Estabilizadores de humor

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Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso de Medicina
Fundamentos de Clínica Médica I
Disciplina de Psiquiatria
Prof. Dr. Almerindo Boff
Aluna Irene Souza
Estabilizadores do humor
Apresente uma síntese dos aspectos mais importantes na prescrição de lítio, ácido valpróico,
lamotrigina e risperidona na farmacoterapia do transtorno bipolar.
Carbonato de lítio é chamado de “protótipo” do estabilizador de humor. Atua diminuindo as vias de
segundos mensageiros, proteínas G e transporte de inositol. Por ter um início de ação lento, opta-se
pelo seu uso combinado com antipsicóticos atípicos, anticonvulsivantes estabilizadores de humor e
benzodiazepínicos de alta potência no começo do tratamento. É preciso dosar seus benefícios clínicos
em contraponto com sua eficácia imprevisível, seus efeitos colaterais e a necessidade de se realizar
exames laboratoriais com frequência. Indicado para o tratamento de mania aguda e de manutenção,
sendo um dos agentes de mais ampla utilização a longo prazo em pacientes com transtorno bipolar.
- Níveis terapêuticos: 0,6 a 1,2 mEg/L
Valproato é indicado apenas para mania aguda. Atua aumentando os níveis de GABA cerebral.
Acompanhamento com exames laboratoriais também é necessário.
- Níveis de dose típicos: 750 a 2500 mg/dia
- Níveis sanguíneos: 50 a 120 ug/mL
- Dose de carga oral: 15 a 20 mg/kg a partir do primeiro dia
Lamotrigina diminui a liberação de glutamato via diminuição do sódio. Não possui propriedades
antimaníacas agudas, mas ajuda a prevenir a recidiva de episódios maníacos. Possui propriedades
profiláticas antidepressivas e de estabilização do humor. Aumentos muito lentos ajudam a evitar o
efeito colateral raro de erupções cutâneas graves (Síndrome de Stevens-Johnson e necrólise
epidérmica tóxica).
- Dose média de 200 mg/dia
Risperidona é um antipsicótico atípico, atua bloqueando receptores mesolímbicos D1, D2 e D4 e os
receptores 5-HT tipo 2. Sua classe está menos sujeita ao potencial pós-sináptico excitatório e à
discinesia tardia. Pode levar ao ganho de peso por estar relacionada com a resistência à insulina,
diabetes, hiperlipidemia, hipercolesterolemia e comprometimento cardiovascular.
- Dosagem inicial: 1 a 2 mg à noite, podendo ser aumentada para 4 mg/dia
Referências
SADOCK, B. J. et al Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica.
11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.