A ética protestante e o espírito do capitalismo (97 - 2003)

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A ética protestante e o espírito do capitalismo
Introdução
Por quais motivos ocorreu um desenvolvimento universal em seu valor e significado, somente na civilização ocidental.
Só no ocidente existe a ciência num estágio válido.
Os conhecimento empíricos, as reflexões sobre os problemas do mundo e da vida, a sabedoria folosófica e a teológica do tipo mais profundo não lhe são confinados.
Falta de conceitos racionais no método do pensamento político, no oriente.
No oriente, faltava o que é essencial a uma jurisprudência racional: o rígido esquema jurídico de pensamento dos romanos e do Direito ocidental.
Música e arquitetura racionais no ocidente.
Treinamento racional, sistemático e especializado de funcionários, no ocidente.
O “impulso para o ganho” a “ânsia do lucro”, o mais alto possível, não tem nada a ver com o capitalismo.
De qualquer forma, porém, o capitalismo na organização capitalista permanente e racional, equivale à procura do lucro, de um lucro sempre renovado, da “rentabilidade”. Só pode ser assim. Dentro de uma ordem econômica capitalística, uma empresa individual que não se orientasse por esse princípio, estaria condenada a desaparecer.
A ação capitalista se adapta a uma utilização planejada de recursos materiais ou pessoais como meio de aquisição.
Essa orientação para o ajustamento dos lucros ao investimento, por mais primitiva que seja, existiu em todos os países civilizados da terra.
Essa espécie de empreendedor, o aventureiro capitalista, existiu em todo o mundo.
O ocidente veio a conhecer, na era moderna, um tipo completamente diverso e nunca antes encontrado de capitalismo: a organização capitalística racional assentada no trabalho livre. Apensa casos isolados de trabalho livre em algumas indústrias caseiras podem ser encontrados “fora” do ocidente.
Criação do capitalismo ocidental: organização industrial racional, orientada para um mercado real, e não para oportunidades políticas ou especulativas de lucro. Dois fatores colaboraram para isso: a separação da empresa da economia doméstica, e a criação de uma contabilidade racional, fatores que não existiram em outras civilizações.
O cálculo exato, só é possível no plano do trabalho livre. Para ser possível contabilizar custos e lucros?
O Problema
Os líderes do mundo dos negócios de proprietários do capital, assim como dos níveis mais altos da mão-de-obra qualificada, principalmente o pessoal técnica e comercialmente especializado das modernas empresas, são preponderantemente protestantes.
Talvez pelo fato do protestantismo ter surgido em uma sociedade economicamente privilegiada.
Porém, por que as regiôes de maior desenvolvimento econômico foram, ao mesmo tempo, particularmente favoráveis a uma revolução da igreja?
Com a reforma, ao invés de ocorrer uma diminuição do controle da igreja na vida pública e privada das pessoas, ocorreu um aumento desse controle, apoiado principalmente pela camada burguesa.
O fato dos protestantes terem destaque em termos econômicos pode ser explicado pela herança favorecida?
Há diferenças entre o ensino propiciado pelos católicos e pelos protestantes.
Nas faculdades técnicas e voltadas para ocupações comerciais e industriais o predomínio é de protestantes.
Nas faculdades humanisticas o predomínio é de católicos.
Assim há diferenças entre os interesses de cada um dos grupos.
Os funcionários das indústrias se originavam das oficinas artesanais.
Os católicos preferiam continuar com o serviço artesanal e se tornar mestres artesãos, enquando que os protestantes preferiam mudar para a indústria onde preenchiam cargos administratívos de níveis superiores.
Os protestantes, tanto como maioria, seja como minoria, terem demonstrado tendência específica para o racionalismo econômico.
Não é uma questão de desapego material católico, tanto católicos quanto protestantes de altas camadas sociais são religiosamente hostis.
O Espírito do Capitalismo
O espírito do capitalismo é um ethos, o homem é dominado pela produção de dinheiro, pela aquisição encarada como finalidade última da sua vida.
Ganhar dinheiro dentro da ordem econômica moderna é, enquanto for feito legalmente, o resultado e a expressão de virtude e de eficiência em uma vocação.
Esta idéia peculiar do dever profissional tão familiar a nós hoje, mas na realidade, tão pouco evidente, é a mais característica da “etica social” da cultura capitalista, e em certo sentido, sua base fundamental.
A aquisição impiedosa foi possível em todos os períodos da história. Do mesmo modo, a atituide interior do aventureiro, que se ri de todas as limitações éticas é universal.
O incremento da escala de salários choca-se impotente contra amuralha do hábito.
Capacidade de concentração mental, tanto quanto o sentimento de obrigação absolutamente essencial para com o próprio trabalho, estão aqui combinados com uma economia estrita que calcula a possibilidade de altos vencimentos, um autocontrole e uma frugalidade frios que enormemente aumentam a capacidade de produção. Isto fornece uma base das mais favoráveis para a concepção do trabalho como um fim em si, como um valor que é condizente com o capitalismo, as oportunidades de superar o tradicionalismo são aqui muito grandes devido à educação religiosa.