐴1𝑒 −𝛾1𝑡 + 𝐴2𝑒 −𝛾2𝑡 Vemos que a solução é uma função que só decresce, não oscila – não tem função seno e cosseno. Aplicando as condições de contorno, teremos: 𝑡 = 0 𝑥(0) = 𝑥0 �̇�(0) = 0 Então 𝑥(0) = 𝐴1𝑒 −𝛾10 + 𝐴2𝑒 −𝛾20 = 𝑥0 𝐴1 + 𝐴2 = 𝑥0 5 Prof. Diogo Eduardo - Física 𝐴1 = −𝐴2 + 𝑥0 Se �̇�(𝑡) = −𝛾1. 𝐴1. 𝑒 −𝛾1𝑡 − 𝛾2 . 𝐴2. 𝑒 −𝛾2𝑡 �̇�(0) = −𝛾1. 𝐴1. 𝑒 −𝛾10 − 𝛾2. 𝐴2. 𝑒 −𝛾20 = 0 −𝛾1. 𝐴1 − 𝛾2. 𝐴2 = 0 −𝛾1. (−𝐴2 + 𝑥0) − 𝛾2. 𝐴2 = 0 𝛾1. 𝐴2 − 𝛾1. 𝑥0 − 𝛾2. 𝐴2 = 0 −𝛾1. 𝑥0 + (𝛾1 − 𝛾2). 𝐴2 = 0 𝐴2 = 𝛾1 𝛾1 − 𝛾2 𝑥0 Logo, 𝐴1 = − 𝛾1 𝛾1−𝛾2 𝑥0 + 𝑥0 𝐴1 = −𝛾1.𝑥0+(𝛾1−𝛾2).𝑥0 𝛾1−𝛾2 𝐴1 = − 𝛾2 𝛾1 − 𝛾2 . 𝑥0 Substituindo os valores de 𝐴1 e 𝐴2 na equação 𝑥(𝑡). Logo, a equação da trajetória será; 𝑥(𝑡) = − 𝛾2 𝛾1 − 𝛾2 . 𝑥0. 𝑒 −𝛾1𝑡 + 𝛾1 𝛾1 − 𝛾2 𝑥0. 𝑒 −𝛾2𝑡 CRITICAMENTE AMORTECIDO 𝛾2 = 𝜔0 2 Analisando a equação de 𝑝; 𝑝1,2 = −𝛾 ± √𝛾 2 − 𝜔0 2 A raiz será zero, logo, teremos um valor para a equação de 𝑝; 𝑝 = −𝛾 A equação geral que é a equação da trajetória para esta condição, será; 𝑥(𝑡) = 𝐴1𝑒 −𝛾𝑡 + 𝐴2. 𝑡. 𝑒 −𝛾𝑡 6 Prof. Diogo Eduardo - Física Vemos que a solução é uma função que só decresce – decai exponencialmente, não oscila – não tem função seno e cosseno. Aplicando as condições de contorno, teremos: 𝑡 = 0 𝑥(0) = 𝑥0 �̇�(0) = 0 Fazendo as substituições das condições acimas, teremos: 𝐴1 = 𝑥0 𝐴2 = 𝛾. 𝑥0 Logo, a equação da trajetória será: 𝑥(𝑡) = (1 + 𝛾𝑡). 𝑥0. 𝑒 −𝛾𝑡 Este é a característica de um amortecedor de um carro – pois (o pneu tem o impacto de um buraco, aí ele volta ao seu ponto de equilíbrio, sem oscilar). Retorno de um oscilador para um equilíbrio. (a) Sub.amortecido. (b)Superamortecido. (c) Criticamente Amortecido. Espero ter ajudado
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