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CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 5: SERVIDORES NA CF As questões selecionadas para este encontro tratam das disposições constitucionais e legais atinentes aos agentes públicos, dentre eles, em especial, os servidores públicos. Esses temas contam do Ponto 07 do Curso. Questão 01 (Analista Judiciário - TRT - 7ª Região – 2003) - Tratando-se da vedação constitucional de acumulação remunerada de cargos, empregos e funções, assinale a afirmativa verdadeira: a) a possibilidade excepcional de acumulação de cargos impõe a compatibilidade de horários e a correlação de matérias. b) na área de saúde, a exceção à vedação de acumulação limita-se aos cargos privativos de médicos. c) a proibição de acumular limita-se à Administração Direta e Indireta da respectiva esfera da Federação na qual tenha vínculo o servidor. d) inclui-se na proibição de acumulação a percepção de remuneração pela participação em conselhos de administração de empresas estatais. e) pode haver acumulação de provento de aposentadoria com remuneração de um cargo de provimento em comissão, declarado de livre nomeação e exoneração Gabarito: E. Comentários: a) a possibilidade excepcional de acumulação de cargos impõe a compatibilidade de horários e a correlação de matérias (errada). As regras sobre acumulação remunerada de cargos, empregos ou funções públicas constam dos inc. XVI. e XVII do art. 37 da Constituição Federal, a seguir transcritos: “XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inc. XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões regulamentadas; XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções, e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;” CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 2 Pelas disposições constitucionais, concluímos que a regra geral é a proibição de acumulação remunerada de cargos, empregos ou funções públicas. Excepcionalmente admite-se a acumulação, desde que: 1) haja expressa previsão da hipótese de acumulação na Constituição (nenhuma lei ordinária pode criar hipóteses de acumulação); e 2) haja compatibilidade de horários para o desempenho simultâneo de dois cargos, empregos ou funções públicas. Preenchidos estes dois requisitos, é lícita a acumulação. A CF/88 não exige que haja correlação de matérias entre os cargos, empregos ou funções públicas, como o fazia a Constituição anterior. É possível, por exemplo, desde que haja compatibilidade de horários, a acumulação de um cargo científico na área orçamentária com um emprego de professor na área da saúde; ou um emprego técnico no setor bancário com um cargo de professor na área de psicologia (a alternativa está, portanto, errada) Com relação ao inc. XVII, é importantíssimo fazermos referência às alterações promovidas em sua redação pela EC 19/98. Na redação original do inciso só havia menção às autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas; em suma, às entidades da Administração Indireta. A emenda aumentou a abrangência do dispositivo, acrescentando à sua redação as subsidiárias de empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como as sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público. Como estas entidades não pertencem à Administração Indireta, temos que a proibição de acumulação abrange não só a Administração Direta e a Indireta, alcançando também todas as demais entidades sob controle acionário do Poder Público. Além das hipóteses de acumulação previstas no inc. XVI do art. 37, há, em outros pontos do texto constitucional, mais três hipóteses de acumulação lícita. São elas: - os servidores da Administração direta, autárquica e fundacional, se eleitos para o mandato de vereador, se houver compatibilidade de horários obrigatoriamente acumularão seu cargo, emprego ou função pública com o exercício do mandato de vereador (CF, art. 38, inc. III). Esta é a única hipótese de acumulação obrigatória prevista na Constituição; - os membros do Ministério Público poderão exercer, além de seu cargo, mais uma função pública de magistério (CF, art. 128, § 5°, II, d); - os magistrados poderão exercer, além do seu cargo, mais uma função de magistério (CF, art. 95, parágrafo único, I): no caso dos magistrados a CF autoriza apenas uma função de magistério, seja no serviço público ou na iniciativa privada; no caso dos membros do MP a CF autoriza mais uma função pública de magistério, silenciado quanto ao magistério na iniciativa privada (com o que, implicitamente, autoriza aos membros do MP que, além da função pública de magistério, exerçam mais funções desta natureza na iniciativa privada). b) na área de saúde, a exceção à vedação de acumulação limita-se aos cargos privativos de médicos (errada). Esta assertiva estaria correta nos termos originais da alínea c do inc. XVI, a qual só admitia a acumulação quando se tratasse de dois cargos ou empregos privativos de médicos. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 3 Para os demais profissionais da área da saúde (fonoaudiólogos, fisioterapeutas, dentistas, enfermeiros, nutricionistas etc) não havia autorização no corpo permanente da Constituição. Para esses profissionais havia apenas uma regra transitória, no art. 17, § 2° do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que assegurava o direito à acumulação aos profissionais que já estivessem ocupando os dois cargos ou empregos públicos na data da entrada em vigor da Constituição de 1988, mesmo não regulamentada a profissão (seria o caso, por exemplo, de um massagista). A partir daí, a acumulação só abrangeria os cargos, empregos privativos de médicos. Em 2001, por força da EC 34, tal situação se alterou, pois a referida emenda passou a autorizar a acumulação de dois cargos, empregos ou privativos de profissionais da saúde em geral, desde que com profissões regulamentadas (e, obedecendo à regra geral, desde que exista compatibilidade de horários). Perceba-se que a hipótese de acumulação não abrange cargos e empregos da área da saúde, mas cargos e empregos privativos de profissionais da saúde. É vedada, por exemplo, a acumulação de dois cargos de atendente de hospital, pois tais cargos não são privativos de profissionais da saúde. Alternativa errada. c) a proibição de acumular limita-se à Administração Direta e Indireta da respectiva esfera da Federação na qual tenha vínculo o servidor (errada). A proibição, além de não limitar-se à Administração Direta e Indireta, atinge todas as esferas da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e, ademais, todos os Poderes da República. Assim, a proibição alcança, por exemplo, um emprego no Poder Executivo Federal e um cargo no Poder Judiciário do Distrito Federal, um emprego no Legislativo de um Município e um cargo no Poder Executivo de um Estado, entre outras hipóteses possíveis. d) inclui-se na proibição de acumulação a percepção de remuneração pela participação em conselhos de administração de empresas estatais (errada). Esta regra não encontra previsão expressa na Constituição, mas na legislação ordinária federal, mais precisamente no art. 117, X, da Lei 8.112/90. O dispositivo prevê diversas condutas proibidasao servidor federal. Dentre elas, estabelece no inc. X que é vedado a ele (destacamos): “participar da gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil, salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas eu entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação do capital social, sendo-lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;” No parágrafo único do art. 119 da Lei 8.112/90, por sua vez, está prevista a autorização para que o servidor seja remunerado por esta participação. Apesar de não ter base constitucional, esta hipótese de acumulação nunca foi questionada judicialmente, de forma que devemos considerá-la válida para fins de concurso. E, e assim sendo, a alternativa está errada, já que se admite, na hipótese, a acumulação. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 4 e) pode haver acumulação de provento de aposentadoria com remuneração de um cargo de provimento em comissão, declarado de livre nomeação e exoneração (certa). Até aqui viemos tratando das hipóteses em que o agente da Administração está em pleno exercício de suas atividades em todos os cargos, empregos ou funções públicas. Não havia, quando da promulgação da CF em 1988, nenhuma regra que dispusesse sobre a possibilidade de acumulação envolvendo a remuneração pelo exercício de cargos, empregos e funções públicas com proventos de aposentadoria. Esta lacuna foi preenchida pela EC 20/98, que acrescentou ao art. 37 da CF o § 10, que reza: “§ 10 É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos art. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.” Os art. 40, 42 e 142 da CF referem-se, respectivamente, aos servidores nomeados mediante concurso para a ocupação de cargos efetivos, aos membros das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, e aos membros das Forças Armadas. Quaisquer destes agentes administrativos, quando aposentados, não poderão receber simultaneamente remuneração pelo exercício de cargo emprego ou função pública, salvo quando a acumulação dos proventos de aposentadoria se der com a remuneração de cargos: - acumuláveis, na forma da Constituição: é o caso, por exemplo, de um professor estatutário aposentado que ingressar novamente no serviço público em outro cargo de professor; - eletivos: é o caso, por exemplo, de um agente da policia federal aposentado que é eleito para o mandato de deputado federal; - em comissão: é o caso, por exemplo, de um auditor da Receita Federal aposentado nomeado para o cargo em comissão de Superintendente da Receita Federal de alguma Região Fiscal. Nestas três hipóteses, admite-se a percepção cumulativa dos proventos com a remuneração ou o subsídio. Alternativa correta. Síntese do Comentário: 1) a regra geral é a vedação à acumulação remunerada de cargos, empregos ou funções públicas, sendo que a proibição abrange os órgãos da Administração Direta, as entidades da Administração Indireta, as subsidiárias de sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público. Ademais, atinge todas as esferas da Federação e todos os Poderes da República, sendo inconstitucional, por exemplo, a acumulação de um emprego de técnico em uma autarquia estadual vinculada ao Poder Executivo com um cargo de técnico em uma fundação pública municipal vinculada ao Poder Legislativo; CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 5 2) em seis hipóteses excepciona-se esta regra geral, admitindo-se a acumulação desde que haja compatibilidade de horários entre os cargos, empregos ou funções. São elas: (a) dois cargos ou empregos de professor; (b) um cargo ou emprego de professor com outro, técnico ou científico; (c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões regulamentadas; (d) um cargo, emprego ou função na Administração direta, autárquica e fundacional com o exercício do mandato de vereador (hipótese de acumulação obrigatória); (e) o cargo de membro do MP com uma função pública de magistério; (f) o cargo de magistrado com mais uma função de magistério, seja pública ou privada; 3) a CF não exige correlação de matérias como requisito para a acumulação remuneradada; 4) apesar de não haver previsão na Constituição, os art. 117, X e 119, parágrafo único, da Lei 8.112/90, admitem que o servidor da Administração direta, autárquica ou fundacional federal acumule a remuneração de seu cargo com a remuneração decorrente de sua participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas eu entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação do capital social; 5) o art. 37, § 10, da CF, veda a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 (servidores titulares de cargos efetivos) ou dos art. 42 (membros da Policia Limitar e do Corpo de Bombeiros Militar) e 142 (membros das Forças Armadas) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. Questão 02 (Especialista MPOG/2002) – Tratando-se de acumulação de cargos e empregos públicos, avalie a seguinte situação: José, Auditor aposentado da Receita Federal, é Professor da Autarquia Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Pretende, agora, submeter-se ao concurso público para Gestor governamental. Uma vez aprovado, aponte a sua conduta lícita. a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar posse como Gestor. b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração em sua situação funcional. c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se renunciasse à aposentadoria de Auditor. d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o magistério na UFRJ e renunciar à aposentadoria de Auditor. e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para tomar posse como Gestor. Gabarito: C. Comentários: Esta é uma questão que já se tornou tradicional em concursos públicos. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 6 Numa análise inicial da situação, temos que José simplesmente não poderia tomar posse no cargo de Gestor governamental, uma vez que é aposentado como Auditor da Receita Federal e possui um cargo como professor de uma autarquia federal. A acumulação dos proventos da aposentadoria como auditor com a remuneração do cargo de professor é autorizada pela Constituição, a partir de uma leitura conjunta do § 10 com a alínea b do inc. XVI, ambos do art. 37 da CF. Aqui não há nenhum problema. Problema há com relação à acumulação dos proventos como auditor com a remuneração do cargo de gestor, situação que caracteriza hipótese de acumulação não autorizada pela Constituição, uma vez que ambos os cargos são técnicos. Em hipóteses como esta se encontraram diversas servidores, que, aposentados em um cargo, queriam aumentar seus rendimentos mediante a posse em outro, com maior remuneração, mas não poderiam receber cumulativamente os proventos e a remuneração, pois a situação era de acumulação não permitida. Analisando a situação destes servidores, o STF entendeu pela constitucionalidade da posse no novo cargo, desde que tais servidores renunciassem aos proventos de aposentadoria, uma vez que, com a renúncia, não haveriapercepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo, em situação de acumulação vedada pela CF. O servidor abriria mão de seus proventos, e a partir daí, quando não estivesse mais recebendo-os, poderia licitamente tomar posse no cargo e passar a perceber a remuneração respectiva. É evidente que com a renúncia não há percepção simultânea de proventos com remuneração em hipótese de acumulação não autorizada pela Carta Magna. Aplicando esse entendimento do STF à situação descrita no enunciado, podemos concluir que está efetivamente correta a alternativa c: se José renunciar à aposentadoria como auditor, poderá tomar posse no cargo de gestor. Além disso, poderá manter seu cargo de professor, já que a CF permite a acumulação remunerada de um cargo de professor como outro técnico ou científico (o de gestor). Síntese do Comentário: 1) numa situação de acumulação de proventos de aposentadoria com remuneração vedada pela Constituição admite-se que o servidor renuncie aos proventos e passe a receber a remuneração, pois com a renúncia não há que se falar em percepção simultânea. Questão 03 (Procurador do BACEN/2002) – José, magistrado aposentado, graduou-se em jornalismo e pretende retornar ao serviço público. Assinale no rol abaixo o cargo que ele pode exercer, acumulando os seus proventos de magistrado e a remuneração do novo cargo. a) Procurador da República. b) Juiz de Direito estadual. c) jornalista efetivo do Diário Oficial. d) Secretário Municipal de Comunicação. e) cargo efetivo de Assessor de Imprensa estadual. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 7 Gabarito: D. Comentários: Aplicação direta do § 10 do art. 37 da Constituição. Relembrando, o dispositivo em questão veda que aquele que perceber proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 da CF (regime de aposentadoria próprio dos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo), do art. 42 (regime de aposentadoria dos militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros) ou do art. 142 (regime de aposentadoria dos militares das Forças Armadas) receba simultaneamente remuneração decorrente do exercício de cargo, emprego ou função pública. Esta é a regra geral. O dispositivo ressalva, contudo, a possibilidade de acumulação dos proventos com (1) a remuneração de cargo, emprego ou função nas hipóteses permitidas ela CF (por exemplo, proventos decorrentes de aposentadoria num cargo técnico com remuneração de um cargo de professor), (2) a remuneração decorrente do exercício de cargos em comissão e (3) o subsídio percebido pelo exercício de cargo eletivo. Aplicando-se esta regra ao caso citado na questão, concluímos que José, na condição de magistrado aposentado, poderá licitamente acumular seus proventos de aposentadoria com a remuneração do cargo em comissão de Secretário Municipal de Comunicação. Correta, então, a alternativa d. Deve-se ressaltar que a EC 20/98, quando acresceu ao texto constitucional o dispositivo ora comentado, estabeleceu uma regra de transição para aqueles que, quando de sua entrada em vigor, eram aposentados pelo art. 40, 42 ou 142 da CF e detinham cargo, emprego ou função pública em situação de acumulação não permitida pela Constituição. A eles foi permitida a manutenção da acumulação dos proventos com a remuneração. Contudo, foi-lhes vedada a possibilidade de acumularem proventos de duas aposentadorias decorrentes do art. 40, 42 ou 142 da CF. Por exemplo, se José, magistrado aposentado, houvesse tomado posse num cargo efetivo de auditor municipal antes da entrada em vigor da EC 20/98, poderia continuar com a acumulação dos proventos e da remuneração. Não terá direito, contudo, a uma nova aposentadoria pelo cargo de auditor, uma vez que, tratando-se de cargo efetivo, ele se enquadra no regime previdenciário do art. 40. Síntese do Comentário: 1) o § 10 do art. 37 da CF, acrescentado à Carta pela EC 20/98, veda a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 da CF (regime de aposentadoria próprio dos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo), do art. 42 (regime de aposentadoria dos militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros) ou do art. 142 (regime de aposentadoria dos militares das Forças Armadas) com a remuneração decorrente do exercício de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses de acumulação permitidas na CF, os cargos eletivos e os cargos em comissão; 2) a EC 20/98 estabeleceu uma regra de transição para aqueles que, à data da sua entrada em vigor, encontravam-se em situação de acumulação vedada. Poderão CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 8 continuar acumulando seus proventos de aposentadoria com a remuneração decorrente de cargo emprego ou função, fora das hipóteses ressalvadas no dispositivo. Contudo, não farão jus a duas aposentadorias pelos regimes previdenciários dos art. 40, 42 ou 142 da Constituição. Questão 04 (Oficial de Chancelaria – MRE/2002) – A vedação constitucional de acumular cargos, empregos e funções no setor público a) restringe-se ao âmbito federal. b) restringe-se à Administração Direta. c) restringe-se ao âmbito de cada esfera de governo. d) abrange toda a Administração Pública direta e Indireta. e) Abrange toda a Administração Pública e as entidades paraestatais em geral, inclusive os serviços sociais autônomos. Gabarito: D. Comentários: O inc. XVII do art. 37 da CF, na sua redação atual, não deixa margem para dúvidas: a proibição de acumular abrange cargos, empregos e funções e alcança, além da Administração Direta, as autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público, seja qual for a esfera de governo (federal, estadual, distrital ou municipal) e o Poder (Legislativo, Executivo e Judiciário). A proibição, portanto, é extremamente ampla. Não atinge, porém, as entidades paraestatais (organizações sociais, organizações da sociedade civil de interesse público, serviços sociais autônomos e demais paraestatais). Poderá um empregado de uma sociedade de economia mista, por exemplo, ter outro emprego em uma entidade paraestatal como o SESI (serviço social autônomo). É interessante apresentarmos uma situação em que poderá ocorrer acumulação ilícita por fato superveniente. Isto pode se dar no caso de acumulação envolvendo as sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público, entidades que não integram a Administração Indireta. Imagine-se que João é servidor público do Município do Recife, investido no cargo de auditor-fiscal municipal. Para aumentar seus rendimentos, João tem um emprego técnico em uma indústria, constituída sob a forma e sociedade anônima, que fabrica materiais para reparação e conservação de estradas. Pois bem, o Governo do Estado de Pernambuco, frente aos elevados gastos com a compra destes materiais, adquiridos para uso nas rodovias estaduais, resolve desapropriar 60% das ações que compõem o capital da empresa, adquirindo, assim, seu controle acionário. Antes da aquisição a situação de João era regular: um cargo na Administração Direta municipal e um emprego na iniciativa privada. Com a aquisição, o fato CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 9 superveniente, o quadro se alterou, passando a constituir hipótese de acumulação ilícita. João terá, frente a nova realidade, que optar pelo cargo ou pelo emprego. Síntese do Comentário: 1) a proibição de acumular é extremamenteampla, todavia, não atinge as entidades paraestatais. É lícita, por exemplo a acumulação de um cargo em uma autarquia federal com um emprego numa organização da sociedade civil de interesse de interesse público; 2) poderá surgir uma situação de acumulação ilícita em função de um fato surgido após a nomeação ou contratação do agente da Administração, no caso das sociedades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público. Neste caso uma situação inicialmente lícita torna-se, em virtude da aquisição do controle da sociedade pelo Poder Público (fato superveniente), uma situação de acumulação ilícita. Questão 05 (Técnico de Finanças e Controle/2001) - São requisitos simultâneos para a aquisição de estabilidade no serviço público, exceto: a) declaração de idoneidade financeira b) três anos de efetivo exercício c) aprovação em concurso público d) nomeação para cargo de provimento efetivo e) aprovação em avaliação especial de desempenho Gabarito: A. Comentários: Instituto da maior importância em Direito Administrativo, a estabilidade é direito do servidor público titular de cargo efetivo, ou seja, do agente administrativo sujeito a regime estatutário que ingressa na Administração direta, autárquica ou fundacional de direito público em um cargo de provimento efetivo, mediante a aprovação em um concurso público. Uma vez adquirida a estabilidade, esta representa uma garantia relativa de permanência no serviço público, pois o servidor estável só perde seu cargo em determinadas hipóteses, logo mais analisadas. Não basta, porém, a aprovação no concurso, a posse no cargo e o início do exercício (do desempenho das atribuições do cargo). O servidor titular de cargo efetivo adquire estabilidade somente se preencher as seguintes condições: 1) efetivo exercício do cargo público pelo período de três anos; 2) aprovação no estágio probatório (o qual, na esfera federal, segue sendo de 24 meses, a teor do art. 20 da Lei 8.112/90); CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 10 3) aprovação na avaliação especial de desempenho (não é requisito a declaração de idoneidade financeira, estando errada, assim, a primeira alternativa). Mais uma vez frisando: em hipótese alguma devemos considerar a estabilidade instituto aplicável aos empregados públicos, aos agentes administrativos sujeitos ao regime celetista. Apesar de tais agentes ingressarem no serviço público também mediante a aprovação em concurso público, não fazem jus à estabilidade. Autores de renome defendem entendimento diverso, mas, à luz das disposições do art. 41 da CF, na sua redação atual, nenhuma dúvida pode haver quanto à aplicação da estabilidade exclusivamente aos servidores ocupantes de cargo efetivo. A estabilidade é adquirida em um cargo específico, mas protege o servidor ao longo de toda sua carreira no serviço público. Podemos afirmar que o servidor adquire estabilidade em certo cargo, mas a garantia o acompanha ao longo de toda sua carreira funcional, sejam quantos forem os cargos que o servidor ocupe. Dito de outro modo, a estabilidade se refere sempre a certo cargo, uma vez é nele que o servidor preenche os requisitos para sua aquisição. Mas, uma vez preenchidos esses requisitos, o servidor permanece estável mesmo que passe a ocupar outro cargo. Por exemplo, imaginemos que um servidor se torne estável no cargo de técnico de finanças do Estado de São Paulo e, após isso, preste novo concurso e tome posse em outro cargo, de técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, exercendo-o por 1 ano. Após este período, toma posse em outro cargo (mediante novo concurso), de auditor-fiscal do Município de Guarulhos, ocupando este cargo por 1 ano e 6 meses. Por fim, presta novo concurso, é aprovado e toma posse no cargo de auditor-fiscal do Ministério do Trabalho. Entra em exercício e, após 24 meses, é reprovado no estágio probatório. O que acontece com este servidor? Tem direito a ser reconduzido ao cargo de técnico de finanças do Estado de São Paulo, pois foi neste cargo que o servidor completou os requisitos para a aquisição da estabilidade. Se o servidor houvesse preenchidos esses requisitos também no segundo cargo, o de técnico judiciário do TJ do Rio de Janeiro, seria a este cargo que ele seria reconduzido. É isto que significa a afirmação de que o servidor adquire estabilidade em um cargo, mas o instituto o protege ao longo de toda sua carreira no serviço público, mesmo que passe a ocupar novos cargos. O instituto foi alvo de expressivas alterações pela EC 19/98. Antes desta emenda eram dois os requisitos para a aquisição da estabilidade: aprovação no estágio probatório e efetivo exercício do cargo por 2 anos. Uma vez que o servidor se tornasse estável, não poderia mais ser exonerado de seu cargo efetivo, mas apenas demitido. A exoneração é modalidade de dispensa do servidor sem caráter punitivo. O servidor estava sujeito à exoneração apenas durante seu período de estágio probatório. Uma vez aprovado no estágio, poderia perder seu cargo apenas em virtude de demissão, modalidade de dispensa com caráter punitivo. A demissão decorre do cometimento de falta grave pelo servidor, podendo ser declarada em processo administrativo ou judicial, sempre assegurada a ampla defesa. A EC 19/98 mudou o regramento jurídico da estabilidade, ao alterar o art. 41 da CF A seguir transcrevemos parcialmente o dispositivo: “Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1° O servidor estável só perderá o cargo: I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 11 II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegura ampla defesa; III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. ... § 4° Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade”. A exoneração por excesso de despesa com pessoal vem prevista no art. 169, § 4°, da CF, nos seguintes termos: “§ 4° Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou entidade administrativa objeto de redução de pessoal.” Da leitura do artigo podemos perceber que as alterações promovidas foram de duas ordens. Em primeiro lugar, foram modificados os requisitos para a aquisição da estabilidade: (1) aumento de dois para três anos do tempo de efetivo exercício do cargo e estabelecimento de um novo requisito, (2) a avaliação especial de desempenho. O aumento do prazo de efetivo exercício do cargo, de 2 para 3 anos, não enseja nenhum comentário especial. Eram 2, agora são 3. O debate que se abriu foi se o período do estágio probatório também passa a ser de 3 anos, como decorrência automática desta alteração, ou segue em 24 meses, como atualmente consta nos diversos estatutos dos servidores públicos. Segundo o art. 20 da Lei 8.112/90, dispositivo que rege a matéria na esfera federal, o prazo é de 24 meses. Ocorre que em meados de 2004 a AGU elaborou um parecer onde declarou que o referido prazo, na esfera federal, é de 3 anos. Após este parecer, o STJ manifestou-se no sentido de que o prazo na esfera federal segue sendo de 24 meses. E aí, como ficamos? Com o prazo definido em lei e confirmadopelo STJ, 24 meses, já que um parecer administrativo não pode prevalecer contra um dispositivo de lei. Mas atenção: na primeira prova do concurso do MPU, em 2004, a ESAF considerou que o prazo do estágio probatório na esfera federal é de 3 anos. Como esta prova foi anulada, não houve oportunidade para serem apreciados os recursos contra a questão. Se aparecesse esta questão novamente, consideraria o período do estágio como de 24 meses, pronto para um eventual recurso. A segunda alteração nos requisitos para a aquisição da estabilidade é a avaliação especial de desempenho, feita por comissão instituída especialmente para esta finalidade. Tal avaliação tem por finalidade obrigar a Administração a efetivamente verificar se o servidor possui as condições necessárias para um adequado desempenho do cargo, o que muitas administrações deixavam e deixam de fazer no estágio probatório. José dos Santos Carvalho Filho chama a atenção para o fato de que o servidor não pode ser prejudicado se a Administração deixar proceder à avaliação especial (ou mesmo ao estágio probatório), devendo-se entender, no caso, que o servidor foi tacitamente avaliado de forma positiva. O STF abonou este posicionamento no julgamento do MS 24.453-DF, Rel. Min. Carlos Velloso, dec. de 21/08/2003, Inform. nº 317. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 12 A segunda ordem de alterações promovidas o art. 41 refere-se às hipóteses de perda do cargo para o servidor estável. Antes o servidor, nesta condição, só poderia perder seu cargo em virtude de demissão, a qual sempre decorre do cometimento de falta grave. Pois bem, a emenda estabeleceu duas hipóteses de perda com natureza de exoneração: (1) por insuficiência de desempenho verificada em avaliação periódica, na forma de lei complementar e assegurada ampla defesa; (2) por excesso de despesa com pessoal, nos termos do art. 169 da CF, § 4°. A avaliação periódica de desempenho será estatuída em lei complementar, e representa, inegavelmente, um sensível enfraquecimento da estabilidade. Esta lei deverá estabelecer, além dos critérios objetivos de avaliação do servidor estável, a periodicidade com que ele se sujeitará à avaliação (a cada ano, a cada 3 anos, conforme dispuser a lei). Se reprovado na avaliação, o servidor estável será exonerado de seu cargo. A segunda nova hipótese de exoneração é a decorrente de excesso de despesa com pessoal. A Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), em obediência ao comando do art. 169 da CF, fixou os limites de despesas com pessoal ativo e inativo para os diversos entes federados: 50% da receita corrente líquida é o limite para a União, e 60% o é limite para os Estados, os Municípios e o Distrito Federal. Para se adequar a este limite a lei estabelceu um prazo para os entes federados, dentro do qual deverão adotar algumas medidas com vistas a esta finalidade: em primeiro lugar, deverão diminuir em pelo menos 20% suas despesas com cargos em comissão e funções de confiança; em segundo, se o limite ainda estiver sendo ultrapassado, deverão exonerar seus servidores não-estáveis (não estáveis, para este fim, são, além dos servidores concursados que não preencheram ainda os requisitos do art. 41 da CF, aqueles que adquiriram estabilidade sem concurso pela aplicação do art. 17 do ADCT). Se, tomadas estas duas providências (que são obrigatórias), o ente federado ainda estiver ultrapassando o limite de pessoal com pessoal, poderá ele, facultativamente, decidir pela exoneração de seus servidores estáveis. Síntese do Comentário: 1) estabilidade é direito exclusivo do servidor estatutário ocupante de cargo efetivo, e consiste na garantia relativa de permanência do servidor no serviço público, uma vez que, em tendo adquirido a estabilidade, o servidor só está sujeito à perda de seu cargo nas hipóteses previstas na Constituição; 2) A estabilidade é adquirida em um cargo específico, mas protege o servidor ao longo de toda sua carreira no serviço público; 3) segundo o art. 41 da CF, na sua redação atual, são condições para a aquisição da estabilidade: (1) servidor titular de cargo efetivo (portanto, aprovado em concurso público); (2) efetivo exercício do cargo pelo período de três anos (antes da EC 19/98 era 2 anos); (3) aprovação no estágio probatório (o qual, na esfera federal, segue sendo de 24 meses); (4) aprovação na avaliação especial de desempenho (novo requisito posto pela EC 19/98); 4) uma vez adquirida a estabilidade, o servidor só pode perder seu cargo em virtude de: (1) cometimento de falta grave, apurado em processo administrativo ou judicial (hipótese de demissão); (2) reprovação em avaliação periódica de desempenho, na forma a ser estabelecida em lei complementar (hipótese de exoneração acrescida CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 13 pela EC 19/98); (3) excesso de despesa com pessoal (outra hipótese de exoneração, também trazida pela emenda). Questão 06 (Procurador do Distrito Federal/2004) - Considera-se em disponibilidade, o servidor: a) posto à disposição de outro órgão público. b) ocupante de vaga aberta por servidor estável, cuja demissão foi invalidada por sentença judicial. c) em licença para tratamento de saúde. d) punido por prevaricação. e) em gozo de férias. Gabarito: B. Comentários: A disponibilidade é o direito à inatividade temporária remunerada. É direito exclusivo do servidor que, além de ocupar cargo de provimento efetivo, tenha adquirido a estabilidade. Em termos mais simples, é direito exclusivo do servidor estável, tendo aplicação em duas hipóteses, ambas previstas no texto constitucional (art. 41, §§ 2° e 3°): 1) no caso de reintegração do anterior ocupante do cargo, para o servidor que atualmente encontra-se nele investido; 2) em caso de extinção ou declaração de desnecessidade do cargo. A reintegração é o instituto mediante o qual se dá o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, com o ressarcimento de todas as vantagens, quando invalidada sua demissão por decisão administrativa ou judicial. Se um servidor estável é demitido, e posteriormente, consegue administrativa ou judicialmente comprovar a ilegalidade de sua dispensa, terá direito a retornar ao cargo anteriormente ocupado. Pode ser que, no período entre a demissão e a reintegração, tenha o cargo sido ocupado por outro servidor. Neste caso, o servidor reintegrado retorna ao seu cargo original, deslocando dele seu atual ocupante. Este, se estável, é reconduzido ao seu cargo anterior, sem direito a qualquer indenização (se não for estável, babau, é simplesmente exonerado). Pode ocorrer, entretanto, que este cargo esteja ocupado, caso em que não é possível a recondução (o reconduzido não desloca o ocupante atual do cargo), devendo-se tentar o aproveitamento do servidor estável em outro cargo. Se não houver cargo vago no qual possa o servidor possa ser aproveitado, é ele posto em CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 14 disponibilidade, com remuneração proporcional ao seu tempo de serviço, até que surja cargo vago em que possa ser aproveitado. Por exemplo, um AFRF é demitido de seu cargo, sendo a vaga por ele ocupada oferecida em novo concurso, e preenchida por alguém que logrou aprovação no certame, sendo que está pessoa já era servidor, ocupando o cargo de TRF, no qual tinha adquirido a estabilidade. Se posteriormente o antigo ocupante do cargo logra anular sua demissão, será a ele reintegrado. Aquele que o está ocupando, como já havia adquirido estabilidade como TRF, tem direito de ser reconduzido aeste cargo. Se ele estiver ocupado, entretanto, não é possível a recondução, devendo-se então aproveitar o servidor em outro cargo. Se não houver cargo vago, o infeliz fica em disponibilidade, aguardando até a abertura de nova vaga, quando então será aproveitado. A segunda hipótese de aplicação do instituto é bem mais simples e, da mesma forma que a anterior, pressupõe a aquisição da estabilidade. Nesta hipótese o cargo que o servidor ocupava, em virtude de alguma reforma administrativa, é extinto ou declarado desnecessário. Se houver um cargo vago, o servidor estável é nele aproveitado; se não houver, é posto em disponibilidade, até o surgimento da vaga, da mesma forma que na primeira hipótese de aplicação do instituto. O servidor em disponibilidade recebe remuneração proporcional ao seu tempo de serviço público. Aqui é necessário atenção. A remuneração não corresponde à integralidade da remuneração (do contrário a disponibilidade seria um verdadeiro prêmio para o servidor), mas também não leva em conta apenas o tempo de serviço do servidor no cargo em questão, mas sim o tempo de serviço público como um todo. Por exemplo, se uma pessoa ocupa um cargo de técnico na esfera estadual, tendo nele 5 anos de exercício, mas anteriormente exerceu por 15 anos um cargo (ou emprego) na esfera municipal, sua remuneração proporcional será calculada a partir do somatório destes tempos de serviço, já que ambos são tempo de serviço público. Já eventual tempo de serviço na iniciativa privada não é levado em consideração para fins de disponibilidade. Aqui, então, duas grandes diferenças entre aposentadoria e disponibilidade: para o cálculo dos proventos de aposentadoria leva- se em conta o tempo de contribuição, não o de serviço, e são consideradas também as contribuições feitas na iniciativa privada (seja como empregado, autônomo ou qualquer outra modalidade de segurado). Por fim, é oportuno ressaltar que a Constituição utiliza o termo remuneração para designar o valor que o servidor recebe enquanto em disponibilidade, sendo que tecnicamente não seria correta a expressão, uma vez que remuneração é o valor que o servidor recebe pelo exercício do cargo, e enquanto em disponibilidade o servidor não o está exercendo. Em vista disso, autores como Bandeira de Mello utilizam-se do termo proventos, mais adequado, já que proventos é o valor percebido pelos inativos, e o servidor em disponibilidade é um inativo, ainda que temporário. Entendo que podemos considerar corretas tanto a expressão remuneração, porque utilizada pela Constituição, como proventos, como entende a melhor doutrina. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 15 Por todo o exposto, podemos concluir que realmente está correta a alternativa b: o “ocupante de vaga aberta por servidor estável, cuja demissão foi invalidada por sentença judicial” pode vir a ser posto em disponibilidade, quando, sendo estável, seu cargo anterior estiver ocupado (de forma que não é possível a recondução) e não exista cargo vago no qual ele possa ser imediatamente aproveitado. Síntese do Comentário: 1) a disponibilidade é direito exclusivo do servidor estável, podendo-se definido como o direito à inatividade temporária remunerada 2) o instituto tem aplicação em duas hipóteses distintas, nos termos do art. 41, §§ 2° e 3°, da Constituição: - no caso de reintegração do anterior ocupante do cargo, quando não é possível nem a recondução do atual ocupante do cargo ao seu cargo anterior, nem o seu aproveitamento em outro cargo. Neste caso o servidor estável fica em disponibilidade, aguardando cargo vago no qual possa ser aproveitado; - em caso de extinção ou declaração de desnecessidade do cargo: neste caso o servidor estável, se não puder ser aproveitado imediatamente em outro cargo, é também colocado em disponibilidade. 3) o servidor recebe remuneração proporcional ao seu tempo de serviço público (no serviço público como um todo, e não apenas no cargo em que estava quando foi posto e disponibilidade); 4) em nosso entender, pode-se usar tanto a expressão remuneração como a expressão proventos para a designação do valor percebido pelo servidor em disponibilidade. Numa questão considere as duas expressões corretas. Questão 07 (ESAF/ AFRF/ 2003) 58- A declaração de desnecessidade de cargo público, prevista no parágrafo 3º do artigo 41 da Constituição Federal, implica: a) disponibilidade do servidor, estável ou não. b) demissão do servidor não estável. c) disponibilidade remunerada proporcionalmente ao tempo de contribuição. d) extinção do cargo público. e) eventual aproveitamento do servidor colocado em disponibilidade em outro cargo. Gabarito: E. Comentários: CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 16 Questão sem qualquer dificuldade, com base nos comentários da questão anterior. Uma vez extinto ou declarado desnecessário o cargo, se o servidor não for estável é simplemente exonerado. Se for estável primeiramente tenta-se seu aproveitamento em outro cargo; se não houver cargo vago coloca-se o servidor estável em disponibilidade, percebendo remuneração proporcional ao seu tempo de serviço público. A ESAF, na alternativa correta, a última, tentou complicar a vida do candidato, alterando a ordem de posição dos termos da oração. Em linguagem clara a alternativa e deveria ser escrita da seguinte forma: eventual aproveitamento em outro cargo do servidor colocado em disponibilidade. Tudo bem, a atitude da banca não chegou a prejudicar uma vez que todas as outras alternativas, fora de qualquer dúvida, estão erradas: a primeira porque a disponibilidade é direito exclusivo do servidor estável; a segunda porque a declaração de desnecessidade de cargo público evidentemente não implica demissão (que é dispensa com caráter punitivo, não havendo nesta caso qualquer falta imputável ao servidor); a terceira porque a remuneração da disponibilidade é proporcional ao tempo de serviço, não ao de contribuição; e a quarta porque a extinção de cargo e a declaração de sua desnecessidade são medidas mutuamente excludentes (um cargo não pode ser, ao mesmo tempo, extinto e declarado desnecessário, o que é possível é que num primeiro momento ele seja declarado desnecessário e, num segundo, extinto). Questão 08 (Procurador de Fortaleza/2002) – A figura do subsídio, como forma de remuneração dos agentes políticos, não veda o pagamento da seguinte vantagem: a) gratificação de desempenho b) adicional de tempo de serviço c) abono pecuniário d) verba de representação e) ajuda de custo Gabarito: E. Comentários: O subsídio é uma modalidade de remuneração que não se encontrava prevista na Carta Magna quando da sua promulgação, em 1988, tendo sido a ela acrescentada pela Emenda Constitucional 19/98. A referida emenda acrescentou ao texto constitucional o art. 37, § 4°, o qual dispõe: “§ 4º O membro de poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 17 espécie remuneratória, obedecido em qualquer caso o disposto no art. 37, X e XI” Na expressão membros de Poder (sinônima de agentes políticos, neste contexto) incluem-se os chefes de Poder Executivo e seus auxiliares imediatos, os Ministros e Secretários, os membros do Poder Legislativo, os magistrados, os membros do MinistérioPúblico e os Ministros e Conselheiros de Tribunais de Contas. Apesar do art. 37, § 4° ter mencionado em separado alguns destes agentes políticos, a medida tem por intuito apenas evitar possíveis discussões acerca do grau de abrangência do regime. Em outros dispositivos, espalhados ao longo do texto constitucional, é prevista a aplicação obrigatória do regime de subsídio a diversas categorias de servidores públicos, a saber, os membros das carreiras da Advocacia-Geral da União, da Defensoria Pública, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Ferroviária Federal, das Polícias Civis, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares. A Constituição autoriza a instituição do regime também para outras categorias de servidores organizados em carreira. A peculiaridade do subsídio, com relação às demais modalidades remuneratórias (remuneração, em sentido estrito, e salário), é que ele é fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer outra vantagem pecuniária de natureza remuneratória. Um servidor público, por exemplo, recebe remuneração (em sentido estrito), a qual é dividida em vencimento, que é o valor básico pago pelo exercício do cargo, e vantagens pecuniárias, que são os demais valores que o servidor pode receber pelo desempenho de suas funções. Na questão, alternativas a a d, estão mencionadas algumas destas vantagens (gratificação de desempenho, adicional de tempo de serviço, abono pecuniário, verba de representação). O agente político ou servidor que receber por subsídio não receberá nenhuma destas vantagens pecuniárias pelo desempenho de suas funções, mas apenas uma parcela única, que é justamente seu subsídio. É necessário percebermos que o valor desta parcela única poderá ser diverso dentro de uma mesma categoria, sempre que esta for organizada em carreira. Um defensor público, por exemplo, ingressa na carreira no primeiro nível e, progressivamente, vai ascendendo a níveis superiores da carreira, mediante promoção. A cada nível diverso a que ascende o defensor corresponderá um valor diverso de subsídio. Isto decorre da própria lógica da organização de uma categoria em carreira, que é permitir a contínua evolução do servidor (ou do agente político) em direção ao desempenho de funções mais complexas e de maior responsabilidade, tendo em contrapartida direito a receber um valor superior em função disso. Quando se fala que o subsídio é fixado em parcela única, devemos entender que esta “unicidade” alcança somente as parcelas de natureza remuneratória, ou seja, os valores percebidos pelo desempenho das funções do cargo. Não estão compreendias nesta parcela os valores percebidos a título de indenização, ou seja, os gastos que o agente efetua para desempenhar suas tarefas, a exemplo das diárias e das ajudas de custo. Deste modo, se um servidor que recebe por subsídio for removido em caráter permanente para outra localidade, por interesse de serviço, fará jus à ajuda de custo, que se destina a compensar, a indenizar o servidor pelas despesas que ele teve para se deslocar para a nova sede. O pagamento de ajuda de custo (e de qualquer outra modalidade indenizatória), por conseguinte, não é vedado no regime de subsídio, estando correta a última alternativa. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 18 A Professora Maria Sylvia Zanella di Pietro faz importante observação, sentido de que, a partir de uma leitura sistemática da Constituição, conclui-se que mesmo algumas parcelas de natureza remuneratória deverão ser excluídas do subsídio. Ou seja, o agente que recebe por subsídio, além da parcela única a ele referente, também teria direito a perceber algumas vantagens pecuniárias de caráter remuneratório, expressamente previstas no texto constitucional, mais precisamente, no art. 39, § 3°, que estende aos servidores públicos algumas vantagens pecuniárias previstas no art. 7º para os trabalhadores em geral, podendo-se citar, dentre elas, o adicional de férias, o adicional por serviço extraordinário, a gratificação natalina, o adiciona noturno, entre outras. Concordamos com a Professora e entendemos, ademais, que mesmos aos agentes políticos dificilmente poderá ser negado o direito à percepção de algumas parcelas remuneratórias não contidas na parcela única do subsídio, a exemplo do adicional por serviço extraordinário (conhecido popularmente como hora extra). Do contrário um membro do MP, por exemplo, não poderá ser obrigado a trabalhar além de seu horário normal de expediente, mesmo se com isto alguns prazos processuais não puderem ser cumpridos e assim vir o interesse público a ser prejudicado. É evidente a incoerência desta situação. Bem, a matéria é controvertida. Limitando-nos aos seus conceitos básicos, que foi o que a ESAF exigiu a questão, podemos afirmar, sem qualquer margem de erro, que as “vantagens” de caráter indenizatório estão excluídas da parcela única do subsídio, sendo plenamente constitucional a percepção cumulativa nesta hipótese. Síntese do Comentário: 1) o subsídio é modalidade remuneratória acrescida ao texto constitucional, no art. 37, § 4°, pela EC 19/98; 2) é modalidade de utilização obrigatória para os agentes políticos e para algumas categorias de servidores públicos, a saber, os membros das carreiras da Advocacia- Geral da União, da Defensoria Pública, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Ferroviária Federal, das Polícias Civis, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares. Facultativamente, o subsídio poderá ser instituído para outras categorias de servidores; 3) a característica que diferencia o subsídio das demais espécies remuneratórias é que ele é fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer outra vantagem pecuniária de natureza remuneratória. Nesta parcela não estão incluídos valores de natureza indenizatória, como as diárias e as ajudas de custo; 4) se uma categoria for organizada em carreira, para cada nível diverso da carreira será fixado um valor diferente de subsídio; 5) para Maria Sylvia Zanella di Pietro, em face do disposto no art. 39, § 3°, da CF, mesmo os servidores que recebem por subsídio terão direito a receber, além da parcela única, outras vantagens de caráter remuneratório previstas no art. 7º da CF, como o adicional de férias, o adicional por serviço extraordinário, a gratificação natalina e o adiciona noturno. A autora limita sua ressalva aos servidores públicos, não aplicando a mesma conclusão aos agentes políticos, que não são mencionados art. 39, § 3°. A questão é controvertida. De pacífico temos apenas que as vantagens de caráter indenizatório podem ser recebidas também no regime de subsídio. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 19 Questão 09 (Analista MPU/2004 – Área Documentação – Especialidade Arquivologia) - Assinale a assertiva correta a respeito das hipóteses de elegibilidade e de exercício de mandato eletivo por servidor público federal. a) Tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, sempre ficará afastado do cargo. b) Tratando-se de investidura no cargo de vereador, independente da compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. c) No caso de afastamento do cargo, o servidor cessa de contribuir para a seguridade social no cargo em que se encontrava em exercício. d) Investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. e)O servidor público não pode candidatar-se a cargo eletivo. Gabarito: D Comentários: Encontram-se previstas no art. 38 da CF as regras que disciplinam a situação do servidor da administração direta, autárquica e fundacional quando eleito para mandato eletivo. A seguir, transcrevemos o art. 38: “Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar por sua remuneração; III – investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício do mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.” Os incisos I, II e III tragam do afastamento (ou não) do servidor do seu cargo emprego ou função no caso ser eleito para mandato eletivo. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 20 Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, do Poder Executivo ou Legislativo (Presidente da República, Governador de Estado ou do DF, senador, deputado federal, estadual ou distrital), o servidor não tem qualquer opção: obrigatoriamente se afasta de seu cargo, emprego ou função na Administração direta, autárquica ou fundacional, e obrigatoriamente recebe o subsídio referente ao cargo eletivo (não pode optar pela remuneração que percebia antes de ser eleito). Se investido no mandato de Prefeito, não tem opção quanto ao afastamento de seu cargo, emprego ou função, este é obrigatório. Pode, contudo, apesar do afastamento, optar por continuar a receber a remuneração a ele referente. Se não fizer tal opção, receberá o subsídio referente ao cargo de Prefeito. Quando investido no mandato de vereador o servidor, se houver compatibilidade de horários, deverá obrigatoriamente acumular o exercício das atribuições de seu cargo, emprego ou função com as do mandato de vereador, hipótese em que acumulará a percepção da remuneração e do subsídio referentes a cada um deles. Se não houver compatibilidade de horário, será afastado do exercício de seu cargo emprego ou função, exercendo apenas as atribuições do mandato eletivo. Poderá, porém, da mesma forma que o Prefeito, optar pela remuneração ou pelo subsídio. Qualquer que seja o mandato no qual seja investido, no caso de afastamento de seu cargo, emprego ou função, seu tempo de serviço será tido como de efetivo exercício para todos os efeitos (férias, disponibilidade remunerada, promoção por antiguidade etc), exceto para promoção por merecimento. Esta regra é muito importante. Devemos notar que o tempo de exercício do mandato é contado até mesmo para fins de estágio probatório e aquisição de estabilidade. A Constituição é taxativa: para todos os efeitos, exceto promoção por merecimento. A última regra é a constante do inciso V, segundo o qual, para fins de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se o servidor estivesse no exercício do cargo, emprego ou função. Desse modo, se um servidor recebe R$ 3.000,00 de remuneração e, sendo investido como deputado federal, passa a perceber R$ 11.000,00 de subsídio, quaisquer benefícios previdenciários que ele ou seus dependentes venham a fazer jus durante o exercício do mandato serão calculados com base no valor de sua remuneração. No caso de ficar afastado um mês de licença por acidente em serviço, por exemplo, receberá a título de benefício R$ 3.000,00, pois este é o valor de sua remuneração (apesar de o subsídio recebido quando se acidentou ser de R$ 11.000,00). Passemos à análise das questões: a) Tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, sempre ficará afastado do cargo (errada): questão que exigia muita atenção. Está errada porque fala genericamente em mandato, enquanto que as regras do art. 38 da CF só tratam de mandato eletivo; b) Tratando-se de investidura no cargo de vereador, independente da compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo (errada): o servidor só acumula o exercício do cargo, emprego ou função com o exercício do mandato eletivo se houver compatibilidade de horário entre ambos; c) No caso de afastamento do cargo, o servidor cessa de contribuir para a seguridade social no cargo em que se encontrava em exercício (errada): o servidor não cessa as contribuições, ao contrário, já que os benefícios previdenciários que ele eventualmente gozar durante o período de desempenho do mandato eletivo serão calculados com base na remuneração do cargo, emprego ou função; CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 21 d) Investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração (certa): é a regra do inc. II do art. 38 da CF; e) O servidor público não pode candidatar-se a cargo eletivo (errada): besteira. Síntese do Comentário: 1) o art. 38 da CF traz as regras aplicáveis aos servidores da Administração direta, autárquica e fundacional quando investidos em mandato eletivo; 2) se a investidura for em mandato eletivo federal, estadual ou distrital, do Poder Executivo ou Legislativo o servidor obrigatoriamente se afasta de seu cargo, emprego ou função e obrigatoriamente recebe o subsídio referente ao cargo eletivo; 2) se a investidura for no mandato de Prefeito o servidor obrigatoriamente se afasta de seu cargo, emprego ou função, mas pode optar remuneração a ele referente ou pelo subsídio do cargo de Prefeito; 3) se a investidura for no mandato de vereador são duas as regras: se houver compatibilidade de horários, o servidor deverá obrigatoriamente acumular o exercício das atribuições de seu cargo, emprego ou função com as do mandato de vereador, acumulando também a remuneração e do subsídio referentes a cada um deles; se não houver compatibilidade, será afastado do exercício de seu cargo emprego ou função, exercendo apenas as atribuições do mandato eletivo, podendo, entretanto, optar pela remuneração ou pelo subsídio; 4) em qualquer caso de afastamento de cargo, emprego ou função, o tempo de serviço do servidor é considerado como de efetivo exercício para todos os efeitos (inclusive para fins de estágio probatório e estabilidade, no caso de cargo efetivo), exceto para promoção por merecimento; 5) durante o período de afastamento do cargo, emprego ou função o servidor tem seus benefícios previdenciários calculados como se no exercício estivesse, com base no valor da remuneração, e não no do subsídio do cargo eletivo. Questão 10 (Especialista MPOG/2002) – Em relação ao regime previdenciário no serviço público,é correto afirmar : a) o servidor ocupante exclusivamente de cargo de provimento em comissão pode se aposentar pelo regime especial previdenciário, desde que comprove o respectivo tempo de contribuição. b) no regime especial de previdência do servidor público é possível que a aposentadoria se dê por critérios diferenciados, desde que a atividade exercida prejudique a saúde, nos termos de lei complementar. c) o tempo de serviço federal, estadualou municipal será contado, reciprocamente, para efeito de aposentadoria. d) os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos para os professores que comprovem efetivo exercício em qualquer grau do magistério. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 22 e) a aposentadoria compulsória, que se dá aos setenta anos de idade, no regime especial, proporciona proventos integrais, independentemente do tempo de contribuição. Gabarito: B. Comentários: a) o servidor ocupante exclusivamente de cargo de provimento em comissão pode se aposentar pelo regime especial previdenciário, desde que comprove o respectivo tempo de contribuição (errado). O regime especial previdenciário, também denominado regime previdenciário próprio (ou peculiar) do servidor público, tem suas principais regras traçadas no art. 40 da CF, dispositivo que foi objeto de duas consideráveis reformas, a primeira levada a cabo em 1998, pela Emenda nº 20, a segunda promovida em 2003, pela Emenda nº 41. No caput do art. 40, já se levando em conta as alterações perpetradas pelas duas emendas, vêm definidas as duas grandes características deste regime: seu caráter contributivo e solidário. O caráter contributivo significa que o sistema não tem por base o tempo de serviço do servidor, mas o tempo de contribuição. Em outros termos, não basta que o servidor exerça suas funções por 10, 15 ou 30 anos. Este período só será levado em consideração para o cálculo de benefícios previdenciários se durante seu transcurso tiver havido efetivo recolhimento da contribuição previdenciária, sendo proibido o estabelecimento pelo legislador ordinário de qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. Em suma, é indispensável o efetivo recolhimento da contribuição. E aqui entra a segunda grande característica do regime: seu caráter solidário. Contribuem para o regime não apenas o servidor da ativa, que está no exercício de suas funções, e o próprio ente público que o emprega, mas também os inativos, que já estão no gozo da aposentadoria, e os pensionistas, os dependentes do servidor falecido. Apesar da intensa discussão que gerou a previsão de contribuição para inativos e pensionistas, a constitucionalidade da exigência foi pacificada pelo STF. Reza também o caput do art. 40 que as contribuições devem observar critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial do regime. A prescrição destina-se a assegurar que o valor da contribuição seja calculado de forma a assegurar que o regime mantenha-se por si só, com base tão só nos ingressos oriundos do recolhimento das contribuições, sem necessitar do aporte de recursos financeiros provenientes de fontes complementares, de natureza não-previdenciária. Pois bem, mas afinal, a quem se aplica o regime previdenciário próprio do servidor público? Apenas ao servidor ocupante de cargo efetivo, ou seja, aquele que ingressou ou ingressará nos quadros da Administração direta, autárquica ou fundacional de direito público em um cargo de provimento efetivo. Além do art. 40, mais uma vez em seu caput, trazer com clareza esta delimitação, ela é reforçada pelas disposições do seu § 13, segundo o qual ao ocupante exclusivamente de cargo em comissão, de cargo temporário (os contratados por prazo determinado) ou de emprego público aplica-se o regime geral da previdência social, previsto no art. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 23 201 da Constituição. Enfim, tais agentes não estão incluídos no regime previdenciário próprio do servidor, exclusivo para o ocupante de cargo efetivo, e que vem regulado em seus traços principais no art. 40 da CF. Devemos reparar que o § 13 do art. 40 é claro ao definir que está sujeito ao regime geral de previdência o servidor titular unicamente de cargo em comissão. Isso porque tais cargos, definidos em lei como de livre nomeação e exoneração pela autoridade competente, podem ser ocupados tanto por servidores já titulares de um cargo efetivo como por pessoas até então estranhas à Administração. Se um servidor titular de um cargo efetivo passar a ocupar também um cargo em comissão (ou afastar-se temporariamente de seu cargo efetivo para exercer as funções do cargo em comissão), seu regime previdenciário é o especial, o próprio do servidor, em função do cargo efetivo que detém. Se o ocupante do cargo em comissão não for titular de um cargo efetivo, aí sim seu regime previdenciário será o geral, disciplinado no art. 201 da CF. b) no regime especial de previdência do servidor público é possível que a aposentadoria se dê por critérios diferenciados, desde que a atividade exercida prejudique a saúde, nos termos de lei complementar (certo). A matéria é tratada no § 4° do art. 40, segundo o qual, regra geral, é vedada a adoção de critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria pelo regime especial, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais, assim consideradas as condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física do servidor, a serem definidas em lei complementar. Os critérios para a aposentadoria no regime especial vêm previstos no § 1° do art. 40, de acordo com a modalidade de aposentadoria (compulsória, por invalidez e voluntária). Em regra é proibido que sejam estabelecidos critérios diferentes, mais benéficos do que os previstos neste dispositivo (por exemplo, um menor tempo de contribuição para a aposentadoria voluntária). Admite-se, em caráter excepcional, que isto possa ser feito, mas desde que observados dois requisitos, um de ordem formal (lei complementar) e um de ordem material (atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais, que prejudiquem a saúde ou a integridade física do servidor). c) o tempo de serviço federal, estadual ou municipal será contado, reciprocamente, para efeito de aposentadoria (errado). A aposentadoria tem por base o tempo de contribuição, sendo o tempo de serviço base para a disponibilidade. O § 9° do art. 40 da CF trata especificamente desta diferenciação, bem como da contagem recíproca, estatuindo que “o tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade”. Para fins de aposentadoria do servidor, leva-se em conta também seu tempo de contribuição na iniciativa privada, urbana ou rural (CF, art. 201, § 9°). Todavia, o tempo de serviço respectivo, neste caso, não é considerado para efeito de disponibilidade. Por exemplo, se João, servidor estável ocupante de cargo efetivo federal, tiver como tempo de contribuição 15 anos na iniciativa privada, 5 anos na Administração estadual e 5 anos na Administração municipal, para fins de aposentadoria no cargo efetivo federal será considerado integralmente este período, os 25 anos fora do serviço público federal. Para efeito de disponibilidade, contudo, o tempo de iniciativa CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 24 privada não é computado, mas somente o de serviço público. Deste modo, se o cargo efetivo federal ocupado por João for extinto e ele, porque estável, for posto em disponibilidade, sua remuneração neste período será calculada levando-se em conta apenas seu tempo de serviço no cargo federal, seus 5 anos no serviço público municipal e seus outros 5 anos no serviço público estadual. Os 15 anos da iniciativa privada são desconsiderados. d) os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos para os professores que comprovem efetivo exercício em qualquer grau do magistério (errado). A assertivaestá errada por dois motivos. Em primeiro, porque a redução da idade e do tempo de contribuição necessários para a aposentadoria não é direito dos professores de qualquer grau de magistério, mas somente daqueles que exerçam o magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. Estão excluídos, portanto, os professores universitários, tanto os que lecionam na graduação como os que atuam nos cursos de pós-graduação. Em segundo, a assertiva está errada porque a redução só atinge a aposentadoria prevista no art. 40, § 1°, III, a, a antiga e sepultada (ao menos para os novos servidores) aposentadoria voluntária com proventos integrais. Nas demais modalidades de aposentadoria os professores com tempo exclusivo de efetivo magistério na educação infantil ou no ensino fundamental e médio não gozam de qualquer privilégio. A regra do art. 40, § 1°, III, a, para os servidores em geral, exige dos servidores do sexo masculino 10 anos de serviço público, 5 no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, 60 anos de idade e 35 de contribuição e, dos servidores do sexo feminino, 10 anos de serviço público, 5 no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, 55 anos de idade e 30 de contribuição. Aplicando-se estas regras aos professores que fazem jus à redução, os professores podem se aposentar com 55 anos de idade e 30 de contribuição, e as professoras com 50 anos de idade e 25 de contribuição. Ambos têm que preencher os 10 anos de serviço público e 05 no cargo efetivo em que se der a aposentadoria. e) a aposentadoria compulsória, que se dá aos setenta anos de idade, no regime especial, proporciona proventos integrais, independentemente do tempo de contribuição (errado). O art. 40, § 3º foi objeto de uma das mais importantes alterações levadas a cabo pela EC 41/2003. Segundo a norma, na sua redação atual, os proventos de aposentadoria serão calculados a partir das remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor ao regime próprio e, quando for o caso, ao regime geral de previdência. Esta nova forma de cálculo do valor dos proventos de aposentadoria – média das remunerações que serviram de base para as contribuições - representa o fim da aposentadoria com proventos integrais. Havia duas modalidades de aposentadoria, antes da entrada em vigor da EC 41/2003, que conferiam ao servidor aposentadoria com proventos integrais. A primeira foi descrita no comentário à questão anterior (a aposentadoria voluntária proporcional tratada no art. 40, § 1°, III, a), a segunda vem prevista 40, § 1°, I: trata-se da aposentadoria por invalidez decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional, doença grave, contagiosa ou incurável. CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 25 Pois bem, no que consistia a aposentadoria com proventos integrais, aplicável a estas duas modalidades de aposentadoria? No direito do servidor de receber como valor de seus proventos de aposentadoria montante igual ao da sua última remuneração na ativa. Antes da EC 41, se um servidor recebesse de remuneração R$ 4.000,00 quando, em função de acidente de serviço, viesse a ser aposentado, o valor de seus proventos seria o mesmo da remuneração, R$ 4.000,00. Atualmente a vida não é mais tão bela para o servidor. A aposentadoria integral não vige mais, salvo para aqueles que já eram servidores à data da entrada em vigor da EC 41/2003 e que se enquadrarem nas regras transitórias nela previstas. Qualquer que seja a modalidade de aposentadoria, o valor dos proventos será definido a partir de uma média das remunerações que serviram de base para o cálculo das contribuições ao regime próprio. A questão data de 2002, portanto, antes do sepultamento da aposentadoria integral. Contudo, a alternativa que estamos comentando estava errada mesmo nesse ano, pois a aposentadoria compulsória sempre conferiu direito tão somente a proventos proporcionais. Síntese do Comentário: 1) o regime previdenciário especial (ou regime próprio do servidor público), previsto no art. 40 da CF, tem como suas características principais o caráter contributivo (o regime não se lastreia no tempo de serviço, mas no efetivo recolhimento das contribuições) e solidário (contribuem, além do servidor ativo, o ente público, os inativos e os pensionistas); 2) estão enquadrados no regime do art. 40 somente os servidores titulares de cargo efetivo. Aos ocupantes exclusivamente de cargo em comissão, outro cargo temporário ou emprego público aplica-se o regime geral da previdência social; 3) a CF só admite o estabelecimento de critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria pelo regime próprio quando (1) a atividade for exercida exclusivamente em condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física do servidor; e (2) tais critérios sejam estabelecidos em lei complementar; 4) a base da aposentadoria é o tempo de contribuição, a da disponibilidade é o de serviço. Para fins de aposentadoria consideram-se as contribuições recolhidas em qualquer esfera do serviço público e, ainda, na iniciativa privada; para efeito de disponibilidade leva-se em conta apenas o tempo de serviço público, em qualquer esfera; 5) só faz jus à aposentadoria especial o professor que comprovar tempo exclusivo de efetivo magistério na educação infantil ou no ensino fundamental e médio. Consiste a aposentadoria especial na redução em 05 anos dos requisitos idade e tempo de contribuição previstos no 40, § 1°, III, a, da CF (e apenas para esta modalidade de aposentadoria). Assim, o professor poderá se aposentar com 10 anos de serviço público, 05 no cargo em que se der a aposentadoria, 55 anos de idade (e não 60, como os servidores em geral do sexo masculino) e 30 de contribuição (e não 35, como os demais servidores do sexo masculino). Já a professora, além dos 10 anos de serviço público e 05 de exercício no cargo em que se der a aposentadoria, deverá contar com 50 anos de idade (e não 55, como é a regra geral para os servidores do sexo feminino) e 25 de contribuição (e não 30, como é a regra geral para os servidores do sexo feminino); CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS PROFESSOR GUSTAVO BARCHET www.pontodosconcursos.com.br 26 6) a EC 41/2003 (salvo para os que se enquadrem nas regras de transição) extinguiu a aposentadoria com proventos integrais, a qual, quando devida, assegurava ao servidor que o valor de seu provento de aposentadoria seria igual ao da última remuneração recebida quando em atividade. Atualmente todas as modalidades de aposentadorias terão seus proventos calculados a partir das remunerações que serviram de base para o cálculo das contribuições do servidor na ativa, ou seja, o valor dos proventos de aposentadoria será definido a partir de uma média das remunerações percebidas pelo servidor quando em atividade, durante um certo período. Questão 11 (Técnico MPU/2004 – Área Administrativa) - Sobre a administração pública e os servidores públicos civis, marque a única opção correta. a) Após a alteração do texto constitucional, feita pela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, foi expressamente vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrente do regime de previdência do servidor público com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados, apenas, os casos de acumulações já constituídos quando da promulgação da citada emenda constitucional. b) A remuneração dos ocupantes de empregos em uma empresa pública estadual não está limitada pelo subsídio do governador, quando essa empresa não recebe recursos do Estado para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. c) Havendo compatibilidade de horário, o servidor público eleito vereador acumulará
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