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Religião: Uma Introdução Multidisciplinar

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Instituto de Filosofia e Teologia
Dom João Resende Costa 
 
PROF. ISMAR DIAS DE MATOS 
Ad usum alumnorum 
 
 
Introdução 
 
 
Como um fenômeno humano, a religião é estudada pela Teologia, pela Filosofia, 
pela História, pela Psicologia, pela Fenomenologia, pela Psicanálise, pela 
Sociologia... 
 
Não se sabe com exatidão quando o pensamento religioso surgiu na espécie 
humana. “Funerais em que os mortos eram sepultados com flores ou amuletos 
são indícios claros de manifestações religiosas, talvez as mais antigas na história 
da humanidade”, diz o historiador Walter Burkert, da Universidade de Zurique 
(Suíça), autor do livro A criação do sagrado. Os sepultamentos mais antigos de 
que se tem notícia datam de 30 mil anos atrás. Fala-se de descobertas 
arqueológicas de 60 mil anos atrás, que mostram sinais de sepultamentos com 
indícios de ritos religiosos. 
 
HOMO RELIGIOSUS: Homo sapiens, homo ludens, homo faber, homo politicus... 
“O homem é animal religioso. A prova é que não cessou de inventar deuses. Mas 
se trata de invenção ou da descoberta de verdade que a ele se impôs no curso 
dos séculos e em todas as civilizações?” (Albert Samuel , As religiões hoje. 2ª 
ed. São Paulo: Paulus, 2003, p. 5). 
 
“A religião assenta na diferença essencial que existe entre o homem e o animal, 
pois os animais não têm nenhuma religião”. (L. Feurbach, “A essência do 
cristianismo”) 
 
Sentimento religioso ou religião? Inclinação para o mistério. 
Experiência religiosa: encontro com um deus. Imanência e transcendência. 
Crença e fé. 
Crença é uma aposta individual. É um possuir sem se ter certeza. 
A fé é mais do que simples crença. É adesão, fidelidade, comprometimento com 
uma comunidade de fiéis. 
Indiferença religiosa. Homem unidimensional (apenas horizontal). 
Esvaziamento das grandes religiões. 
 
vander
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vander
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Religião e ideologia 
A religião nasce, propaga-se e se desenvolve em sociedade. A sociedade vive de 
uma cultura e de uma ideologia. 
A religião veicula, voluntariamente ou não, as concepções sociais e os valores 
morais sobre os quais repousa o sistema político. 
O INVENTOR (*) 
 
Depois de muitos anos de trabalho, um inventor descobriu a arte de fazer 
fogo. Levou as ferramentas às regiões do norte cobertas de neve e ensinou a uma 
tribo a arte – e as vantagens – de se fazer fogo. As pessoas ficaram tão absortas 
nessa novidade que não se lembraram de agradecer ao inventor, que foi embora 
de mansinho. Sendo um daqueles raros seres humanos todas de nobreza, não 
tinha nenhum desejo de ser lembrado ou reverenciado; tudo o que queria era a 
satisfação de saber que alguém se beneficiaria com sua descoberta. 
A tribo seguinte que ele procurou estava tão ansiosa para aprender quanto 
a primeira. Mas os sacerdotes locais, com inveja da influência do estranho sobre o 
povo, mandaram assassiná-lo. Para refrear qualquer suspeita de crime, 
entronizaram um retrato do Grande Inventor no altar-mor do templo; e 
organizaram uma liturgia destinada a reverenciar e a manter viva sua memória. 
Tomaram o máximo cuidado para que nem um só preceito litúrgico fosse alterado 
ou omitido. As ferramentas para fazer fogo foram guardadas em um relicário e 
dizia-se que curavam todos aqueles que as tocavam com fé. 
O próprio Sumo Sacerdote realizou a tarefa de compilar uma Vida do 
Inventor, que se tornou o livro sagrado onde sua extremosa bondade era oferecida 
como exemplo a ser seguido por todos e seus feitos eram elogiados, sua natureza 
sobre humana transformada em artigo de fé. Os sacerdotes cuidaram para que o 
livro fosse transmitido às futuras gerações, enquanto, com autoridade, 
interpretaram o sentido das palavras dele e o significado de sua vida e morte 
virtuosa. E implacavelmente puniam com morte ou excomunhão qualquer um que 
se afastasse da doutrina deles. Ocupado com essas tarefas religiosas, o povo 
esqueceu completamente a arte de fazer fogo. (*Anthony de Mello, O enigma do 
iluminado, v.I, São Paulo: Loyola, 1996, p.19) 
 
1. Definição de Religião: há várias etimologias. Cícero afirma que a palavra vem 
de RE-LEGERE (RE-LER): considerar o que pertence ao culto divino, ler de novo, 
ou então reunir; Lactâncio fala em RE-LIGARE (re-ligar): ligar o homem de novo a 
Deus. O homem vai a Deus e Deus vai ao homem; Agostinho fala em RE-
ELIGERE (re-eleger): tornar a escolher Deus, perdido pelo pecado. 
Em sentido real objetivo, religião é o conjunto de crenças, leis e ritos que visam 
um poder que o homem, atualmente, considera supremo, do qual se julga 
dependente, com o qual pode entrar em relação pessoal e do qual pode obter 
favores. 
Em sentido real subjetivo: religião é o reconhecimento pelo homem de sua 
dependência de um ser supremo pessoal, pela aceitação de várias crenças e 
observância de várias leis e ritos atinentes a este ser. 
 
Batista Mondin define religião como “um conjunto de conhecimentos, de ações e 
de estruturas com que o homem exprime reconhecimento, dependência, 
veneração em relação ao Sagrado” (cf. O homem, que é ele? São Paulo: Paulinas, 
p. 242). 
 
Rubem Alves afirma que “a linguagem científica pretende descrever o mundo. A 
linguagem religiosa exprime como o homem vive, em relação ao mundo... A 
religião não é uma hipótese acerca da questão filosófica da existência dos deuses. 
O ego não se propõe tal questão, no início de suas operações. O que importa é a 
‘paixão infinita’... Separemos, portanto, de uma vez por todas, a questão da 
existência de Deus – que é uma questão filosófica – da experiência religiosa. A 
primeira é uma hipótese acerca do objeto. A outra é uma paixão subjetiva. (cf. O 
enigma da religião, Papirus, p. 53-54). 
 
2. Elementos constitutivos da religião: 
2.1 – DOUTRINA (crença, dogma): toda religião tem sua doutrina, que fala sobre a 
origem de tudo: sentido da vida, da dor, da matéria, do além. 
Para as religiões primitivas (animismo, fetichismo, politeísmo, etc) a fonte da 
tradição repousa nos antepassados. Para as religiões sapienciais (hinduísmo, 
budismo, jainismo, etc) e para as atitudes filosóficas (yoga, seicho-no-iê, teosofia, 
etc), a fonte é a palavra de sábios iluminados (hinduísmo, budismo, xintoísmo, 
confucionismo, taoismo). Para as religiões proféticas (judaísmo, cristianismo, 
islamismo), a fonte é a palavra de Deus revelada pelos profetas. 
 
2.2 – RITOS (cerimônias): o homem não vive sem símbolos, sem ritos, sem 
estruturas visíveis. Os ritos unem os homens de uma determinada comunidade 
religiosa. 
 
2.3 – ÉTICA (leis): cada religião traz consigo as conseqüências de sua doutrina, 
ensinando o que é certo e o que é errado, dentro de sua cosmovisão. Os preceitos 
mais importantes são: lei da natureza, lei do amor e a lei do bom senso. 
 
2.4 – COMUNIDADE: toda religião tende a formar uma comunidade, tende a 
manifestar sua fé junto de outros. Não se trata de um sentimento individualista. 
 
2.5 – ATITUDE EU – TU: é a relação da pessoa humana com um diferente, um Tu 
mais elevado, superior. Toda religião, antes de possuir ritos, doutrinas, é uma 
relação pessoal com Deus. 
 
2.6 - EXERCÍCIO: Releia o texto de A. de Melo (O INVENTOR), acima, e resolva 
as cinco questões abaixo. 
 
Questão 01: Encontre e identifique no texto os elementos constitutivos da religião. 
Questão 02: A religião criada pelo Sumo Sacerdote, no texto acima, pertence a 
qual forma religiosa estudada? Justifique. 
Questão 03: De acordo com o texto estudado, a origem da religião acima descrita 
coincide com a opinião de quais estudiosos vistos nos textos de estudo 
apresentados? 
Questão 04: De acordo com o que foi estudado, qual é a melhor definição de 
RELIGIÃO? 
Questão 05: Citar e comentar duas novidades que o Cristianismo apresentou para 
o pensamento grego. 
 
3. FORMAS RELIGIOSAS 
 
3.1 – Teísmo: o sujeito dos atributos divinos é distinto dos outros seres e pertence 
à ordem transcendental. Esse ser é o criador do mundo e sua causa vivificante. 
Opõe-se ao Ateísmo, que afirma que Deus não existe. 
O Teísmopode-se dividir em Monoteísmo (há um só Deus), Politeísmo (há vários 
deuses) e Henoteísmo (que propõe a veneração de um Deus supremo, mas não 
nega a existência de outros deuses). 
3.2 – Deísmo: o sujeito dos atributos divinos é um Deus sem atributos morais e 
intelectuais, é um Deus que não intervém na criação. Não há revelação 
sobrenatural. 
3.3 – Panteísmo: tudo é Deus – o universo, a natureza e Deus são idênticos. Não 
há nenhuma diferença quanto ao ser. 
3.4 – Animismo: é mais uma crença, uma mentalidade, uma idéia, do que uma 
doutrina elaborada. Enxerga, por trás dos objetos sensíveis, uma vida-alma, 
psique ou espírito capaz de se relacionar diretamente, em certos casos e sob 
certas condições com o ser humano. Não é, propriamente, uma religião, mas uma 
tentativa de explicar os fenômenos da natureza. Se levar o homem a uma atitude 
de adoração ou culto será considerada uma religião. 
3.5 – Magismo: crença numa determinada força ou poder oculto, mas impessoal, 
que excede às forças naturais; crença de que certos homens podem se apropriar 
de forças especiais e, assim, realizar efeitos extraordinários. Divide-se em Magia 
branca (aquela que procura obter o bem para as pessoas) e Magia negra (aquela 
usada para prejudicar as pessoas). 
3.6 – Manismo: culto às almas dos defuntos, como oferecimento de sacrifícios. Os 
deuses nada mais são do que homens divinizados. Fala-se também de 
Euhemerismo (Euhemero, filósofo grego). 
3.7 – Totemismo: Crê-se que há um parentesco entre um clã e uma espécie 
animal e vegetal. Julgam-se, por exemplo, descendentes da união de um urso e 
uma mulher. Então, o nome de seu totém vai ser urso, que torna-se um animal 
sagrado, e não se pode matá-lo, a não ser em condições especiais, em que se 
come a sua carne e se bebe o seu sangue para ganhar a força, a inteligência ou a 
agilidade daquele animal (totém). 
 
4. O fundamento do fenômeno religioso universal 
Estudiosos de diversas tendências tentaram explicar o fenômeno religioso. Aqui 
são apresentadas explicações que examinam as estruturas externas e as 
estruturas internas do homem. 
 
4.1 – Fatores extrínsecos: 
 
¾ De acordo com os positivistas e enciclopedistas franceses, a religião tem suas 
raízes no obscurantismo dos padres que a inventaram. A ambição de uma 
casta sacerdotal criou, fraudulentamente ou não, dogmas ininteligíveis e 
práticas supersticiosas. 
¾ De acordo com o marxismo, a religião é uma superestrutura do poder 
econômico. Existe o capital e este precisa se defender: para isso precisa do 
exército, da polícia e... da religião. A religião diz que é preciso obedecer ao 
estado, que Deus vai recompensar, nada de luta de classes. “A religião é o 
ópio do povo”, diz Karl Marx. 
¾ O sociólogo Émile Durkheim afirma que o homem tem um sentimento de 
profunda dependência em relação à sociedade, que lhe dá tudo: cultura, 
civilização, etc. Cônscio de sua dependência, o homem começa a aderir à 
sociedade, fazendo dela uma divindade, projetando-se para o além, numa 
divindade. 
¾ Os tradicionalistas dizem que o fenômeno religioso universal explica-se por 
uma revelação positiva da parte de Deus 
4.2 – Fatores intrínsecos: 
 
9 Para Augusto Comte, pai da Sociologia, a religião provém do medo, da 
ignorância, ou, então, do entusiasmo pelos fenômenos da natureza. Há três 
estágios na evolução religiosa: 
- TEOLÓGICO: em que os homens procuram explicar tudo com os deuses, 
também as leis da natureza; 
- METAFÍSICO: em que os fenômenos da natureza são explicados com entes ou 
conceitos metafísicos; 
- POSITIVO: em que os fenômenos são estudados cientificamente e explicados 
por meios naturais. Assim, o primeiro estágio da humanidade foi o religioso; o 
segundo, o filosófico; e o terceiro é o da ciência positiva. 
 
9 A religião provém da fantasia viva e irrefletida dos primitivos, ou do apetite 
ilusório da felicidade completa, da demasiada dos afetos (Stuart Mill, Strauss, 
etc) ou de uma perturbação nervosa, de um estado psicológico doentio da 
psique humana (Lombroso, Janet, etc). 
9 Para Max Müller, a religião provém da percepção imediata do divino. O homem 
perceberia o divino por seus sentidos, ou existiria no homem uma faculdade 
especial, distinta das faculdades ordinárias da psique humana, pela qual o 
homem tenderia ao divino, ao numinoso; percebê-lo-ia como tendência legítima 
da natureza e, assim, espontaneamente, seria levado a fazer atos religiosos. 
9 Para o Pai da Psicanálise, Sigmund Freud, a religião provém de uma neurose 
universal, uma neurose universal de culpa. Um patriarca tinha diversas 
mulheres e muitos filhos. Como os filhos não tinham participação nas 
mulheres, eles se uniram e repartiram entre si as mulheres. Mas logo depois o 
sentimento de culpa: matamos o Pai!!! Esse sentimento não os queria largar. 
Procuraram tranqüilidade para sua consciência oferecendo sacrifícios para 
aplacar a ira do Pai. É preciso curar o homem dessa neurose de culpa, 
libertando o homem da necessidade da religião. 
9 O psicanalista Carl Gustav Jung afirma que a psique humana, na sua camada 
mais profunda, é religiosa, crística e teísta. A inspiração e a revelação são o 
irromper de conteúdo do inconsciente individual e coletivo para o consciente. O 
homem tem dentro de si uma força que o impele para Deus. Quando o homem 
recalca essa energia durante um tempo prolongado, ele se torna neurótico. O 
ateu é aquele que não permite que o seu ser religioso aflore à consciência. 
 
5. O SAGRADO E O PROFANO 
 
Há vários modos de se ver o mundo. Depende do interesse de cada um. 
Escolha do binômio: SAGRADO E PROFANO 
 
O HOMEM SE SENTE PEQUENO DIANTE DA NATUREZA, DO MYSTERIUM 
TREMENDUM, MYSTERIUM FASCINANS. 
ELE SE SENTE “CINZA E PÓ” (Gn 18, 27). 
PERCEPÇÃO DO MISTÉRIO: AO CONTEMPLAR A ABÓBODA CELESTE, O 
MAR, OS VENTOS, AS TEMPESTADES, OS TROVÕES, OS RAIOS... 
 
O SAGRADO SE MANIFESTA AO HOMEM: É ALGO TOTALMENTE DIFERENTE 
DO PROFANO: HIEROFANIA. 
A ÁRVORE NÃO É MAIS ÁRVORE, A PEDRA NÃO É MAIS PEDRA... 
O COSMOS TORNA-SE SAGRADO (Tire as sandálias dos pés, porque o lugar 
onde você está pisando é um lugar sagrado[Ex. 3,5]) 
 
PARA O HOMO RELIGIOSUS O ESPAÇO NÃO É HOMOGÊNEO, MAS CHEIO 
DE RUPTURAS. 
ESPAÇO DES-SACRALIZADO É ALGO MODERNO: ESPAÇO HOMOGÊNEO, 
NEUTRO, MENSURÁVEL ... 
NÃO-HOMOGENEIDADE DO ESPAÇO: EXPERIÊNCIA PRIMORDIAL, ALGO 
COMO UMA “FUNDAÇÃO DO MUNDO”. 
HIEROFANIA: FUNDA ONTOLOGICAMENTE O MUNDO. 
FIXA-SE UM CENTRO PARA O MUNDO. O UNIVERSO ORIGINA-SE A PARTIR 
DE UM CENTRO. 
 
TOMADA DE POSSE DE UM LUGAR: construção de um altar (recriação). 
Fixação de uma bandeira. (A bandeira da Ordem de Cristo fincada no Brasil, Ilha 
de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz). 
Recriação: “Porque pelo Cristo as coisas velhas passaram; eis que todas as 
coisas se tornaram novas (2 Cor 5, 17). 
 
UMA IGREJA – UMA CIDADE 
 
A ESCOLHA DO LUGAR PARA A CONSTRUÇÃO. Não é uma escolha aleatória, 
mas fruto de uma HIEROFANIA. 
PARTES DO TEMPLO: 
PORTA: QUE SE ABRE PARA O INTERIOR DA IGREJA DÁ A IDEIA DE 
CONTINUIDADE 
LIMIAR: BALIZA, FRONTEIRA. SEPARA OS DOIS MUNDOS: SAGRADO E 
PROFANO 
SEMELHANÇA COM AS HABITAÇÕES HUMANAS (RECINTO SAGRADO DO 
LAR) 
O limiar possui guardiões (deuses, espíritos). No limiar eram feitos os julgamentos, 
ofereciam os sacrifícios. 
INTERIOR: lugar da comunicação com os deuses Aqui os deuses podem descer à 
terra e os homens podem subir aos céus. 
Betel (Casa de Deus e Porta do Céu): Gn. 28, 12-19. 
 
LUGARES SAGRADOS: 
 
MONTAN HÁ: LIGAÇÃO ENTRE O CÉU E A TERRA. 
MONTE MERU: INDIA 
MONTE HARABEREZAITI: IRÃ 
GARIZIN: PALESTINA. 
 
PARA O ISLAMISMO O LUGAR MAIS ELEVADO DA TERRA É A KÂ’ABA 
PORQUE SE ENCONTRA NO CENTRO DO CÉU. 
PARA OS CRISTÃOS ESTE LUGAR É O GÓLGOTA. 
 
A CAPITAL DO SOBERANO CHINÊS ERA O CENTRO DO MUNDO. AÍ, NO 
SOLSTÍCIO DE VERÃO, AO MEIO DIA, O GNOMO NÃO DEVIA TER SOMBRA. 
 
EM JERUSALÉM: O ROCHEDO SOBRE O QUAL O TEMPLO ESTAVA 
CONSTRUÍDO ERA O UMBIGO DA TERRA. 
 
SHIZ, A JERUSALÉM DOS IRANIANOS, ENCONTRA-SE NO CENTRO DO 
MUNDO. 
UM TEMPLO, UMACIDADE, UMA REGIÃO: IMAGO MUNDI 
 
TEMPLO DE JERUSALÉM: 
Pátio (mar), Casa Santa (Terra), Santo dos Santos (Céu). 
Ataque ao templo: ataque ao centro ontológico, ao sagrado, ao ponto vital 
(Nabucodonor e Vespasiano). 
Obs: Ataque às Torres Gêmeas do World Trade Center: ponto central do 
capitalismo ocidental (Osama bin Laden). 
 
Templo: cópia do céu – ressantificação do mundo. 
Sua construção atende a um pedido / ordem de Deus: Ex. 25, 8-9. 
Davi dá as instruções sobre o templo: 1 Cron. 28. 
Arca de Noé (lugar de salvação): Deus ordena sua construção e dá as medidas: 
300 côvados de comprimento; 50 côv. de largura e 30 côv. de altura. 
 
TEMPO SAGRADO 
TEMPO MÍTICO, REVERSÍVEL, CÍCLICO, RECUPERÁVEL, REPETÍVEL. 
ETERNO PRESENTE MÍTICO. 
A FESTA RELIGIOSA, LITÚRGICA, É A RECUPERAÇÃO DE UM PASSADO 
MÍTICO. PARTICIPAR DA FESTA É SAIR DO TEMPO PROFANO, ORDINÁRIO 
 
PARA O HOMO RELIGIOSUS O TEMPO PROFANO, DURÁVEL, É 
SUSCETÍVEL DE SER “PARADO”. 
TEMPLUM: LUGAR DO ESPACIAL; TEMPUS: EXPRESSÃO DO TEMPORAL 
TEMPLUM & TEMPUS: O CONJUNTO DESTES ELEMENTOS CONSTITUI UMA 
IMAGEM CIRCULAR ESPÁCIO TEMPORAL. 
 
ANO NOVO: O HOMEM LIVRA-SE DO FARDO DE SUAS FALTAS, PECADOS, 
ETC. UM TEMPO CONTÍNUO AUMENTARIA ESSE FARDO... 
 
CONTEMPORANEIDADE COM OS DEUSES: 
O MITO CONTA UMA HISTÓRIA SAGRADA QUE TEVE LUGAR NO COMEÇO 
DO TEMPO (AB INITIO). DIZER UM MITO É PROCLAMAR O QUE SE PASSOU 
AB ORIGINE, ALGO QUE SE PASSOU IN ILLO TEMPORE. O MITO FUNDA 
UMA VERDADE APODÍTICA. 
O PROFANO NÃO TEM MODELO EXEMPLAR. 
NECESSIDADE DE REATUALIZAÇÃO DOS MITOS NA RELIGIÃO, NA 
POLÍTICA, ETC. 
 
SIMBOLOS: 
ENCANTAR-SE COM A NATUREZA AINDA HOJE: FOZ DO IGUAÇU, HIMALAIA, 
OCEANO, VULCÔES, ETC... 
TERRA-MÃE: Os homens são paridos da terra. As pessoas são enterradas após a 
morte, retornam ao seio / ventre da mãe-terra; terra-natal: lugar do retorno. 
Vossas mulheres são como campos para vós (Corão 2, 225) 
HESÍODO (TEOGONIA 126 e ss): Gea pariu Uranos: um ser igual a ela e capaz 
de cobri-la. O céu abraça sua esposa e a fertiliza com a chuva. 
 
ÁGUA: BATISMO, NOVO NASCIMENTO, NOVO DILÚVIO 
ÁRVORE: 
RITOS DE PASSAGEM: NASCIMENTO, JUVENTUDE, CASAMENTO, MORTE. A 
MAIORIA DOS “SEM RELIGIÂO” SE COMPORTA RELIGIOSAMENTE, COM 
UMA MITOLOGIA CAMUFLADA E DEGRADADAS, PSEUDO-RELIGIÃO. 
(ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. Lisboa: 
Edição Livros do Brasil, 2002. [Coleccão Vida e Cultura]) 
 
6. As dez maiores religiões 
Cristianismo - com seus 2.106.962.000 de adeptos fica em primeiro lugar da lista. 
Em 1858 Bernadette Soubirous, 14 anos, teve uma visão da Virgem Maria na 
gruta de Massabielle, sudoeste da França. Desde então o Santuário de Nossa 
Senhora de Lourdes é um dos mais visitados no mundo, recebendo cerca de 6 
milhões de peregrinos por ano. 
Islamismo - com seus 1.283.424.000 de adeptos segue em segundo lugar. 
Cidade de nascimento do profeta Maomé, fundador do Islã, Meca é o local mais 
sagrado para os muçulmanos. Segundo o Alcorão, todo fiel deve visitá-la pelo 
menos uma vez na vida (se tiver condições para isso). 
Hinduísmo - com seus 851.291.000 de adeptos vem um pouco atrás em terceiro 
lugar. Angkor Wat, no Camboja, é considerado o maior complexo arquitetônico 
religioso do planeta com seus 2,1 km² de área, o equivalente a 300 campos de 
futebol. 
Religiões Chinesas - com cerca de 402.065.000 de seguidores vem em seguida 
em quarto lugar. Nesta categoria estão várias crenças, professadas principalmente 
na China, reunidas como cultos ancestrais, ética confucionista, xamanismo e 
elementos taoístas e budistas. Em Pequim há o Templo do Céu. 
Budismo - com cerca de 375.440.000 de praticantes vem em quinto lugar. O 
impressionante templo de Borobudur fica no meio de uma floresta em Java, ilha da 
Indonésia. A estrutura de 55 mil metros quadrados foi erguida em forma de 
pirâmide e possui 6 andares e 3 terraços circulares. 
Sikhismo - com seus 24.989.000 de participantes vem bem mais atrás em sexto 
lugar. Religião indiana que mistura elementos do hinduísmo e islamismo, foi 
fundada em época de conflitos entre adeptos dessas religiões. 
Judaísmo - com seus 14.990.000 de praticantes vem em sétimo. O Muro das 
Lamentações, é a única estrutura remanescente do Templo de Herodes, 
construído por Salomão, filho do rei Davi, e destruído pelos romanos em 70 d.c.. 
Espiritismo - com 12.882.000 de adeptos vem em oitavo. O Brasil é o maior 
número de adeptos da religião. A primeira sede da Federação Espírita Brasileira 
foi construída no Rio de Janeiro em 1884. 
Fé Bahá'í - com seus 7.496.000 participantes vem em nono lugar. Surgiu na 
antiga Pérsia, atual Irã, em 1844, e não possui dogmas, rituais, clero ou 
sacerdócio, baseando-se na crença pela unidade da humanidade, busca pela 
verdade e fim dos preconceitos. Seu fundador foi enterrado em Haifa, no Monte 
Carmelo, tornando o santuário mais importante para os crentes dessa religião. 
Confucionismo - com 6.447.000 adeptos fica em último lugar desta lista. Nesta 
categoria estão os confucionistas não chineses. Os praticantes chineses já foram 
considerados antes na lista. 
 
6.1 Religiões no Brasil (cf. IBGE, 2000) 
 
RELIGIÃO ADEPTOS 
Igreja Católica Apostólica Romana 124.980.132 
Igreja Batista 3.162.691 
Igreja Luterana 1.062.145 
Igreja Presbiteriana 981.064 
Igreja Metodista 340.963 
Outros Protestantes históricos 183.050 
Assembléia de Deus 8.418.140 
Congregação Cristã no Brasil 2.489.113 
Igreja Universal do Reino de Deus 2.101.887 
Igreja do Evangelho Quadrangular 1.318.805 
Igreja Deus é Amor 774.830 
Outros pentecostais e neopentecostais 2.514.532 
Igreja Adventista 1.209.842 
Testemunhas de Jeová 1.104.886 
Mórmons 199.645 
Igreja Ortodoxa 38.060 
Outros cristãos 736.114 
Sem religião 12.492403 
Espiritismo 2.262.401 
Umbanda 397.431 
Budismo 214.873 
Candomblé 127.582 
Igreja Messiânica 109.310 
Judaísmo 86.825 
Tradições esotéricas 58.445 
Religiões orientais(*) 52.507 
Islamismo 27.239 
Tradições indígenas 17.088 
Outras religiões 41.373 
Sem declaração/ não determinadas 741.601 
(*) Bahaismo, Hare Krishna, Hinduísmo, Seicho-no-iê, Taoísmo, 
Xintoísmo, etc. 
 
7. OS CRISTÃOS SÃO MUITOS E DIVERSOS 
 
Igreja Católica Apostólica Romana (Oriental e Latina): 
seguem as orientações do Papa 
 
Igreja Ortodoxa (ano 1050): 
seguem as orientações dos Patriarcas 
 
Igrejas Protestantes 
 
Igrejas Históricas 
Igrejas Pentecostais 
Igrejas Neo-Pentecostais 
Paraprotestantes 
 
I - Protestantismo Histórico: 
Igreja Luterana (M. Lutero: 1519, Alemanha) 
Igreja Anglicana( Henrique VIII, 1534, Inglaterra) 
Igreja Batista (Thomas Helwys, 1611, Inglaterra). 
Igreja Presbiteriana (John Knox, 1643,Inglaterra) 
Igreja Metodista (John Wesley (1740, ......). 
 
II -Protestantismo Pentecostal: 
Assembléia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Igreja do Evangelho 
Quadrangular, O Brasil para Cristo, Deus é Amor. 
 
III -Protestantismo Neo-pentecostal: Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja 
da Graça, Sara Nossa Terra, Renascer em Cristo. 
 
IV - Paraprotestantes: 
 
Igreja Adventista: William Miller; 
Mórmons: 1830, Joseph Smith; 
Testemunhas de Jeová, 1875, USA, Charles Russel. 
 
 
8. Protestantismo 
O Protestantismo é um dos grandes ramos do Cristianismo, originário da Reforma 
ocorrida na Europa no século XVI. Devido à sua própria natureza, é diverso em 
sua composição, doutrinas, práticas e culto. 
Definição 
No sentido estrito da palavra, o protestantismo siginifica o grupo de príncipes e 
cidades imperiais que, na dieta de Speyer, em 1529, assinaram um protesto 
contra o Édito de Worms que proibiu os ensinamentos Luteranos no Sacro Império 
Romano. A partir daí, a palavra "protestante" em áreas de língua alemã ainda se 
refere às Igrejas luteranas, enquanto que a designação comum para todas as 
igrejas originadas da Reforma é Reformado, no Brasil usa-se o termo Evangélico 
para dizer protestante. 
No sentido lato, a palavra designa todos os grupos religiosos cristãos de origem 
européia ocidental, que romperamcom a Igreja Católica Romana como resultado 
da influência de Martinho Lutero, fundador das igrejas luteranas, e de João 
Calvino, fundador do movimento Calvinista. Um terceiro ramo principal da 
Reforma, que entrou em conflito tanto com os Católicos como com os outros 
Protestantes é conhecido como Reforma Radical ou Anabaptista. Lutero e Calvino 
distanciaram-se destes movimentos mais radicais, que eles viram como uma 
semente de insubordinação social e fanatismo religioso. 
Alguns grupos cristãos ocidentais não-católicos são chamados Protestantes, ainda 
que os respectivos grupos não reconheçam quaisquer ligações a Lutero, Calvino 
ou aos Anabaptistas. 
Origens do Protestantismo 
Os protestantes situam normalmente a sua separação da igreja católica romana 
por volta do ano 1500, chamando-lhe a reforma magistral porque propunha 
inicialmente numerosas revisões radicais dos padrões da doutrina da Igreja 
Católica Romana (o chamado magisterium). Os protestos irromperam 
repentinamente e em vários locais ao mesmo tempo, de acordo com a região em 
que surgiu. De certa forma, esta explosão de protestos pode ser explicada por 
dois eventos de dois séculos anteriores na Europa ocidental. 
Efervescência na igreja e no império ocidental, que culminaram no Papado de 
Avignon (1308 - 1378), e no Cisma papal (1378 - 1416), levaram a guerras entre 
príncipes, revoltas entre os camponeses e a uma preocupação generalizada 
perante a corrupção do sistema dos conventos. 
Adicionalmente, o Renascimento humanista estimulava o efervescer da actividade 
académica, sem precedentes durante a Idade Média, que pela sua natureza 
implica a busca da liberdade de pensamento. Sérios debates teóricos decorriam 
agora nas universidades sobre a natureza da Igreja e a fonte e extensão da 
autoridade papal, dos concílios e dos príncipes. Uma das perspectivas novas e 
mais radicais teve origem em John Wyclif, em Oxford e posteriormente Jan Hus na 
Universidade de Praga. 
Dentro da igreja católica romana, este debate foi oficialmente concluído pelo 
Concílio de Constança (1414 - 1418), que executou Jan Hus e baniu 
postumamente Wyclif como um herético. No entanto, enquanto Constança 
confirmou e fortaleceu as concepções medievais da Igreja e do império, não 
poderia ter resolvido as tensões nacionais ou as tensões teológicas que tinham 
surgido no século anterior. Entre outras coisa, o concílio não conseguiu evitar o 
Cisma nem as Guerras Hussíticas da Boémia. 
Em certa forma, o protesto iniciado por Martinho Lutero, um monge agostiniano e 
professor na Universidade de Wittenberg, provocou a reabertura do debate sobre 
a venda de indulgências. Teve um ímpeto de uma força renovada e irresistível do 
descontentamento que tinha sido oprimido mas não resolvido. 
O Protestantismo no Brasil 
O Protestantismo chegou ao Brasil com viajantes e tentativas de colonização do 
Brasil por huguenotes (nome dado aos Reformados franceses) e Reformados 
holandeses e flamengos durante o período colonial. Esta tentativa não deixou 
frutos persistentes. 
Com a vinda da família real portuguesa ao Brasil e abertura dos portos a nações 
amigas, através do Tratado de Comércio e Navegação comerciantes ingleses 
estabeleceram a Igreja Anglicana, em 1811. Seguiram a implantação de Igrejas de 
Imigração: Alemães trouxeram o Luteranismo em 1824, imigrantes Americanos as 
Igreja Batista e Metodista. Mais tarde missionários fundaram as igrejas 
Congregacional e a Presbiteriana, voltadas ao público brasileiro. 
Em 1910 o Brasil receberia o Pentecostalismo, com a chegada da Congregação 
Cristã no Brasil e da Assembléia de Deus. Esta, em particular, foi trazida ao Brasil 
por dois missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, e estabeleceu-se 
inicialmente no norte, no Pará. Em 1922 chega ao país o Exército de Salvação, 
igreja reformada de origem inglesa, pelas mãos de David Miche e esposa, um 
casal de missionários suíços. 
Em 1932 alguns ministros da Assembléia de Deus devolveram volutariamente 
suas credenciais de obreiros e organizaram Igreja de Cristo no Brasil em 
Mossoró/RN. Esta foi a primeira igreja pentecostal genuínamente Brasileira. 
Nos anos 1950 o pentecostalismo mudou-se com a influência de movimentos de 
suposta cura divina, que geraram diferentes denominações tais como: Igreja 
Pentecostal O Brasil para Cristo fundada pelo já falecido missionário Manoel de 
Mello. Em 1962 surge a Igreja Pentecostal Deus é Amor, fundada pelo missionário 
David Miranda. 
Também desta época surgiram outras igrejas, que mantiveram muitas 
características do protestantismo histórico mas adicionaram o fervor pentecostal, 
como exemplo, a Igreja Presbiteriana Renovada e a Convenção Batista Nacional. 
A Igreja Cristã Maranata foi fundada em Outubro de 1968 no morro do Jaburuna 
em Vila Velha, Espírito Santo por quatro antigos membros da Igreja Presbiteriana 
do Centro de Vila Velha. Hoje, a Igreja Cristã Maranata é uma das maiores Igrejas 
no Brasil. 
A década de 1970 viu nascer o movimento neopentecostal, com igrejas que 
enfatizam a prosperidade, como a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por 
Edir Macedo, em 1978; a Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada por 
Romildo Ribeiro Soares, entre muitas outras. É também nessa década que mesmo 
a Igreja Católica Romana no Brasil começa a sofrer influência dos movimentos 
pentecostais através da Renovação Carismática Católica, um movimento 
originário dos EUA, algo que também fora iniciado após a necessária aprovação 
papal, que deu inicio com o Concílio Vaticano II e seu conduto o Papa João XXIII, 
e mais tarde, novamente apoiada pelo Papa João Paulo II. É de se frisar que tal, 
não foi um aquiescência da Igreja de Roma frente aos movimentos pentecostais 
protestantes, e foi sim, dado como uma necessidade de se redescobrir o valor do 
Espirito Santo na Igreja. 
Recentemente cresceram as chamadas igrejas neopentecostais com foco nas 
classes média e alta, com um discurso mais liberado quanto aos costumes e 
menos ênfase nas manifestações pentecostais. Entre elas podemos citar a Igreja 
Apostólica Renascer em Cristo, fundada por Estevam e Sonia Hernandez, e a 
Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, fundada por Robson Rodovalho. 
Ligações externas: A Reforma Religiosa 
Ramos do Protestantismo 
Pré-Reforma: Valdenses - Hussitas 
Reforma: Luteranismo - Calvinismo - Igrejas Reformadas - Presbiterianismo - 
Congregacionalismo - Anglicanismo - Anabaptismo 
Desenvolvimento Posterior: Batistas - Metodismo - Adventismo 
Desenvolvimento Recente 
• Pentecostalismo 
o Pentecostalismo Tradicional 
o Deutero-Pentecostalismo 
o Neo-Pentecostalismo 
o Protestantismo Renovado (Origem: Wikipédia) . 
9. Pentecostalismo 
Pentecostalismo é como chamam-se os grupos religiosos cristãos, originário no 
seio do protestantismo baseando na crença na presença do Espírito Santo na vida 
do crente através de sinais, denominados por estes como dons do Espírito Santo, 
tais como falar em línguas estranhas (glossolalia), curas, milagres, visões etc. 
Origem 
Tradicionalmente, reconhece-se o começo do movimento pentecostal como tendo 
início no ano 1906 em Los Angeles nos Estados Unidos na Rua Azuza, onde 
houve um grande avivamento caracterizado principalmente pelo "batismo com o 
Espírito Santo" evidenciado pelos dons do Espírito (glossolalia, curas milagrosas, 
profecias, interpretação de línguas e discernimento de espíritos). 
No entanto o batismo com dons do Espírito Santo não era totalmente novo no 
cenário protestante. Existem inúmeros relatos de pessoas que clamam ter 
manisfestado dons do Espírito em muitos lugares, desde Martin Lutero (apesar de 
controversos quanto a veracidade) no século XVI até de alguns protestantes a 
Rússia no século XIX. 
Devido à projeção que ganhou na mídia, o avivamento na Rua Azuza rapidamente 
cresceu e, subitamente, pessoas de todos os lugares do mundo estavam indo 
conhecer o movimento. No começo, as reuniões na Rua Azuza aconteciam 
informalmente, eram apenasalguns fiéis que se reuniam em um velho galpão para 
orar e compartilhar suas experiências, liderados por William Seymour (1870-1922). 
Rapidamente, grupos semelhantes foram formados em muitos lugares dos EUA, 
mas com o rápido crescimento do movimento o nível de organização também 
cresceu até o grupo se denominar Missão da Fé Apostólica da Rua Azuza. Alguns 
fiés não concordaram com a denominação do grupo. 
Surgiram grupos independentes que emergiram em denominações. Também 
algumas denominações já estabelecidas adotaram doutrinas e práticas 
pentecostais, como é o caso da Igreja de Deus em Cristo. 
Mais tarde, alguns grupos ligados ao movimento pentecostal começaram a crer no 
unicismo em vez da triunidade (trindade). Com o crescimento da rivalidade entre 
os que criam no unicismo e os que criam na trindade, ocorre um cisma e novas 
denominações nasceriam como a Igreja Pentecostal Unida (unicista) e as 
Assembléias de Deus (trinitária). 
Pentecostalismo Brasileiro 
No Brasil, o Pentecostalismo chegou em 1910-1911, com a vinda de missionários 
originários da América do Norte: Louis Francescon, que dedicou seu trabalho 
entre as colônias italianas no Sul e Sudeste do Brasil, originando a Congregação 
Cristã no Brasil; Daniel Berg e Gunnar Vingren, que inciaram suas missões na 
Amazônia e Nordeste, dando origem às Assembléias de Deus. 
O movimento pentecostal pode ser dividido em três ondas. A primeira, chamada 
pentecostalismo clássico, abrangeu o período de 1910 a 1950 e iniciou-se com 
sua implantação no país, decorrente da fundação da Congregação Cristã no Brasil 
e da Assembléia de Deus até sua difusão pelo território nacional. Desde o início, 
ambas as igrejas caracterizam-se pelo anticatolicismo, pela ênfase na crença no 
Espírito Santo, por um sectarismo radical e por um ascetismo que rejeita os 
valores do mundo e defende a plenitude da vida moral. 
A segunda onda começou a surgir na década de 1950, quando chegaram a São 
Paulo dois missionários norte-americanos da International Church of The 
Foursquare Gospel. Na capital paulista, eles criaram a Cruzada Nacional de 
Evangelização e, centrados na cura divina, iniciaram a evangelização das massas, 
principalmente pelo rádio, contribuindo bastante para a expansão do 
pentecostalismo no Brasil. Em seguida, fundaram a Igreja do Evangelho 
Quadrangular. No seu rastro, surgiram O Brasil para Cristo, Igreja Pentecostal 
Deus é Amor, Casa da Bênção, Igreja Unida e diversas outras menores. 
A terceira onda, a neopentecostal, teve início na segunda metade dos anos 70. 
Fundadas por brasileiros, a Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 
1977), a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Brasília, 1992) e a Renascer 
em Cristo (São Paulo, 1986) estão entre as principais. Utilizam intensamente a 
mídia eletrônica e aplicam técnicas de administração empresarial, com uso de 
marketing, planejamento estatístico, análise de resultados etc. Algumas delas 
pregam a Teologia da Prosperidade, pela qual o cristão está destinado à 
prosperidade terrena, rejeitando os tradicionais usos e costumes pentecostais. O 
neopentecostalismo constitui a vertente pentecostal mais influente e a que mais 
cresce. Também são mais liberais em questões de costumes. 
Paralelamente ao Pentecostalismo, várias denominações protestantes tradicionais 
experimentaram movimentos internos, com manifestações pentecostais, assim 
foram denominados "Renovados", como a Igreja Presbiteriana Renovada, 
Convenção Batista Nacional, Igreja do Avivamento Bíblico e Igreja Cristã 
Maranata. 
A doutrina de renovação do Pentecostalismo ultrapassou até mesmo as fronteiras 
do Protestantismo, surgindo movimentos de renovação pentecostal Católica 
Romana e Ortodoxa Oriental, como a Renovação Carismática Católica. 
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Pentecostalismo" 
 
10. BIBLIOGRAFIA 
 
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. Lisboa: Edição 
Livros do Brasil, 2002. (Colecão Vida e Cultura) 
JORGE, Pe. J. Simões. Cultura religiosa: o homem e o fenômeno religioso. 2ª 
ed.São Paulo: Loyola, 1998. 
WILGES, Irineu. Cultura religiosa: as religiões no mundo. Petrópolis: Vozes, 
1996. 
ZILLES, Urbano. Filosofia da religião. São Paulo: Paulinas, 1991 (Coleção 
Filosofia). 
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