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Aterosclerose: Definição, Epidemiologia e Fisiopatologia

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ATEROSCLEROSE
Layanne Dias – MEDICINA ⚕️🩺
Sumário
Definição	1
Epidemiologia da aterosclerose	1
Fisiopatologia	2
Quadro clínico da aterosclerose	3
Diagnóstico da aterosclerose	3
Tratamento da aterosclerose	4
Referências	4
Definição
A aterosclerose é um processo multifatorial e é caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias, reduzindo seu calibre e trazendo um déficit sanguíneo aos tecidos irrigados por elas. Ela é a principal causa de doença cardiovascular (DCV), como infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC), que são as duas principais causas de morte no mundo ocidental. O processo aterosclerótico é identificado geralmente a partir da meia ou após algum evento cardiovascular (IAM ou AVC), no entanto, estudos atuais indicam que o processo aterosclerótico começa a se desenvolver na infância. 
Epidemiologia da aterosclerose 
A doença aterosclerótica inicia silenciosamente na infância, progride durante a adolescência e a idade adulta e acarreta doença cardiovascular em adultos ou idosos. O processo aterosclerótico é responsável pelo maior índice de mortalidade no Brasil. Em 1995, 23% das mortes, em todas as idades em nosso país, ocorreram em consequência da aterosclerose. Essa porcentagem cresce para 26,3% quando a análise é feita exclusivamente no estado de São Paulo e 32,7% no Rio Grande do Sul.
Estudos epidemiológicos demonstraram que a prevalência de aterosclerose ocorrer em pacientes com: idade entre 50 e 70 anos, sexo masculino, hipercolesterolemia, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, sedentarismo, obesidade e com antecedentes de DCV em familiares. 
Há uma nova preocupação, principalmente em países desenvolvidos, que envolve o aumento da prevalência de obesidade infantil e consequente aumento de risco de eventos cardiovasculares em população cada vez mais jovem. 
Fisiopatologia
A lesão aterosclerótica nas artérias, que começam silenciosamente na infância, ocorre primariamente a partir de dois processos: acúmulo de colesterol e a proliferação de células musculares lisas na túnica íntima. O ateroma é formado a partir dessas células musculares lisas, além de leucócitos derivados do sangue e de uma quantidade variável de tecido conjuntivo, formando uma placa fibrosa que se projeta para dentro do lúmen modificando a túnica média e levando a uma série de complicações circulatórias.
O desenvolvimento da placa inicia com a ativação de células endoteliais, incluindo a produção exagerada de moléculas de adesão para leucócitos. Normalmente, essas moléculas de adesão não são expressas, mas na presença de fatores de risco, como hipercolesterolemia, hipertensão e tabagismo,  aumenta o recrutamento de células inflamatórias do sangue. O processo inflamatório mantido pela presença dos leucócitos ajuda a criar um estado pró-trombótico nos vasos. 
Os estágios histológicos da aterosclerose incluem estrias gordurosas, capa fibrosa, placas fibrosas e lesões avançadas. No primeiro estágio ocorre o espessamento focal da íntima na artéria com acúmulo de matriz extracelular e de macrófagos que expressam receptores “scavengers”, que captam LDL e outras lipoproteínas, e se transformam em células espumosas, formando a estria gordurosa.
Seta menor = linha gordurosa com espessamento da íntima. Seta maior= núcleo lipídico mole. Fonte: UptoDate
No segundo estágio, os ateromas formam placas com núcleo lipídico bem definido coberto por capa fibrosa, formada principalmente por colágeno. Posteriormente forma-se a placa fibrosa, que evolui da estria gordurosa por meio do acúmulo de tecido conjuntivo com um número aumentado de células musculares lisas cheias de lipídios e, frequentemente, um pool lipídico extracelular mais profundo. As lesões ateroscleróticas mais avançadas geralmente contêm um núcleo necrótico rico em lipídios e, eventualmente, regiões calcificadas. 
A aterosclerose primariamente afeta artérias elásticas como a aorta, a carótida e as ilíacas, mas também pode comprometer as grandes e médias como a coronária e as poplíteas.
Quadro clínico da aterosclerose
Os sintomas da doença aterosclerótica são mais frequentes nas artérias que irrigam o coração, o cérebro, os rins, as extremidades e o intestino delgado. No entanto, a aterosclerose é geralmente assintomática até que a estenose da placa exceda 70 ou 80 por cento do diâmetro luminal, o que pode produzir uma redução no fluxo, como ocorre com o fluxo sanguíneo coronário para o miocárdio. O Infarto do miocárdio, infarto cerebral e aneurisma aórtico são as maiores consequências dessa doença. Além disso, a diminuição na irrigação pode levar à gangrena dos membros inferiores ou à oclusão mesentérica. 
Diagnóstico da aterosclerose 
Em muitos casos o diagnóstico ocorre em uma situação de emergência, como por exemplo após um infarto ou derrame. No entanto, no intuito de prevenir um evento cardiovascular, idealmente todos as pessoas deveriam realizar exames periódicos para rastreamento e tratamento dos fatores de risco para o desenvolvimento da aterosclerose.  
Pacientes com alta probabilidade de aterosclerose ou com sintomas compatíveis podem necessitar de avaliação através de exames mais específicos, como teste ergométrico, cintilografia, tomografia ou cateterismo.
Nos pacientes com aterosclerose, é importante calcular o risco cardiovascular, que se faz principalmente por meio de escores. Esta ação ajuda orientar esforços preventivos, não pelos riscos atribuíveis à elevação de fatores isolados, como a pressão arterial ou o colesterol, mas pelo somatório de riscos decorrentes de múltiplos fatores, estimado em cada indivíduo com aterosclerose. O principal utilizado no Brasil é o Escore de Framingham, que demonstra o risco do indivíduo desenvolver um evento cardiovascular maior, definido por IAM, AVC ou morte por causa cardiovascular, em 10 anos. 
Tratamento da aterosclerose 
O tratamento para aterosclerose consiste na prevenção de eventos cardiovasculares maiores, instituindo-se estilo de vida saudável. As mudanças no estilo de vida, que comprovadamente diminuem o risco de doenças cardiovasculares, inclui rotina com exercícios físicos regulares, alimentação balanceada, cessação do tabagismo e com baixo consumo de gorduras e sal, além do controle dos fatores de risco para doenças como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol.
Pacientes com baixo ou moderado risco cardiovascular, segundo o Escore de Framingham, e sem evento cardiovascular maior prévio devem ser tratados apenas com mudança no estilo de vida e controle medicamentoso da hipertensão ou diabetes.  
Todos os pacientes com alto risco cardiovascular segundo Escore de Framingham, devem utilizar estatina de alta potência, independentemente do colesterol LDL basal. Para os pacientes com evento cardiovascular maior prévio, além da estatina, recomenda-se terapia com aspirina dose protetora (100-300mg) em longo prazo.
Referências
Resumo de aterosclerose (completo) – Sanarflix. Sanar. 02 de set. de 2020. Disponível em: < https://www.sanarmed.com/resumo-de-aterosclerose-completo-sanarflix >. Acesso em: 10 de set. de 2021.

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