Micologia Geral

Prévia do material em texto

Micologia Geral 
HISTÓRICO: 
- Primeiro trabalho da era microscópica – Hook, 
1667. 
- De 1821 a 1832, na Suécia, Elias Fries publica os 3 
volumes do System Mycologicum. 
- Um trabalho notável teve início em 1822, com 
Saccardo, e foi até 1931, descrevendo mais de 80 
mil espécies. 
- De Barry, considerado pai da micologia 
moderna, publicou Morphologie and Physiologie 
Derpilze, Flechten, and Myxomyceten; 
- A Micologia Médica Humana - Schoenlein, 
Langenbeck, Gruby, sobre as micoses superficiais, 
a partir de 1839; 
- Estudos sobre micetoma começam com Gill, 
1842; 
- Estudos de Aspergiloses, com Virchow, datam de 
1856; 
- No princípio do século XX, Sabouraud inaugura 
praticamente a Micologia Dermatológica – livro 
LES TEIGNES, de 1910. 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA: 
- Os Cinco Reinos dos Seres Vivos: finalmente, em 
1969, Whittaker criou o reino dos fungos que foi 
mais tarde modificado por Margulis e Schwartz. 
Assim, os seres vivos ficaram divididos em cinco 
reinos: 
1. Monera: procariontes – bactérias, 
acinomiceto, algas azuis. 
2. Protista: eucariontes – protozoários e outros 
organismos unicelulares; 
3. Fungi: eucariontes – leveduras e fungos 
filamentosos; 
4. Plantae: eucariontes – plantas. 
5. Animalia: eucariontes – enquadra todos os 
animais existentes na Terra. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA – 
BOTÂNICA: 
- Engler-Diels (1936) propuseram essa 
classificação. 
- Grupo de bactérias da ordem Actinomycetales 
(Actinomicetos → fungos falsos) que eram 
considerados fungos e que são estudados na 
micologia médica, pois são patogênicos. 
✓ Gêneros: Actinomyces, Nocardia, 
Streptomyces, etc. 
- Os fungos verdadeiros Eumycophyta, 
subdividem-se em 4 classes: 
a. Zigomicetos (ficomicetos): fungos de 
micélio cenocítico, cuja reprodução pode 
ser sexuada (zigósporo) ou assexuada 
(esporangiósporos). 
b. Ascomicetos: fungos de hifas septadas 
que apresentam asco, estrutura em forma 
de saco ou bolsa, no interior do qual são 
produzidos os ascósporos, esporos 
sexuados. 
c. Basidiomicetos: fungos de hifas septadas 
que se caracterizam pela reprodução de 
esporos sexuados (basidiósporos). 
d. Deuteromicetos ou fungos imperfeitos: 
fungos de hifas septadas que se 
multiplicam apenas por conídios. 
- Em micologia, imperfeito significa assexuado 
(possuem somente reprodução assexuada). 
✓ As 3 primeiras classes são de fungos 
perfeitos pois podem reproduzir-se de 
forma assexuada ou sexuada, embora a 
maioria deles também se reproduza por 
via assexuada. 
✓ A reprodução sexuada é importante para 
garantir a variabilidade genética, 
enquanto a reprodução assexuada é mais 
importante para a disseminação da 
espécie. 
- OBS: fungos antropofílicos (que causam 
infecções endógenas) são mais difíceis de tratar, 
pois sua adaptação ao organismo humano 
dificulta o tratamento. 
FUNGOS UNICELULARES: 
- As leveduras são fungos unicelulares não 
filamentosos, caracteristicamente esféricas ou 
ovais. 
- Reproduzem-se por brotamento (forma uma 
gêmula ou broto). 
✓ Blastoconídeo: levedura em brotamento. 
✓ Ao realizar vários brotamentos sucessivos, a 
levedura gera uma estrutura filamentosa 
denominada pseudo-hifa (várias células 
leveduriformes em brotamento). 
- OBS: o gênero de fungos leveduriformes mais 
comuns e maiores causadores de infecções nos 
seres humanos é a Candida. 
FUNGOS MULTICELULARES: 
- O corpo de um fungo filamentoso é composto de 
longos filamentos de células conectadas, as hifas. 
Quando elas são divididas em unidades celulares 
uninucleadas, são chamadas de hifas septadas. 
- Reproduzem-se por germinação de esporo ou 
brotamento. 
FUNGOS DIMÓRFICOS: 
- Fungos que exibem forma de crescimento uni e 
multicelular. Apresentam forma de levedura in 
vivo e a 37ºC, mas quando cultivados a 25ºC 
apresentam forma filamentosa. 
FUNGOS FILAMENTOSOS: 
- São multicelulares. 
- Formam bolores: colônias de aspecto seco, 
aveludadas, algodonosas, pulverulentas. 
 
- As colônias filamentosas são constituídas 
fundamentalmente por elementos multicelulares 
em forma de tubo, denominados hifas (células 
alongadas que constituem estruturas 
filamentosas). 
TIPOS MORFOLÓFICOS DE HIFAS: 
1. Asseptada, não septada ou cenocítica. 
2. Septadas ou tabicadas. 
▪ Mais comuns (hifas não septadas 
fazem parte dos zigomicetos). 
 
 
- Ao conjunto de hifas, que se entrelaçam e 
formam o corpo do fungo, dá-se o nome de 
micélio. 
 
- Cada hifa é dotada de vários núcleos, ou seja, 
apresentam várias células. 
FUNGOS LEVEDURIFORMES: 
- São unicelulares. 
- As colônias leveduriformes possuem aspecto 
úmido e são pastosas ou cremosas, formadas por 
microrganismos unicelulares que cumprem as 
funções vegetativas e reprodutivas. 
 
- Ex.: fungo Candida. 
- Reprodução por blastoconídeos, formando 
vários brotamentos de hifas falsas (pseudo-hifas). 
 
- Estrutura: 
 
NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE MORFOLOGIA: 
- HIFA é o nome que se usa para designar os 
filamentos dos fungos. 
✓ Micélio é o conjunto das hifas. 
- As hifas podem ser classificadas em relação à: 
ESPESSURA: 
✓ Delgadas (Actinomicetos – micoses 
profundas e superficiais). 
✓ Espessas (fungos verdadeiros – 
Eumycophyta) 
PRESENÇA DE SEPTOS: 
✓ Asseptadas ou contínuas – Zigomicetos. 
✓ Septadas - Ascomicetos, Basidiomicetos e 
Deuteromicetos. 
VERDADEIRAS OU FALSAS: 
✓ Verdadeiras: crescem sem interrupção, a 
partir de germinação de um esporo. 
✓ Falsas: hifas ou hifas gemulantes ou 
pseudo-hifas são as que crescem por 
gemulação ou por brotamento sucessivo 
(leveduras). 
 
COLORAÇÃO: 
✓ Hifas hialinas de cores claras são 
chamadas mucedíneas. 
▪ Lesões hipocrômicas (mais claras 
que a tonalidade da pele). 
✓ Hifas de tonalidade escura ou negra são 
hifas demácias. 
▪ Lesões hipercrômicas (mais escuras 
que a pele). 
 
ESQUEMA DE REPRODUÇÃO FÚNGICA: 
REPRODUÇÃO ASSEXUADA: 
- Cada célula da hifa é haploide. 
- Produção de esporos haploides que germinam e 
formam novas hifas (também haploides). 
- Portanto, não há mistura de material genético 
(não tem variabilidade). 
 
REPRODUÇÃO SEXUADA: 
- Algumas hifas fundem-se entre si (plasmogamia – 
fusão entre citoplasmas) → núcleos também se 
fundem, caracterizando a cariogamia. 
- A partir da cariogamia, tem-se um estágio 
diploide. 
- Posteriormente, o fungo sofre meiose e gera 
novos esporos haploides, que irão germinar e 
formar novas hifas haploides. 
- Portanto, houve mistura de material genético, 
aumentando a variabilidade. 
ESPOROS ASSEXUADOS: 
- São mais comuns, pois os fungos fazem 
reprodução assexuada para se instalarem no 
ambiente e facilitar a proliferação. 
- Artroconídios: são esporos que se formam pelo 
simples desmembramento das hifas septadas em 
dermatófitos (fungos filamentosos). 
 
- Blastoconídio: é o esporo que se forma por 
gemulação (brotamento) em leveduras. 
 
- Conídios: são os esporos mais frequentes – 
necessário hifa germinativa septada diferenciada 
(conidióforo). 
✓ Os conidióforos podem ser uni, bi ou 
multicelurares; 
✓ Os conídios estão presentes em todas as 
classes dos Eumicetos (Eumycophyta ou 
Fungos Verdadeiros). 
✓ Característicos de fungos filamentosos. 
 
- Esporangiósporo: característico dos zigomicetos, 
forma num esporangióforo que termina por uma 
formação arredondada chamada esporângio. 
 
ESPOROS SEXUADOS: 
- São mais raros, pois os fungos formam suas 
colônias por reprodução assexuada. 
- Oósporo e o Zigósporo: classe dos Zigomicetos. 
 
- Basidiósporo: esporo sexuado da classe dos 
Basidiomicetos. 
 
- Ascósporo: esporo sexuado da classe dos 
Ascomicetos. 
 
- A classe deuteromicetos não apresenta esporos 
sexuados, por isso é chamada de classe dos Fungi 
Imperfecti – fungos imperfeitos.