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CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR GUSTAVO BARCHET 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 6: LEI 8.112/90 
 
Nosso objetivo hoje é tratar das questões da ESAF envolvendo o regime jurídico dos 
servidores públicos federais, que tem por base a Lei 8.112/90. Ao final, 
apresentaremos duas questões formuladas pela ESAF sobre a Lei 9.962/2000, que 
disciplina os empregados públicos da Administração federal direta autárquica e 
fundacional. 
 
 
Questão 01 
(AFPS/2002 - Administração Tributária Previdenciária) - Todos os ocupantes de 
cargos públicos federais são regidos pelo mesmo regime jurídico (chamado de 
“único”) da Lei nº 8.112/90, inclusive quanto a direitos, vantagens e condições de 
aposentadoria. 
a) Correta a assertiva. 
b) Incorreta a assertiva, porque embora sujeitos àquele regime jurídico único, os 
direitos e as vantagens dos magistrados são objeto de disciplinamento especial e 
diferenciado. 
c) Incorreta a assertiva, porque embora regidos por aquele regime jurídico único, os 
magistrados dispõem de condições especiais para aposentadoria. 
d) Incorreta a assertiva, porque aquele regime jurídico único só se aplica aos 
servidores efetivos e comissionados da União. 
e) Incorreta a assertiva, porque aquele regime jurídico único se restringe, 
especificamente, a servidores ocupantes de cargos efetivos e em parte aos 
comissionados, não se aplicando a ocupantes de determinados cargos vitalícios, de 
mandato e outros de membros do poder. 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
Na sua redação original, o art. 39 da Constituição exigia que cada ente federado 
instituísse um regime jurídico único para seus servidores da Administração direta, 
autárquica ou fundacional. Havia certa liberdade para que cada ente federado optar 
pelo regime que considerasse o mais adequado para seus servidores, desde que o 
mesmo fosse único, nos termos acima explicitados. 
Dez anos após a promulgação da Constituição, a EC 19 veio alterar o art. 39 da CF, 
fazendo cessar a exigência de adoção do regime jurídico único. A partir de então, 
cada ente federado pode estabelecer regimes diversos para o pessoal de sua 
administração direta, autárquica e fundacional. 
A Lei 8.112 foi editada em 1990, quando vigorava a redação original do art. 39 da 
CF. Como ainda se exigia, portanto, o regime jurídico único, a Lei 8.112/90, logo de 
início, declara ser o regime jurídico único dos servidores da União, suas autarquias e 
fundações públicas. Na verdade, com a abolição, em 1998, da obrigatoriedade de 
adoção do regime jurídico único, a União editou, em 2.000, a Lei 9.962, que 
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disciplina o regime de emprego público para a União, suas autarquias e fundações 
públicas. 
Desse modo, apesar de ainda ser comum designar-se a Lei 8.112/90 como o “regime 
jurídico único” dos servidores públicos federais ela não ostenta mais tal 
exclusividade, em face do regime de emprego público disciplinado na Lei 
9.962/2000. Atualmente uma autarquia federal, por exemplo, poderá compor seu 
quadro tanto com servidores como com empregados; logo, não há mais um regime 
jurídico único. Tecnicamente correto, atualmente, é designar-se a Lei 8.112/90 como 
o Estatuto dos servidores públicos federais, alcançando os Três Poderes da 
República. 
Todavia, a Lei não se aplica com a mesma amplitude a todos os servidores federais. 
Repisando, servidor é o agente administrativo estatutário e, portanto, titular de um 
cargo público, cargo este que pode ser de provimento efetivo ou em comissão, o 
primeiro pressupondo para sua investidura aprovação em concurso público e dando 
direito, satisfeitos os pressupostos legais, à estabilidade; o segundo declarado em lei 
como de livre nomeação e exoneração pela autoridade competente. 
Apesar de inúmeros dispositivos da lei aplicarem-se aos titulares dos dois tipos de 
cargo (por exemplo, os que tratam do regime disciplinar), boa parte de suas normas 
são válidas apenas para os ocupantes de cargos efetivos. Basta uma rápida leitura 
da lei para nos darmos conta disto: a reintegração é direito do servidor estável, a 
recondução é direito do servidor estável, a licença para tratar de interesses 
particulares não pode ser solicitada por servidor que esteja ainda em estágio 
probatório, e assim por diante. Estabilidade, estágio probatório, entre outros, são 
institutos aplicáveis apenas aos servidores ocupantes de cargos efetivos, logo, o 
servidor ocupante de cargo em comissão não tem direito à reintegração, à 
recondução e à licença para o trato de interesses particulares. Isso comprova o que 
acima afirmamos: a Lei 8.112/90 tem dispositivos aplicáveis aos titulares de ambos 
os cargos, efetivo e em comissão, mas boa parte deles é válida exclusivamente para 
os ocupantes de cargo efetivo. Correta, portanto, a posição da ESAF na questão, ao 
considerar que o Estatuto aplica-se parcialmente aos ocupantes de cargo em 
comissão. 
Também não são disciplinados pela Lei 8.112 os empregados públicos. No caso da 
Administração direta, autárquica e fundacional federal, estes agentes são regidos 
pela Lei 9.962/2000 e pela CLT, no caso das empresas públicas e sociedades de 
economia mista federais, exclusivamente pela CLT. 
Também estão fora de seu universo os agentes políticos em geral, a exemplo dos 
magistrados, os membros do Ministério Público e os parlamentares, os quais, pela 
especial relevância das funções que desempenham, são regidos por estatutos 
próprios. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a Lei 8.112/90 aplica-se integralmente aos servidores da União, suas autarquias e 
fundações públicas que sejam titulares de cargos efetivos, e parcialmente aos 
servidores que ocuparem cargos em comissão; 
2) ademais, o Estatuto não é aplicável aos empregados públicos e aos agentes 
políticos em geral (detentores de mandatos eletivos no Legislativo e no Executivo, 
magistrados, membros do MP etc). 
 
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Questão 02 
(Analista de Finanças e Controle - AFC/CGU - 2003/2004) - O nome que a Lei nº 
8.112/90 dá ao instituto jurídico, pelo qual o servidor público, estável, retorna ao 
seu cargo anteriormente ocupado, por ter sido inabilitado no estágio probatório, 
relativo a outro efetivo exercido, também, na área federal, é 
a) aproveitamento 
b) readaptação 
c) readmissão 
d) reversão 
e) recondução 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
 
Inicialmente, é necessário trazermos uma classificação das formas de provimento de 
cargo público. Enquanto gênero, provimento é o ato pelo qual um cargo público 
é preenchido, com a designação de seu titular. Este provimento pode ser de 
duas espécies: originário e derivado. 
O provimento originário ocorre quando a ocupação do cargo não decorre de 
qualquer vínculo anterior entre o servidor e a administração. Pela nova disciplina 
constitucional, a única forma de provimento originário atualmente admitida, é a 
nomeação, a qual exige, ressalvados os cargos em comissão, a realização de 
concurso público. O provimento de um cargo por servidor que ingressa no serviço 
público pela primeira vez, ou por aquele que, apesar de já ser servidor, é aprovado 
mediante concurso para outro cargo, são exemplos de provimento originário dos 
cargos públicos. 
Já o provimento derivado é aquele que pressupõe vínculo anterior do servidor 
com a Administração. Segundo o Estatuto, são formas de provimento derivado de 
cargo: aproveitamento, promoção, readaptação, reintegração, recondução e 
reversão (como se nota, a readmissão, citada na alternativa c, não tem previsão na 
Lei 8.112/90). 
O instituto a que se refere o enunciado é a recondução, forma de provimento 
tratada no art. 29 da Lei.8.112/90, a qual pode ser definida como o instituto pelo 
qual o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado, nas hipóteses de 
(1)reprovação em estágio probatório relativo a outro cargo ou (2) reintegração do 
anterior ocupante. 
Exemplo da primeira hipótese seria o caso de um servidor estável no cargo de 
papiloscopista da Polícia Federal que lograsse aprovação para o cargo de perito da 
Polícia Federal. Uma vez tendo tomado posse e entrado em exercício, ao final de seu 
segundo ano no desempenho das funções do novo cargo, este servidor é considerado 
inapto no estágio probatório. Neste caso, tem ele direito a ser reconduzido ao seu 
cargo anterior, de papiloscopista (se o servidor não fosse estável do cargo de 
papiloscopista não teria direito ao retorno, sendo então simplesmente exonerado do 
cargo de perito). 
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Aproveitando a mesma situação, podemos exemplificar a segunda hipótese de 
recondução. Imaginemos que o servidor está desempenhando a contento as funções 
de perito. Ocorre que o anterior ocupante do cargo, que havia sido demitido, 
consegue anular sua demissão. Neste caso, terá o anterior ocupante direito a 
retornar ao seu cargo, e o servidor que até então estava ocupando-o retornará, sem 
direito a qualquer indenização, ao cargo de papiloscopista. 
Vamos aproveitar a oportunidade e falar de outra forma de provimento citada na 
questão, o aproveitamento, instituto intimamente relacionado com outro, a 
disponibilidade. São dois institutos de simples assimilação, aplicados nas mesmas 
situações: (1) cargo ocupado, nas mesmas hipóteses de recondução e (2) extinção 
ou declaração de desnecessidade do cargo. 
A primeira hipótese se dá quando o servidor devia ser reconduzido ao seu cargo 
anterior, seja por reintegração do anterior ocupante, seja pelo fato de o servidor ter 
sido reprovado no estágio probatório em relação a outro cargo. Ocorre que o cargo 
em questão encontra-se ocupado por outro servidor. Neste caso, aquele que deveria 
ter sido reconduzido não o será, pois não há cargo vago. Nesta situação será 
tentado, em primeiro lugar, seu aproveitamento em outro cargo, “de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado” (Lei 8.112/90, art. 30). 
Pode ser que não exista, à época, um cargo que preencha estes requisitos. Neste 
caso, o servidor ficará em disponibilidade, temporariamente inativo, recebendo 
remuneração proporcional ao seu tempo de serviço público, até que surja cargo vago 
no qual possa ser aproveitado. 
Na segunda hipótese o cargo até então ocupado pelo servidor é extinto ou declarado 
desnecessário. A sistemática é a mesma. O servidor que foi atingido será 
aproveitado em outro cargo, de atribuições e vencimentos compatíveis com a 
anterior. Se não houver cargo vago que preencha estes requisitos o servidor ficará 
em disponibilidade até seu aproveitamento. 
Por fim, é necessário frisarmos que o aproveitamento é obrigatório para o servidor. A 
Administração, em havendo cargo vago, ou em surgindo posteriormente um cargo 
vago, deve dar ao servidor um prazo para ele passar a desempenhá-lo. Se o servidor 
não retorna à ativa neste prazo, seu aproveitamento é tornado sem efeito e sua 
disponibilidade é cassada, salvo doença comprovada por junta médica oficial (Lei 
8.112/90, art. 32), e a cassação da disponibilidade é penalidade equiparada à 
demissão. Ou seja, o servidor, se não atender ao prazo conferido da Administração, 
perderá seu cargo, tendo tal medida caráter punitivo. 
Trataremos da reversão e da readaptação nos comentários da próxima questão. 
 
Síntese do comentário: 
1) provimento é o ato pelo qual um cargo público é preenchido, com a designação de 
seu titular. Há duas modalidades de provimento, o originário, que não pressupõe 
vínculo anterior com a Administração (atualmente apenas a nomeação se enquadra 
nesta modalidade de provimento); e o derivado, que pressupõe vínculo anterior (são 
formas de provimento derivado previstas no Estatuto: aproveitamento, promoção, 
readaptação, reintegração, recondução e reversão); 
2) recondução e forma de provimento pela qual o servidor, se estável, tem direito a 
retornar ao cargo anteriormente ocupado pelo fato de (1) haver sido reprovado em 
estágio probatório referente a outro cargo, ou (2) ter havido a reintegração do 
anterior ocupante no cargo em que ele se encontra; 
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3) já o aproveitamento (que é forma de provimento) e a disponibilidade são 
institutos aplicáveis nas mesmas hipóteses: (1) cargo ocupado, nas mesmas 
hipóteses de recondução e (2) extinção ou declaração de desnecessidade do cargo; 
Se o servidor não pode ser reconduzido ao seu cargo anterior, pelo fato de ele estar 
ocupado, é tentado seu aproveitamento em cargo de atribuições e vencimentos 
compatíveis. Se não houver vago que preencha essas condições, o servidor fica em 
disponibilidade, aguardando o surgimento de vaga. No caso de extinção ou 
declaração de desnecessidade a lógica é a mesma: é tentado primeiramente o 
aproveitamento do servidor, não sendo isto possível, é ele posto em disponibilidade; 
4) uma vez tendo a Administração determinado o aproveitamento, é este de 
acatamento obrigatório para o servidor. Se ele não voltar à ativa no prazo conferido 
pela Administração, seu aproveitamento é tornado sem efeito e sua disponibilidade é 
cassada, sendo que esta medida, a cassação da disponibilidade, é uma punição 
equivalente à demissão: o servidor é punido com a perda do cargo. 
 
 
Questão 03 
(Oficial de Chancelaria – MRE/2002) – De acordo com o conceituado na Lei nº 
8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico único dos servidores públicos civis da 
União, a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, quando 
invalidada a sua demissão, chama-se de 
a) readmissão 
b) recondução 
c) readaptação 
d) reversão 
e) reintegração 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
A resposta correta ao enunciado encontra-se na última alternativa: reintegração. 
A Reintegração vem prevista no art. 41, § 2º, da CF e no art. 28 da Lei 8.112/90, 
e, com base nesses dispositivos, pode ser definida como a reinvestidura do 
servidor estável que fora demitido ao cargo anteriormente ocupado ou naquele 
resultante de sua transformação, em virtude da anulação de sua demissão por 
decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. 
Deste modo, o servidor, desde que tenha já adquirido a estabilidade, uma vez que 
tenha sido anulada sua demissão, em processo administrativo ou judicial, tem direito 
a retornar ao cargo que antes ocupava e, ainda, a ser indenizado por todas as 
vantagens que deixou de receber durante o período de afastamento ilegal. Todo e 
qualquer valor que o servidor deveria ter recebido se não fora sua demissão ilegal 
deve ser-lhe ressarcido, a exemplo das remunerações que deixou de receber no 
período, devidamente atualizadas. 
Neste retorno do servidor ao seu cargo ou naquele resultante de sua transformação, 
pode o mesmo estar vago, ter sido extinto ou estar provido. No caso de vacância, 
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o servidor simplesmente retorna ao exercício regular de suas funções; no caso de 
extinção do cargo o servidor fica em disponibilidade remunerada; no caso de o 
cargo estar provido, ocupado por outro servidor, o servidor reintegrado também tem 
direito de a ele retornar, e o seu anterior ocupante, se for estável, será 
reconduzido ao seu cargo de origem, sem qualquer indenização, aproveitado em 
outro ou posto em disponibilidade (se não for estável será simplesmente exonerado). 
Esta é a disciplina do art. 28 do Estatuto. 
Vamos aproveitar a questão para falarmos de outras duas outras formas de 
provimento nela mencionadas: a readaptação e a reversão. 
A readaptação vem prevista no art. 24 da Lei 8.112/90. Consiste ela na forma de 
provimento mediantea qual o servidor, em virtude de limitação física ou mental 
que tenha sofrido, é investido em cargo diverso do até então ocupado, desde que o 
cargo tenha atribuições semelhantes e haja equivalência de vencimentos entre um e 
outro, observada, sempre a habilitação e o nível de escolaridade exigidos (se o cargo 
anterior exigia diploma de segundo grau, o servidor só poderá ser readaptado em 
cargo que exija o mesmo nível de escolaridade) 
A readaptação ocorre, portanto, quando o servidor tem diminuída sua capacidade 
física ou mental, em virtude de algum acidente ou doença que contraiu. Esta 
limitação lhe impede de continuar exercendo as atribuições de seu cargo, mas, como 
é relativa (se for absoluta o servidor deve ser aposentado por invalidez), não 
impede que ele passe a exercer as atribuições de outro, respeitados os requisitos 
legais. 
Seria o caso, por exemplo, de um servidor que ocupa o cargo de auxiliar 
administrativo, que tem como função principal efetuar trabalhos de digitação, e sofre 
um derrame, ficando com sua coordenação motora prejudicada. Não terá como 
continuar exercendo adequadamente as funções do cargo de auxiliar administrativo, 
mas poderá ser readaptado no cargo de técnico administrativo, desde que as 
atribuições sejam semelhantes (digamos que ambos os cargos tenham, em termos 
genéricos, a função de apoio administrativo), o valor dos vencimentos seja o mesmo 
(digamos que os vencimentos em ambos os cargos seja de R$ 2.000,00) e que a 
habilitação ou o nível de escolaridade necessário seja idêntico (digamos que os dois 
cargos exijam diploma de nível médio). 
Preenchidas todas as condições, o servidor é readaptado no novo cargo. Pode ser 
que, à época da readaptação, não exista cargo vago de técnico administrativo. Neste 
caso o servidor atuará como excedente, ou seja, desempenhará as funções do 
cargo, embora não tenha sido ainda nele investido, em virtude da inexistência de 
vaga. Permanecerá nesta situação até que surja uma vaga em aberto, quando então 
será o servidor a preencherá, investindo-se no cargo. 
Vista a readaptação, passemos à reversão, instituto previsto nos art. 25 a 27 da Lei 
8.112/90. 
A reversão é o retorno à ativa do servidor aposentado, no mesmo cargo ou naquele 
resultante de sua transformação (por exemplo, o cargo de Técnico do Tesouro 
Nacional, que foi transformado no cargo de Técnico da Receita Federal). O instituto 
tem como limite a idade de 70 anos, quando incide a aposentadoria compulsória. 
Temos duas modalidades de reversão, a reversão de ofício e a reversão a pedido, 
esta acrescido à Lei 8.112/90 pela MP 2.225-45/2001 (ainda em vigor). 
A reversão de ofício é o retorno à ativa do servidor que havia sido aposentado por 
invalidez, quando os motivos que justificaram a aposentadoria não existem mais, 
conforme parecer de junta médica oficial. Isto ocorre quando o servidor, ao tempo 
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da aposentadoria e em função disto, era portador de uma das moléstias graves que 
autorizam a concessão da aposentadoria por invalidez. Após o deferimento do 
benefício, o servidor, para continuar a receber os proventos, tem que se submeter 
periodicamente a inspeção por junta médica oficial. Pode ser que, em uma destas 
oportunidades, a junta constate que os motivos para a manutenção da aposentadoria 
não mais subsistem (a doença regrediu, ou naturalmente ou em virtude de 
tratamento), devendo o servidor voltar à ativa. 
Uma vez exarado o parecer da junta médica, reconhecendo a insubsistência dos 
motivos, a Administração atua vinculadamente, determinando o retorno do 
servidor. Pode ser que o cargo anteriormente ocupado encontre-se provido, caso em 
que, da mesma forma que o readaptado, o revertido exercerá suas funções como 
excedente, até a ocorrência de vaga. Na reversão de ofício e na readaptação, 
portanto, não cabe se falar em disponibilidade, pois, não havendo cargo vago, o 
servidor desempenha as funções do cargo como excedente, até o surgimento de 
vaga. 
A reversão a pedido também consiste no retorno à ativa do servidor aposentado. 
Só que neste caso, o retorno se dá a pedido do próprio servidor, e a Administração 
decide acerca dele com discricionariedade. 
São requisitos para esta modalidade de reversão: 
1) o pedido de retorno formulado pelo servidor; 
2) que sua aposentadoria tenha sido voluntária (se foi por invalidez, é caso de 
reversão de ofício; se foi a compulsória, é vedado o retorno), e tenha ocorrido nos 
05 anos anteriores ao pedido; 
3) que o servidor seja estável; e 
4) que exista cargo vago (não há que se falar aqui, portanto, em exercício de 
atribuições como excedente, pois a inexistência de cargo vago obsta a reversão a 
pedido). 
O servidor, se tiver deferida sua solicitação, retorna ao seu cargo anterior, passando 
a receber sua antiga remuneração, inclusive vantagens pessoais que eventualmente 
percebia na ativa e que não estava recebendo como aposentado. Ademais, conta 
este tempo de retorno para nova aposentadoria, mas, isso é importante, desde que 
permaneça pelo menos 05 anos na ativa após a reversão. 
Pode parecer estranho que alguém peça para retornar ao serviço público, mas a 
reversão a pedido foi criada com o fito de possibilitar o retorno dos servidores 
federais que afobadamente se aposentaram com proventos proporcionais em 1998, 
por temor de que a EC 19/98 lhes trouxesse grandes prejuízos. Todavia, em face das 
novas regras da EC 41/2003, e pelo fato de que o tempo após o retorno só é 
computado para nova aposentadoria se for superior a 05 anos, sejam menores as 
hipóteses em que o servidor pode, atualmente, ter algum benefício com a reversão a 
pedido. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a reintegração, forma de provimento de cargo público, é o retorno servidor 
estável que fora demitido ao cargo anteriormente ocupado ou naquele resultante de 
sua transformação, em virtude da anulação de sua demissão por decisão 
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. Se o cargo 
tiver sido extinto o servidor permanece em disponibilidade, até o surgimento de 
vaga; se estiver provido o reintegrado tem direito, ainda assim, de novamente 
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ocupá-lo, e seu atual ocupante, se estável, será reconduzido ao seu cargo de origem, 
sem qualquer indenização, aproveitado em outro ou posto em disponibilidade; 
2) readaptação é a forma de provimento pela qual o servidor, em virtude de redução 
que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, é investido em outro cargo, 
cujas funções sejam compatíveis com a limitação ocorrida. Só se admite a 
readaptação se o novo cargo tiver atribuições semelhantes às do anterior, forem 
equivalentes os vencimentos e for respeitada a habilitação ou o nível de escolaridade 
exigido; 
3) A reversão é o retorno à ativa do servidor aposentado, no mesmo cargo ou 
naquele resultante de sua transformação. Há duas modalidades de reversão, a 
reversão de ofício e a reversão a pedido; 
4) A reversão de ofício é o retorno à ativa do servidor aposentado por invalidez, 
quando não mais existirem os motivos que justificaram a concessão da 
aposentadoria, conforme parecer de junta médica oficial. Se não houver cargo vago 
o servidor exerce as funções do cargo como excedente; 
5) A reversão a pedido, consiste, como o próprio nome indica, no retorno à ativa do 
servidor por sua própria vontade. Enquanto na reversão de ofício a Administração 
atua vinculamente, na reversão a pedido a Administração decide com 
discricionariedade; 
6) São requisitos para reversão a pedido: 1) o pedido do servidor; 2) que a 
aposentadoria tenha sido voluntária; 3) que o servidor seja estável; e 4) que exista 
cargo vago. O servidor que tem seu retorno autorizado passa a receber novamente 
sua remuneração, inclusive vantagens pessoais que eventualmente nãoestava 
recebendo como aposentado. Além disso, seu tempo de retorno vale para nova 
aposentadoria (já que o servidor estará novamente contribuindo como ativo), se o 
servidor permanecer no cargo por 05 anos após a reversão. 
 
 
Questão 04 
(Auditor-Fiscal do Trabalho - MTE- 2003) - O retorno do servidor estável ao cargo 
anteriormente ocupado, decorrente de inabilitação em estágio probatório relativo a 
outro cargo, denomina-se: 
a) reversão 
b) recondução 
c) reintegração 
d) readaptação 
e) aproveitamento 
 
Gabarito: B. 
 
Comentários: 
 
Com base nos comentários à segunda questão, podemos concluir que o instituto que 
se amolda à descrição do enunciado é a recondução. 
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Questão 05 
(Técnico da Receita Federal/2003) - A forma de prover cargo público da União, 
prevista na Lei nº 8.112/90, originariamente, mas que se considera inconstitucional, 
pela preterição de concurso público, é a 
a) promoção 
b) recondução 
c) reversão 
d) reintegração 
e) redistribuição 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
 
Não há nenhuma possibilidade de se entender o que pensou a ESAF nesta questão. A 
promoção, a recondução, a reversão e a reintegração são formas de provimento 
previstas no art. 8º da Lei 8.112/90, e nenhuma delas padece de qualquer vício de 
constitucionalidade. 
Já a redistribuição, considerada pela ESAF como modalidade inconstitucional de 
provimento, simplesmente não é forma de provimento. 
O instituto é previsto no art. 37 do Estatuto, nos seguintes termos: 
“Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento 
efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para 
outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do 
órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: 
 I – interesse da Administração; 
 II – equivalência de vencimentos; 
 III – manutenção da essência das atribuições do cargo; 
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das 
atividades; 
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação 
profissional; 
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades 
institucionais do órgão ou entidade. 
(...)”. 
Vejam bem: provimento é o ato pelo qual é preenchido determinado cargo 
público, com a designação de seu titular. O que é a redistribuição? É o 
deslocamento de um cargo. Ora, o cargo está sendo deslocado, de um órgão ou 
entidade de um Poder para outro órgão ou entidade do mesmo Poder. Não há 
preenchimento de cargo (provimento), mas deslocamento. 
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Por exemplo, se João das Graças é nomeado para um cargo de técnico 
administrativo do Ministério da Fazenda, estamos perante uma hipótese de 
provimento. O cargo em questão está sendo preenchido por uma pessoa, João. 
Agora, se o cargo de técnico administrativo está sendo deslocado (redistribuído) do 
Ministério da Fazenda para o Ministério da Justiça, ele não estará sendo preenchido, 
não estará sendo designado seu titular. Logo, não estamos perante uma hipótese de 
provimento, e, deste modo, não há como se entender o que a ESAF entendeu neste 
entendimento. 
A única chance que tinha o candidato para alcançar a resposta tida por correta era 
perceber que as demais alternativas da questão trazem formas de provimento 
constitucionais. Mas, mesmo assim, o candidato ficaria na dúvida, se soubesse que a 
redistribuição não é forma de provimento. É uma questão sem solução. 
Bola pra frente. 
 
Síntese do comentário: 
1) transcrição parcial do caput do art. 37 da Lei 8.112/90: Redistribuição é o 
deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do 
quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder; 
2) redistribuição não é forma de provimento, mas a ESAF, nesta questão, não só 
entendeu que ela é forma de provimento, como uma forma de provimento 
inconstitucional (e esta é uma questão do TRF/2003). 
 
 
Questão 06 
(Técnico MPU/2004 – Área Administrativa) - A respeito da remoção do servidor 
público, pode se dizer que 
a) condiciona à comprovação por junta médica oficial, quando requerida por motivo 
de saúde. 
b) independe do interesse da Administração, quando para o quadro de outro Poder. 
c) não implica deslocamento do servidor. 
d) é direito exclusivo do servidor estável. 
e) somente ocorre a pedido. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
 
Antes de tudo, cabe enfatizar que remoção não é forma de provimento, mas 
instituto por meio do qual se dá o deslocamento do servidor, estável ou não, para 
outra unidade do mesmo quadro de pessoal, com ou sem mudança da 
localidade de exercício. Seria o caso, por exemplo, de um TRF sediado na 
Delegacia da Receita Federal em Recife ser deslocado em caráter permanente para a 
Delegacia da Receita Federal em Fortaleza. 
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O instituto é disciplinado no art. 36 do Estatuto. 
Segundo este dispositivo, há três modalidades de remoção: 
1) de ofício, no interesse da Administração: aqui se trata de ato impositivo da 
Administração, que desloca o servidor por necessidade de serviço. O servidor, se 
regular a remoção, é obrigado a se deslocar; 
2) a pedido, a critério da Administração: esta expressão a critério da 
Administração indica que o servidor, interessado no deslocamento, faz o pedido para 
a Administração, mas esta tem discricionariedade para decidir se autoriza ou não 
a remoção. Esta modalidade de remoção, bem como a primeira, não implica 
necessariamente mudança de sede, de localidade (ou seja, poderá o servidor ser 
deslocado dentro do mesmo Município). Enquadram-se nesta modalidade tanto a 
remoção de um TRF lotado na Delegacia da Receita Federal em Recife para a 
Delegacia da Receita Federal de Fortaleza, como a remoção deste servidor para a 
Inspetoria da Receita Federal em Recife (outra unidade do órgão no mesmo 
Município); 
3) a pedido, para outra localidade, independentemente de interesse da 
Administração: as peculiaridades desta modalidade é que ela implica 
necessariamente alteração de domicílio e, uma vez, solicitada pelo servidor, a 
Administração atua vinculadamente, não podendo negar a remoção se preenchidos 
seus pressupostos legais. Em três hipóteses o servidor faz jus a esta remoção: 
- para acompanhar cônjuge ou companheiro, servidor público ou militar, de qualquer 
Poder da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi removido 
de ofício; 
- por motivo de saúde do próprio servidor, seu cônjuge, companheiro ou dependente 
econômico que conste de seu assentamento funcional, desde que comprovada a 
existência do motivo por junta médica oficial; 
- em função de processo seletivo promovido pelo órgão ou entidade, quando o 
número de interessados em se remover para certa localidade é superior ao número 
de vagas nela existente (é o concurso interno de remoção). 
Por último, não podemos confundir este instituo com a transferência. A 
transferência era forma de provimento, prevista originalmente no RJU, pela qual se 
permitia ao servidor ocupar cargo de igual denominação ao seu, mas em quadro de 
pessoal diverso (ao passo que a remoção se dá sempre no mesmo quadro de 
pessoal). O STF declarou inconstitucional esta forma de provimento. Em virtude 
disso, a Lei 9.527/97 revogou a transferência do RJU. 
Apresentada a matéria, tratemos das alternativas da questão: 
a) condiciona à comprovação por junta médica oficial, quando requerida por motivo 
de saúde: é a alternativa correta, pelo que foi apresentado; 
b) independe do interesse da Administração, quando para o quadro de outro Poder: 
a remoção sempre se dá dentro do mesmo quadro de pessoal, logo, não pode ser 
feita para outro Poder; 
c) não implica deslocamentodo servidor: a remoção sempre implica deslocamento 
do servidor (de uma unidade do órgão ou entidade para outra). O que pode implicar 
ou não, conforme a modalidade de que se trate, é alteração de domicílio (de sede, 
nos termos da Lei); 
 d) é direito exclusivo do servidor estável: nenhuma das modalidades de remoção 
tem como pressuposto a estabilidade; 
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e) somente ocorre a pedido: a primeira modalidade de remoção é a de ofício, no 
interesse do serviço. 
 
Síntese do Comentário: 
1) remoção é o instituto mediante o qual ocorre o deslocamento do servidor, estável 
ou não, para outra unidade do mesmo quadro de pessoal, com ou sem mudança da 
localidade de exercício; 
 2) existem três modalidades de remoção: (a) de ofício, no interesse da 
administração; (b) a pedido, a critério da Administração; (c) a pedido, para outra 
localidade, independentemente de interesse da Administração; 
3) a terceira modalidade de remoção tem lugar nas seguintes hipóteses: (a) para 
acompanhar cônjuge ou companheiro, servidor público ou militar, de qualquer Poder 
ou esfera de Governo, que foi removido no interesse do serviço; (b) por motivo de 
saúde do servidor, seu cônjuge, companheiro ou dependente econômico que conste 
de seu assentamento funcional, mediante parecer de junta médica oficial; (c) em 
virtude de processo seletivo realizado pelo órgão ou entidade, quando o número de 
interessados no deslocamento para uma dada localidade ultrapassa o número de 
vagas nela existentes; 
4) a remoção não se confunde com a transferência, modalidade de provimento 
prevista originalmente no Estatuto que foi declarada inconstitucional pelo STF. 
 
 
Questão 07 
(Analista MPU/2004 – Área Documentação – Especialidade Biblioteconomia) - Nos 
termos da Lei nº 8.112/90, assinale a assertiva correta a respeito da 
responsabilidade do servidor. 
a) O servidor só responde civil e administrativamente pelo exercício irregular de suas 
atribuições. 
b) Tratando-se de dano causado à Administração, responderá o servidor perante a 
Fazenda Pública em ação regressiva. 
c) A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será 
executada, até o limite do valor da herança recebida. 
d) As sanções civis, penais e administrativas não poderão cumular-se, sendo 
independentes entre si. 
e) A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição 
criminal por falta de provas. 
 
Gabarito: C 
 
Comentários: 
 
Os comentários a seguir explanados têm por base legal os art. 121 a 126 da Lei 
8.112/90. 
 
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a) O servidor só responde civil e administrativamente pelo exercício irregular de suas 
atribuições (errada). 
Pelo exercício irregular de suas funções o servidor público está sujeito à 
responsabilização nas esferas penal, civil e administrativa 
A responsabilidade penal se configura quando o servidor, nesta qualidade, pratica 
um comportamento que caracteriza crime ou contravenção; a civil quando o 
servidor, por ação ou omissão, dolosa ou culposa, causa dano, material ou moral, à 
Administração ou a terceiros; e a administrativa quando o servidor, também por dolo 
ou culpa, ação ou omissão, pratica um comportamento previsto em lei como ilícito 
administrativo. 
Por exemplo, se um servidor, para praticar um ato enquadrado dentro de suas 
atribuições, exige determinada quantia em dinheiro de um particular, e este se 
submete à exigência ilegal, o servidor responderá na esfera penal pelo cometimento 
do crime de peculato, responderá na esfera civil pelo dano causado ao particular (o 
valor que ele indevidamente entregou, por coação do servidor), e estará, ainda, 
sujeito a penalidade administrativa de demissão. 
Desse modo, a afirmação está errada, pois o servidor público também pode ser 
responsabilizado na esfera penal. 
 
b) Tratando-se de dano causado à Administração, responderá o servidor perante a 
Fazenda Pública em ação regressiva (errada). 
Ao desempenhar inadequadamente suas funções, o servidor pode causar dano a um 
particular ou diretamente à Administração. Por exemplo, se um policial em serviço 
danifica sem justo motivo um veículo de particular, a responsabilidade é direta 
perante este; se ele, por dirigir em excesso de velocidade, colide a viatura policial 
contra uma árvore, a responsabilidade é direta perante a Administração. 
Quando o prejudicado é um particular, este, regra geral, volta-se contra a Fazenda 
Pública, a qual, uma vez tendo indenizado o particular, move uma ação regressiva 
contra o servidor, a fim de se ressarcir do valor anteriormente pago (estudaremos a 
matéria com mais profundidade quando trabalharmos as questões de 
responsabilidade extracontratual do Estado). 
A ação regressiva, da Fazenda contra o servidor, só tem lugar, portanto, quando o 
servidor causa dano diretamente a um particular (o policial que danifica o veículo 
de um administrado). Neste caso a Fazenda Pública, após haver pago a indenização 
a ele, regressivamente se volta contra o agente, buscando a recomposição do 
patrimônio público. 
Quando o ato ilícito do servidor causa dano diretamente à própria Administração 
(o policial que danifica a viatura), não há que se falar em ação regressiva, pois a 
responsabilidade é, tal como o dano, direta, do servidor perante a Administração 
(não há ninguém a ser indenizado pelo poder Publico, para só então ser 
responsabilizado o servidor). 
Portanto, alternativa errada. 
 
c) A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será 
executada, até o limite do valor da herança recebida (certa). 
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É previsão expressa de lei. Segundo o parágrafo terceiro do art. 122 do Estatuto, a 
obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores do servidor, sedo deles 
exigida até o limite do valor recebido na herança. 
Este limite é individual. Por exemplo, se um servidor, com um débito de R$ 
100.000,00 perante a Fazenda, falece e deixa de herança R$ 50.000,00 para cada 
um de seus filhos, em número de dois, a Fazenda poderá exigir de cada um deles 
somente R$ 50.000,00, o valor do patrimônio transmitido. 
 
d) As sanções civis, penais e administrativas não poderão cumular-se, sendo 
independentes entre si (errada). 
Mais uma vez, trata-se de matéria expressamente prevista no Estatuto (só que 
agora a alternativa está errada). Reza seu art. 125 que as sanções civis, penais e 
administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. 
Nada mais lógico. Se há três esferas de responsabilização, uma vez reconhecida em 
todas a conduta ilícita do servidor, em cada uma delas lhe será imputada uma 
sanção. 
 
e) A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição 
criminal por falta de provas (errada). 
Em duas hipóteses a decisão na esfera penal vincula as demais: quando na decisão 
penal é o servidor declarado (1) culpado ou (2) absolvido por negativa do fato ou de 
autoria. 
A primeira hipótese de vinculação não é prevista na Lei 8.112/90, e baseia-se no 
fato de que a condenação na esfera penal exige certeza jurídica. São oferecidas 
diversas oportunidades de defesa ao réu no processo, é obrigatória sua defesa 
técnica por advogado, há recursos previstos exclusivamente para a defesa etc. Tudo 
isto demonstra que, se for considerado o servidor culpado de certo crime ou 
contravenção, tal decisão foi proferida após terem sido propiciadas as mais amplas 
oportunidades de ele provar sua inocência. Essa decisão, uma vez transitada em 
julgado, vincula as demais instâncias, civil e administrativa, nas quais não se poderá 
mais discutir acerca da ocorrência do fato ilícito e de quem é seu autor, mas 
somente estabelecer a sançãoa ser imputada. 
Também vincula as esferas civil e administrativa a decisão penal definitiva que 
absolva o servidor pela negativa do fato (o fato pelo qual o servidor é acusado 
não ocorreu) ou de sua autoria (o fato ocorreu, mas não foi o servidor o seu autor). 
A absolvição penal por qualquer outro motivo não influi as instâncias civil e 
administrativa. 
 
Síntese do Comentário: 
1) pelo desempenho irregular de suas funções o servidor pode ser responsabilizado 
nas instâncias penal, civil e administrativa. A primeira forma de responsabilidade 
surge quando o servidor, nesta qualidade, pratica crime ou contravenção; a segunda 
quando o servidor, por ação ou omissão, dolosa ou culposa, causa dano material ou 
moral à Administração ou a terceiros; e a terceira quando o servidor, por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, comete ato que caracteriza ilícito administrativo; 
2) o servidor pode causar dano diretamente a um particular, caso em que 
responderá perante a Fazenda em ação regressiva; poderá também causar um dano 
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diretamente à Administração, caso em que não cabe se falar em responsabilidade 
regressiva, mas em responsabilidade direta perante a Fazenda; 
3) obrigação de reparar o dano causado pelo servidor estende-se aos seus 
sucessores, até o limite do valor da herança recebida; 
4) por um mesmo ato o servidor poderá ser punido penal, civil e 
administrativamente, ou seja, as sanções civis, penais e administrativas poderão ser 
aplicadas cumulativamente, sendo independentes entre si; 
5) em duas hipóteses a esfera penal vincula a civil e a administrativa: (1) em caso 
de condenação transitada em julgado, e (2) quando a decisão penal definitiva 
inocenta o servidor por negativa de fato ou de autoria. 
 
 
Questão 08 
(Auditor-Fiscal do Trabalho - MTE- 2003) - Relativamente à responsabilidade do 
servidor público, assinale a afirmativa falsa. 
a) A responsabilidade penal abrange exclusivamente os crimes imputados ao 
servidor, nessa qualidade. 
b) As sanções penais, civis e administrativas poderão cumular-se, sendo 
independentes entre si. 
c) A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores do servidor, até o limite 
do valor da herança recebida. 
d) A responsabilidade administrativa não pode subsistir quando houver absolvição 
criminal que negue a existência do fato. 
e) A responsabilidade civil-administrativa pode resultar de ato comissivo ou 
omissivo. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentário: 
 
a) A responsabilidade penal abrange exclusivamente os crimes imputados ao 
servidor, nessa qualidade (errada). 
A alternativa exigia acurada atenção na leitura da Lei 8.112/90. Segundo seu art. 
123, “a responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao 
servidor, nessa qualidade”. Alternativa errada. 
A expressão nessa qualidade significa que o servidor só é responsabilizado 
penalmente, enquanto servidor, quando praticar um crime ou contravenção no 
exercício de suas funções ou valendo-se das prerrogativas inerentes ao cargo. 
 
b) As sanções penais, civis e administrativas poderão cumular-se, sendo 
independentes entre si (certa). 
A alternativa é transcrição literal do art. 125 do Estatuto. 
 
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c) A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores do servidor, até o limite 
do valor da herança recebida (certa). 
Mais uma vez, é matéria expressa na Lei 8.112/90, no art. 122, parágrafo terceiro. 
 
d) A responsabilidade administrativa não pode subsistir quando houver absolvição 
criminal que negue a existência do fato (certa). 
Se na esfera criminal for taxativamente declarado que o fato não ocorreu 
(simplesmente não houve crime ou contravenção), esta decisão vincula as esferas 
administrativa e civil, nas quais não poderá mais ser condenado o servidor, réu no 
processo penal onde for prolatada a decisão. 
 
e) A responsabilidade civil-administrativa pode resultar de ato comissivo ou omissivo 
(certa). 
Segundo o art. 124 do Estatuto, “a responsabilidade civil-administrativa resulta de 
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função”. Apesar da 
expressão civil-administrativa, o dispositivo em questão está disciplinando a 
responsabilidade civil do servidor. 
Como reza a norma, ela pode surgir tanto de um ato comissivo, quando o servidor 
materialmente pratica um ato danoso (invade propriedade particular, se apossa de 
bens de terceiros, colide com o veículo oficial etc); como de um ato omissivo, que 
se configura quando o servidor, em certa situação, tinha o dever de agir e não o fez, 
e com sua inércia possibilitou a ocorrência de um dano (um policial que vê um 
assalto ocorrer à sua frente e nada faz para impedi-lo, um agente que esquece de 
guardar um objeto de valor, e este vem a ser furtado etc). 
 
Síntese do Comentário (apenas pontos não comentados): 
1) um ato praticado pelo servidor nessa qualidade é um ato que ele praticou na 
condição de servidor, ou seja, no exercício de suas funções ou valendo-se de alguma 
das prerrogativas de seu cargo; 
2) diz-se que um ato é comissivo quando há alguma ação, alguma atividade 
(derrubar uma cerca, assinar um documento, preencher um cheque etc); ao 
contrário, diz-se que um ato é omissivo quando na verdade nenhum ato foi praticado 
quando deveria ter sido (um vigia de um órgão público que presencia um 
arrombamento no seu local de trabalho e nada faz para impedi-lo, um fiscal que 
permanece passivo perante uma operação de contrabando que se desenrola à sua 
frente). O servidor poderá ser responsabilizado civilmente tanto por comissivos como 
por atos omissivos. 
 
 
Questão 09 
(Analista de Finanças e Controle - AFC/CGU - 2003/2004) - A destituição de cargo 
em comissão é prevista na Lei nº 8.112/90, especificamente, para quando o servidor 
a) perde o fator confiança. 
b) comete falta grave, no seu cargo efetivo. 
c) comete falta grave, mas não detém cargo efetivo. 
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d) for demitido do seu cargo efetivo. 
e) renuncia ao exercício do seu comissionamento. 
 
Gabarito: C. 
 
Comentários: 
 
A Lei 8.112/90, no inc. V do art. 127, prevê como penalidade autônoma a 
destituição de cargo em comissão (que é penalidade de mesma natureza que a 
demissão, dispensa por cometimento de falta grave). Cargos em comissão são 
aqueles declarados em lei como de livre nomeação e exoneração pela autoridade 
competente. Segundo o art. 37, V, da CF, tais cargos só podem ser criados para 
funções de direção, chefia e assessoramento, e deverão ser preenchidos por 
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos a serem 
estabelecidos em lei. 
A partir desses apontamentos, podemos concluir que o ocupante de certo cargo em 
comissão poderá ser um servidor titular de cargo efetivo ou não. Os cargos de 
Delegado da Receita Federal, por exemplo, são cargos em comissão. Desse modo, 
poderão ser preenchidos por alguém sem qualquer vínculo com a SRF, nomeado pela 
autoridade competente, ou por um auditor-fiscal da Receita Federal (AFRF), 
ocupante de cargo efetivo na SRF. 
Pois bem, se o servidor que titularizar o cargo de Delegado da RF não for um AFRF, 
quando cometer falta grave será destituído do cargo em comissão e neste caso, 
efetivamente, não terá um cargo efetivo. Aqui até pode se aceitar o entendimento da 
ESAF na questão. 
Ocorre que o Delegado pode ser um AFRF e, neste caso, se cometer falta grave no 
cargo em comissão, sem dúvida será também dele destituído, e, neste caso ele é 
titular de cargo efetivo. Aqui já não há como aceitar a posição da ESAF. 
O que acontece é que, regra geral, um servidor que ocupa um cargo efetivo, ao ser 
nomeado para um cargo em comissão, antes de começar a exercê-lose afasta do 
exercício daquele. Assim, se cometer falta grave, será no cargo em comissão. Deve 
então, ser destituído deste cargo, mas não demitido do seu cargo efetivo (pois 
quando cometeu a falta grave não estava exercendo as funções deste cargo, e sua 
nomeação para o cargo em comissão não decorreu do fato de ser dele titular). 
O correto, portanto, é considerarmos que a destituição de cargo em comissão, 
quando este está preenchido por servidor titular de cargo efetivo, não pressupõe 
falta grave cometida no cargo efetivo (primeiro, porque a principio o servidor nem 
está exercendo as funções deste cargo; segundo, por que se a falta fosse no cargo 
efetivo ele seria demitido deste cargo, e não do cargo em comissão). Não significa, 
como deu a entender a ESAF nesta questão, que a penalidade não possa ser aplicada 
a quem possui cargo efetivo, significa que simplesmente não tem vinculação com 
este cargo. 
Deixando de lado a alternativa c, já trabalhada, vamos demonstrar porque as demais 
alternativas estão erradas: 
a) perde o fator confiança: se o servidor perde a confiança da autoridade é caso de 
exoneração (não houve qualquer falta), não de destituição; 
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b) comete falta grave, no seu cargo efetivo: se o servidor comete falta grave no 
cargo efetivo, na hipótese de acumular o exercício dos dois cargos, o efetivo e o em 
comissão, deve ser demitido do seu cargo efetivo, não destituído do cargo em 
comissão. 
d) for demitido do seu cargo efetivo: mesma situação que a alternativa anterior; 
e) renuncia ao exercício do seu comissionamento: aqui é a hipótese em que o 
servidor pede exoneração do cargo em comissão. 
 
Síntese do Comentário: 
1) para fins de punição administrativa não há vinculação entre faltas cometidas em 
cargo em comissão e faltas cometidas em cargo efetivo. O servidor que exerce 
cumulativamente os dois tipos de cargos, se cometer falta grave no exercício das 
funções do cargo em comissão, deverá ser dele destituído (mas não demitido do 
cargo efetivo), se cometer falta grave no desempenho das funções do cargo efetivo, 
deve ser dele demitido (mas não será necessariamente destituído do cargo em 
comissão). Os dois provimentos são autônomos, originários, de modo que 
autônomas serão as punições; 
2) se o servidor é titular apenas de cargo em comissão, logicamente, no caso de 
cometimento de falta grave, só cabe se falar em destituição do cargo em comissão. 
 
 
Questão 10 
(Técnico Judiciário - TRT - 7ª Região – 2003) - A penalidade de suspensão, prevista 
na Lei nº 8.112/90, pode ser aplicada ao servidor público federal, no caso de 
a) improbidade administrativa 
b) inassiduidade habitual 
c) reincidência de falta punível com advertência 
d) prática de usura 
e) insubordinação grave em serviço 
 
Gabarito: C. 
 
Comentários: 
 
A questão, em si, é simples. Segundo o 130, caput, da Lei 8.112/90, ao servidor que 
reincidir em falta punível com advertência deverá ser aplicada a pena de 
suspensão, por até 90 dias. A disciplina da lei é clara. Se o servidor praticar um ato 
que caracterize falta punível com advertência (por exemplo, opor resistência 
injustificada ao andamento de um processo administrativo), e após isto praticar ato 
diverso, que caracterize outra falta punível com advertência (por exemplo, recusar fé 
a documentos públicos), deverá ser punido com duas advertências, e não com 
uma advertência e uma suspensão. A reincidência que dá ensejo á aplicação da pena 
de suspensão é a reincidência específica, a qual se configura quando o servidor 
praticar uma falta punível com advertência (por exemplo, ausentar-se do serviço 
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durante o expediente sem anuência de seu chefe imediato) e, posteriormente, 
incorrer na mesma falha (sair para um novo passeio no horário de trabalho sem 
novamente avisar seu chefe imediato). 
Aproveitaremos a deixa da questão para apresentarmos um quadro das penalidades 
previstas na Lei 8.112/90 para o servidor federal e das hipóteses em que cada uma 
delas deve ser aplicada. 
Segundo o art. 130 do Estatuto, são penalidades disciplinares: 
1) advertência; 
2) suspensão; 
3) demissão; 
4) cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
5) destituição de cargo em comissão; 
6) destituição de função de confiança. 
A advertência será aplicada quando o servidor (art. 117, I a VIII e XIX, art. 129): 
- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia anuência do chefe 
imediato; 
- retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou 
objeto da repartição; 
- recusar fé a documentos públicos; 
- opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução 
de serviço; 
- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o 
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; 
- coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou 
sindical, ou a partido político; 
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, 
companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado; 
- inobservar dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna que não 
justifique a imposição de penalidade mais grave. 
A suspensão será aplicada quando o servidor (art. 117, XVII e XVIII): 
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em 
situações de emergência e transitórias; 
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou 
função e com o horário de trabalho; 
- reincidir em faltas punidas anteriormente com advertência. 
 A demissão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a destituição 
de cargo em comissão e a destituição de função de confiança serão aplicadas 
quando o servidor (art. 117, IX a XVI): 
- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da 
dignidade da função púbica; 
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- participar de gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil, salvo 
a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas públicas ou 
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital 
social, sendo-lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comanditário; 
- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo 
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão 
de suas atribuições; 
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
- praticar usura sob qualquer de suas formas; 
- proceder de forma desidiosa; 
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades 
particulares. 
A demissão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a destituição 
de cargo em comissão e a destituição de função de confiança também serão 
aplicadas nos seguintes casos: 
- crime contra a administração pública; 
- abandono de cargo; 
- inassiduidade habitual; 
- improbidade administrativa; 
- incontinência pública ou escandalosa, na repartição; 
- insubordinação grave em serviço; 
- ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa 
própria ou de outrem; 
- aplicação irregular de dinheiros públicos; 
- revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
- lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
- corrupção; 
- acumulaçãoilegal de cargos, empregos ou funções públicas. 
Com base neste elenco, podemos concluir que não existe a multa como 
penalidade disciplinar autônoma na Lei 8.112/90. A teor do art. 130, em seu 
parágrafo segundo, o que poderá ocorrer, por decisão discricionária da 
Administração, será a conversão da penalidade de suspensão em multa, à razão de 
50% por dia de vencimento ou remuneração do servidor, o qual fica obrigado, 
com este medida, a cumprir normalmente sua jornada de trabalho. 
Por exemplo, uma suspensão de 30 dias poderá ser convertida em uma multa de 
50% da remuneração ou do vencimento do servidor durante este período. O que é 
importante notarmos é que se a multa resulta da conversão da penalidade de 
suspensão, como dispõe a lei, é porque a pena imposta é a de suspensão, a qual, 
posteriormente, pode ser convertida em multa por decisão discricionária da 
Administração. 
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Por fim, o caput do art. 135 traz também uma regra importante. Segundo a norma, 
a penalidade de destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de 
cargo efetivo será aplicada nas hipóteses de infração sujeitas à penalidade de 
suspensão e demissão. Temos que diferenciar, portanto: o servidor que, além de 
exercer cargo em comissão, também é titular de cargo efetivo, está sujeito a 
penalidades disciplinares nos termos acima expostos (poderá ser suspenso de seu 
cargo em comissão, bem como do efetivo, nas três hipóteses que transcrevemos 
acima). 
Já o ocupante de cargo em comissão que não é detentor de cargo efetivo está sujeito 
à pena de destituição do cargo em comissão nas hipóteses de demissão e suspensão 
acima listadas. Portanto, além de serem maiores as hipóteses em que este servidor 
poderá ser destituído de seu cargo em comissão (três a mais do que aquele que 
também é titular de cargo efetivo), este servidor jamais poderá ser apenado com 
suspensão (quando praticar ato punível com suspensão, nos termos do art. 130, 
deverá ser destituído de seu cargo em comissão). 
 
Síntese do Comentário: 
1) consoante o art. 130 da Lei 8.112/90, são penalidades disciplinares que podem 
ser impostas ao servidor público federal: advertência; suspensão; demissão; 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade; destituição de cargo em comissão; 
destituição de função de confiança. 
2) a advertência será imposta quando o servidor : 
- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia anuência do chefe 
imediato; 
- retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou 
objeto da repartição; 
- recusar fé a documentos públicos; 
- opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução 
de serviço; 
- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o 
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; 
- coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou 
sindical, ou a partido político; 
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, 
companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado; 
- inobservar dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna que não 
justifique a imposição de penalidade mais grave. 
3) a suspensão será imposta quando o servidor: 
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em 
situações de emergência e transitórias; 
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou 
função e com o horário de trabalho; 
- reincidir em faltas punidas anteriormente com advertência. 
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4) a demissão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a destituição 
de cargo em comissão e a destituição de função de confiança serão impostas 
quando o servidor: 
- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da 
dignidade da função púbica; 
- participar de gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil, salvo 
a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas públicas ou 
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital 
social, sendo-lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, 
cotista ou comanditário; 
- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo 
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão 
de suas atribuições; 
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
- praticar usura sob qualquer de suas formas; 
- proceder de forma desidiosa; 
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades 
particulares. 
5) a demissão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a destituição 
de cargo em comissão e a destituição de função de confiança também serão 
aplicadas nos seguintes casos: 
- crime contra a administração pública; 
- abandono de cargo; 
- inassiduidade habitual; 
- improbidade administrativa; 
- incontinência pública ou escandalosa, na repartição; 
- insubordinação grave em serviço; 
- ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa 
própria ou de outrem; 
- aplicação irregular de dinheiros públicos; 
- revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
- lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
- corrupção; 
- acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas. 
6) o servidor ocupante de cargo em comissão que não for titular de cargo efetivo 
será destituído de seu cargo em comissão quando praticar ato que caracterize, 
segundo as regras acima, falta sujeita a demissão e suspensão; 
7) não existe multa como penalidade autônoma na Lei 8.112/90. O que pode 
ocorrer, quando conveniente para o serviço, é a conversão da penalidade de 
suspensão em multa, à razão de 50% da remuneração ou do vencimento diário do 
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servidor, durante o período de aplicação da penalidade, caso em que o servidor fica 
obrigado a permanecer em serviço e desempenhar regularmente suas atribuições; 
8) a reincidência que dá ensejo à pena de suspensão é a reincidência específica, que 
ocorre quando o servidor, após praticar uma falta punível com advertência, 
posteriormente pratica novamente a mesma falta. 
 
 
Questão 11 
(Procurador da Fazenda Nacional/2002) – O contrato de trabalho por prazo 
indeterminado celebrado pela Administração Pública Federal não pode ser rescindido, 
unilateralmente, em virtude de: 
a) necessidade de redução de pessoal, por excesso de despesa. 
b) prática de falta grave, nos termos da CLT. 
c) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções. 
d) insuficiência de desempenho, observadas as cautelas legais. 
e) extinção de órgão público de lotação do empregado público. 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
 
Apesar de o enunciado não ter especificado, a questão refere-se às disposições da 
Lei 9.962/2000, que estabelece regras para contratação de pessoal por prazo 
indeterminado na Administração direta, autárquica e fundacional federal (e 
não em toda a Administração Pública Federal, como consta no enunciado). 
Em outros termos, esta lei estabelece algumas normas acerca do regime de 
emprego público na Administração direta, autárquica e fundacional da União, tendo 
sido editada em virtude da extinção da obrigatoriedade da adoção do regime jurídico 
único nesta esfera de Administração, como enfatizamos noprimeiro comentário 
desta aula. 
A lei não exaure o regramento deste regime na esfera federal. Ao contrário, seu 
artigo 1° é claro ao estatuir que, ressalvadas as disposições da lei, o restante da 
matéria segue as normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Enfim, a Lei 
9.962 traz algumas normas específicas para o regime de emprego público na União, 
suas autarquias e fundações públicas. No mais, este regime segue as normas da 
CLT. 
A lei, ainda segundo seu art. 1°, aplica-se somente aos empregos permanentes na 
Administração direta, autárquica e fundacional da União, estando excluídos de seu 
âmbito os cargos em comissão. 
Em continuação, o art. 1° autoriza não só a criação de empregos públicos, mediante 
lei, como seria lógico, mas também a transformação de cargos em empregos 
públicos, desde que aqueles estejam vagos. Assim, se há 100 cargos vagos em 
uma autarquia federal, tais cargos, mediante lei, poderão ser transformados em 
empregos públicos. 
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A disciplina legal deixa claro, portanto, que os cargos, enquanto ocupados por um 
servidor, não poderão ser transformados em empregos, a partir do que podemos 
concluir com certeza que os atuais servidores estatutários federais, regidos pela Lei 
8.112/90, não estão e nem estarão sujeitos à Lei 9.962/2000. Enquanto estiverem 
ocupando seus cargos eles não poderão ser transformados em empregos, e, 
portanto, tais agentes permanecerão na condição de estatutários, disciplinados pela 
Lei 8.112/90. 
O art. 2° da lei, a fim de afastar quaisquer dúvidas, condiciona a contratação por 
tempo indeterminado à aprovação em concurso público. Mesmo silente a lei a 
respeito deste ponto, a exigência de concurso público para a ocupação de empregos 
públicos decorre diretamente de previsão constitucional, a saber, o art. 37, II. 
O art. 3º é talvez o mais importante dispositivo da lei (e é ele o objeto da questão), 
pois regula as hipóteses em que o contrato de trabalho por prazo indeterminado 
poderá ser rescindido por ato unilateral da Administração. 
Abaixo, segue a transcrição do artigo: 
“Art. 3º: O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente poderá ser 
rescindido por ato unilateral da Administração Pública nas seguintes hipóteses: 
I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das 
Leis do Trabalho – CLT; 
II – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
III – necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos 
termos da lei complementar a que se refere o art. 169 da Constituição Federal; 
IV – insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem 
pelo menos um recurso hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado 
em trinta dias, e o prévio conhecimento dos padrões mínimos exigidos para a 
continuidade da relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com 
as peculiaridades das atividades exercidas. 
Parágrafo único. Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos no 
caput as contratações de pessoal decorrentes da autonomia de gestão de que trata o 
§ 8° do art. 37 da Constituição Federal.” 
Esse dispositivo é sobremaneira interessante. Ele, ao estabelecer as hipóteses de 
rescisão do contrato por ato unilateral da Administração, deixa claro que é vedada a 
dispensa imotivada do empregado. Ou este cometeu falta grave, nos termos da 
CLT, ou está em situação de acumulação ilegal, ou foi reprovado em avaliação de 
desempenho ou, por fim, é necessária a redução do quadro em que está lotado por 
excesso de despesa com pessoal. Do contrário, o empregado não poderá ter seu 
contrato rescindido unilateralmente. A lei, como se nota, criou uma espécie de 
estabilidade relativa para o empregado da União, suas autarquias e fundações 
públicas, com regras semelhantes (mas não idênticas) à estabilidade dos servidores 
públicos. 
Só em uma situação excepciona-se esta estabilidade relativa: quando o órgão ou 
entidade na qual trabalha o empregado público celebra um contrato de gestão, 
caso que poderão ser dispensados seus empregados mesmo que não fique 
caracterizada nenhuma das hipóteses do art. 3°. 
Apresentada assim a matéria, podemos concluir que, dentre as alternativas da 
questão, a única que traz hipótese na qual a lei não admite a dispensa unilateral do 
empregado público é a e: no caso de extinção de órgão público de lotação do 
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empregado público (a lei só prevê a rescisão unilateral por motivo de redução de 
quadro de pessoal). 
É uma situação interessante. Como os empregados públicos não têm direito á 
disponibilidade, direito exclusivo do servidor estável, não poderão ficar em 
inatividade remunerada (não existe esta figura para o empregado). Logo, no caso de 
extinção do órgão ou entidade de sua lotação, não vemos outra solução a não ser a 
redistribuição do emprego para outro órgão ou entidade da administração direta, 
autárquica ou fundacional da União. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a Lei 9.962/2000 estabelece regras para a contratação de pessoal por prazo 
indeterminado na Administração direta, autárquica e fundacional federal, ou seja, 
regula o regime de emprego público nesta esfera de administração; 
2) a lei, contudo, não disciplina integralmente este regime. Apenas estabelece 
algumas regras específicas, sendo o restante da matéria regulado pelas normas da 
CLT; 
3) a lei aplica-se apenas a empregos permanentes na administração direta, 
autárquica e fundacional da União, estando forma de seu âmbito os cargos em 
comissão; 
4) a lei, no art. 1°, autoriza a transformação de cargos, desde que vagos, em 
empregos públicos. Desse modo, os atuais servidores públicos federais, já que estão 
ocupando seus cargos, não poderão ter os mesmos transformados em empregos 
públicos. Continuarão como estatutários, regidos pela Lei 8.112/90; 
5) O art. 2° exige aprovação em concurso para a celebração do contrato de trabalho 
por prazo indeterminado; 
6) o art. 3º disciplina as hipóteses em que o contrato de trabalho por prazo 
indeterminado poderá ser rescindido por ato unilateral da Administração. São elas 
(transcrevemos parcialmente o artigo): 
– prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis 
do Trabalho – CLT; 
– acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
– necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos 
da lei complementar a que se refere o art. 169 da Constituição Federal (não se aplica 
a norma no caso de extinção do órgão ou entidade); 
– insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem 
pelo menos um recurso hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado 
em trinta dias, e o prévio conhecimento dos padrões mínimos exigidos para a 
continuidade da relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com 
as peculiaridades das atividades exercidas; 
7) o art. 3º criou como que uma estabilidade relativa para o empregado da União, 
suas autarquias e fundações públicas, ao vedar a dispensa imotivada. Só admite a 
dispensa fora das hipóteses previstas nos inc. I a IV quando o órgão ou entidade 
tenha celebrado contrato de gestão. 
 
 
Questão 12 
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(Procurador BACEN/2001) – Pela nova legislação federal, poderão ser admitidos 
servidores regidos pela legislação trabalhista no serviço público, como empregados 
públicos. 
Assinale, entre as hipóteses abaixo, quando o contrato de trabalho por prazo 
indeterminado não pode ser rescindido unilateralmente pela Administração. 
a) Se o empregado cometer falta grave, nos termos da CLT. 
b) Se ocorrer necessidade de redução do quadro de pessoal, por excesso dedespesa. 
c) Por insuficiência de desempenho do empregado, apurada em procedimento que 
lhe garanta o contraditório. 
d) Em caso de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas. 
e) Por reprovação do empregado no estágio probatório. 
 
Gabarito: E. 
 
Comentários: 
 
Com base nos comentários da questão anterior, nenhuma dificuldade há em se 
determinar a alternativa que satisfaz o enunciado, a última. 
Na verdade, mesmo sem o conhecimento da Lei 9.962/2000 poderíamos chegar à 
alternativa correta. Bastaria que nos lembrássemos que o estágio probatório é um 
dos requisitos para a aquisição da estabilidade. Como a estabilidade é direito 
exclusivo do servidor público titular de cargo efetivo, o estágio probatório é 
instituto inaplicável aos empregados públicos (inclusive, obviamente, os empregados 
das sociedades de economia mista e empresas públicas). 
 
 
Até sexta, pessoal.

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