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A REPERCUSSÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A PEC DAS DOMESTICAS E MEDIDA PROVISÓRIA 582

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A REPERCUSSÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A PEC DAS DOMESTICAS E MEDIDA PROVISÓRIA 582
É notícia recorrente na mídia sobre a Emenda Constitucional n° 72, mais conhecida como a “PEC das domésticas”, a qual acrescentou direitos trabalhistas para a categoria das empregadas domésticas. Entretanto, dúvidas surgem a respeito da regulamentação dos direitos conferidos, e por falta de regulamentação, no entanto, sete itens ainda estão em suspenso: seguro-desemprego, indenização em demissões sem justa causa, conta no FGTS, salário-família, adicional noturno, auxílio-creche e seguro contra acidente de trabalho.
A referida emenda constitucional acrescentou o seguinte texto ao parágrafo único do art. 7° da Constituição da República: “Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.”
Entre os direitos que não necessitam de regulamentação – e já estão em vigor – estão a jornada de trabalho definida em oito horas diárias ou 44 horas semanais, o pagamento de horas extras, a garantia de salário nunca inferior ao mínimo (hoje em R$ 678) e o reconhecimento de convenções ou acordos coletivos. Outro destaque é a obrigatoriedade de seguir as normas de higiene, segurança e saúde no trabalho.
A integração à Previdência é um dos direitos assegurados aos empregados domésticos. Depois de assinar a Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado doméstico, o patrão deverá fazer inscrição do trabalhador na Previdência Social pela Internet ou em uma agência.
Aqui vale informar o conceito de empregado doméstico para a previdência social, exposto no art. 12, II da Lei 8.212/91: “II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos”.
Importante a observação feita pelo professor Kértzman (2010, p. 158):
Além dos tradicionais empregados domésticos, que todos nós conhecemos, como o caseiro e a cozinheira, existem outros que, apesar de não trabalharem dentro da casa do patrão, são assim considerados: o motorista particular, o marinheiro de barco de família, e até mesmo, em tese, o piloto do jatinho ou de helicóptero particular. Observe-se que o doméstico deve trabalhar na residência do contratante, em atividades sem fins lucrativos. Pode-se afirmar, desta forma, que a cozinheira, ajudante da patroa na preparação de docinhos para festas de aniversários infantis será considerada empregada e não empregada doméstica. O mesmo ocorre com o caseiro de fazenda que ordenhar as vacas com a finalidade de vender o leite à vizinhança para pagar os custos de manutenção da fazenda ou com o motorista particular que passar a exercer serviços de entrega de notas fiscais e cobranças de cheques do escritório de seu patrão.
O empregador doméstico contribui de forma diferenciada para a Previdência social, no caso, mensalmente a alíquota de 12% (doze por cento) sobre o salário de contribuição de seus empregados. Tal comando atende à determinação constitucional de simplificação da cobrança tributária e previdenciária relativos á categoria, posto que diferente das demais contribuições dos outros empregadores.
Com efeito, a obrigação de fazer o recolhimento previdenciário é do empregador, seguindo se a seguinte tabela fornecida pela Previdência socialde modo que se o salário de contribuição for de até R$ 1.247,70 a alíquota a ser paga pelo empregado doméstico será de 8% (oito por cento) se o salário for de R$1.247,71 até R$2.079,50 – 9% (nove por cento), caso os valores estejam entre R$ 2.079,51 até 4.159,00 - 11% (onze por cento).
Neste ínterim, o Governo Federal editou a Medida Provisória n° 582/2012, que constituiu uma verdadeira renúncia fiscal com o intuito de beneficiar a economia frente à crise internacional. Tal medida alterou a Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, quanto à contribuição previdenciária de empresas dos setores industriais e de serviços, o que vai repercutir diretamente sobre a contribuição previdenciária das empresas de serviços que oferecem empregadas domésticas para atuar de forma profissional.
Após convertida em lei, tal medida desobrigou as empresas constantes do texto legal em contribuir para a previdência social sobre 20% (vinte por cento) a título de contribuição previdenciária e passarão a pagar de 1% (um por cento) a 2% (dois por cento) sobre o faturamento.Tal estratégia foi bem recepcionada pela iniciativa privada, e vista com certo cuidado pelos órgãos fiscalizadores, que temem uma renuncia fiscal elevada em função dessa medida.
Com efeito, ainda será preciso uma análise perfunctória do reflexo à longo prazo na economia, bem como nas relações de trabalho regidas por essas empresas, o qual é sinalizada positivamente pelos empreendedores no que tange à desoneração.
Não obstante, é preciso salientar que, no que tange à questão das empregadas domésticas, a lei nº 12.794, de 02 de abril de 2013atende perfeitamente ao comando constitucional insculpido no parágrafo único do art. 7° da carta magna que aduz “atendidas às condições estabelecidas em lei e observadas a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.”
REFERÊNCIAS
KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário - 7ª ed.: Revista, ampliada e atualizada. 2010.

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