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PAGAMENTO
1. EXTINÇÃO NORMAL DAS OBRIGAÇÕES
- O termo pagamento, no sentido estritamente técnico e tal como está nos arts. 304 e ss do CC, é toda forma de cumprimento da obrigação Trata-se da solutio, solução do velho direito. A obrigação, a dívida solve-se, resolve-se.
- Quando a obrigação se extingue com a intervenção judicial, a forma de extinção será anormal. Há também formas especiais de pagamento, nas quais o pagamento sofre perturbações, o que não lhe tira, no entanto, sua característica básica, como é o caso da consignação em pagamento, dação em pagamento, novação, etc.
	Pode ocorrer também que, na impossibilidade de cumprimento da obrigação, não haja possibilidade de pagamento:
- quando essa impossibilidade ocorre SEM CULPA do devedor, a obrigação extingue-se
- quando HÁ CULPA, abre-se à parte lesada a possibilidade de pedir perdas e danos. A indenização pela inexecução culposa NÃO é pagamento (substitui o pagamento, mas com ele não se confunde).
2. NATUREZA JURÍDICA DO PAGAMENTO
- Lato sensu, o pagamento será sempre um fato jurídico, que é gênero do ato e do negócio jurídico. Exemplo:
- Pintor conclui o retrato recomendado: fato jurídico 
- Pintor comunica o término do trabalho ao recomendante: é ato jurídico
- O pagamento é, por vezes, negócio jurídico, já que as partes fazem dele um meio de verdadeiramente extinguir a obrigação 
 Se o pagamento se constitui negócio jurídico, seus requisitos de validade e eficácia devem ser observados. Será, portanto, nulo se efetuado por agente incapaz; anulável se ocorrerem vícios do consentimento.
- Como às vezes o pagamento é um negócio jurídico, pode-se assemelhar a um contrato, se bilateral. 
 Embora muitas vezes o pagamento seja bilateral, isto é, dependa do concurso da vontade do accipiens (o que deve receber o pagamento), ocorre que nem sempre tal concurso será necessário. O pagamento poderá ser um ato unilateral do solvens (o que efetua o pagamento), até mesmo sem o conhecimento do credor.
3. DE QUEM DEVE PAGAR. O SOLVENS
- O pagamento pelo devedor não é apenas uma obrigação, é um direito seu pois não é do interesse do devedor que a dívida se prolongue além do estipulado.
- Regra: o credor deve aceitar o pagamento, ainda que proveniente de 3° (art. 304: Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la)
 Interessado na extinção da dívida: aquele que tem interesse jurídico, o que lhe legitima a cão de consignação. Ex> O fiador tem interesse em quitar a dívida do afiançado.
- Exceção (quando 3° não pode efetuar o pagamento): quando se trata de obrigação em que a figura do devedor é importante no desempenho da obrigação e assim foi convencionado (art. 878), como nas obrigações personalíssimas em geral, por ex, a apresentação de um artista. Ou naquelas em que a confiança desempenha papel primordial, como no caso do mandato.
- Categorias de pessoas aptas a figurar como solvens: devedor e o 3° (interessado ou não)
- Distinção entre o 3° interessado e o não interessado: arts. 304 e 305
Art. 304 
- Quem está vinculado a pagar? Será sempre o devedor (PF ou PJ), pois assumiu a responsabilidade pelo cumprimento da obrigação 
Mas há possibilidade de 3° cumprir com o pagamento no lugar do devedor (art. 304: “qq interessado na extinção da dívida pode pagá-la...”)
- 3° = é toda e qq pessoa que não tenha participado da relação jurídica originária. Não ingressou voluntariamente na obrigação. Pode ser interessado ou não interessado
Exemplos:
1) A (relação jurídica) B (devedor de A)
Irmão de B que não participou do nj quita a dívida (3° não interessado)
- Ex> Pai que paga a dívida de um filho Seu interesse não é jurídico. Faz o pagamento com interesse altruístico, moral. Contudo, fá-lo-á em nome e por conta do filho do devedor. Não há representação, nem mesmo autorização.
- Art. 304, pu: O 3° não interessado tem o mesmo direito de pagar, “se o fizer em nome e por conta do devedor”. 
2) X (negócio jurídico) Marido (devedor de X)
Oficial de justiça vai à casa do casal e ameaça apreender bens do casal para penhora. Apesar da esposa não ter se envolvido voluntariamente na rj, os bens dela estão comprometidos. A esposa é, então, uma 3ª interessada.
3) Y (locador) Z (locatário/sublocador) T (sublocatário)
Se Z deixa de pagar a Y, este poderá despejar aquele. Mas no imóvel reside T, que nada tem a ver com aquela relação jurídica mas não quer ser despejado. Assim, quita com Y a dívida de Z, pois é um 3° interessado.
Art. 305
- 3° não interessado que paga em seu próprio nome: tem direito a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305).
Ex> Um 3° não interessado (sem interesse jurídico) quita a dívida nasce a obrigação do devedor pagar a ele.
- 3° interessado que paga: sub-roga-se em TODOS os direitos do crédito (art. 346)
- 3° não interessado que paga em nome do devedor (pai que paga a dívida do filho): se o faz por simples liberalidade, ou por mero espírito de filantropia, nada pode reaver; se o faz, contudo, como gestor de negócios, terá então ação contra o devedor para reembolsar-se do que pagou.
- Art. 305, pu: traz o prazo, que é um dos elementos objetivos do pagamento. Dispõe que o pagamento feito por 3° antes de vencida a dívida só será exigível a partir do dia do vencimento.
- Há uma diferença entre:
- 3° não interessado que paga em nome do devedor (art. 304, pu): NÃO será ressarcido pois entende-se que o 3° doou a quantia para quitar a obrigação (doação = ato gratuito não oneroso)
- 3° não interessado que paga em nome próprio (art. 305): deverá ser ressarcido pelo devedor original “Tem direito a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor” (há direito a uma ação de cobrança singela do que foi pago).
Art. 306
- “O pagamento feito por 3°, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.”
- Elidir = ilidir = afastar, repelir a ação do credor
- Se o devedor tinha como repelir a ação do credor, pela regra deste art, ele não será obrigado a reembolsar quem quitou a dívida (porque tinha meios, instrumentos para afastar o pagamento)
- Ex> Credor vai à minha casa para cobrar uma dívida do meu irmão Como este não se encontrava em casa, quito a dívida por ele, sem saber que meu irmão possuía um documento que provava o perdão da dívida Meu irmão não será obrigado a me ressarcir Fica evidente, neste caso, a má-fé do credor, mas há casos em que a má-fé pode não ficar evidente.
- Ex> Credor vai à minha casa para cobrar uma dívida de meu irmão que, na verdade, já está prescrita Pago pelo meu irmão, sem saber da prescrição Mais tarde, meu irmão chega em casa e diz que possuía meios para elidir a cobrança (tinha como provar a prescrição) Ele não será obrigado a me ressarcir porque “se o devedor não é obrigado a pagar ao credor, não será obrigado a pagar o 3°.”
- Obs> Aquele que pagou ao credor que estava de má-fé poderá procurar ressarcimento deste (pode ser com danos morais) Art. 186 (má-fé: ato ilícito – responsabilidade subjetiva / aquiliana)
Art. 307
- “Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu”.
 “eficácia”: aptidão para efeitos válidos
 “alienar”: transferir a propriedade, que pode se dar de forma gratuita (doação) ou onerosa (compra e venda)
- Ex> art. 1.828, CC
- Uma das modalidades de extinção das obrigações é a dação em pagamento (= possibilidade de dar bem diverso do pactuado). O credor pode aceitar ou não.
O art. 307 dispõe que, se o solvens quiser dar um bem em pagamento, ele deverá ter capacidade para transferir, isto é, só poderá dar um bem em pagamento se este lhe pertencer.
- Art. 307, pu: “Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la”.
- Trata do credor de boa-fé que recebe coisa fungível (= consumível = substituível por outro de mesma espécie, qld ouqtd).
- O que se exige para a ocorrência da situação aqui descrita é:
que tenha havido uma dação em pagamento de um bem consumível
que tenha havido boa-fé do credor
- Se o bem fungível NÃO era do solvens, nada poderá se exigir do credor de boa-fé que o consumiu
4. DAQUELES A QUEM SE DEVE PAGAR. O ACCIPIENS
- Credor: 2° elementos subjetivo do pagamento. É aquele a quem se deve pagar
Art. 308
- “O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito”.
- Paga-se ao seu credor ou ao seu representante
	 por ex, no pagamento através de boleto bancário , a instituição financeira representa o credor
- Há 3 modalidades de representação:
- legal: como o dos pais representando seus filhos menores
- judicial: como o depositário judicial 
- convencional: é fruto da vontade das partes. Ex> advogado (seu cliente lhe outorga poderes), instituição financeira eleita pelo credor para emitir boletos bancários e receber o pagamento
Art. 309
- “O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.”
- Complementa a regra do art. 308
- Putatividade: falsa noção da realidade
- Pode ocorrer o pagamento a pessoa que tenha a aparência de credor ou de pessoa autorizada É o caso do credor putativo
- Ex> Alguém, ao chegar a um estabelecimento, paga a um assaltante, que naquele momento se instalou no guichê de recebimentos
 Não se trata apenas de situações em que o credor se apresenta falsamente com o título ou com a situação, mas de todas aquelas situações em que se reputa o accipiens como credor.
- A lei condiciona a validade do pagamento ao fato de:
o accipiens ter a aparência de credor e 
estar o solvens de boa-fé. 
 
O caso concreto (circunstâncias, cenário), e apenas ele, poderá dizer se o devedor tinha meios para saber que o accipiens (aquele que recebia o pagamento) não era de fato o credor. Se ele não tinha como saber, estará amparado pela regra do art. 309, não precisando, pois, pagar novamente.
Art. 310. 
- “Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu”.
- Apesar da incapacidade inibir o agente para os atos da vida civil, há uma aplicação especial dessa incapacidade quanto ao pagamento
- A lei não distingue a incapacidade relativa da absoluta
- A lei usa do termo “cientemente”: isto é, são situações em que o solvens tem pleno conhecimento da incapacidade do accipiens. 
- Cabe ao solvens provar que o resultado do pagamento reverteu no benefício do incapaz
- O representante legal do credor terá legitimidade para impugnar o pagamento.
- A incapacidade gera para o incapaz a impossibilidade de envolver-se em relações obrigacionais. Mas, em certas circunstâncias, o devedor pode transferir para o accipiens incapaz o pagamento, cientemente (sabendo que se trata de incapaz). Nesse caso, entra a regra trazida pelo art. 310: se o devedor cientemente faz o pagamento ao incapaz que não podia quitar, esse pagamento não será válido, salvo se se provar que em benefício desse incapaz se reverteu. 
Ex> Vou à casa do meu credor para quitar uma dívida mas lá só se encontra um menor (incapaz). Não posso fazer o pagamento em mãos pois esse menor não pode fazer a quitação. Mas, como tenho em mãos a conta de titularidade do menor, poderei fazer o pagamento através de um depósito nessa conta, ficando provado, assim, que o pagamento se reverteu em benefício do incapaz.
- Valerá o pagamento se o que paga não tinha conhecimento desse incapacidade O art. 180 reforça essa idéia: é a situação do menor, relativamente incapaz, que dolosamente oculta sua condição em um negócio jurídico
4.1. QUANDO O PAGAMENTO FEITO A TERCEIRO DESQUALIFICADO SERÁ VÁLIDO
- O devedor pode se exonerar mesmo pagando a 3° não intitulado, em 3 situações:
1) No caso de ratificação (equivale a um mandato), pelo credor, do pagamento recebido, como já visto (art. 308). 
Ex> Pago ao filho do credor e este posteriormente confirma o recebimento;
2) No caso em que o pagamento se reverte em benefício do credor (art. 308), a prova será ônus do solvens.
2.1) Se feito a quem de direito represente o credor (art. 308)
- Ex> Pago à mulher do credor, provo que o pagamento reverteu em seu benefício Tudo aqui, também, dependerá das circunstâncias. Ressalte-se que o pagamento só valerá até o montante do benefício: a dívida é de 1.000. Paguei o total à mulher do credor; aquela, no entanto, só entregou 500 a ele. Só até esse montante valerá o pagamento, doutro modo, ocorreria locupletamento indevido. 
2.2) Se feito ao inibido de receber, por incapacidade. O devedor deve provar que o pagamento reverteu em benefício do incapaz (art. 310).
3) Caso do credor putativo (art. 309)
Art. 311. 
- “Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante”.
- Traz a presunção relativa
 Presunção:
- relativa (juris tantum): admite a prova em contrário. Ex> art. 1.600, CC (mesmo que uma mulher grávida confesse um adultério, essa confissão não implica na conclusão de que seu filha seja de outro)
- absoluta (juris et juri): caso do menor, cuja incapacidade é absolutamente presumida, mesmo que ele tenha total capacidade de discernimento
- Ex> Recebo nas dependências do meu estabelecimento uma pessoa que se identifica como representante do credor, mostra a procuração e a quitação Há presunção de que, se a pessoa porta o termo de quitação, ela representa o credor.
	Mas se o termo de quitação era uma falsificação grosseira ou se o credor sempre deixou explícito que não possuía representantes de porta em porta, o devedor “pagou mal” e deverá pagar 2x.
Art. 312. 
- Intimação: é a comunicação a alguém da prática de um determinado ato processual. Ex> Chamar as partes para se manifestarem, chamar uma testemunha em juízo.
- Citação: meio através do qual comunica-se a alguém que contra ele existe uma ação
- Penhora: é a contrição dos bens do devedor para o pagamento da dívida ao credor
- É requisito que o solvens tenha tomado ciência da penhora ou da oposição de 3° Se pagar ao credor, assumirá o risco. 
- Trata-se de modalidade de aplicação das garantias dos direitos de crédito A lei equipara, para os efeitos, tanto a ciência da penhora, quanto a ciência por notificação ou interpelação feita por 3° 
- Ao 3° caberia (1) depositar em juízo, ou nos autos em que foi efetivada a penhora, ou (2) consignar em pagamento, se tiver dúvidas quanto à validade do pagamento que efetuaria a 3°
- No caso do 3° agir de forma abusiva, impedindo / retardando o recebimento do crédito pelo credor, responderá pelo abuso ou má-fé.
A (credor de B e devedor de C) (relação jurídica) B (devedor de A)
	
C (credor de A)
- C ajuiza uma ação contra A a fim de satisfazer seu crédito. Procuram-se bens de A na Receita Federal, tirando registro de certidão de imóveis, etc, mas nada é encontrado. Descobre-se que A tem crédito a receber de B, então C pede ao juiz que penhore o crédito que A tem a receber de B (pede que “segure” o crédito de forma que, quando B for pagar, pague a C e não a A).
C também pede ao juiz que intime B, comunicando a ele que não deve pagar ao seu credor original, mas sim a ele (C).
 Um exemplo desta situação é a penhora de renda de jogo de futebol
- Portanto, diz o art. 312: “Se o devedor pagar ao credor, apesar de (1) intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da (2) impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo...”
 quem paga mal, paga 2x (pagou mal pq o crédito estava penhorado)
- “... ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor” B pode buscar ressarcimento com A (porque se B pagou C, não se justifica o pagamento feito por B a A).
- O art. 312 traz a ineficácia do pagamento
- C/C art. 671 e ss, CPC
4.2. PAGAMENTO FEITO AO INIBIDO DE RECEBER
São as seguintes situações:
a) Art.310: refere-se ao pagamento efetuado ao incapaz de quitar. 
b) Art. 312: essa situação também é de ineficácia do pagamento e não propriamente de validade
c) Também estará inibido de receber e quitar o devedor falido, desde o momento da abertura da falência, dentro do âmbito de seus atos de comercio (art. 40, Decreto-lei n° 7.661/45). Tal incapacidade é conferida em benefício dos credores e da par conditio creditorium, isto é, do tratamento = que merecem todos os credores
5. ELEMENTOS OBJETIVOS DO PAGAMENTO
- Objeto 
- Prova 
- Tempo
- Lugar
5. 1. OBJETO DO PAGAMENTO 
- Objeto do pagamento: aquilo que foi acordado – nem mais, nem menos Recebendo o credor o objeto da prestação, seu pagamento, estará a obrigação extinta
 Lembrar que:
- o credor não pode ser obrigado a receber outra coisa, ainda que + valiosa (art. 313)
- ainda que a prestação seja divisível, não pode ser o credor obrigado a receber por partes, se assim não foi convencionado
- Características:
a) Identidade
- “O que é devido?”
- Ex> R$ 1.000,00 em moeda, prestação do serviço de pintar o quadro
b) Integridade
- O pagamento deve ser feito por inteiro
- Ex> Pagamento de R$ 800,00 em dinheiro (identidade) O pagamento só poderá ser feito em sua integralidade, salvo se o credor permitir o pagamento em parcelas (integridade)
c) Indivisibilidade 
- O pagamento não pode ser fracionado, salvo disposição do credor em contrário
* Portanto> Paga-se o que é devido, por inteiro e sem ser fracionado.
- A flexibilidade do credor em permitir o pagamento em partes pode leva-lo à perda do direito creditório
- A autonomia da vontade privada permite que as partes convencionem flexibilização dos elementos do pagamento
Art. 313
- “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
- Eleva a característica da identidade do pagamento: o credor não é obrigado a receber coisa diversa da que foi convencionada, ainda que + valiosa
- C/C art. 233
- Toda obrigação, quando não cumprida porque impossibilitada, converte-se em perdas e danos
Ex> Comprei um livro pela internet e, dias depois, a empresa diz que o produto não está + disponível no mercado. Oferece outro livro, + caro. Eu não sou obrigada a receber esse livro. Se deixei de dar uma palestra por não ter podido estudar pelo livro, é cabível exigir perdas e danos.
 Lucros emergentes: todo o dano que emerge com o evento
 Lucros cessantes: tudo o que a vítima deixa de receber (art. 402)
Art. 314
- “Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou”.
- Caráter da indivisibilidade do pagamento
- O princípio da autonomia da vontade privada autoriza que, em uma relação negocial não contemplada pelo Direito do Consumidor, seja alterado o objeto do pagamento. Ex> Prestação de serviço.
- Este artigo resguarda o devedor, que não é obrigado ao que determina o credor após o que foi pactuado.
Ex> Loja anuncia pagamento parcelado em 3x nas compras Essa proposta vincula o comerciante, de tal forma que ele não pode depositar os cheques antes das datas previstas
> Obs: Alguns estabelecimentos comerciais que depositam os cheques em datas antes das pactuadas alegam que o cheque é ordem de pagamento à vista e, portanto, o comerciante não seria obrigado a esperar o dia do vencimento.
	No entanto, já é assente o entendimento de que o cheque é promessa de pagamento (significa que o cheque deve ser cumprido, porém no prazo em que foi pactuado). Portanto, as datas devem ser obedecidas pelo credor, sob pena deste responder por perdas e danos (porque havia uma presunção de que a relação obrigacional seria cumprida, que o prazo seria observado).
Art. 315
- “As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes”.
- C/C Decreto-lei n° 857/69 (determina o cumprimento das obrigações, no Brasil, em moeda nacional)
- Vencimento: é o resguardo para o credor e para o devedor (o devedor não pode ser molestado até o dia do vencimento)
- Moeda nacional: por questão de soberania nacional, a fim de torna-la moeda forte
- Moeda corrente: é aquela que tem curso pelo Brasil
- Aqui não estão regidos os contratos do comércio exterior
Art. 316
- “É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas”.
- Contempla a cláusula de “Escala Móvel”, que visa a suprir a necessidade de adequar o valor das parcelas, quando a relação obrigacional for de trato sucessivo Isso é necessário porque as obrigações de trato sucessivo (as que têm parcelas periódicas, sucessivas) muitas vezes precisam ser reajustadas, seja em razão do ambiente inflacionário, seja com o fim de compensar a depreciação natural do objeto. 
Art. 317
- “Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação”.
- C/C art. 6°, V, CDC
- Este artigo eleva o Princípio da Vedação da Onerosidade Excessiva e destaca a Teoria da Imprevisão
- Teoria da Imprevisão: a parte não podia vislumbrar, à época em que foi celebrado o contrato, que tal fato imprevisto ocorreria
- Cláusula “rebus sic stantibus”: o contrato será mantido enquanto as coisas permanecerem como estão
- Este artigo diz que, quando a parte foi vinculada a uma obrigação e não tinha ela como prever a alteração do cenário, será possível aplicar a Teoria da Imprevisão ou Excessiva Onerosidade.
- Poderá o juiz corrigir o preço a pedido da parte interessada para assegurar, “quanto possível”, o valor real da prestação É difícil prever o alcance dessa norma, que sempre balouçará aos ventos da economia. De qq forma, atribui-se ao J, de forma expressa, o poder de revisão dos preços, dentro da Teoria da Imprevisão
Art. 318
- “São nulas as convenções de pagamento em (1) ouro ou em (2) moeda estrangeira, bem como (3) para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial”.
- C/C art. 315 = ambos trazem o relevo da soberania nacional
5.2. PROVA DO PAGAMENTO
- Prova é a demonstração material, palpável de um fato, ato ou negócio jurídico.
- Quem paga tem direito a se munir de prova desse pagamento, da quitação É direito do devedor receber o termo de quitação e dever do credor entregá-lo, uma vez recebido o pagamento.
 A lei do Inquilinato (Lei n° 8.245/91) erige como crime (art. 44, I) a recusa do fornecimento de recibo de aluguel nas habitações coletivas multifamiliares.
- Recibo:
a) é instrumentalização da quitação
b) satisfaz:
- o credor, que tem satisfeito o seu direito creditório (= pagamento)
- o devedor, porque dá a ele plena garantia do cumprimento da obrigação
c) trata-se de prova cabal de pagamento porque em juízo não se aceitará prova exclusivamente testemunhal para provar o pagamento, se o valor exceder o teto legal (art. 226, CC; arts. 401 e 402, CPC)
d) é o documento idôneo para comprovar o pagamento das obrigações de dar e fazer. Nas obrigações de não fazer, o ônus da prova é do credor, que deve evidenciar se foi praticado o ato ou os atos.
e) Requisitos do termo de quitação: art. 320 – a quitação não necessita ter a mesma forma do contrato Um escrito particular pode, por ex, valer como quitação para uma obrigação contraída por instrumento público
 Isso quer dizer que a quitação pode ser dada sempre por instrumento particular. Mas nada impede que seja dada por instrumento público e, se fornecida por instrumento particular, não exigirá palavras sacramentais, basta que se refira claramente ao pagamento da obrigação, o qual, aliás, pode ser parcial.
 Se ressalva alguma for feita no instrumento, entende-se que a quitação se refere a todo débito.
Art. 319
- “O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada”.
- A prova do pagamento é através da quitação (= direitodo devedor), que é a demonstração da satisfação da obrigação assumida.
- Dispõe que “o devedor que paga tem direito à quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada” Esse direito de negar o pagamento é aplicação específica da exceptio non adimpleti contractus
- Se o credor não quiser fornecer a quitação imediatamente, o devedor deve pedir um comprovante ao credor de que tentou pagar, e tem ele direito de retenção do pagamento Importância: o devedor não poderá, posteriormente, ser considerado em mora.
Art. 320
- “A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida”.
- Função precípua de dar relevo à quitação
- Poderá ser dada a quitação por termo particular qq meio hábil a demonstrar que o devedor pagou é suficiente para provar o pagamento
Art. 321
- “Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido”.
- Refere-se ao débitos literais, isto é, representados por um título
- São títulos de crédito: cheque, debênture, raspadinha, nota promissória, duplicata
- Alguns pagamentos importam na devolução do título de crédito. Ex> Nota promissória (promessa de pagamento emitida pelo devedor) O devedor entrega o pagamento ao credor e este devolve a nota promissória. 
- Ratio da regra deste artigo: nos pagamentos que importem na devolução do título de crédito, perdido este, o devedor poderá exigir do credor uma declaração que inutilize o título desaparecido 
 A posse do título é presunção de que o título não foi pago, daí a necessidade da declaração
 Se o credor se recusar a fazer a declaração, o devedor terá direito de retenção
- Cheque, nota promissória, duplicata, etc. são títulos executivos extrajudiciais Quando levados ao Poder J, primeiramente manda-se pagar. Só depois, se for o caso, questiona-se.
- Se o réu devedor não tem como pagar e nem bens a serem penhorados, ele poderá requerer a insolvência (não há o quê fazer)
- Quanto ao pai devedor em relação à obrigação alimentícia, usa-se o binômio necessidade (de quem pleiteia) x possibilidade (de quem vai pagar)
Obs> Antes do novo CC, o culpado na relação conjugal não tinha direito à pensão alimentícia. Hoje, o novo CC dispõe que se o cônjuge culpado não tem condições de trabalhar (por ex, doença) nem de ser mantido por seus parentes, tem direito à pensão.
Art. 322
- “Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores”.
- A partir deste artigo, o CC passa a tratar de presunções de pagamento São presunções relativas, as quais, portanto, admitem prova em contrário
- Este dispositivo trata do pagamento feito em quotas periódicas, dispondo que “a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores”
 A lógica é que o credor não receberia a última prestação, se a anterior não tivesse sido paga.
 Admite-se, no entanto, prova em contrário – daí porque é costume, em algumas contas, inserir a declaração de que a quitação da última conta não faz presumir a quitação de débitos anteriores. 
 Há controvérsia quanto à possibilidade do credor, em se tratando de prestações sucessivas, se opor ao recebimento da última, se não recebeu alguma anterior:
- uma corrente considera que não cabe ao credor recusar-se ao recebimento da última prestação: deve receber com ressalva, a fim de evitar a presunção legal.
- há tb a posição que defende a possibilidade de oposição do credor ao recebimento nessa situação, tendo em vsita que o devedor já está em mora
Art. 323
- “Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos”.
- Esta presunção milita em prol do devedor, porque a partir do momento em que haja dívida sobre a qual recaiam juros destacados do capital, se o credor não fizer ressalva, a quitação dada recairá sobre ambos (capital + juros) Ou seja: se o credor quiser resguardar os juros, deverá ressalvá-los na quitação
- C/C art. 354 da imputação ao pagamento
Art. 324
- “A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento”.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em 60 dias, a falta do pagamento”.
- A presunção é relativa porque o título pode ter sido obtido com violência: remessa do título pode ter sido efetuado por engano, por ex.
- Parág. único: prazo decadencial de 60 dias para que o credor que entregou o título ao devedor sem receber o pagamento possa tornar sem efeito a referida entrega
- C/C art. 321
- O credor, para provar, pode se valer de todos os meios admitidos em Direito. Mas a prova exclusivamente testemunhal só vale para as ações cujo valor de causa não ultrapasse o décuplo do salário mínimo (art. 277).
Art. 325
- “Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida”.
- 1ª parte> As despesas com o pagamento e a quitação correm por conta do devedor (transporte, despesas cartorárias, etc), salvo estipulação em contrário 
- 2ª parte> No entanto, qualquer fato imputável ao credor que gere acréscimo de despesas deverá ser a ele imputado (não é justo que o devedor arque com despesas por fatos supervenientes para os quais não concorreu)
- Ex> Mora do credor na entrega de documentos ele deverá pagar o acréscimo da correção monetária
- C/C art. 186 (responsabilidade aquiliana ou subjetiva)
Art. 326
- “Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução”.
- Havendo divergência nos pesos e medidas, consideram-se aqueles do lugar do pagamento, no caso de silêncio das partes (pq as partes podem convencionar diferentemente)
Ex> Se as partes pactuaram o pagamento de terra em alqueires em Goiás, entende-se que a medida é a daquela região, se não houver ressalva expressa
- Os termos arroba, braça, alqueire podem variar de acordo com as regiões onde as obrigações houverem de ser cumpridas 
- Esta regra não tem + sentido, salvo um ou outro caso: raros são os casos de divergência entre as partes em relação à medida ou peso
5.3. DO LUGAR DO PAGAMENTO
- Importância do estudo: para (1) caracterizar a configuração do lugar no qual deverá ser cumprida a obrigação e para (2) a apuração da pontualidade do pagamento – quem paga em lugar errado, paga mal, na grande maioria das vezes.
- As obrigações de dívidas podem ser:
a) Querable (quesível): se dá quando o credor vai ao encontro do devedor para buscar o pagamento Se o credor não vai ao devedor para receber, este não pderá ser considerado inadimplente
b) Portable (portável): o devedor deverá procurar o credor em seu domicílio, ou no local por ele indicado, para efetuar o pagamento. É o caso da maior parte das dívidas (ex> cobrança de tel, energia, etc) Se o devedor não comparece perante o credor para pagar, será considerado impontual
Art. 327
- “Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se (1) as partes convencionarem diversamente, ou (2) se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados 2 ou + lugares, cabe ao credor escolher entre eles”.
- Traz a eleição do lugar do pagamento
- Regra geral: no silêncio da avença, o pagamento será efetuado no domicílio do devedor (em geral, portanto, a dívida é querable) Cabe ao credor procurar o devedor para a cobrança
 O legislador pretendeu proteger o devedor, que já se encontra em situação de inferioridade. Um lugar + distante para o pagamento seria + um fardo
- Exceções (dívida portable): 
1) se as partes convencionarem diversamente:o art. 327 não é uma norma imperativa pois abre a possibilidade da livre convenção entre as partes (princípio da autonomia da vontade das partes)
2) se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação, das circunstâncias ou da execução nos processos judiciais: por ex, o pagamento da pensão alimentícia é feito no domicílio do credor
- C/C art. 335
Art. 328
- “Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem”.
- O pagamento consistente na tradição de um imóvel, far-se-á no “lugar onde situado o bem”
- Crítica do prof°: este artigo deveria dispor “salvo convenção em contrário das partes”
- Ex> Uma pessoa que mora no Rio aluga por temporada seu imóvel em Búzios para outra que mora em Niterói Segundo disposição deste artigo, o pagamento deveria ser feito em Búzios – a regra deste artigo não traduz a prática
 IPTU e outros impostos referentes ao imóvel pagamento no lugar onde situado o bem – neste caso, sim, aplica-se a regra do art. 328
Art. 329
- “Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor”.
- A regra deste artigo ratifica o brocardo pelo qual nada se pode fazer perante uma impossibilidade
- “Motivo grave”: é conceito jurídico indeterminado pois varia conforme o tempo e espaço. O legislador deixou esse conceito em aberto. Trata-se de motivo determinante para o não cumprimento da obrigação.
> Responsabilidade:
Penal: tutela a vida
Administrativa: tutela a prodem jurídica e social
Civil: tutela o patrimônio
- Configuração: fato + dano + nexo causal + culpa 
- Pode ser afastada por caso fortuito ou força maior (cada situação deverá ser analisada individualmente)
- Há 2 conceitos:
a) Caso fortuito: imprevisível e inevitável. Ex> assalto quando no momento exato em que se dá o pagamento, greve, bloqueio de estrada
b) Força maior: previsível e inevitável. Ex> pessoa impedida de efetuar um pagamento no banco em razão de chuva torrencial, engarrafamento Inclui a maior parte dos eventos da natureza, como chuva, vendaval, etc. Mas: tsunami no Brasil, por ex, é caso fortuito.
- O não pagamento do devedor em razão de motivo grave não o isenta de pagamento mas o devedor não poderá ser considerado impontual.
 Se, mesmo sendo feita a prova, o credor permite a negativação do nome do devedor junto ao SPC, ele responderá material e moralmente
- Portanto: o local de pagamento poderá ser diverso daquele que foi pactuado SE:
1) houver motivo grave
2) não houver prejuízo para o credor
			
Afastam o princípio do “pacta sunt servanda”(= vinculação das partes ao pagamento)
- Alguns eventos dispensam a prova. Ex> Devedor que deixou de pagar no vencimento em razão de se encontrar no dia 11/set em Nova Iorque
- A expressão “sem prejuízo para o credor” deverá ser entendida com reservas. O simples fato de o pagamento efetuar-se em outro local já acena com o descumprimento de uma obrigação. Se o credor deve ou não ser ressarcido dos incômodos de receber em local diverso do combinado é matéria para ser examinada no caso concreto.
Art. 330
- “O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato”.
- Traz a Teoria da Contradição da própria conduta
- O costume não revoga a lei, mas o legislador deu relevância ao costume neste artigo, caso o credor tenha consentido, com a prática, o pagamento em lugar diverso do pactuado
 Ou seja: embora o contrato possa fixar a dívida como querable, se continuamente o devedor procura o credor para pagar, há animus de mudança de local de pagamento (ou vice-versa). A habitualidade há de ser vista como intenção de mudar o lugar de pagamento, salvo se as partes fizerem ressalva que a inversão do que consta no contrato é mera liberalidade.
- Crítica da doutrina: o dispositivo coroa a renúncia tácita, sendo que a expressa é a que deveria prevalecer 
5.4. TEMPO DO PAGAMENTO
- Importância: quando existe um prazo, a obrigação só poderá ser exigida pelo credor com o advento do termo desse prazo
- Tempos da obrigação:
a) Obrigações puras: a prestação pode ser exigida a qq momento Quando a obrigação não tem termo certo, o credor pode interpelar o devedor para que cumpra a obrigação num prazo razoável, que poderá ser fixado pelo juiz.
b) Obrigações a termo: são as obrigações c/ prazo fixado, termo determinado
- Regra: o prazo presume-se estipulado em benefício do devedor (art. 133) Sendo um favor seu, nada impede que cumpra antecipadamente a obrigação. O credor não pode exigir seu cumprimento, mas a obrigação, nesses moldes, é cumprível pelo devedor desde sua constituição
 O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento, sob pena de ficar obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro (art. 939). A jurisprudência tem entendido que essa pena do final do artigo só é impingida nos casos de dolo do agente.
- Exceção: não é comum, mas a obrigação pode ter um prazo fixado em benefício do credor Nesse caso, não pode o credor ser obrigado a receber antecipadamente. Ex> O comprador de uma mercadoria que fixa um prazo de 90 dias para recebê-la, porque nesse período estará construindo um armazém para guardá-la. O prazo foi instituído a seu favor, porque o recebimento antecipado lhe seria sumamente gravoso.
- Se a obrigação consistir de obrigações periódicas, cada pagamento deve ser examinado de per si. Cada prestação periódica deve ser estudada isoladamente.
Art. 331
- “Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente”.
- Regra geral: não havendo prazo estipulado, o vencimento é com prazo imediato
 Tal assertiva deve ser vista com a reserva necessária, pois que há obrigações que, por sua própria natureza, não podem ser exigidas de plano
Ex> Locação, empréstimo, depósito, pagamento em sacas de café (o pagamento se dará tão logo seja feita a colheita)
Art. 332
- “As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor”.
- Trata das obrigações condicionais Enquanto não verificada a condição em uma relação obrigacional, não cria para o devedor a obrigação do pagamento
Art. 333. 
- Regra: o credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento, sob as penas do art. 939
- Exceção: art. 333, que faculta ao credor cobrar a dívida antes de vencido o prazo São as hipóteses de vencimento antecipado da dívida (em todas, há um prognóstico de não-cumprimento da obrigação) 
- “Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de (1) falência do devedor, ou de (2) concurso de credores;
- Falência x Insolvência 
 - Falência: é a demonstração de que o devedor não tem como pagar; refere-se à PJ
 - Insolvência: refere-se à PF; ocorre quando o passivo do devedor supera o ativo e ele não tem condições de alterar a situação
- Decretação da falência: arrolam-se todos os credores e listam-se os bens da empresa. 
- Concurso creditório: caracteriza-se pela insolvência civil, o equivalente à falência do devedor comerciante. 
II - se os bens, (1) hipotecados ou (2) empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
- Quando há uma garantia real, representada por hipoteca e penhor, os bens dados em garantia sofrem penhora por outro credor. A presunção é de que, se esse outro credor não encontrou outros bens livres e desembaraçados, é porque a situação do devedor é ruim.
- Hipoteca: é o direito real de garantia sobre bens imóveis. Arts. 1.473 a 1.505, CC nos contratos de financiamento da casa própria, na maioria dos casos, o próprio bem financiado é que será dado em garantia (hipoteca)
- Penhor: é o direito real de garantia sobre bens móveis. Arts. 1.431 a 1.472, CC
- Penhora: é a constrição dos bens do devedor em uma execução, a fim degarantir o cumprimento de uma obrigação
 A B (devedor de A e C) (penhora) C 
Se B dá um apto em garantia para seu credor A (hipoteca) e, mais tarde, C penhora esse apto, A perderá esse garantia. Baseado no art. 333, II, A poderá cobrar a dívida antes de vencido o prazo pactuado, e exigir o pagamento da obrigação ou outra garantia.
- Obs> Há casos em que a construtora faz financiamento junto a um Banco a fim de captar recursos para levantar o prédio e dá em garantia o próprio prédio. Se eu compro um dos apts e pago à vista, devo pedir a baixa da hipoteca em relação à minha unidade. Isso me resguarda pois, se o empreendimento não subir, meu apto não poderá ser penhorado em execução.
III - “se (1) cessarem, ou se se (2) tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las”.
- Garantias reais: hipoteca e penhor
- Garantias fidejussórias: são as garantias pessoais, garantias nas quais a própria pessoa se garante para outra. Ex> Fiança, aval.
- Fiança (art. 818 e ss): modalidade acessória de contrato que se extingue quando extingue o contrato principal. O devedor tem a dívida, o fiador tem a responsabilidade. Muito usada nos contratos de locação. 
- Há uma diminuição na garantia pessoal ou real, ou mesmo sua perda (garantia insuficiente). Ex> Morte do fiador, venda dos bens do fiador, desaparecimento da coisa caucionada o credor poderá exigir outro fiador ou exigir que reforce a fiança caso o devedor se negue a faze-lo, a lei autoriza a cobrança antes do vencimento da dívida.
- No exemplo anterior, uma vez tendo sido o apartamento penhorado por C, se B não quiser dar outra garantia, A poderá exigir o pagamento antecipado da dívida.
Obs>
- Art. 1.647: o homem casado, para ser fiador, deve incluir seu cônjuge; é nula a fiança sem autorização do cônjuge.
- Art. 1.642 IV: o cônjuge que não a autorização pode demandar a rescisão do contrato
- Art. 827: traz o benefício de ordem, pelo qual o fiador tem a possibilidade de comprovar que o devedor tem bens suficientes para garantir a dívida. O benefício de ordem tem que estar previsto no contrato. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, NÃO se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes”.
- Solidariedade ativa: quando há + de 1 pessoa na figura do credor
- Solidariedade passiva: quando há + de 1 pessoa na figura do co-devedor (vários co-devedores). Fundamento: possibilidade do credor poder cobrar de qq um dos co-devedores
	 B (falência)
Credor A C 
	 D	
Sendo B, C e D devedores solidários, o pagamento antecipado da dívida só se dá em relação a B, mas quanto a C e D, a dívida só poderá ser exigida no prazo estipulado. Se um dos devedores pagar a dívida, aplica-se o disposto no art. 283, CC.
6. MEIOS INDIRETOS DE PAGAMENTO 
6.1. PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO
- A consignação é uma forma facultativa de cumprimento da obrigação. Não tem ele a obrigação de consignar; sua obrigação é de cumprir a obrigação. 
- Funções:
Pagar dar ao credor o que lhe foi prometido
Exonerar o devedor de uma obrigação (é direito do devedor) o devedor também tem interesse no sentido de que a obrigação seja extinta pois, não pagando no tempo, local e forma devidos, sujeitar-se-á aos ônus da mora (que trará ao devedor, entre várias conseqüências, o impedimento de fazer parte de determinadas relações jurídicas).
> Obs1: A Lei das Licitações dispõe que aquele que contratar com o PP não poderá ter obrigações pendentes.
> Obs2: Contrato de locação = o locador pode se recusar a alugar p/ alguém cujo nome esteja no SPC 
- Aplicável quando, por ex:
- o credor não tomar a iniciativa de receber
- o credor pretende receber de forma diversa do contratado
- o locador procura frustrar o recebimento do aluguel, a fim de propiciar fundamento para a propositura de ação de despejo
- quando não for conhecido o paradeiro do credor, etc;
- Conseqüência do pagamento feito em consignação: a obrigação está extinta indiretamente
- Consignante: quem faz o pagamento (devedor)
 Consignatário: em nome dele se faz o pagamento (credor)
- A consignação em pagamento tem a ver com a imputação da mora ao credor. No entanto, não é obrigatório ao devedor recorrer à ação de consignação que este move contra o devedor: se o devedor é cobrado judicialmente e alega que não paga porque o credor não cumpriu sua parte na avenca, aplicação da exceptio non adimpleti contractus (art. 476), reconhecida essa situação, reconhecida estará a mora do credor. 
- Momento da consignação> A pretensão de consignar nasce no momento do vencimento da obrigação: não pode o credor ser obrigado a receber antes do vencimento, se assim não se estipulou. 
MODALIDADES DE CONSIGNAÇÃO
I) CONSIGNAÇÃO BANCÁRIA (art. 890 a 900, CPC)
- Este tipo de consignação somente autoriza o pagamento feito em dinheiro
- Visa diminuir a quantidade de ajuizamento de ações para a consignação judicial
- É modalidade + barata, + rápida, uma alternativa para o devedor
- Objeto da consignação: só dinheiro
- Como funciona:
Compareço perante o estabelecimento bancário oficial (Banco do Brasil é a única autorizada para receber), informo ao gerente que quero fazer uma consignação o funcionário abre uma conta em nome do credor 
O Banco informa ao credor (cientifica por carta AR), perguntando-lhe se aceita ou repudia o valor (assinado o prazo de 10 dias para eventual recusa)
Em 10 dias, poderá ocorrer:
a) não manifestação do credor: nesse caso, reputar-se-á liberado o devedor da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada (art. 890 § 2°) Entende-se, nesse caso, que o pagamento é perfeito e eficaz (o silêncio presume a aceitação do valor) Ocorre presunção de quitação (presunção relativa, pois pode não ter ocorrido a devida ciência ao credor ou pode esta ter-se processado de forma irregular)
b) manifestação do credor 
- Se houver recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, o devedor poderá propor, dentro de 30 dias, a ação de consignação em pagamento, instruindo a inicial com a prova do depósito e da recusa (art. 890 §) (note-se que a recusa é formulada ao estabelecimento bancário e não ao consignante) Se não for proposta a consignação nesse trintídio, o depósito ficará sem efeito, podendo levanta-lo ao depositante.
Feito o depósito, a sentença procedente retroage seus efeitos a ele. A partir de então (ex tunc), o depósito é subsistente. A responsabilidade do devedor termina nesse momento. A mora do credor, contudo, retroage à data da citação. Se a ação for julgada improcedente, ou se o processo for extinto sem julgamento do mérito, o depósito será ineficaz, como se não tivesse ocorrido.
- O credor pode discordar com o valor ou negar o recebimento da consignação por não conhecer a origem da relação jurídica (por ex, mãe faz a consignação em nome do filho devedor) É preciso ter legitimidade para consignar
- Não se confunde com o protesto de título pois este é feito pelo credor (o credor protesta, clama pelo pagamento) O devedor não para e o credor (beneficiário do título) protesta
II) CONSIGNAÇÃO JUDICIAL
- Feita através de uma ação judicial especial de consignação em pagamento
- A consignação trata-se do depósito judicial, em regra, de uma coisa. A decisão judicial é que vai dizer se o pagamento feito desse modo em juízo terá o condão de extinguir a obrigação.
- Objeto da consignação: admite o pagamento em dinheiro, de dar coisa certa ou incerta as obrigações ilíquidas, de fazer e não fazer é a única obrigação que não se prestam à consignação. A consignação presta-se para bens móveis ou imóveis, determinados ou indeterminados.
a) se a coisa for corpo certo, dispõe o art. 341, que deve “ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada”
b) se a obrigação for de coisa fungível, ou em sendo a obrigação alternativa, cabendo a escolha ao devedor, ele ofertará a coisa. Se a escolha competir ao credor “será elecitado para este fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente” (art. 342).
c) obrigações ilíquidas NÃO podem ser objeto de consignação, enquanto não se tornarem líquidas.
d) as obrigações de fazer ou não fazer, por sua natureza, NÃO permitem a consignação; no entanto, na obrigação de fazer, se esta estiver aderida a uma obrigação de entregar, em princípio pode haver consignação da coisa.
e) o imóvel pode ser consignado (o depósito das chaves simboliza o depósito), inclusive o imóvel não edificado, em favor do compromitente vendedor, que já recebeu todo o preço.
- Não confundir com a penhora (meio através do qual o credor busca bens do devedor para satisfação da obrigação; feita obrigatoriamente através do Poder J). A penhora afasta a auto-tutela porque o J cria meios para que o credor tome bens do devedor para garantir a execução.
HIPÓTESES (art. 335)> são taxativas (a consignação judicial só se pode dar nos casos e formas contidos nesse artigo)
Art. 335> A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar (1) receber o pagamento, ou (2) dar quitação na devida forma
- Trata-se aqui da dívida portable
- O devedor é obrigado a pagar, independentemente das condições do credor. Não importa se, por ex, o credor está no exterior, a obrigação do devedor não estará afastada e, caso ele não pague, estará em mora.
- “Sem justa causa”:
- é um conceito jurídico em aberto: deve ser apreciada no caso concreto
- se o credor não recebe, por ex, porque (1) quer mais do que é devido, ou simplesmente porque (2) quer forçar uma rescisão contratual, há ausência de justa causa, sendo cabível, portanto, a consignação.
- ex> locador quer retirar o locatário do apto mas não consegue encontrar motivos para despeja-lo (o locatário paga pontualmente, faz todas as reformas necessárias, etc) o locatário-credor pretende forjar uma inadimplência do devedor, mudando-se sem avisar ao locador para que este, não tendo a quem pagar, fique inadimplente o devedor é obrigado a continuar pagando para afastar a sua mora. Não possuindo meios para pagar ao credor, poderá fazer uso da consignação bancária ou judicial.
- “Dar a quitação na devida forma” a quitação é um direito do devedor: não está o devedor obrigado a pagar sem a devida quitação.
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos
- A hipótese trata da situação da dívida queráble, onde cabe ao credor ir receber a coisa se o credor se mantém inerte, abre a possibilidade da consignação ao devedor.
- Esta situação pressupõe a hipótese em que a obrigação deve ser cumprida fora do domicílio do credor e este se mantém inerte
- Ex> O credor não vai buscar a obra-de-arte na casa do devedor, que consigna a obra A obra será remetida a um depósito e o devedor se eximirá da responsabilidade de mantê-la íntegra (porque o credor deveria ter ido buscar); não poderá ser considerado em mora e nem ser culpado caso a obra consignada se deteriore no depósito.
- Ex> O contrato de locação do meu apto foi prorrogado mas, meses depois, decido sair de lá No entanto, não consigo encontrar o locatário para comunica-lo da minha decisão Há 2 opções: permaneço no apto e continuo pagando OU consigno judicialmente as chaves – este ato significará que a locação não existe mais (o bem já estava disponível para o locador)
Obs> Contrato não renovado Renovação tácita
 Ação consignatória> Autor: devedor
			 Réu: credor 	
III - se o credor for (1) incapaz de receber, for (2) desconhecido, (3) declarado ausente, ou (4) residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil
- Refere-se à obrigação portável
- Credor incapaz de receber : por ex, credor em coma
- Credor desconhecido: é o caso do credor falecido, quando não se conhecem os herdeiros. No processo, há sempre que constar a parte passiva. Ao menos o espólio deve figurar no pólo passivo do processo. Aqui, a citação será, fatalmente, editalícia, para ciência de todos os interessados.
- Credor ausente:
- é ausente quem declarado tal judicialmente 
- na situação de ausência, deverá haver um curador nomeado para o ausente (nesse caso, o curador poderá receber validamente a não ser que o ausente tenha deixado procurador, porém sem poderes de dar quitação)
- para a consignação, o ausente equipara-se àquele que está em local ignorado, ou de acesso perigoso ou difícil.
- “residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil”: não será obrigado, por ex, o devedor, a dirigir-se ao domicílio do credor para entregar a res devida se o local foi declarado em calamidade pública, em face de uma epidemia ou de um inundação.
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento
- Ex> O credor originário faleceu e apresentam-se vários sucessores que estão brigando judicialmente pelo imóvel do de cujus pode consignar
- Art. 1.784, CC: os herdeiros desde logo sub-rogam-se nas relações jurídicas envolvidas do de cujus se um dos filhos possivelmente será considerado indigno de receber a herança pelo art. 1.814, CC (por ex, é suspeito de ter mandado matar seus pais) e, portanto, não se sabe se ele será legítimo a receber a herança, o devedor poderá consignar.
- O art. 898, CPC contempla o procedimento da hipótese para o caso em que:
- não compareça nenhum dos demandados: o processo converte-se em arrecadação de bens de ausentes
- comparece apenas um: o juiz julgará de plano e não necessariamente será quitada a dívida com relação ao réu que compareceu
- comparece + de 1 pretendente: o juiz julgará efetuado o depósito, extinta a dívida e o processo; pelo rito ordinário, prosseguirá entre os postulantes, declarando afinal a quem pertence o depósito. 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
- Litígio = lide = pretensão deduzida em juízo
- O litígio aqui é entre o credor e 3° o devedor deve entregar coisa ao credor, coisa essa que está sendo reivindicada por 3° O devedor deve exonerar-se com a consignação O credor e o 3° é que resolverão, entre ele, a pendência.
 A questão vem melhor especificada no art. 344: 
“O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.”
- Como se ingressa com a ação consignatória?
Art. 889, CPC: É expedida guia para pagar em juízo e o autor deposita. Se for coisa: solicito ao juiz a consignação da coisa, que pode ficar em depósito, ou em lugar às expensas do devedor (que depois é ressarcido pelo credor, etc).
Procedimento da consignação (arts. 890 a 900, CPC)
Art. 336. 
- “Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento”.
- Ressalta-se aqui que a consignação nada + é do que modalidade de pagamento, com todos seus requisitos efetuados por via do processo (requisitos objetivos + subjetivos)
- São requisitos:
- a legitimidade: de quem deve pagar e a quem se deve pagar o pagamento envolve exclusivamente os envolvidos na relação jurídica, a identidade do pagamento
- a identidade do pagamento: se o pagamento deveria ser feito em mercadoria, a consignação deverá ser feita em mercadoria; se o pagamento deveria ser feito à vista, a consignação deverá ser feita em uma só vez portanto, há uma correspondência entre a coisa consignada e o objeto do pagamento
- além de outros
Art. 337. 
- “O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente”.
- Uma vez que o devedor tenha promovido a consignação, ele:
- não está + responsabilizado pelos riscos de perecimento da coisa
- afasta a mora
desde que ele tenha sucesso na sua ação, isto é, que ele esteja certo na sua pretensão consignatória (por ex, o credor deverá estar comprovadamente ausente; inexistênciade herdeiros, etc)
- Obs> Locador falece, deixando um filho único, mas há uma ação de investigação de paternidade movida por outro filho. Locatário não sabe a quem pagar Poderá valer-se da consignação ou, se a forma convencionada de pagamento era via depósito bancário e o locatário dispõe do n° da c/c do credor, poderá efetuar o pagamento através do depósito (reverteu em proveito do falecido). Importante ressaltar que o depósito só é válido se essa foi a forma convencionada (há de se respeitar a identidade do pagamento – elemento objetivo do pagamento)
- A procedência da ação consignatória demonstra a razão do devedor prova que era cabível a consignação
Direito do consignante ao levantamento do depósito
- O depositante, no curso da ação consignatória, poderá requerer o levantamento da coisa depositada:
- “Levantar”: tomar de volta o dinheiro ou a coisa
1) Antes da contestação da lide, desde que pague as despesas respectivas Art. 338: “Enquanto o credor (1) não declarar que aceita o depósito, ou (2) não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito”.
- Ex> Devedor quer se valer da ação de consignação em pagamento e deposita a coisa em prol do credor mas antes deste vir aos autos dizer se aceita ou repudia a consignação, o devedor pede o levantamento Com este ato, o devedor assume a responsabilidade pelos juros, perecimento da coisa, etc, isto é, a obrigação do devedor ainda não está cumprida.
2) Depois da aceitação Art. 340: “O credor que, (1) depois de contestar a lide ou (2) aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá (a) a preferência e (b) a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído”.
- Se, numa ação consignatória que foi julgada procedente, haviam vários co-devedores e um deles pretende levantar o pagamento, esse levantamento só será possível se, tendo o credor consentido, os devedores tiverem anuído também Havendo anuência, a obrigação extingue-se para os d+ co-devedores mas persiste para o devedor que optou pelo levantamento. Diz-se, com isso, que houve a NOVAÇÃO (extinguiu a obrigação mas criou outra nova)
3) Após a sentença que julgou procedente a ação de consignação, se o credor consentir, de acordo com os outros devedores e fiadores, a fim de que se resguardem seus direitos Art. 339: “Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores”.
- Uma vez tendo o juiz decidido que pertine o depósito, o devedor já não poderá levanta-lo pois o valor pertence ao credor
Art. 341. 
- “Se a coisa devida for (1) imóvel ou (2) corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada”.
- Traz a consignação dos bens infungíveis
- Ex> Comprador de um apto que não aceita a entrega do imóvel recém-construído porque o material empregado na obra é diverso do que consta no memorial descritivo A construtora precisa entregar o imóvel pois contra ela corre o IPTU Ela pode valer-se deste artigo: consigna o imóvel, que ficará à disposição do credor Se, em razão de uma chuva torrencial, começa uma infiltração no apto:
- se a ação pertine: a infiltração não corre por conta do devedor
- se a ação não pertine: a substituição / restauração da coisa cabe ao devedor, que deverá entregar o apto tal como prometeu.
Art. 342. 
- “Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de (1) perder o direito e de (2) ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente”.
- Externa a possibilidade da consignação, mesmo de coisas indeterminadas
- C/C arts. 244, 252, 255, 256, CC
- A escolha cabe ao credor mas ele, negando-se a escolher, transfere o direito de escolha ao devedor Mas o devedor deverá consignar o meio-termo
- Ex> Devedor se compromete a entregar um de seus cavalos ao credor, que se nega a receber A escolha da coisa se transfere ao devedor, que não poderá escolher nem o garanhão nem o pangaré O credor deverá aceitar aquilo que foi escolhido pelo devedor, pois ele não se manifestou escolhendo.
Art. 343. 
- “As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor”.
- A parte vencida em uma ação arca com os ônus sucumbenciais 
- Ônus sucumbenciais = custas judiciais + despesas processuais (por ex, despesa de citação, intimação, contratação de peritos, etc) + honorários advocatícios (art. 20, CPC).
Art. 344. 
- “O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento”.
- No concurso de preferências, haverá vários credores do credor intitulados ao crédito Como o devedor consignante não pode arriscar-se a pagar mal, poderá ele valer-se da consignação. Na verdade, aí, o crédito já é um bem que pertence a terceiros e não mais ao credor da dívida.
- Ex> Casal está dissolvendo sociedade conjugal e é credor de uma dívida Se o devedor, TENDO CONHECIMENTO DO LITÍGIO, paga a um dos credores ao invés de consignar, e o crédito, ao final de uma verificação, era de outro cônjuge o devedor terá de pagar 2x, pois que assumiu o risco do pagamento.
Art. 345. 
- “Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação”.
- Regra> a ação consignatória é proposta pelo devedor (autor)
- Exceção> art. 345: vários credores que tentam se excluir no recebimento do crédito, qq um deles poderá ajuizar a ação de consignação em pagamento um dos credores será autor e o outro, réu. A consignação do crédito far-se-á dentro dessa ação proposta por um dos credores. 
- Ex> 2 credores, onde um é credor dos pagamento feitos nos meses de n° par e o outro, dos de n° ímpar, entram em conflito
- Ex> Um credor que acusa o outro de não ser legítimo
6.2. DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
- Sub-rogação: significa substituição faz substituir o sujeito da obrigação mas não a extingue propriamente Sub-rogar-se é colocar-se na posição de outrem dentro de uma relação jurídica (transferência de posição)
- Pagamento com sub-rogação: um 3°, e não o primitivo devedor, efetua o pagamento 
- Efeitos:
- o 3° que paga a dívida substitui o credor originário da obrigação, de forma que passa a dispor de todos os direitos, ações e garantias que tinha o primeiro.
- não há prejuízo para o devedor, que em vez de pagar o que deve a um, deve pagar o devido a outro
- a dívida conserva-se, não se extinguindo
- o sub-rogado não recebe + do que receberia o credor originário Não pode haver finalidade especulativa na sub-rogação
- o sub-rogado não tem ação contra o sub-rogante no caso de o devedor ser insolvente: mas, se a obrigação for nula ou não existir, pelo princípio do enriquecimento sem causa, o que pagou tem direito ao reembolso
- Há 2 modalidades de sub-rogação:
legal: o legislador é que determina sua incidência, é ele que determina o direito de outrem
convencional: o acordo entre as partes é que permite a sub-rogação
Art. 346: HIPÓTESES DE SUB-ROGAÇÃO LEGAL
- A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum
- A situação pressupõe a existência de + de 1 credor do mesmo devedor Pode ocorrer que esse credor tenha interesse em afastar o outro que tenha prioridade no crédito, preferindo ficar sozinho na posição de credor, aguardando momento + oportuno para cobrar a dívida.
Ex> Alguém é credor quirografário juntamente com um credor trabalhista, que tem, portanto, preferência. Afastando o débito trabalhista, pode aguardar com maior calma o momento oportuno de, por ex, levar bem penhorado à praça e se ressarcir de toda a dívida, a suae a dívida trabalhista que pagou e nela se sub-rogou.
Obs> Havendo vários devedores, se alguém paga em nome de qq dos co-devedores, ele está autorizado a sub-rogar-se em nome do credor
Credor A Co-devedores X, Y e Z Se Z paga toda a dívida, ele sub-roga-se nos direitos do credor.
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
- Há 2 hipóteses previstas: 
(1) O adquirente do imóvel hipotecado paga a credor hipotecário, sub-rogando-se nos direitos deste
- Credor hipotecário: por ex, bancos Ocorre muito: a pessoa faz empréstimo no banco ou faz um financiamento bancário. Em contrapartida, dá o seu imóvel em garantia (imóvel hipotecado = imóvel garantidor de financiamento bancário)
Ex> O imóvel hipotecado pode ser vendido. A pessoa que compra um imóvel, sabendo que o mesmo está hipotecado, pode compra-lo simplesmente ou, o que é + prudente, pagar parte do valor de compra ao vendedor e a outra parte para quitar a dívida da hipoteca.
	Se o comprador compra o imóvel hipotecado e o vendedor não usa o dinheiro para quitar a hipoteca, o Banco (credor hipotecário), se não receber o dinheiro que emprestou ao vendedor, pode tomar o imóvel do comprador. 
	Ocorre a evicção, isto é, ocorre a perda da coisa por decisão judicial O comprador perde o bem para o Banco e sub-roga-se nos direitos deste (surge o direito de cobrar do vendedor)
(2) Terceiro que efetiva o pagamento
- Terceiro: é todo aquele que não participa da relação jurídica primitiva
- Ex> Contrato de locação (art. 575, CC) Imóvel locado sobre o qual recai a hipoteca, pois é financiado O locatário paga os alugueres assiduamente mas o locador não tem pagado as prestações da hipoteca Em razão disso, o Banco ameaça tomar o imóvel Mas o locatário, que é 3° com interesse no imóvel, opta por quitar a hipoteca e, fazendo isso, sub-roga-se nos direitos do Banco (credor hipotecário)
 Compensação: o locatário pagou a dívida hipotecária e poderá compensar nos aluguéis que deveria pagar
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual (1) era ou (2) podia ser obrigado, no todo ou em parte.
- Trata-se do caso do fiador que solve débito do afiançado (CC, art. 831); do devedor solidário que paga a totalidade da dívida, passando a ter o direito de reclamar dos demais coobrigados a quota de cada um (CC, art. 283); do devedor de obrigação indivisível que satisfez por inteiro prestação em que era só parcialmente interessado (CC, art. 259, pu); do herdeiro ou sucessor que remir penhor ou hipoteca, ficando, por isso, sub-rogado nos direitos do credor pelas quotas que houver satisfeito (CC, art. 1.429, pu) Em todas essas hipóteses a lei, para garantir o reembolso do que paga, evitando enriquecimento sem causa do devedor, sub-roga o solvens nos direitos do credor, já que pagou débito pelo qual podia ser obrigado. É preciso salientar, portanto, que 3° não interessado que venha a solver dívida alheia, não terá sub-rogação em seu favor, coibindo-se, assim, especulações eventuais (CC, art. 305).
- Diferença com a hipótese anterior: 
- no inciso II: o 3° não seria, em hipótese nenhuma, chamado a pagar a dívida, pois que ele não participa da relação.
- no inciso III: o 3°, aqui, pode ser compelido a pagar a dívida. Aplica-se no caso do fiador (não tem o débito, mas tem a responsabilidade)
- Obs> Figura da locação com contrato acessório de fiança:
Locador x Locatário (tem o débito, é o afiançado)
 	 Fiador (tem a responsabilidade, dá a garantia)
- Hipoteca: a garantia é sobre o bem imóvel
- Fiança: a garantia é sobre a pessoa do fiador (garantidor)
Art. 347: HIPÓTESES DE SUB-ROGAÇÃO CONVENCIONAL
- A sub-rogação é convencional: em ambas há um acordo de vontade entre o credor e o 3°
I - quando o credor (1) recebe o pagamento de 3° e (2) expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
Exemplo
C (credor) D (devedor)
 
T (terceiro)
cessão de crédito
- D deve R$ 1.000 a C T paga no lugar de D C transfere o direito de cobrar a T (cessão de crédito), o que faz com que este sub-rogue-se nos direitos daquele.
- Há iniciativa do credor, que recebe a importância de 3° (3° totalmente estranho à relação creditória, pois, se fosse pessoa interessada, operar-se-ia uma sub-rogação legal e não convencional) O devedor não necessita aquiescer; o fenômeno pode ocorrer com ou sem seu conhecimento (portanto, diferença com a cessão de crédito)
- C/C art. 286 e ss, CC = cessão de crédito
- Um exemplo disso é o adiantamento de crédito que Bancos fazem, em troca de uma taxa bancária. O credor tem um cheque pré-datado, vai ao Banco e trova em dinheiro (deduzida a taxa). O Banco sub-roga-se nos direitos do credor.
II - quando 3ª pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
- Há iniciativa do devedor, que consegue alguém que lhe empreste o numerário para pagar a dívida e passa a dever, com todos os direitos originários, ao mutuante.
- O devedor, independentemente de anuência do credor, troca-o por outro
- Mutuante: “eu empresto dinheiro para pagar, contanto que você transfira os direitos de credor para mim” Ingressa na relação jurídica, sub-roga-se nos direitos do sub-rogado
- Contrato de mútuo (art. 591, CC): empréstimo de bens fungíveis
- C/C arts. 586 e ss.
Art. 348. 
Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito.
Art. 349. 
- “A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores”.
- Abrangência da sub-rogação
- O sub-rogado (credor) transfere ao sub-rogante todos os direitos decorrentes da sub-rogação
> Efeitos da sub-rogação
- Tanto na sub-rogação legal como na convencional, tem-se os seguintes efeitos:
efeito liberatório: por exonerar o devedor ante o credor originário
efeito translativo: por transmitir ao 3°, que satisfez o credor originário, os direitos de crédito que este desfrutava, com todos os seus acessórios e inconvenientes, pois o sub-rogado passará a suportar todas as exceções que o sub-rogante teria de enfrentar
- Há, no entanto, uma diferença nos efeitos da sub-rogação legal com a convencional: art. 350
Art. 350. 
- “Na sub-rogação LEGAL o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor”.
- Traz os efeitos da sub-rogação 
- 3° que paga a dívida do devedor Os direitos decorrentes dessa sub-rogação se limitam ao valor da dívida, isto é, na exata medida da pessoa do sub-rogado (3° sub-roga-se nos direitos do credor, que é o sub-rogado)
 A sub-rogação se dá na figura do devedor primitivo, assume a posição deste. 
- Esta é a diferença com a sub-rogação convencional: nesta, por predominar a autonomia da vontade, nada impede que as partes estipulem o que lhes aprouver a respeito Isto é, as partes estão livres para dispor diferentemente, por ex, expressando sua vontade no sentido de alterar valores da sub-rogação. No entanto, se não houver pacto expresso, tem plena aplicação o disposto neste artigo.
Art. 351. 
- “O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever”.
- 3° que paga parte da dívida que o devedor tem com o credor originário sub-roga-se no valor restante MAS quem tem preferência no pagamento da dívida é o credor primitivo (é o resguardo da relação jurídica)
- Ex> Dívida de 1.000 que D tem com C Um 3° (T) paga 500,00 e sub-roga-se nos direitos dessa importância O devedor fica então a dever 500 ao credor originário e 500 ao sub-rogado Quando da cobrança de seus 500, o credor originário não encontra bens suficientes para seu crédito de 500 Terá ele preferência, recebendo, no que tiver, antesdo sub-rogado, que ficará irressarcido
C (credor) D (devedor) – Caso D só tenha 500,00 para pagar, pagará 1° a C,
 				 que é o credor primitivo
T (terceiro) paga 500,00 da dívida 
de 1.000,00 que D tem com C
6.3. IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO
- É meio indireto de pagamento através do qual o devedor, encontrando-se em débito em + de uma oportunidade com o credor, deverá / poderá apontar qual débito será primeiramente pago.
 É forma de se quitar 1 ou + débitos, quando há vários, do mesmo devedor, em relação ao mesmo credor.
- Trata-se da aplicação de um pagamento a determinada dívida (ou + de uma), entre outras que se têm com o mesmo credor, desde que sejam da mesma natureza, líquidas e vencidas (art. 352)
- Aplicação prática: modernamente, é costume que uma infinidade de obrigações seja debitada automaticamente, em conta, mediante autorização do cliente. Se o correntista não tiver numerário depositado em volume suficiente para débitos que vençam na mesma data, por ex, devem ser aplicados os princípios da imputação de pagamento. É freqüente o abuso das instituições financeiras a esse respeito.
REQUISITOS (art. 352)
1) Pluralidade de débitos: mais de 1 débito, porém independentes entre si. 
- Não se constituem débitos, por ex, os pagamentos mensais da mesma obrigação, contraída para pagamentos a prazo. 
- Em um só débito não pode o credor ser obrigado a receber parcialmente.
2) Devem concorrer as pessoas de 1 só credor e 1 só devedor (uma parte ativa e uma parte passiva da obrigação) 
3) Os débitos devem ser da mesma natureza, isto é, deve existir compatibilidade no objeto do pagamento
- Ou melhor, as dívidas devem apresentar a fungibilidade recíproca, de tal modo que ao credor seja indiferente receber uma ou outra. Por ex, se José deve a Mário RS 5.000 e uma jóia, e oferece soma em $, claro está que o débito extinto foi aquele consistente nos R$ 5.000, não havendo necessidade de imputação do pagamento. Ante o fato de as dívidas serem de natureza diversa, o devedor, ao oferecer a prestação em $, não poderá pleitear que ela seja imputada na 1ª ou na 2ª dívida. O que se exige é que as prestações devidas consistam em coisas fungíveis de igual espécie e qualidade, sem o que não haverá imputação.
- Pagamentos de dívidas em dinheiro são sempre compatíveis
- Não são compatíveis: obrigações de dar com obrigações de fazer e não fazer Se um débito refere-se a um pagamento em dinheiro e outro à feitura de uma obra, não há compatibilidade. Se uma obrigação deve ser paga em dinheiro e outra em cereais, tb não há compatibilidade.
4) As dívidas devem ser líquidas
- Obrigação líquida: é a obrigação certa quanto à sua existência e determinada quanto ao seu objeto
- Uma dívida que depende de apuração, quer judicial, quer extrajudicial, não é líquida e certa.
5) O pagamento ofertado pelo devedor deve ser suficiente para quitar ao menos uma das dívidas O pagamento deve ser suficiente para uma (no mínimo) ou + de uma dívida
- Uma vez que o credor não está obrigado a receber parcialmente, este princípio é conseqüência da regra geral. 
- E se a quantia ofertada for superior ao débito de menor valor, mas não atingir o débito de maior valor? Entende-se que, afora acordo entre as partes, o pagamento refere-se à dívida de menor valor. O excedente não deverá necessariamente ser acerto pelo credor para amortizar a dívida de maior valor, porque se trataria de pagamento parcial.
6) A dívida deve ser vencida Presume-se que o credor não queira receber, nem o devedor pagar, antes de a dívida vencer e tornar-se exigível. 
ESCOLHA DA DÍVIDA
Regra: Imputação do pagamento feito pelo devedor
- A escolha da dívida a ser adimplida é do devedor (art. 352) Cabe à pessoa obrigada, ou quem lhe faz as vezes, fazer a imputação. Nesse caso, o devedor escolhe a dívida que paga e não pode o credor opôr-se.
- Art. 352: “A pessoa obrigada por 2 ou + débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos”.
- A escolha do devedor, porém, sofre mitigação (não é absoluto): 
Art. 354: “Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á 1° nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital”.
 Isto é, se o credor concordar, poderá ser quitado parte do capital.
Exceções:
 
1) Imputação de pagamento feito pelo credor
- Se o devedor se mantiver silente e não se manifestar oportunamente, o direito de escolha passa ao credor (art. 353), a menos que ele aja com violência ou dolo. 
- Art. 353: “Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo”.
- Pelo que se vê da dicção do art. 353, a imputação pelo credor deve ocorrer no momento do pagamento, quando da quitação. O devedor perde seu direito quando aceita a quitação.
- Assim, no exemplo dado, se há débitos automáticos em conta de um cliente de banco e o correntista, não tendo saldo para quitar todos os débitos, não notifica a instituição financeira acerca de qual ou quais débitos deseja o pagamento, cabe ao banco escolher as dívidas a serem quitadas.
- Prova de violência (coação) ou dolo: cabe ao devedor. 
2) Imputação de pagamento feito pela lei
- Se nenhuma das partes se manifestar oportunamente, a lei dá parâmetros para fixar qual dos débitos foi pago (art. 355). Trata-se, no último caso, da imputação legal. 
- Art. 355: Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em 1° lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
1°) As dívidas vencidas em primeiro lugar em razão do fator temporal (presume-se que a dívida vencida em 1° lugar possua maiores acréscimos de juros, cláusula penal e correção monetária).
Obs> As dívidas ilíquidas e não vencidas não entram na imputação legal. 
2°) Se todas as dívidas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na + onerosa. 
- Ex> Há preferência de imputação na dívida com garantia real ou fiança à dívida exclusivamente quirografária; preferir-se-á a dívida com juros de 12% a.a. àquela com juros de 6%; preferir-se-á o débito com multa maior, etc. A lei procura facilitar a situação do devedor
3°) Se as dívidas forem iguais, a doutrina diz que se preferirá a + antiga. 
6.4. DA DAÇÃO EM PAGAMENTO
- É um meio indireto de pagamento através do qual o devedor oferece como pagamento prestação diversa da que é devida
 O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida (faculdade do credor). Consentindo, será possível a dação em pagamento (art. 356). É em respeito ao princípio da Identidade que se deve observar o consentimento do credor.
- Na dação em pagamento, não há necessidade de equivalência de valor na substituição. Não há nem mesmo necessidade de que as partes expressem um valor; Tão-só que manifestem sua intenção de extinguir a dívida com a entrega. Pode a dação ser parcial: apenas parte do conteúdo da obrigação é substituído. O devedor, por ex, não tendo dinheiro suficiente, dá parte em dinheiro e parte em espécie. Pode também o credor concordar em receber parcialmente in solutum remanescendo parte da dívida na obrigação originária. Nesta hipótese, há necessidade de se explicitar o valor que fica em aberto.
- Ex> Compras on-line (e-commerce), onde muitas vezes o consumidor compra determinado produto mas não é advertido de que o mesmo não está disponível no mercado. Pelo princípio da identidade, a empresa estaria obrigada a dar o produto escolhido pelo cliente. Tal obrigação será dispensada se o consumidor permitir a dação em pagamento. Se o cliente não permitir e, tornando-se impossível cumprir a obrigação converte-se em perdas e danos
- Ressarcir: retornar ao estado anterior
- Indenizar: compensar um

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