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PREPARATÓRIO PARA OAB Professor: Dr. Flávio Tartuce DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Capítulo 6 Aula 5 EMPRÉSTIMO E DEPÓSITO Coordenação: Dr. Flávio Tartuce 01 Empréstimo (arts. 579 a 592 CC) "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br O empréstimo é o contrato pelo qual alguém entrega uma coisa para outrem, gratuitamente, obrigando-se este a devolver a mesma coisa ou devolver outra da mesma espécie e quantidade. O contrato de empréstimo civil abrange duas espécies: a) Comodato: empréstimo de uso em que o bem emprestado deverá ser restituído (exemplo: empréstimo de casa na praia), não podendo ser fungível ou consumível. b) Mútuo: empréstimo de consumo em que o bem usado sendo fungível ou consumível (exemplos: empréstimo de 1 kg de feijão, carioquinha, tipo 01; empréstimo de dinheiro). A) COMODATO (arts. 579 a 585 CC) O comodato é o contrato unilateral, a título gratuito, pelo qual alguém entrega a outra pessoa coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída. Por sua natureza jurídica o contrato de comodato é também denominado empréstimo civil de uso. Trata-se de contrato. - Unilateral: apenas o comodante assume obrigação: a de entregar a coisa para uso do comodatário. - Gratuito: não exige contraprestação do comodatário. - Real: o contrato se perfaz com a entrega (tradição) da coisa - Temporário: o uso da coisa deverá ser temporário, podendo o prazo ser determinado ou indeterminado. - Intuitu personae ou personalíssimo: é um contrato pessoal; não poderá ser cedido pelo comodatário a terceiro. O contrato de comodato pode ser por qualquer das formas permitidas pelo direito, inclusive, verbal. Terminado o prazo do comodato por tempo determinado ou notificado, para que seja posto fim ao contrato de comodato por tempo indeterminado, o comodatário há de devolver a mesma coisa recebida (infungibilidade). Não restituída a coisa no prazo acertado, ocorre o esbulho possessório, passando a posse a ser injusta e de má-fé. Nesse caso, o comodante deverá utilizar a ação de reintegração de posse e não a de despejo. Ainda, não devolvida a coisa ao término do contrato ou após a competente notificação, o comodatário é constituído em mora. Nesse caso, surgem os seguintes efeitos: Aula 5 02 - o comodatário deverá pagar o aluguel arbitrado pelo comodante; - o comodatário responde pelos riscos e perda ou deterioração da coisa. MÚTUO (arts. 586 a 592 CC) O mútuo é o contrato pelo qual alguém transfere a propriedade de cosa fungível a outrem, que se obriga a lhe restituir coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade (art. 586 CC). O mútuo também é denominado, pelo seu conteúdo, empréstimo civil de consumo. Exemplo: Empréstimo de sacas de arroz para consumo, devolvendo-se outras da mesma qualidade e quantidade. A coisa recebida em mútuo passa para a propriedade do mutuário, que lhe dá o destino que quiser, consumindo-a, guardando-a, emprestando-a para terceiro ou mesmo alienando-a por venda ou doação. Não requer a lei modo especial para a sua celebração (forma livre), exceto se for mútuo oneroso, hipótese que deverá ser convencionada expressamente (art. 591 do nCC). São as principais características do contrato em questão: - Contrato Unilateral e Gratuito: somente traz deveres para o mutuante, não havendo remuneração. O mútuo pode ser oneroso, se se referir a empréstimo de dinheiro, onde se estipula o pagamento de juros. “Destinado-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual" (art. 591 do nCC). - Real: somente se perfaz com a entrega da coisa emprestada. - Temporário: por prazo curto e determinado ou determinável. - Supõe a transferência do domínio, pois sendo o mútuo referente a coisa fungível e portanto móvel, só se perfaz com a tradição (entrega da coisa) e esta transfere o domínio (a propriedade) ao mutuário. Quanto ao mútuo feneratício, trata-se do mútuo oneroso, permitido por nossa legislação, pois o Código Civil prescreve que se presumem devidos juros, (que não poderão exceder a taxa legal), destinado-se o mútuo a fins econômicos (art. 591 do nCC). "O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores" (art. 588 do nCC). 2. depósito (arts. 627 a 652 CC) O depósito é o contrato pelo qual uma pessoa (depositária) recebe de outra (depositante) um objeto móvel, para guardá-lo, temporária e gratuitamente, até que o depositante o reclame. Ao contrário do comodato, no depósito não se tem uma cessão de uso, mas tão somente de guarda. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 03 2. 1. modalidades de depósito 1 - Depósito voluntário ou convencional (arts. 627 a 646 do nCC) resulta de livre acordo entre as partes. 2 - Depósito necessário (arts. 647 a 652 do nCC) presente nas seguintes hipóteses: a) por imposição de lei (depósito necessário legal) - Exemplos: depósito de objeto achado; de dívida vencida, na pendência da lide, se vários credores disputarem o montante; feito pelo administrador dos bens do depositário que tenha se tornado incapaz, entre outros. b) por ocasião de calamidade (depósito necessário miserável) - Exemplos: Terremoto, incêndio, inundação, naufrágio ou saque, quando o depositante é obrigado a se socorrer de pessoa que aceita depositar os bens que conseguiu salvar. c) depósito necessário do hoteleiro ou hospedeiro - A bagagem deixada em hotel, hospedaria, pensão e similares é considerada depositada em mãos do dono do hotel ou hospedaria, o qual responde como depositário (art. 649 do nCC). Depósito Judicial ou Seqüestro - determinado por mandado do Juiz, que entrega a terceiro, coisa litigiosa (móvel ou imóvel), com o intuito de preservar a sua incolumidade, até que se decida a causa principal. O depositário que injustificadamente não restituir a coisa depositada, ao final do contrato, ou quando solicitada, e desde que não esteja amparado pelas causas de exclusão da obrigação de restituir (arts. 633 e 634), passa a ser considerado depositário infiel e poderá ter decretada sua prisão, pelo prazo de até um ano, além de ser obrigado a indenizar o depositante pelos prejuízos decorrentes de sua infidelidade. A pena será aplicada independentemente de dolo. Há quem entenda não ser admissível a prisão civil do depositário infiel, com base no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos aprovados na Convenção sobre Direitos Humanos de São José de Costa Rica, que a proibiria. Há uma grande discussão quanto ao tema, principalmente entre o STF (a favor da prisão) e o STJ (contra a prisão). Estamos filiados à última corrente, que atualmente acaba predominando. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), semprejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br
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