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Direito Administrativo - Leandro Cadenas

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CURSOS ONLINE – DIREITO ADMINISTRATIVO – PROF. LEANDRO CADENAS 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 0: Direito Administrativo 
 
Olá pessoal! 
Esta é parte da primeira aula semanal do nosso curso “on line” de Direito 
Administrativo, que será iniciado no dia 10/08/2004, até 19/10/2004. 
As aulas conterão a explanação da matéria, mais ou menos da mesma forma 
que fazemos em sala de aula, para que o aluno se sinta como se estivesse 
ouvindo o professor falar. 
Ao fim de cada aula, procuraremos incluir alguns exercícios de concursos 
anteriores, para que sejam testados os conhecimentos relativos àquela matéria 
dada, bem como a já conhecida seção “PARA GUARDAR”, onde são feitas 
breves considerações sobre a matéria tratada, com vistas a facilitar uma futura 
revisão do conteúdo. 
Durante a semana, estará disponível um fórum onde serão respondidas as 
perguntas relativas à última aula. 
 
E mais! Entre os alunos matriculados, vou sortear dois dos meus livros: um na 
primeira aula e outro na última aula! 
Além disso, os primeiros 100 (cem) alunos que confirmarem a matrícula 
ganharão, em primeira mão, a versão eletrônica da minha apostila de resumo 
de Direito Constitucional para a ESAF, na sua 3ª edição, que está sendo 
lançada agora, com mais de 600 itens. 
 
Inscreva-se e participe. Faça sua parte. Estude a matéria dada e rumo ao 
sucesso!! 
Na aula de amostra que disponibilizamos aqui, vamos tratar do conceito e das 
fontes do Direito Administrativo, bem como do Regime Jurídico Administrativo. 
Repito, essa é apenas parte da nossa primeira aula... aguardem! 
Críticas e sugestões são sempre bem vindas. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. CONCEITO 
 
O Direito Administrativo, como ramo autônomo da maneira como é visto 
atualmente, teve seu nascimento nos fins do século XVIII, com forte 
influência do direito francês, tido por inovador no trato das matérias 
correlatas à Administração Pública. 
São muitos os conceitos do que vem a ser o Direito Administrativo. Em 
resumo, pode-se dizer que é o conjunto dos princípios jurídicos que 
tratam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes 
públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira como se atingir as 
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finalidades do Estado. Ou seja, tudo que se refere à Administração Pública e à 
relação entre ela e os administrados e seus servidores é regrado e estudado 
pelo Direito Administrativo. 
O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja principal 
característica encontramos no fato de haver uma desigualdade jurídica 
entre cada uma das partes envolvidas. Assim, de um lado, encontramos a 
Administração Pública, que defende os interesses coletivos; de outro, o 
particular. Havendo conflito entre tais interesses, haverá de prevalecer o da 
coletividade, representado pela Administração. Isto posto, veja que esta se 
encontra num patamar superior ao particular, de forma diferente da vista 
no Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de condições. 
Sabemos que a República Federativa do Brasil, nos termos da CF/88, é 
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal 
(art. 1º). Em seu art. 2º, determina a divisão dos Poderes da União em três, 
seguindo a tradicional teoria de Montesquieu. Assim, são eles: o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si. 
Cada um desses Poderes tem sua atividade principal e outras secundárias. A 
título de ilustração, veja que ao Legislativo cabe, precipuamente, a função 
legiferante, ou seja, de produção de leis, em sentido amplo. Ao Judiciário, cabe 
a função de dizer o direito ao caso concreto, pacificando a sociedade, em face 
da resolução dos conflitos. Por último, cabe ao Executivo a atividade 
administrativa do Estado, é dizer, a implementação do que determina a lei, 
atendendo às necessidades da população, com infra-estrutura, saúde, 
educação, cultura, enfim, servir ao público. 
Mas e o Direito Administrativo, então, como cuida da Administração Pública, 
regula apenas as atividades do Poder Executivo? 
Não. Esse ramo do Direito regra todas as atividades administrativas do 
Estado, qualquer que seja o Poder que a exerce, ou o ente estatal a que 
pertença: se a atividade é administrativa, sujeita-se aos comandos do Direito 
Administrativo. 
Então, o Judiciário, quando realiza um concurso público para preenchimento de 
suas vagas, segue as normas da Lei nº 8.112/90, se da esfera federal. O 
Senado Federal, quando promove uma licitação para aquisição de resmas de 
papel, por exemplo, seguirá a Lei nº 8.666/93, e assim por diante. 
Vemos, assim, que não só o Executivo se submete ao Direito Administrativo. 
Repita-se: cada Poder, cada ente, cada órgão, no desempenho de suas 
atribuições administrativas, está submetido às previsões desse ramo do 
Direito. 
O estudo do Direito Administrativo, no Brasil, torna-se um pouco penoso pela 
falta de um código, uma legislação consolidada que reúna todas as leis 
esparsas que tratam dessas matérias. Então, temos que lançar mão da 
doutrina e do estudo de cada uma das leis, bem assim da Constituição Federal, 
que são suas principais fontes. 
 
2. FONTES 
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Diz-se fonte à origem, lugar de onde provém algo. No caso, de onde emanam 
as regras do Direito Administrativo. 
Quatro são as principais fontes: 
I – lei; 
II – jurisprudência; 
III – doutrina; 
IV – costumes. 
Como fonte primária, principal, tem-se a lei, em seu sentido genérico (“latu 
sensu”), que inclui, além da Constituição Federal, as leis ordinárias, 
complementares, delegadas, medidas provisórias, atos normativos com força 
de lei, e alguns decretos-lei ainda vigentes no país etc. Em geral, é ela 
abstrata e impessoal. 
Mais adiante, veremos o princípio da legalidade, de suma importância no 
Direito Administrativo, quando ficará bem claro por que a lei é sua fonte 
primordial. 
As outras três fontes são ditas secundárias. 
Chama-se jurisprudência o conjunto de decisões do Poder Judiciário na 
mesma linha, julgamentos no mesmo sentido. Então, pode-se tomar como 
parâmetro para decisões futuras, ainda que, em geral, essas decisões não 
obriguem a Administração quando não é parte na ação. Diz-se em geral, pois, 
na CF/88, há previsão de vinculação do Judiciário e do Executivo à decisão 
definitiva de mérito em Ação Declaratória de Constitucionalidade (art. 102, § 
2º). 
A doutrina é a teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, materializada 
em livros, artigos, pareceres, congressos etc. Assim, como a jurisprudência, a 
doutrina também é fonte secundária e influencia no surgimento de novas leis e 
na solução de dúvidas no cotidiano administrativo, além de complementar a 
legislação existente, que muitas vezes é falha e de difícil interpretação. 
Por fim, os costumes, que hoje em dia têm pouca utilidade prática, em face 
do citado princípio da legalidade, que exige obediência dos administradores aos 
comando legais. No entanto, em algumas situações concretas, os costumes da 
repartição podem influir de alguma forma nas ações estatais, inclusive 
ajudando a produção de novas normas. Diz-se costume à reiteração uniforme 
de determinado comportamento, que é visto como exigência legal. 
 
3. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 
Ao conjunto de regras que disciplinam determinado instituto dá-se o nome de 
regime jurídico. 
Em se tratando de regime jurídico administrativo, importam as normas que 
buscam atender aos interesses públicos, é dizer, refere-se ao conjunto 
dessas regras que visam a esse fim. Normalmente, para atingir esses 
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objetivos, as normas jurídicas desse tipo de regime jurídico concedem uma 
posição estatal privilegiada, ou seja, como já dito, o Estado localiza-se num 
patamar de superioridade em relação ao particular, justamente por defender o 
interesse de toda uma coletividade. 
Dessa forma, surgem os dois princípios basilares do Direito Administrativo: 
supremacia do interesse público sobre o particular e indisponibilidade 
do interesse público, tratados adiante. 
No entanto, ainda que a importância do Direito Administrativo seja patente, as 
controvérsias em matéria administrativa decididas pelo órgão executor não 
fazem coisa julgada material1, cabendo ao Judiciário essa incumbência. Então, 
algum pedido que seja dirigido à Administração Pública e por ela negado, pode 
ser revisto, como regra geral, pelo Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). Veremos 
adiante que, quanto ao mérito administrativo, o Judiciário nada pode fazer. 
Então, no Brasil, cabe somente ao Poder Judiciário dizer o Direito (juris dicere), 
de forma definitiva, no caso concreto. 
Isso não afasta a possibilidade de se recorrer administrativamente de qualquer 
lesão ou ameaça a direto. Porém, as decisões nessa instância, repita-se, 
sempre estarão sujeitas ao crivo do Judiciário. 
Aqui cabe uma importante distinção, destacando a diferença entre unicidade e 
dualidade de jurisdição. 
A Jurisdição é una, como no Brasil, quando apenas a um órgão se defere 
a competência de dizer o Direito de forma definitiva, é dizer, fazendo 
coisa julgada material (CF, art. 5º, XXXVI). 
De outro lado, diz-se que é dual quando há previsão de que dois órgãos 
se manifestem de forma definitiva sobre o Direito, cada qual com suas 
competências próprias. Ocorre tal dualidade na França, onde as decisões em 
matéria administrativa fazem coisa julgada material, enquanto que cabe ao 
Judiciário manifestar-se sobre os demais assuntos. Assim, na França, uma 
decisão administrativa não pode ser revista pelo Judiciário. 
Como já se disse, o Direito Administrativo pátrio tem forte influência do Direito 
francês, sendo que a principal diferença entre ambos os sistemas está 
justamente na dita natureza judicante da decisão do contencioso 
administrativo francês. 
 
1 Coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI): consiste na decisão judicial definitiva, da qual não é possível mais se 
recorrer – quer porque intempestivo o recurso, quer em virtude de impossibilidade processual – e que 
modifica a vontade e a atividade das partes litigantes, impondo-lhes a decisão judicial pacificadora do 
conflito. 
Há dois tipos de coisa julgada, a saber: 
I – material: enfrenta o mérito, dando definitividade à decisão, que não mais poderá ser alterada. Tampouco 
poderá ser proposta nova ação com as mesmas partes e com mesmo conteúdo; 
II – formal: termina o processo sem decidir o mérito, por alguma irregularidade processual, como falta de 
pagamento das custas, irregularidade na representação, falta de alguma das condições da ação etc. Nesse caso, 
como não houve apreciação do mérito, basta que o autor corrija as falhas e promova outra ação. 
Diz o art. 467 do Código de Processo Civil: “Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna 
imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário”. 
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Apenas para clarear, não se confundam os conceitos de dualidade de 
jurisdição e duplo grau de jurisdição. Este refere-se à possibilidade de 
recorrer da decisão de primeira instância, para que seja novamente analisado 
o caso por outra superior, dentro do Judiciário. 
Portanto, se um caso está pendente de solução na esfera administrativa, e 
inicia-se ação (perante o Judiciário) tratando do mesmo tema, a decisão 
administrativa fica prejudicada, posto que sempre valerá a judicial. Assim, o 
processo administrativo será arquivado sem decisão de mérito. 
A eleição da via administrativa ou judicial é opção do interessado. Porém, uma 
vez acionado o Judiciário, não caberá mais a primeira via, pois a decisão 
judicial sempre prevalecerá sobre a administrativa. No entanto, nada impede 
que, após esgotadas todas as instâncias administrativas, o interessado se 
socorra do Judiciário, pois, repita-se, no Brasil, a jurisdição é una. 
Só para citar, a instância administrativa tem várias peculiaridades 
interessantes para os administrados, como a informalidade do processo, 
celeridade, gratuidade, possibilidade de revisão de ofício e muitas outras, que 
acabam por incentivar o seu uso, desafogando um pouco o Poder Judiciário. 
 
PARA GUARDAR 
 
• Direito Administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que 
tratam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes 
públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira como se atingir às 
finalidades do Estado. 
• O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja 
principal característica encontramos no fato de haver uma 
desigualdade jurídica entre cada uma das partes envolvidas, ou seja, a 
Administração Pública se encontra num patamar superior ao 
particular. 
• Esse ramo do Direito regra todas as atividades administrativas 
do Estado, qualquer que seja o Poder que a exerce, ou o ente estatal a 
que pertença: se a atividade é administrativa, sujeita-se aos comandos do 
Direito Administrativo. 
• Quatro são as principais fontes do Direito Administrativo: 
I – lei: fonte primária, principal, em geral abstrata e geral; 
II – jurisprudência: conjunto de decisões do Poder Judiciário no mesmo 
sentido, é fonte secundária; 
III – doutrina: teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, é fonte 
secundária; 
IV – costumes: reiteração uniforme de determinado comportamento, é 
fonte secundária. 
• Regime jurídico administrativo é o conjunto das regras que buscam 
atender aos interesses públicos. 
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• São princípios basilares do Direito Administrativo: supremacia do 
interesse público sobre o particular e indisponibilidade do 
interesse público. 
• No Brasil, a Jurisdição é una, cabendo apenas a um órgão a 
competência de dizer o Direito de forma definitiva, é dizer, fazendo 
coisa julgada material: Poder Judiciário. 
• Diz-se que a Jurisdição é dual quando há previsão de que dois 
órgãos se manifestem de forma definitiva sobre o Direito, cada qual 
com suas competências próprias, como na França. 
• Aqui, as decisões em matéria administrativa só fazem coisa julgada 
material quando tomadas pelo Judiciário. 
• Dualidade de jurisdição e duplo grau de jurisdição não se 
confundem. Dualidade: dois órgãos dizendo o Direito no caso concreto, de 
forma definitiva. Duplo grau: duas instâncias, dentro do mesmo órgão, 
decidindo a mesma matéria, uma superior à outra. 
 
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AULA 1 - DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Bom dia pessoal! 
Espero que todos estejam bem e dispostos para iniciarmos essas aulas eletrônicas, como se 
estivéssemos frente a frente. 
De início, agradeço a confiança e desejo corresponder às expectativas. 
Como sempre, as críticas são sempre bem vindas. 
Sem maiores delongas, vamos ao que interessa, o Direito Administrativo!!! 
 
1. CONCEITO 
 
O Direito Administrativo, como ramo autônomo da maneira como é visto atualmente, teve 
seu nascimento nos fins do século XVIII, com forte influência do direito francês, tido por 
inovador no trato das matérias correlatas à Administração Pública. 
Vocês sempre vão perceber que, no que se refere a esse ramo do direito, a França é sempre 
citada, pela qualidade de suas leis administrativas, e pelas inovações a partir darevolução 
francesa. 
São muitos os conceitos do que vem a ser o Direito Administrativo. Em resumo, pode-se 
dizer que é o conjunto dos princípios jurídicos que tratam da Administração Pública, 
suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira como 
se atingir as finalidades do Estado. Ou seja, tudo que se refere à Administração Pública e à 
relação entre ela e os administrados e seus servidores é regrado e estudado pelo Direito 
Administrativo. 
Guarde bem, o conceito é sempre bom ter em mente. 
O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja principal característica 
encontramos no fato de haver uma desigualdade jurídica entre cada uma das partes 
envolvidas. Assim, de um lado, encontramos a Administração Pública, que defende os 
interesses coletivos; de outro, o particular. Havendo conflito entre tais interesses, haverá de 
prevalecer o da coletividade, representado pela Administração. Assim, esta se encontra 
num patamar superior ao particular, de forma diferente da vista no Direito Privado, onde 
as partes estão em igualdade de condições. Falou em Administração Pública, lembre que está 
um degrau acima, sempre! 
Sabemos que a República Federativa do Brasil, nos termos da CF/88, é formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal (art. 1º). Em seu art. 2º, 
determina a divisão dos Poderes da União em três, seguindo a tradicional teoria de 
Montesquieu. Assim, são eles: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e 
harmônicos entre si. 
Cada um desses Poderes tem sua atividade principal e outras secundárias. A título de 
ilustração, veja que ao Legislativo cabe, precipuamente, a função legiferante, ou seja, de 
produção de leis, em sentido amplo. Ao Judiciário, cabe a função de dizer o direito ao caso 
concreto, pacificando a sociedade, em face da resolução dos conflitos. Por último, cabe ao 
Executivo a atividade administrativa do Estado, é dizer, a implementação do que determina 
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a lei, atendendo às necessidades da população, com infra-estrutura, saúde, educação, 
cultura, enfim, servir ao público. 
Então, o Direito Administrativo não regula apenas as atividades do Poder Executivo. 
Esse ramo do Direito regra todas as atividades administrativas do Estado, qualquer 
que seja o Poder que as exerce, ou o ente estatal a que pertença: se a atividade é 
administrativa, sujeita-se aos comandos do Direito Administrativo. 
Veja como todos os Poderes atuam também na esfera administrativa: 
O Judiciário, quando realiza um concurso público para preenchimento de suas vagas, segue 
as normas da Lei nº 8.112/90, se da esfera federal. O Senado Federal, quando promove uma 
licitação para aquisição de resmas de papel, por exemplo, seguirá a Lei nº 8.666/93, e assim 
por diante. 
Vemos, assim, que não só o Executivo se submete ao Direito Administrativo. Repita-se: 
cada Poder, cada ente, cada órgão, no desempenho de suas atribuições administrativas, está 
submetido às previsões desse ramo do Direito. 
O estudo do Direito Administrativo, no Brasil, torna-se um pouco penoso pela falta de um 
código, uma legislação consolidada que reúna todas as leis esparsas que tratam dessas 
matérias. Então, temos que lançar mão da doutrina e do estudo de cada uma das leis, bem 
assim da Constituição Federal, que são suas principais fontes. 
 
2. FONTES 
 
Diz-se fonte à origem, de onde provém algo. No caso específico em estudo, fonte é o lugar 
de onde emanam as regras do Direito Administrativo. 
Quatro são as principais fontes: 
I – lei; 
II – jurisprudência; 
III – doutrina; 
IV – costumes. 
Como fonte primária, principal, tem-se a lei, em seu sentido genérico (“latu sensu”), que 
inclui, além da Constituição Federal, as leis ordinárias, complementares, delegadas, 
medidas provisórias, atos normativos com força de lei, e alguns decretos-lei ainda vigentes 
no país etc. Em geral, é ela abstrata e impessoal. 
Mais adiante, veremos o princípio da legalidade, de suma importância no Direito 
Administrativo, quando ficará bem claro o porquê de a lei ser sua fonte primordial. 
As outras três fontes são ditas secundárias. 
Chama-se jurisprudência o conjunto de decisões do Poder Judiciário na 
mesma linha, julgamentos no mesmo sentido. Então, pode-se tomar 
como parâmetro para decisões futuras, ainda que, em geral, essas 
decisões não obriguem a Administração quando não é parte na ação. 
Diz-se em geral, pois, na CF/88, há previsão de vinculação do Judiciário 
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e do Executivo à decisão definitiva de mérito em Ação Declaratória de 
Constitucionalidade (art. 102, § 2º). 
A doutrina é a teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, materializada em livros, 
artigos, pareceres, congressos etc. Assim como a jurisprudência, é fonte secundária e 
influencia no surgimento de novas leis e na solução de dúvidas no cotidiano administrativo, 
além de complementar a legislação existente, muitas vezes falha e de difícil interpretação. 
Por fim, os costumes hoje em dia têm pouca utilidade prática, em face do citado princípio 
da legalidade, que exige obediência dos administradores aos comandos legais. No entanto, 
em algumas situações concretas, os costumes da repartição podem influir de alguma forma 
nas ações estatais, inclusive ajudando a produção de novas normas. Diz-se costume à 
reiteração uniforme de determinado comportamento, que é visto como exigência legal. 
 
3. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 
Ao conjunto de regras que disciplinam determinado instituto dá-se o nome de regime 
jurídico. 
Em se tratando de regime jurídico administrativo, importam as normas que buscam atender 
aos interesses públicos. Refere-se ao conjunto das regras que visam a esse fim, ou seja, 
é um conjunto de prerrogativas e sujeições próprios da atividade pública. 
Normalmente, para atingir esses objetivos, as normas jurídicas desse tipo de regime jurídico 
concedem uma posição estatal privilegiada, ou seja, como já dito, o Estado localiza-se num 
patamar de superioridade em relação ao particular, justamente por defender o interesse de 
toda uma coletividade. Viu como o Estado sempre está um degrau acima dos pobres 
mortais? Mas não veja isso com maus olhos... isso se justifica, como sabemos, pelo 
interesse público, que sempre está acima de tudo e de todos. 
Dessa forma, surgem os dois princípios basilares do Direito Administrativo: supremacia 
do interesse público sobre o particular e indisponibilidade do interesse público, 
tratados adiante. 
No entanto, ainda que a importância do Direito Administrativo seja patente, as 
controvérsias em matéria administrativa decididas pelo órgão executor não fazem coisa 
julgada material1, cabendo ao Judiciário essa incumbência. Então, algum pedido que seja 
 
1 Coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI): consiste na decisão judicial definitiva, da qual não é possível mais se 
recorrer – quer porque intempestivo o recurso, quer em virtude de impossibilidade processual – e que 
modifica a vontade e a atividade das partes litigantes, impondo-lhes a decisão judicial pacificadora do 
conflito. 
Há dois tipos de coisa julgada, a saber: 
I – material: enfrenta o mérito, dando definitividade à decisão, que não mais poderá ser alterada. Tampouco 
poderá ser proposta nova ação com as mesmas partes e com mesmo conteúdo; 
II – formal: termina o processo sem decidir o mérito, por alguma irregularidade processual, como falta de 
pagamento das custas, irregularidade na representação, falta de alguma das condições da ação etc. Nesse caso, 
como não houve apreciação do mérito, basta que o autor corrija as falhas e promova outra ação. 
Diz o art. 467 do Código de Processo Civil:“Denomina-se coisa julgada 
material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais 
sujeita a recurso ordinário ou extraordinário”. 
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dirigido à Administração Pública e por ela negado, pode ser revisto, como regra geral, pelo 
Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). Veremos adiante que, quanto ao mérito administrativo, o 
Judiciário nada pode fazer. 
Então, no Brasil, cabe somente ao Poder Judiciário dizer o Direito (“juris dicere”), de forma 
definitiva, no caso concreto. 
Isso não afasta a possibilidade de se recorrer administrativamente de qualquer lesão ou 
ameaça a direto. Porém, as decisões nessa instância, repita-se, sempre estarão sujeitas ao 
crivo do Judiciário. 
Aqui cabe uma importante distinção, destacando a diferença entre unicidade e dualidade de 
jurisdição. 
A Jurisdição é una, como no Brasil, quando apenas a um órgão se defere a competência 
de dizer o Direito de forma definitiva, é dizer, fazendo coisa julgada material (CF, art. 5º, 
XXXVI). 
De outro lado, diz-se que é dual quando há previsão de que dois órgãos se manifestem 
de forma definitiva sobre o Direito, cada qual com suas competências próprias. Ocorre tal 
dualidade na França, onde as decisões em matéria administrativa fazem coisa julgada 
material, enquanto que cabe ao Judiciário manifestar-se sobre os demais assuntos. Assim, 
na França, uma decisão administrativa não pode ser revista pelo Judiciário. 
Como já se disse, o Direito Administrativo pátrio tem forte influência do Direito francês, 
sendo que a principal diferença entre ambos os sistemas está justamente na dita natureza 
judicante da decisão do contencioso administrativo francês. 
Apenas para clarear, não se confundam os conceitos de dualidade de jurisdição e duplo 
grau de jurisdição. Este refere-se à possibilidade de recorrer da decisão de primeira 
instância, para que seja novamente analisado o caso por outra superior, dentro do 
Judiciário. Guarde isso, costuma ser cobrado em concursos! 
Portanto, se um caso está pendente de solução na esfera administrativa, e inicia-se ação 
(perante o Judiciário) tratando do mesmo tema, a decisão administrativa fica prejudicada, 
posto que sempre valerá a judicial. Assim, o processo administrativo será arquivado sem 
decisão de mérito. 
A eleição da via administrativa ou judicial é opção do interessado. 
Porém, uma vez acionado o Judiciário, não caberá mais a primeira via, 
pois a decisão judicial sempre prevalecerá sobre a administrativa. No 
entanto, nada impede que, após esgotadas todas as instâncias 
administrativas, o interessado se socorra do Judiciário, pois, repita-se, 
no Brasil, a jurisdição é una. 
Só para citar, a instância administrativa tem várias peculiaridades interessantes para os 
administrados, como a informalidade do processo, celeridade, gratuidade, possibilidade de 
revisão de ofício e muitas outras, que acabam por incentivar o seu uso, desafogando um 
pouco o Poder Judiciário. 
 
4. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
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Os princípios devem ser compreendidos bem, posto que sempre podem te ajudar na hora de 
resolver uma questão de prova. Dê bastante atenção a eles! 
Eles são o início de tudo, proposições anteriores e superiores às normas, que traçam vetores 
direcionais para os atos do legislador, do administrador e do aplicador da lei ao caso 
concreto. 
Constituem o fundamento, alicerce, a base de um sistema, e que condicionam as 
estruturas subseqüentes, garantido-lhe validade. 
Importante notar que tais princípios não necessitam estar presentes na legislação, tendo 
validade e lançando seus efeitos independente de positivação (Direito Positivo é o conjunto 
de normas jurídicas, escritas ou não, vigentes num certo território, a um certo tempo). Se 
presentes na lei, diz-se que são normas principiológicas. 
Perceba que são de observância obrigatória, sendo mais grave transgredi-los que a uma 
norma, pois implica em ofensa a todo sistema de comandos. 
Isto posto, nesta e nas aulas subseqüentes, vamos fazer uma rápida revisão de alguns dos 
princípios que norteiam, informam e fundamentam o Direito Administrativo brasileiro. 
Antes, lembre-se de que não existe hierarquia entre os princípios. Cada um tem sua 
importância e não se diz que um prevalece sobre o outro. A aplicação, caso a caso, é que 
acaba, indiretamente, dando mais valor a um ou outro, mas isso não quer dizer que exista 
tal hierarquia. Um princípio que não seja usado num determinado caso pode ser o mais 
importante em outro. O interessante está em analisar o conjunto deles no caso concreto. 
Vamos a cada um dos mais cobrados em concursos. 
 
4.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
Como o próprio nome sugere, esse princípio diz respeito à obediência à lei. Encontramos 
muitas variantes dele expressas na nossa Constituição. 
Aproveitando, vou relembrar alguns, para que fique bem clara a incidência desse princípio 
específico no Direito Administrativo, que é nosso foco atual. 
Assim, o mais importante é o dito princípio genérico, que vale para todos. É encontrado 
no inc. II do art. 5º, que diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei”. 
Vemos então que existe relativa liberdade do povo, que pode fazer de tudo, menos o que 
a lei proíbe. 
Vamos ver outros dois exemplos constitucionais. 
O primeiro é o que orienta o Direito Penal, e está no mesmo art. 5º, em seu inciso XXXIX. 
Nesse ponto, o constituinte estabeleceu que determinada conduta somente será 
considerada criminosa, se prevista em lei. 
Em outro ramo, no Direito Tributário, a CF/88, em seu art. 150, I, também estabeleceu a 
observância obrigatória a esse mesmo princípio. Aqui diz que somente poderá ser cobrado 
ou majorado tributo através de lei. 
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Agora, o que nos interessa: no Direito Administrativo, esse princípio determina que, em 
qualquer atividade, a Administração Pública está estritamente vinculada à lei. Assim, se 
não houver previsão legal, nada pode ser feito. 
A diferença entre o princípio genérico e o específico do Direito Administrativo tem que 
ficar bem clara na hora da prova. Naquele, a pessoa pode fazer de tudo, exceto o que a 
lei proíbe. Neste, a Administração Pública só pode fazer o que a lei autoriza, estando 
engessada, na ausência de tal previsão. Seus atos têm que estar sempre pautados na 
legislação. 
Repare na importância que a legislação tem na vida do Estado. É ela quem estabelece como 
um juiz deve conduzir um processo ou proferir uma sentença; ou então o trâmite de um 
projeto de lei no legislativo ou a fiscalização das contas presidenciais pelo TCU; ou ainda 
as regras para aquisição de materiais de consumo pelas repartições... tudo tem que estar 
normatizado, e cada um dos agentes públicos estará adstrito ao que a lei determina. Então, é 
expressão do princípio da legalidade a permissão para a prática de atos administrativos que 
sejam expressamente autorizados pela lei, ainda que mediante simples atribuição de 
competência, pois esta também advém da lei. 
 
4.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
Qualquer agente público, seja ele eleito, concursado, indicado etc, está ocupando seu posto 
para servir aos interesses do povo. Assim, seus atos obrigatoriamente deverão ter como 
finalidade o interesse público, e não próprio ou de um conjunto pequeno de pessoas 
amigas. Ou seja, deve ser impessoal. 
Se o administrador decide construir ou asfaltar uma determinada rua, deve fazê-lo para 
beneficiar o conjunto da população, não porque a rua passa em frente a um terreno seu ou 
de algum correligionário. Nesta situação, teríamos um ato pessoal. Lembre-se de que o 
administrador éum mero representante temporário dos interesses do povo, e não pode se 
desvirtuar dessa finalidade. Nesse caso, confunde-se com o princípio da finalidade, que é 
uma espécie da impessoalidade, por vezes sendo considerados como sinônimos. 
Outra vertente desse mesmo princípio é a que prevê que os atos não serão imputados 
a quem os pratica, mas sim à entidade à qual está vinculado. No caso de um AFRF 
lavrar um Auto de Infração contra determinada pessoa jurídica pelo não pagamento de 
tributo devido, não é ele que estará exigindo o tributo, mas sim a Secretaria da Receita 
Federal, em face da lei que assim estipula. O AFRF é mera materialização do ente SRF. 
Como é ela quem autua, qualquer outro AFRF poderá rever de ofício ou manter a cobrança, 
ainda que aquele autor do Auto tenha sido desligado dos quadros da SRF. 
No exemplo anterior, a rua não foi feita pelo prefeito, mas sim pela Prefeitura. O prefeito 
não passa de um representante temporário da Prefeitura. 
Veja o que diz o art. 37, §1º, da CF/88, que representa a garantia de observância desse 
princípio: 
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela 
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não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção 
pessoal de autoridades ou servidores públicos.” 
Observe também o que diz a Lei 9.784/99, em seu art. 2º, parágrafo único, inc. III, que 
determina que, nos processos administrativos, serão observados os critérios de objetividade 
no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou 
autoridades. 
 
4.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 
Os romanos já diziam que “non omne quod licet honestum est” (nem tudo o que é legal é 
honesto). 
Obedecendo a esse princípio, deve o administrador, além de seguir o que a lei determina, 
pautar sua conduta na moral comum, fazendo o que for melhor e mais útil ao interesse 
público. Tem que separar, além do bem do mal, legal do ilegal, justo do injusto, 
conveniente do inconveniente, também o honesto do desonesto. É a moral interna da 
instituição, que condiciona o exercício de qualquer dos poderes, mesmo o discricionário. 
Anoto um exemplo dado pela doutrina: determinado prefeito, após ter sido derrotado no 
pleito municipal, às vésperas do encerramento do mandato, congela o Imposto Territorial 
Urbano, com a intenção de reduzir as receitas e inviabilizar a administração seguinte. Ainda 
que tenha agido conforme a lei, agiu com inobservância da moralidade administrativa. 
Nossa Carta Magna faz menção em diversas oportunidades a esse princípio. Uma delas, 
prevista no art. 5º, LXXIII, trata da ação popular contra ato lesivo à moralidade 
administrativa. Em outra, o constituinte determinou a punição mais rigorosa da imoralidade 
qualificada pela improbidade (art. 37, § 4º). Há ainda o art. 14, § 9º, onde se visa proteger a 
probidade e moralidade no exercício de mandato, e o art. 85, V, que considera a 
improbidade administrativa como crime de responsabilidade. 
 
4.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
É este mais um vetor da Administração Pública, e diz respeito à obrigação de dar 
publicidade, levar ao conhecimento de todos os seus atos, contratos ou instrumentos 
jurídicos como um todo. Isso dá transparência e confere a possibilidade de qualquer pessoa 
questionar e controlar toda a atividade administrativa que, repito, deve representar o 
interesse público, por isso não se justifica, de regra, o sigilo. 
Claro que em determinados casos pode ser relativizado esse princípio, quando o interesse 
público ou segurança o justificarem. A própria CF/88 prevê diversas exceções. Vejamos 
algumas, todas presentes no art. 5º: 
“XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
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prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
LXXII - conceder-se-á “habeas data”: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo” 
Cito ainda outras regras da legislação infraconstitucional, que conferem sigilo em casos 
especiais: art. 20 CPP, art. 155 CPC, art. 3º, § 3º, da Lei 8.666/93. 
A publicidade surte os efeitos previstos somente se feita através de órgão oficial, que é o 
jornal, público ou não, que se destina à publicação de atos estatais. Dessa forma, não basta 
a mera notícia veiculada na imprensa (STF, RE 71.652). 
Com a publicação, presume-se o conhecimento dos interessados em relação aos atos 
praticados e inicia-se o prazo para interposição de recurso, e também os prazos de 
decadência e prescrição. 
 
4.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
Costumo destacar este princípio como dos mais importantes. Como vimos, não existe 
hierarquia entre princípios, porém, para fins de concurso público, este princípio acaba tendo 
relevância pois foi o último introduzido na Constituição, por meio da EC nº 19/98, chamada 
de emenda da reforma administrativa, que deu nova redação ao art. 37 e outros. 
Também revela dois aspectos distintos, um em relação à atuação do agente público, 
outro em relação à organização, estrutura, disciplina da Administração Pública. 
Os agentes públicos devem agir com rapidez, presteza, perfeição, rendimento. 
Importante também é o aspecto econômico, que deve pautar as decisões, levando-se em 
conta sempre a relação custo-benefício. Construir uma linha de distribuição elétrica em rua 
desabitada pode ser legal, seguir a Lei de Licitações, mas não será um investimento 
eficiente para a sociedade, que arca com os custos e não obtém o benefício correspondente. 
A Administração Pública deve estar atenta às suas estruturas e organizações, evitando a 
manutenção de órgãos/entidades sub utilizados, ou que não atendam às necessidades da 
população. 
Perceba o que prevê a Lei nº 9.784/99, em seu art. 2º, “caput”: 
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“Art. 2o. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e 
eficiência.” 
Estes princípios estudados até aqui são os cinco básicos da Administração, expressos na 
Constituição Federal, em seu art. 37, caput: 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência..." 
Guardou bem? Não? Então L.I.M.P.E. a Administração Pública!! 
Esse princípios devem estar na ponta da língua, pois são objeto de perguntas freqüentes. 
A seguir, analisamos as características de outros princípios, também vinculados à 
AdministraçãoPública. 
 
4.6 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
 
Este é outro princípio basilar da Administração Pública, onde se sobrepõe o interesse da 
coletividade sobre o interesse do particular, o que não significa que os direitos deste não 
serão respeitados. 
Sempre que houver confronto entre os interesses, há de prevalecer o coletivo. É o que 
ocorre no caso de desapropriação por utilidade pública, por exemplo. Determinado imóvel 
deve ser disponibilizado para a construção de uma creche. O interesse do proprietário se 
conflita com o da coletividade que necessita dessa creche. Seguindo esse princípio e a lei, 
haverá sim a desapropriação, com a conseqüente indenização do particular (art. 5º, XXIV, 
CF/88). 
Outro caso exemplar é da requisição administrativa, prevista no art. 5º, XXV da CF/88. 
Esse princípio deve ser seguido, tanto no momento da elaboração da lei, quanto no 
momento da execução da mesma, num caso concreto, sempre vinculando a autoridade 
administrativa. Havendo atuação que não atenda ao interesse público, haverá o vício de 
desvio de poder ou desvio de finalidade, que torna o ato nulo. 
Por fim, ainda ressalto que o interesse público é indisponível. Assim, os poderes 
atribuídos à Administração Pública têm a característica de poder-dever, que não podem 
deixar de ser exercidos, sob pena de ser caracterizada a omissão. 
 
4.7 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE 
 
Abrange dois aspectos: o primeiro quanto à certeza dos fatos, o segundo quanto à perfeita 
conformidade com a legislação. 
Como a Administração Pública deve obediência ao princípio da legalidade, presume-se que 
todos seus atos estejam de acordo com a lei. Essa presunção admite prova em contrário, a 
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ser produzida por quem alega. É chamada então de relativa, ou “juris tantum” (lembre da 
diferença com a presunção absoluta, “juris et de jure”, que não admite prova em contrário). 
Com esse atributo, é possível a execução direta, imediata, das decisões administrativas, 
inclusive podendo criar obrigações ao particular, independente de sua concordância e 
executadas por seus próprios meios. 
 
4.8 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
 
O Estado deve prestar serviços públicos para atender às necessidades da coletividade. Essa 
prestação não pode parar, pois os desejos do povo são contínuos. 
Por esse princípio, há limitações ao direito de greve dos servidores públicos (art. 37, VII, 
CF/88), dos militares (art. 142, § 3º, IV, CF/88) e à existência de substitutos que preencham 
funções públicas temporariamente vagas. 
No campo dos contratos administrativos, podemos ver que também esse 
princípio se faz notar: aquele que contrata com a Administração Pública 
não pode invocar a “excecptio non adimpleti contractus”, ou exceção de 
contrato não cumprido (arts. 476/477, CC), ou seja, ainda que não 
receba o pagamento devido, deve continuar prestando o serviço público 
delegado (em regra por 90 dias – art. 78, XV, Lei nº 8.666/93). Existe 
ainda a possibilidade de encampação da concessão de serviço público, 
tema que também será apreciado futuramente, em aula própria. 
 
4.9 PRINCÍPIO DA HIERARQUIA 
 
Os órgão da Administração Pública devem ser estruturados de forma tal que haja uma 
relação de coordenação e subordinação entre eles, cada um titular de atribuições definidas 
na lei. 
Como conseqüência desse princípio, surge a possibilidade de revisão de atos dos 
subordinados, delegação e avocação de atribuições, aplicação de penalidades; do ponto de 
vista do subordinado, há o dever de obediência. 
Essa relação hierárquica só existe nas atividades administrativas, não nas legislativas nem 
judiciais. 
 
4.10 PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA 
 
Cuidar de si mesma: isso que deve fazer a Administração Pública. Como deve obediência 
ao princípio da legalidade – ele novamente! – sempre que um ato ilegal for identificado, 
deve ser anulado pela própria Administração. Cabe também a revogação daqueles atos que 
não sejam mais convenientes ou oportunos, seguindo critérios de mérito. É o poder-dever 
de rever seus atos, respeitando sempre o direito de terceiros de boa-fé. 
Esse princípio foi sumulado em duas ocasiões pelo STF: 
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Súmula 346: “A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus 
próprios atos.” 
Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados 
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou 
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos 
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” 
Anote bem esses súmulas, importantíssimas! 
Inclui-se nesse princípio o poder de zelar por seus bens, conservando-os adequadamente. 
Essa prerrogativa de revogar ou anular seus atos não se estende além dos administrativos, 
não podendo interferir nos atos e contratos regidos pelo Direito Privado, cabendo ao 
Judiciário fazê-lo, se necessário. 
Importante: não confunda este princípio com a tutela administrativa! Esta diz respeito ao 
poder da Administração Pública Direta controlar e fiscalizar as entidades que cria 
(Administração Pública Indireta). Assim, tutela é controle externo, autotutela é controle 
próprio, interno. 
 
4.11 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE 
 
Este é mais um princípio voltado especialmente para o controle dos atos administrativos, 
em especial aqueles ditos discricionários, onde a lei dá duas ou mais opções válidas ao 
administrador. Se este toma alguma decisão destituída de razoabilidade ou coerência, tal 
será ilegítima, ainda que dentro da lei. 
Em obediência a esse mandamento, as decisões têm de ser fundamentadas adequadamente, 
fatos relevantes devem ser levados em conta, e devem, sobretudo, guardar proporção 
entre os meios e o fim a que se destina. Pelo critério da razoabilidade é que se busca a 
melhor maneira de concretizar a utilidade pública postulada pela norma; é a congruência 
lógica entre as situações postas e decisões administrativas. 
Entre os exemplos da observância desse princípio, destaco a gradação da aplicação de 
penalidade de suspensão a um servidor faltoso. A Lei nº 8.112/90 estabelece que o prazo de 
suspensão será de no máximo 90 dias, porém, cabe ao aplicador da sanção graduá-lo de 
acordo com a falta, pautado no princípio da razoabilidade. 
O princípio da proporcionalidade pode ser visto no art. 2º, parágrafo único, VI, VIII e IX, 
da Lei nº 9.784/99, considerado apenas como um aspecto do princípio da razoabilidade: 
“Art. 2º (...) 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, 
os critérios de: 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, 
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao 
atendimento do interesse público; 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos 
administrados; 
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IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de 
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados.” 
Tome nota de um detalhe importante: a inobservância desses princípios da razoabilidade 
e da proporcionalidade implica nulidade do ato. 
Já cobrado em diversos concursos, esse princípio ganhou “status” ao ser inserido na 
Constituição do Estado de São Paulo (art. 111), bem como ao ser citado em diversos 
julgado do STF. Assim, dê bastante atenção a ele. 
 
4.12 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
 
Cada decisão tomada pela Administração Pública deve estar fundamentada pelas razões 
de fato e de direito que levaram a ela. 
O STF já decidiu que a motivação é necessária em todo e qualquer ato administrativo.Ela terá detalhamento maior ou menor conforme o ato seja vinculado ou discricionário, 
porém, não se admite mais que este seja imotivado, como parte da doutrina clássica 
defendia. 
A Lei nº 9.784/99, em seus arts. 2º, parágrafo único, VII, e 50 prevê: 
“Art. 2º (...) 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, 
os critérios de: 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a 
decisão.” 
“Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos 
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de 
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato 
administrativo. 
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em 
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, 
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do 
ato.” 
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Como pode ser observado acima, constam situações em que a motivação é obrigatória. 
Esses incisos podem estar relacionados a atos vinculados ou discricionários, o que reforça a 
interpretação de que em ambos a motivação é necessária. 
Repare que os atos vinculados sempre devem ser motivados. Já os discricionários têm 
algumas poucas exceções de dispensa. Um dos melhores exemplos é o caso de nomeação e 
exoneração “ad nutum” para cargos em comissão, onde não se exige a motivação. 
Neste caso, ganha importância a Teoria dos Motivos Determinantes. Quando for 
motivado ato que, em princípio, estava dispensado dessa motivação, o mesmo fica 
vinculado ao motivo expressado. Assim, se o motivo é inexistente, ou não justifica 
adequadamente o ato, este pode vir a ser anulado pelo Judiciário, como no caso da 
exoneração ad nutum, motivada, se ficar provado que tal motivo não existiu. Assim, o 
motivo declarado fica vinculado ao ato, o que não quer dizer que transformou o ato 
discricionário em vinculado: apenas o motivo deve ser legítimo para que o ato também o 
seja. 
 
4.13 PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
 
Já que todos são iguais perante a lei por disposição expressa da Constituição (art. 5º), 
perante a Administração Pública todos também devem receber o mesmo tratamento, 
impessoal, igualitário, isonômico. 
Naturalmente, esse princípio não é absoluto. Cabe à Administração Pública o regramento 
para a fruição de serviços públicos, o que não fere este princípio. O que está vedada é a 
existência de privilégios ou favorecimentos de uns em detrimento de outros. 
Bons exemplos são a exigência de concursos públicos para o ingresso nos quadros de 
pessoal da Administração, bem como a regras de licitação para aquisição de bens ou 
serviços (art. 5º, II e XXI, CF/88). 
Destaco que este princípio também deve ser observado em conjunto com o princípio da 
razoabilidade, que orienta o exercício do mesmo nos casos concretos. Assim, a exigência de 
altura mínima num determinado concurso pode ferir a isonomia e em outro não: tudo vai 
depender da justificativa, da razão. 
 
4.14 PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA 
 
Também chamado por alguns de princípio da estabilidade das relações jurídicas, revela a 
importância de se ter certa imutabilidade ou certeza de permanência dessas relações 
jurídicas, visando impedir ou reduzir as possibilidades de alterações dos atos 
administrativos, sem a devida fundamentação. 
Assim, busca evitar as constantes mudanças de interpretações da lei feitas pela 
Administração, bem como evitar que sejam invalidados seus atos, sem causa justificativa, 
causando prejuízos a terceiros de boa-fé. 
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Muitas vezes é menos prejudicial manter um ato eivado de algum pequeno vício formal, 
convalidando-o2 e aproveitando seus efeitos jurídicos, do que invalidá-lo. 
Esse mesmo princípio também é base das previsões sobre decadência e prescrição, do prazo 
de validade de Medidas Provisórias (art. 62, CF/88), do prazo para a Administração Pública 
rever seus próprios atos etc, ou seja, tudo para dar um mínimo de garantia aos 
administrados. 
Vê-se positivado tal princípio na Lei nº 9.784/99, em seu art. 2º, parágrafo único, XIII: 
“Art. 2º (...) 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, 
os critérios de: 
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de 
nova interpretação.” 
Garante-se, com isso, o atendimento a esse princípio, ao menos garantindo ao administrado 
que, se houver nova interpretação da norma, esta não terá efeito sobre os casos já 
resolvidos, pelo menos não para prejudicar o interessado. 
Ressalte-se que, sempre que houver ilegalidade, os atos deverão ser anulados 
retroativamente, pois atos nulos não geram direitos. 
 
4.15 PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
Com base constitucional, todo processo, inclusive o administrativo, deve obediência ao 
devido processo legal (“due process of law”), de onde provém também os princípios do 
contraditório e da ampla defesa. 
Assim, devido processo é aquele que segue as normas processuais em vigor, legalmente 
previstas. Se alguma dessas regras não é seguida, o processo conterá um vício que poderá 
ser anulado. É particularmente importante esse princípio na esfera judicial, mas a 
Constituição é clara ao exigi-lo também no âmbito da Administração Pública: 
“art. 5º (...) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a 
ela inerentes;” 
 Os outros dois princípios, que advém também do devido processo legal, são o contraditório 
e a ampla defesa. 
O contraditório assegura que a parte tem o direito de se manifestar sobre todas as provas 
produzidas e sobre as alegações feitas pela parte adversa. Por ampla defesa entende-se a 
 
2 Convalidar é tornar válido, é efetuar correções no ato administrativo, de forma que ele fique perfeito, 
atendendo a todas as exigências legais. Mais detalhes serão vistos na aula 4, item 7.8. 
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possibilidade que o acusado tem de usar todos os meios lícitos admitidos para provar o que 
alega, inclusive manter-se calado (art. 5º, LXIII, CF/88) e não produzir provas contra si3. 
Havendo violação a esses princípios, o processo será nulo a partir da violação, se possível o 
desmembramento, ou no todo, se essa possibilidade não for viável. 
 
Chegamos quase ao fim desta aula. 
Para aqueles que ainda não conhecem minha metodologia, o item a seguir deve ser 
novidade. 
Sempre, ao final de cada aula, colocarei um resumo do que há de mais importante. Não 
significa, claro, que só precisa saber isso... mas é o mínimo. Serve pra dar uma lida, e tentar 
relembrar o restante da matéria dada. Se você não conseguir lembra de tudo, sabe onde há 
falhas e pode voltar e reler o que importa. 
Também sugiro que, à medida que tenha tempo, leia essas dicas outros dias, por exemplo, 
antes de ler a aula 2, leia essa parte final da aula 1. 
Vamos ao “memorex”. 
 
PARA GUARDAR 
 
9 Direito Administrativoé o conjunto dos princípios jurídicos que tratam da 
Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o 
que diz respeito à maneira como se atingir às finalidades do Estado. 
9 O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja principal 
característica encontramos no fato de haver uma desigualdade jurídica entre cada 
uma das partes envolvidas, ou seja, a Administração Pública se encontra num 
patamar superior ao particular. 
9 Esse ramo do Direito regra todas as atividades administrativas do Estado, 
qualquer que seja o Poder que a exerce, ou o ente estatal a que pertença: se a 
atividade é administrativa, sujeita-se aos comandos do Direito Administrativo. 
9 Quatro são as principais fontes do Direito Administrativo: 
9 I – lei: fonte primária, principal, em geral abstrata e geral; 
9 II – jurisprudência: conjunto de decisões do Poder Judiciário no mesmo sentido, é 
fonte secundária; 
9 III – doutrina: teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, é fonte secundária; 
9 IV – costumes: reiteração uniforme de determinado comportamento, é fonte 
secundária. 
9 Regime jurídico administrativo é o conjunto das regras que buscam atender aos 
interesses públicos. 
 
3 Outros detalhes serão vistos na aula 10. 
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9 São princípios basilares do Direito Administrativo: supremacia do interesse 
público sobre o particular e indisponibilidade do interesse público. 
9 No Brasil, a Jurisdição é una, cabendo apenas a um órgão a competência de 
dizer o Direito de forma definitiva, é dizer, fazendo coisa julgada material: Poder 
Judiciário. 
9 Diz-se que a Jurisdição é dual quando há previsão de que dois órgãos se 
manifestem de forma definitiva sobre o Direito, cada qual com suas 
competências próprias, como na França. 
9 Aqui, as decisões em matéria administrativa só fazem coisa julgada material quando 
tomadas pelo Judiciário. 
9 Dualidade de jurisdição e duplo grau de jurisdição não se confundem. 
Dualidade: dois órgãos dizendo o Direito no caso concreto, de forma definitiva. 
Duplo grau: duas instâncias, dentro do mesmo órgão, decidindo a mesma matéria, 
uma superior à outra. 
9 Pelo princípio específico da legalidade, a Administração Pública só poderá fazer o 
que estiver previsto na lei. 
9 Duas são as vertentes do princípio da impessoalidade. Na primeira, qualquer ato da 
Administração Pública deve zelar pelo interesse público, não pessoal. Na outra, os 
atos são imputados à entidade a que se vincula o agente público, não a ele próprio. 
9 O princípio da moralidade diz respeito à moral interna da instituição, que deve 
pautar os atos dos agentes públicos, como complemento à lei. Os atos devem ser, 
além de legais, honestos, e seguir os bons costumes e a boa administração. 
9 Seguindo o princípio da publicidade, a regra é de que todos os atos devem ser 
públicos, garantindo a transparência estatal. As exceções devem ser legalmente 
previstas e também atenderem ao interesse público. 
9 O princípio da eficiência prega a maximização de resultados em qualquer ação da 
Administração Pública, que deve ser rápida, útil, econômica, voltada para os 
melhores resultados esperados por todos. 
9 Cinco princípios básicos da Administração, expressos na Constituição Federal, em 
seu art. 37, caput: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência. 
9 LIMPE a Administração Pública: 
9 L egalidade 
9 I mpessoalidade 
9 M oralidade 
9 P ublicidade 
9 E ficiência 
9 A supremacia do interesse público é um princípio basilar da Administração 
Pública, que deve ser observado tanto pelo legislador, no momento de produzir a lei, 
quanto pelo administrador, quando de sua execução. O interesse público é 
indisponível, tendo o agente público o poder-dever de agir de acordo com esse 
princípio. 
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9 Em face do atributo da presunção de legitimidade, tomam-se como existentes os 
fatos alegados e como legais os atos administrativos praticados, até prova em 
contrário. É uma presunção relativa, “juris tantum”. 
9 O princípio da continuidade estabelece a necessidade de que a Administração 
Pública não interrompa a prestação de seus serviços, pois fundamentais e essenciais 
à coletividade. 
9 O princípio da hierarquia determina que haja coordenação e subordinação entre os 
órgãos da Administração Pública, com a possibilidade de revisão de atos, delegação, 
avocação e punição. 
9 Pelo princípio da auto tutela cabe à Administração Pública rever seus próprios atos, 
anulando os ilegais e revogando os inconvenientes ou inoportunos. É controle 
interno, diferente da tutela, que é controle externo, sujeição exercida por outra 
pessoa. 
9 Qualquer ação tomada dentro da esfera pública deve ser pautada no princípio da 
razoabilidade, implicando em coerência entre os meios e os fins, considerando-se 
todas as situações e circunstâncias que afetem a solução. 
9 O princípio da motivação exige que a Administração Pública fundamente todos 
seus atos adequadamente, sempre vinculando o ato aos motivos apresentados. Ainda 
que o ato discricionário esteja entre as exceções de obrigatoriedade de motivação, 
segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, o motivo alegado se adere e se 
vincula ao ato: se aquele for inexistente, este também será. 
9 Pelo princípio da igualdade, todos devem receber tratamento isonômico da 
Administração Pública. Sendo iguais, o tratamento não pode ser diferente. As 
diferenças devem ser consideradas e, atendendo ao princípio da razoabilidade, 
justificar as diferenças de tratamento. 
9 Pelo princípio da segurança jurídica, garante-se a estabilidade relativa das relações 
jurídicas, não passíveis de alteração aleatória pela Administração Pública, mas 
apenas dentro das possibilidades e prazos legais de alterações. 
9 Todo processo, inclusive o administrativo, deve obediência ao devido processo 
legal (“due process of law”), de onde provém também os princípios do contraditório 
e da ampla defesa. 
9 O contraditório assegura que a parte tem o direito de se manifestar sobre todas as 
provas produzidas e sobre as alegações feitas pela parte adversa. 
9 Por ampla defesa entende-se a possibilidade que o acusado tem de usar todos os 
meios lícitos admitidos para provar o que alega, inclusive manter-se calado (art. 5º, 
LXIII, CF/88) e não produzir provas contra si. 
 
A teoria acabou por hoje, relaxem um pouco! 
Sugiro não responder os exercícios imediatamente, fica muito fácil, com tudo fresquinho na 
memória!! 
Se possível, deixe pra responder amanhã, ou outro dia, ANTES da próxima aula. 
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E, acho que não precisava falar, mas já que estou aqui pra ajudar você a ter um melhor 
aproveitamento nos estudos, resolva os exercícios SEM VER O GABARITO!!!! 
Deixe pra conferir as repostas ao final. 
Boa sorte, sucesso sempre! 
Leandro 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1 – (MPSP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2002) Assinale a alternativa que contraria norma 
constitucional referente aos princípios da Administração Pública. 
(A) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de 
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na 
forma da lei. 
(B) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser 
superiores aos pagos pelo Poder Executivo. 
(C) A divulgação de programas e obras dos órgãos públicos é absolutamente vedada. 
(D) O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, 
por igual período. 
(E) Em regra, é proibida a acumulação remuneradade cargos públicos, mas admitem-se 
exceções. 
 
2 – (CONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO/RIO DE JANEIRO/2002) A qualidade do 
serviço público prestado à população, a que corresponde o direito do usuário de exigi-la, é 
consectário do princípio constitucional da: 
(A) eficiência 
(B) moralidade 
(C) motivação necessária 
(D) continuidade dos serviços públicos 
 
3 – (FISCAL DE RENDAS/ISS/RIO DE JANEIRO/2002) O art. 39, § 3º, da Constituição 
da República autoriza a lei a estabelecer requisitos diferenciados de admissão a cargo 
público, quando a natureza do cargo o exigir. A pertinência desses requisitos, em relação a 
determinado cargo a ser provido, é aferida mediante a aplicação do princípio da: 
(A) razoabilidade 
(B) publicidade 
(C) igualdade 
(D) eficiência 
 
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4 – (CONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO/RIO DE JANEIRO/2002) Só é legítima a 
atividade do administrador público se estiver condizente com preexistente norma geral, 
impessoal e abstrata que a autorize. O enunciado traduz o princípio da: 
(A) moralidade 
(B) legalidade 
(C) publicidade 
(D) impessoalidade 
 
5 – (ESAF/AFC/97) A exigência constitucional de provimento por concurso público dos 
cargos efetivos tem seu fundamento doutrinário básico no princípio da 
(a) publicidade 
(b) finalidade 
(c) legalidade 
(d) razoabilidade 
(e) isonomia 
 
6 - (ESAF/AGU/98) Um ato administrativo estará caracterizando desvio de poder, por 
faltar-lhe o elemento relativo à finalidade de interesse público, quando quem o praticou 
violou o princípio básico da: 
(a) economicidade 
(b) eficiência 
(c) impessoalidade 
(d) legalidade 
(e) moralidade 
 
7 – (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) A influência do Direito Administrativo 
francês no Direito Administrativo brasileiro é notável. Entre os institutos oriundos do 
direito francês abaixo, assinale aquele que não foi introduzido no sistema brasileiro. 
(a) Regime jurídico de natureza legal para os servidores dos entes de direito 
público. 
(b) Teoria da responsabilidade objetiva do Poder Público. 
(c) Natureza judicante da decisão do contencioso administrativo. 
(d) Cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos. 
(e) Inserção da moralidade como princípio da Administração Pública. 
 
8 - (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) No âmbito do processo administrativo, o 
princípio que autoriza a instituição do processo por iniciativa da Administração, sem 
necessidade de provocação, denomina-se princípio 
(a) da gratuidade 
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(b) do contraditório 
(c) da oficialidade 
(d) da legalidade 
(e) da observância à forma 
 
9 - (ESAF/AFC/97) No âmbito do regime jurídico-administrativo é falso 
afirmar: 
(a) é lícito à Administração constituir os privados em obrigações por meio de ato 
unilateral 
(b) pela faculdade da autotutela, pode a Administração revogar os seus próprios atos 
válidos, por manifestação unilateral 
(c) o princípio da indisponibilidade do interesse público é excepcionalizado na 
esfera das pessoas exclusivamente administrativas 
(d) o princípio da obrigatoriedade do desempenho da atividade pública importa no 
princípio da continuidade do serviço público 
(e) a exigibilidade do ato administrativo decorre, também, da posição de 
supremacia da Administração na relação com os particulares 
 
10 - (ESAF/AUDITOR/TCE-PR/2003) Tratando-se do regime jurídico-administrativo, 
assinale a afirmativa falsa. 
a) O regime jurídico-administrativo é entendido como um conjunto de regras e princípios 
que informa a atuação do Poder Público no exercício de suas funções de realização do 
interesse público. 
b) Por decorrência do regime jurídico-administrativo, não se tolera que o Poder Público 
celebre acordos judiciais, ainda que benéficos, sem a expressa autorização legislativa. 
c) A aplicação do regime jurídico-administrativo autoriza que o Poder Público execute 
ações de coerção sobre os administrados sem a necessidade de autorização judicial. 
d) As relações entre entidades públicas estatais, de mesmo nível hierárquico, não se 
vinculam 
 ao regime jurídico-administrativo, em virtude de sua horizontalidade. 
e) O regime jurídico-administrativo deve pautar a elaboração de atos normativos 
administrativos, bem como a execução de atos administrativos e ainda a sua respectiva 
interpretação. 
 
11 – (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT-5/2003) É expressão do princípio da 
legalidade, relativamente à atuação da Administração Pública, a 
(A) obrigação de o Administrador praticar apenas os atos que a lei expressamente 
determinar. 
(B) vinculação do Administrador aos textos normativos infralegais, oriundos de autoridades 
superiores. 
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(C) possibilidade de o Administrador praticar quaisquer atos que não sejam expressamente 
vedados pela lei. 
(D) necessidade de os atos administrativos com força de lei estarem em conformidade com 
as disposições constitucionais. 
(E)) permissão para a prática de atos administrativos que sejam expressamente autorizados 
pela lei, ainda que mediante simples atribuição de competência. 
 
12 – (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT-5/2003) Como possível corolário do princípio 
da impessoalidade, pode-se afirmar que 
(A) é vedado à autoridade administrativa identificar-se pessoalmente na prática de qualquer 
ato. 
(B) a nomeação e o provimento em cargo em comissão não poderão levar em consideração 
as características pessoais do nomeado. 
(C))deverá a Administração Pública evitar tratar desigualmente os administrados, na 
medida do possível, em razão de circunstâncias pessoais de cada um deles. 
(D) a Administração Pública não poderá identificar-se como tal na divulgação de obras e 
serviços públicos. 
(E) fica vedada a publicidade dos atos praticados pela Administração Pública. 
 
13 - (ESAF/CONTADOR RECIFE/2003) A rejeição à figura do nepotismo no serviço 
público tem seu amparo original no princípio constitucional da: 
a) moralidade 
b) legalidade 
c) impessoalidade 
d) razoabilidade 
e) eficiência 
 
14 (ESAF/ AFC/ 2002) – A Lei nº 9.784, de 29/01/1999, que regula o processo 
administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, impôs a observância de alguns 
princípios já previstos expressamente na Constituição então vigente, tais como os de 
 
a) legalidade, moralidade, eficiência e ampla defesa. 
b) legalidade, razoabilidade, publicidade e economicidade. 
c) legitimidade, segurança jurídica, economicidade e publicidade. 
d) eficiência, eficácia, impessoalidade e proporcionalidade. 
e) impessoalidade, publicidade, motivação e eficácia. 
 
15 - (JUIZ/TRT 17/2003) Não é princípio constitucional explícito aplicável à administração 
pública e seus servidores, segundo a Constituição: 
a) Eficiência. 
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b) Legalidade. 
c) Subsidiariedade. 
d) Moralidade. 
e) Impessoalidade. 
 
16- (ESAF/AFRF/2003) O estudo do regime jurídico-administrativo tem em Celso 
Bandeira de Mello o seu principal autor e formulador. Para o citado jurista, o regime 
jurídico-administrativo é construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos 
quais os demais decorrem. Para ele, estes princípios são: 
a) indisponibilidade do interesse público pela Administração e supremacia do 
interesse público sobre o particular. 
b) Legalidade e supremacia do interesse público. 
c) Igualdade dos administrados em face da Administração e controle 
jurisdicional dos atos administrativos. 
d) Obrigatoriedade do desempenho da atividade pública e finalidade pública 
dos atos da Administração.e) Legalidade e finalidade. 
 
17- (ESAF/Analista MPU/2004) Um dos princípios informativos do Direito 
Administrativo, 
que o distingue dos demais ramos, no disciplinamento das relações jurídicas, sob sua 
incidência, 
é o da 
a) comutatividade na solução dos interesses em questão. 
b) subordinação do interesse público ao privado. 
c) supremacia do interesse público sobre o privado. 
d) predominância da liberdade decisória. 
e) correlação absoluta entre direitos e obrigações. 
 
18 – (PROCURADORIA GERAL DO ESTADO/MS/2001) - A Administração Pública ao 
realizar suas atividades deve obediência, exclusivamente, ao princípio da legalidade estrita. 
 
19 – (CESPE/UnB/AFPS) Julgue os seguintes itens, relativos aos princípios constitucionais 
da administração pública: 
I - Contraria o princípio constitucional de publicidade da administração pública o fato de 
um fiscal de contribuições previdenciárias autuar empresa exclusivamente porque o 
proprietário é seu desafeto. 
II - Uma vez que a licitação permite a disputa de várias pessoas que satisfaçam a critérios 
da lei e do edital, é correto afirmar que, com isso, estão sendo observados os princípios 
constitucionais da isonomia, da legalidade e da impessoalidade da administração pública. 
 
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GABARITO 
1. C 
2. A 
3. A 
4. B 
5. E 
6. C 
7. C 
8. C 
9. C 
10. D 
11. E 
12. C 
13. A 
14. A 
15. C 
16. A 
17. C 
18. F 
19. F,V 
 
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AULA 2 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Bom dia, prontos pra mais uma aula? 
Hoje vemos a Administração Pública. 
 
5. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
5.1 INTRODUÇÃO 
 
Como vimos na primeira aula, o Direito Administrativo é o conjunto dos 
princípios jurídicos que tratam da Administração Pública, suas 
entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à 
maneira como se atingir as finalidades do Estado. 
Vistos os princípios mais importantes do Direito Administrativo, vamos agora 
tecer alguns comentários sobre Administração Pública, com suas 
características, subdivisões, e demais detalhes pertinentes cobrados em 
concursos públicos. 
Inicialmente cabe destacar duas formas distintas do vocábulo “Administração 
Pública”, seja ele escrito com “a” e “p” maiúsculos ou minúsculos. 
Assim, Administração Pública tem sentido subjetivo ou orgânico, 
referindo-se ao próprio Estado, conjunto de órgãos e entidades incumbidos 
da realização da atividade administrativa, com vistas a atingir os fins do 
Estado. 
Cuidado: por vezes, diz-se Administração como sinônimo de Poder Executivo!! 
Porém, tecnicamente, Administração é qualquer dos Poderes do Estado na 
função administrativa!! 
De outro modo, administração pública tem sentido objetivo, material, 
representando o exercício da atividade administrativa exercida por aqueles 
entes, ou seja, é o Estado administrando. 
À Administração Pública cabe, então, a prática de atos administrativos, agindo 
de acordo com competências definidas previamente, exercendo atividade 
politicamente neutra. Ademais, é hierarquizada e de caráter instrumental. 
Guarde assim: AP é o Estado em si, ap é o que ele realiza, sua atividade. 
 
5.2 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Enquanto a organização do Estado, com sua divisão territorial, Poderes etc, é 
matéria constitucional, cabendo ao Direito Constitucional discipliná-la, a 
criação, estruturação, organização da Administração Pública são temas de 
natureza administrativa, objeto de normatização do Direito Administrativo. 
Desse modo, cabe essencialmente à lei essas tarefas (vejam-se os artigos 51, 
IV; 52, XIII; 61, §1º, e, CF/88), bem como criar ou autorizar a criação de 
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autarquias, fundações, sociedades de economia mista ou empresas públicas 
(art. 37, XIX, CF/88). 
Pelo princípio do paralelismo das formas ou da simetria, os Estados-membros, 
Distrito Federal e Municípios também seguem essa orientação, organizando 
suas estrutura através de lei. 
 
5.3 ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA. CONCENTRAÇÃO E 
DESCONCENTRAÇÃO 
 
A Administração Direta corresponde à prestação dos serviços públicos 
diretamente pelo próprio Estado e seus órgãos. Na lição do saudoso Hely Lopes 
Meirelles, órgãos públicos "são centros de competência instituídos para o 
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é 
imputada à pessoa jurídica a que pertencem". 
Indireto é o serviço prestado por pessoa jurídica criada pelo poder público para 
exercer tal atividade. 
Assim, quando a União, os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, 
prestam serviços públicos por seus próprios meios, diz-se que há atuação da 
Administração Direta. Se cria autarquias, fundações, sociedades de 
economia mista ou empresas públicas e lhes repassa serviços públicos, haverá 
Administração Indireta. 
Segundo lição de Maria Sylvia Z. Di Pietro, na composição da Administração 
Pública, “tecnicamente falando, dever-se-iam incluir as empresas 
concessionárias e permissionárias de serviços públicos, constituídas ou não 
com participação acionária do Estado”. 
Entretanto, segundo o inciso XIX do art. 37 da CF/88, alterado pela EC nº 
19/98, somente compõem a Administração Pública Indireta as 
autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas 
públicas, e nenhuma outra entidade, valendo essa regra para todos os entes 
da federação. No âmbito federal, essa enumeração já era vista no Decreto-Lei 
nº 200/67, recepcionado pela CF/88. Lembre que esses 4 fazem parte da 
Administração Pública Indireta. 
Chama-se centralizada a atividade exercida diretamente pelos entes estatais, 
ou seja, pela Administração Direta. Descentralizada, por sua vez, é a 
atividade delegada (por contrato) ou outorgada (por lei) para as entidades da 
Administração Indireta. 
Atenção: não confunda descentralização com desconcentração! 
Descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de 
uma pessoa para outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União 
transferiu a titularidade dos serviços relativos à seguridade social à autarquia 
INSS. Já na desconcentração há somente uma pessoa, que reparte 
competências entre seus órgãos, despersonalizados, onde há hierarquia. Por 
exemplo, a subdivisão do Poder Executivo em Ministérios, do Ministério da 
Fazenda em Secretarias, e assim por diante. 
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Na esfera federal, a Administração Direta ou Centralizada é composta por 
órgãos subordinados à Presidência da República e aos Ministérios, como o 
Departamento da Polícia Federal, Secretaria do Tesouro Nacional ou a 
Corregedoria-Geral da União. 
A diferença entre descentralização e desconcentração já foi várias vezes 
cobrada em provas anteriores. Fixou bem a diferença? Caso contrário, leia 
novamente. 
 
5.4 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA/DESCENTRALIZADA 
 
Neste momento, nos importa estabelecer as características principais de cada 
uma das pessoas que formam a Administração Descentralizada, bem como 
clarear alguns conceitos para que você possa entender com facilidade esta 
matéria. 
Como se viu, o poder público pode repassar seus serviços a outras pessoas 
jurídicas, sejam elas de direito público (sujeitas às regras do direito público) 
ou de direito privado (sujeitas às regras do direito privado, em especial, 
direito civil e comercial). 
Como características das pessoas públicas, pode-se destacar: 
--origem na vontade do Estado; 
--fins não lucrativos; 
--finalidade de interesse coletivo; 
--ausência de liberdade na fixação ou

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