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Síndrome de Cushing

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Aluno: Davi de Aguiar Portela (0001418) 
Medicina – 4º Período APG IV – S01 P01 
 
Síndrome de Cushing 
 
Etiologia 
A Síndrome de Cushing pode ser definida como 
o conjunto de sinais e sintomas causados pela 
exposição prolongada e excessiva a quantidades 
elevadas de glicocorticoides, de origem exógena 
ou endógena. 
Quando é provocada por um adenoma 
hipofisário secretor de ACTH, ela passa a ser 
chamada de doença de Cushing. 
 
CAUSAS EXÓGENAS 
A causa mais prevalente é o uso prolongado de 
fármacos corticoides em doses supra fisiológicas. 
As manifestações clínicas do hipercortisolismo 
dependem da dose e do tempo de exposição, 
por isso podem ser causadas por corticoides de 
uso sistêmicos (oral e injetável) e de uso tópico 
(colírios, soluções nasais, aerossóis, inalatórios, 
cremes, pomadas). 
Além disso, o acetado de megestrol também 
pode ser associado a alguns casos de SC, sendo 
ele um progestogênio com efeito glicocorticoide 
moderado. 
As causas exógenas de SC são semelhantes a 
ACTH-independentes, pois causam um feedback 
negativo na produção de ACTH pela hipófise. 
 
CAUSAS ENDÓGENAS 
Podem ser classificadas em: 
ACTH dependentes: por excesso de 
ACTH, com 
hiperestímulo as 
adrenais; 
ACTH 
independentes: 
uma ou ambas as 
adrenais secretam 
glicocorticoides de 
forma autônoma, 
independente do 
estímulo do ACTH. 
 
As causas endógenas ACTH-dependentes mais 
comuns são: 
 Hipersecreção primária de ACTH (80%) 
– doença de Cushing (adenoma de 
hipófise); 
 Secreção ectópica de ACTH (10-15%) – 
tumores neuroendócrinos, como: 
carcinoma de pequenas células do 
pulmão, carcinoma brônquico ou 
carcinoides de pâncreas. 
A causa endógena ACTH-independentes mais 
comum é: 
 Hipersecreção de cortisol pela adrenal – 
carcinoma adrenal ou adenoma adrenal. 
 
Manifestações Clínicas 
Os sinais e sintomas gerais do hipercortisolismo 
são: 
o Obesidade (90%) 
o Atrofia e fraqueza muscular (60%) 
o Estrias violáceas largas 
o Fácie em lua cheia, com pletora facial 
o Hiperandrogenismo (acne, hirsutismo) 
o Equimoses por fragilidade capilar 
o Depressão, euforia, psicose (>50%) 
o Amenorreia, perda da libido 
o Hipertensão arterial 
o Diabetes ou intolerância a glicose (40-
80%) 
o Osteoporose, necrose asséptica da 
cabeça femoral 
o Alcalose hipocalêmica 
o Infecções oportunistas 
 
OBESIDADE 
Está presente em 90% dos casos, em que a 
distribuição de gordura típica é a central, 
concentrando-se na face (lua cheia), no tronco e 
no pescoço (em giba de búfalo), e poupando 
extremidades. 
Crianças com SC tem ganho de peso associado 
a parada do crescimento. 
Paradoxalmente, pacientes com secreção 
ectópica de ACTH secundaria a neoplasias 
malignas podem ter perda de peso e poucos 
estigmas de SC, por causa da rapidez e 
gravidade do hipercortisolismo. 
 
FRAQUEZA MUSCULAR 
Está presente em 60% dos casos, acometendo 
a musculatura próxima, principalmente nos MMII, 
e sendo apresentado pela dificuldade de levantar-
se da posição sentada ou para subir degraus. 
 
SINTOMAS NEUROPSIQUIÁTRICOS 
São comuns e podem variar de apatia, letargia 
ou depressão a euforia ou psicose. 
Perdas de memória, distúrbios do sono e déficits 
cognitivos também podem estar presentes. 
 
OSTEOPENIA 
Comum em até 80% dos casos, sendo 
decorrente dos efeitos do cortisol no 
metabolismo ósseo (redução da expressão do 
IGF-1, inibição direta dos osteoblastos). 
Também há redução da absorção intestinal de 
cálcio e de vitamina D. 
 
MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS 
Pletora facial acontece em 70% dos casos, além 
de hirsutismo (excesso de pelos), acne e alopecia. 
Estrias cutâneas violáceas acontecem em cerca 
de 70%, além de equimoses aos mínimos 
traumas (redução da produção de colágeno na 
pele) em 50% dos casos. 
 
DOENÇAS CRÔNICAS 
O cortisol é um hormônio contrarregular 
insulínico, e seu excesso pode ocasionar diabetes 
mellitus ou intolerância a glicose. 
Além disso, a alcalose hipocalemia é uma 
alteração hidroeletrolítica muito característica da 
síndrome de ACTH ectópico 
HIPOGONADISMO 
É comum tanto em homens quanto em 
mulheres, sendo a redução da função gonodal, 
acompanhada de níveis baixos de gonadotrofinas 
(LH e FSH) e cursa em: 
o Infertilidade; 
o Amenorreia (ausência de menstruação); 
o Redução da libido; 
o Disfunção erétil. 
o Muitas vezes é reversível com a 
correção do excesso de glicocorticoides 
 
Diagnóstico 
EXAMES LABORATORIAIS 
Para investigar a suspeita de SC, é necessário 
determinar se o paciente está em uso de 
qualquer preparação contendo corticoides. Caso 
haja o uso prolongado dessas medicações, fica 
determinado o hipercortisolismo exógeno. 
Esses indivíduos apresentam valores reduzidos 
de cortisol plasmático, além de valor normal ou 
reduzido de ACTH, pois pode ocorrer um 
feedback negativo na glândula hipófise, em que 
ela diminua a produção de ACTH. 
Para confirmação de hipercortisolismo 
endógeno, deve ocorrer uma investigação 
laboratorial com os seguintes exames 
 
Exames Características Interpretações 
Teste de 
supressão com 
dexametasona 
(Teste de Liddle 
2) 
Administração de 1 mg de dexametasona oral às 23 horas com dosagem 
de cortisol sérico às 8 do dia seguinte. 
Normal: < 1,8 µg 
Cortisol livre 
urinárino de 24 
horas 
Dosagem da exceção de cortisol livre em uma amostra de urina de 24 
horas; aumentada em 95 a 100% dos casos de síndrome de Cushing 
Normal: < 60 µg/ 24 
horas 
Cortisol sérico/ 
salivar da meia 
noite 
Dosagem de cortisol à meia noite: calores elevados refletindo a perda do 
ciclo circadiano normal do cortisol (opção: dosagem do cortisol salivar – 
dispensa internação) 
Normal: < 1,8 µg/dL (soro) 
ou < 0,13 µg/dL (saliva) 
 
DEFINIÇÃO DA ETIOLOGIA 
Confirmado o hipercotisolismo pelos exames 
citados, resta definir a etiologia do quadro. 
ACTH baixo 
Valores muito baixos ou indetectáveis de ACTH 
(< 10 pg/ mL) indicam etiologia ACTH-
independente. 
Nesse caso, deve-se realizar uma tomografia 
computadorizada ou ressonância nuclear 
magnética de abdome para localizar um possível 
tumor de glândulas adrenais. 
ACTH normal ou elevado 
Valores > 10 pg/mL indicam etiologia ACTH-
dependente, podendo ser por adenoma 
hipofisário (doença de Cushing) ou por secreção 
ectópica de ACTH por neoplasias malignas, 
tornando-se extremamente difícil a diferenciação 
entre essas duas etiologias, que apresentam 
valores semelhantes de ACTH e cortisol nos 
testes bioquímicos. 
Para diferenciar a causa, pode-se utilizar os 
seguintes testes: 
o Teste de supressão com altas doses de 
dexametasona (8mg às 23h em dose 
única; supressão de cortisol >50% 
indicam doença de Cushing); 
o Teste de estímulo com CRH ou DDVP 
(acetato de desmopressina – elevação 
significativa do ACTH ou cortisol indica 
doença de Cushing); 
o Cateterismo bilateral de seios petrosos 
inferiores (exame padrão-ouro); 
 
EXAMES DE IMAGEM 
Quando não é encontrado a fonte de ACTH, o 
paciente é rotulado como tendo secreção de 
origem desconhecida. A doença de Cushing deve 
ser avaliada por meio de TC ou RNM de hipófise. 
Os microadenomas (>1cm de diâmetro) são 
facilmente detectados em estudos radiológicos, 
mas a TC e a RNM têm sensibilidade baixa para 
eles. 
Pacientes com clínica sugestiva de Cushing, com 
testes compatíveis confirmatórios do 
hipercortisolismo e que apresentam tumor 
hipofisário com mais de 6 mm de diâmetro 
podem ser encaminhados pra cirurgia 
transfenoidal. 
 
Tratamento 
O tratamento deve variar de acordo com a 
etiologia da SC. Caso ela seja causada pelo uso 
prolongado de corticoides, é indicado a 
diminuição da dose do medicamento e, se 
possível, a sua suspensão. 
Quando ela é causada por uma neoplasia, o 
tratamento costuma incluir cirurgia para 
remoção do tumor e depois da realização de 
radioterapia ou quimioterapia. 
Caso a neoplasia não possa ser removida, é 
necessário controlar a produção de cortisol por 
meio de medicações (metirapona, 
aminoglutetimida).Para reduzir os sintomas, é importante manter 
uma alimentação pobre em sal e açúcar e comer 
diariamente frutas e vegetais ricos em vitaminas 
e minerais, para ajudar a fortalecer o sistema 
imune. 
 
Referências: 
1. Diehl LA, Migliano Porto JNC. 
Endocrinologia. 1ed. São Paulo: Medcel; 
2018. 
2. GONZÁLEZ, H. D. Hormônios da Glândula 
Adrenal. Programa de Pós-Graduação em 
Ciências Veterinárias da Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, no primeiro 
semestre de, 2005. 
3. GUZMÁN ARIAS, Valentina. Análisis 
mediante elementos finitos del fémur 
proximal en pacientes con síndrome de 
Cushing. 2021. Trabalho de Conclusão de 
Curso. Universitat Politècnica de Catalunya. 
4. Hammer GD, McPhee SJ. Fisiopatologia 
da doença: uma introdução à medicina 
clínica. 7th ed. Porto Alegre:AMGH; 2016.

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