Buscar

244_marx-karl-o-capital-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

é, a soma de dinheiro, a qual ele deve em certo prazo. Segundo, funciona
como meio ideal de compra. Embora apenas exista no compromisso
monetário do comprador, faz com que a mercadoria mude de mãos.
Apenas ao vencer o prazo fixado para o pagamento, o meio de paga-
mento entra realmente em circulação, isto é, ele passa realmente das
mãos do comprador para as do vendedor. O meio circulante converteu-se
em tesouro, ao interromper o processo de circulação em sua primeira
fase ou ao ser subtraída da circulação a forma transformada da mer-
cadoria. O meio de pagamento entra na circulação, porém depois que
a mercadoria já se retirou dela. O dinheiro já não media o processo.
Ele o fecha de modo autônomo, como existência absoluta do valor de
troca ou mercadoria geral. O vendedor converte sua mercadoria em
dinheiro para satisfazer a uma necessidade por meio do dinheiro, o
entesourador, para preservar a mercadoria em forma de dinheiro, o
comprador que ficou devendo, para poder pagar. Se não pagar, seus
bens são vendidos judicialmente. A figura de valor da mercadoria, di-
nheiro, torna-se, portanto, agora um fim em si da venda, em virtude
de uma necessidade social que se origina das condições do próprio
processo de circulação.
O comprador retransforma dinheiro em mercadoria antes de ter
convertido mercadoria em dinheiro ou realiza a segunda metamorfose
da mercadoria antes da primeira. A mercadoria do vendedor circula,
mas realiza seu preço somente sob a forma de um título de crédito de
direito privado. Converte-se em valor de uso antes de haver-se con-
vertido em dinheiro. Sua primeira metamorfose somente se realiza a
posteriori.202
Em todo período determinado do processo de circulação, as obri-
gações vencidas representavam a soma de preços das mercadorias cuja
venda as fez surgir. A massa de dinheiro necessária para realizar essa
soma de preços depende, antes de tudo, da velocidade de circulação
dos meios de pagamento. Esta é condicionada por duas circunstâncias:
o encadeamento das relações entre credor e devedor, pelas quais A
recebe o dinheiro de seu devedor B, e paga com ele ao seu credor C
etc.; e o lapso de tempo entre os diversos prazos de pagamento. Essa
cadeia em processamento de pagamentos ou das primeiras metamor-
OS ECONOMISTAS
256
202 Nota à 2ª edição. Vê-se, pela seguinte citação de meu escrito surgido em 1859, por que,
no texto, não tomo em consideração uma forma oposta: “Inversamente, o dinheiro pode,
no processo D — M, ser alienado como verdadeiro meio de compra e assim ser realizado
o preço da mercadoria antes de realizar-se o valor de uso do dinheiro ou alienar-se a
mercadoria. Isso ocorre, por exemplo, na forma costumeira dos pagamentos adiantados.
Ou na forma em que o Governo inglês (...) compra o ópio dos Ryots na Índia. Desse modo,
porém, o dinheiro atua somente na forma já conhecida como meio de compra. (...) Natu-
ralmente que também se adianta capital sob a forma de dinheiro. (...) Mas esse aspecto
não cabe no horizonte da circulação simples”. (Zur Kritik etc. p. 119-120.)

Outros materiais