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UNIDADE 4: COMPETÊNCIA DOS ATOS NOTARIAIS E REGISTRAIS AULA 13: CRITÉRIOS DE INGRESSO NAS ATIVIDADES NOTARIAL E REGISTRAL Nossa Carta Magna de 1988, em seu art. 236, atribui tratamento igualitário aos serviços notariais e registrais, com a seguinte disposição in verbis: Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. É competência privativa da União legislar sobre registros públicos, e são considerados como AGENTES PÚBLICOS os registradores e os notários, em posição diferenciada da de servidor público, conforme nos ensina o mestre Hely Lopes Meirelles: Particulares que: 1) RECEBEM A INCUMBÊNCIA DA EXECUÇÃO de determinada ATIVIDADE, OBRA OU SERVIÇO PÚBLICO 2) Realizam tal incumbência em NOME PRÓPRIO, por SUA CONTA e RISCO, mas SEGUNDO AS NORMAS DO ESTADO e sob a PERMANENTE FISCALIZAÇÃO DO DELEGANTE. Esses agentes NÃO são servidores públicos, nem honoríficos, nem representantes do Estado; todavia, constituem uma CATEGORIA À PARTE DE COLABORADORES DO PODER PÚBLICO. Nessa categoria encontram-se os concessionários e permissionários de obras e serviços públicos, os serventuários de ofícios não estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes públicos, as demais pessoas que recebem DELEGAÇÃO PARA A PRÁTICA DE ALGUMA ATIVIDADE ESTATAL OU SERVIÇO DE INTERESSE COLETIVO. Portanto, os registradores e os notários não são servidores públicos, razão pela qual são remunerados por seus préstimos via emolumentos e custas, que são fixados mas não desembolsados pelo Estado. Contudo, não se dispensa o concurso de provas e títulos para o ingresso na atividade, conforme preceitua o § 3° do art. 236 da Constituição Federal. O mesmo vale para provimento ou remoção. A Lei 10.169, ao regulamentar o § 2º do art. 236, estabelece normas gerais para a fixação de emolumentos. Considerando a estrutura federativa adotada no Brasil e as peculiaridades locais, cada unidade da Federação (Estados) define por lei estadual os emolumentos a serem ali praticados, observada a lei federal quanto às normas gerais quanto ao princípio da hierarquia das leis. Novamente, citemos Hely Lopes Meirelles: A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei. (...) As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não podem ser descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos. Por outras palavras, a natureza da função pública e a finalidade do Estado impedem que seus agentes deixem de exercitar os poderes e de cumprir os deveres que a lei lhes impõe. Os concursos para ingresso na atividade notarial e registral são realizados pelo Poder Judiciário, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público, de um notário e de um registrador (art. 15 da Lei 8.935). A Lei 8.935, em seu §2°, concede EXCEÇÃO AO REQUISITO DO BACHARELADO EM DIREITO, no que permite a candidatura de não-bacharéis, desde que tenham completado, até a data da primeira publicação do edital do concurso de provas e títulos, 10 anos de exercício em serviço notarial ou de registro. Lembre que o legislador considera tabeliães e registradores como profissionais do direito (art. 3° da Lei 8.935), exige apenas a prática no exercício das funções e a nacionalidade brasileira, inclusos os naturalizados. Vencido o concurso e habilitados os candidatos, estes serão delegados na ordem de sua classificação. FUNÇÕES DOS NOTÁRIOS Devem, de forma imparcial e cautelar: 1) Garantir a PUBLICIDADE, a AUTENTICIDADE, a SEGURANÇA e a EFICÁCIA DOS ATOS JURÍDICOS preventivamente 2) Desobstruir o Judiciário do acúmulo de processos instaurados no intuito de manter a ordem jurídica do país e 3) Atuar como instrumentos de pacificação social. Os notários AGEM EM FACE DE PROVOCAÇÃO PELA PARTE INTERESSADA, seus ATOS SÃO REVESTIDOS DE FORMA AD PROBATIONEM (para prova), em que se documenta a realização do ato jurídico, com o objetivo de promover prova, donde ser-lhe vedado agir de ofício. FUNÇÕES DOS REGISTRADORES Com fé pública constituída por lei, CONSTITUIR OU DECLARAR O DIREITO REAL (CC, artigo 1.225, em números cláusulos), por meio da inscrição do respectivo título, FIRMAR RELAÇÕES JURÍDICAS E APLICAR-LHE SEGURANÇA E PUBLICIDADE de forma ERGA OMNES, até que se promova prova em contrário.
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