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Abordagens Pedagógicas II

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Na aula anterior, iniciamos a nossa reflexão acerca das abordagens ou tendências
pedagógicas, apresentando algumas ideias relacionadas à pedagogia tradicional e à
abordagem escolanovista.
Nesta aula, daremos mais um passo nessa temática, apresentando as abordagens
tecnicista/neotecnicista e crítica, lembrando que são categorizações possíveis.
Nossa opção por fazê-las assim tem o objetivo de facilitar a compreensão, tendo em vista
os objetivos gerais do nosso curso de Didática do Ensino Superior.
Um estudo mais aprofundado das abordagens ou tendências pedagógicas costuma ser
realizado nos cursos de Pedagogia e nas disciplinas de Filosofia e/ou História da Educação.
1. Reconhecer as características gerais das abordagens ou tendências pedagógicas
tecnológica/neotecnológica e críticas, apontando os possíveis impactos dessas
abordagens na Didática e/ou no processo didático.
Na aula anterior, estudamos as abordagens tradicional e escolanovista. Agora, trataremos
sobre as abordagens tecnicista/neotecnicista e crítica.
Você está pronto para retomar seus estudos?
Didática do Ensino Superior
Aula 4: Abordagens pedagógicas II
Introdução
Objetivos
Outras abordagens
Abordagem tecnicista
A abordagem ou pedagogia tecnicista “advoga a reordenação do processo educativo de
maneira a torná-lo objetivo e operacional” (Saviani, 1984), tendo presente o pressuposto da
neutralidade científica e inspirada nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade.
Essa tendência (que será apresentada/estudada, incorporando os princípios e/ou
fundamentos da abordagem comportamental) considera que o conhecimento é a
descoberta da realidade exterior que é dada como existente e independente do indivíduo.
Desse modo, o conhecimento é o resultado da experiência ou da experimentação
planejada.
Para os adeptos dessa abordagem, “a experiência planejada é considerada a base do
conhecimento. [...] o conhecimento é o resultado direto da experiência” (Mizukami, 1986).
Skinner (1980), um dos representantes da abordagem comportamental mais conhecido no
Brasil, entende que o comportamento do ser humano pode ser ordenado e determinado,
permitindo a aplicação dos métodos científicos na pesquisa dos atos humanos.
Nesse sentido, o ser humano é produto do arranjo de contingências de reforço que são
construídas, segundo as relações entre o indivíduo e o mundo, envolvendo a articulação
entre o momento da resposta, a própria resposta e as consequências reforçadas.
O ser humano é, portanto, produto do seu processo evolutivo!
Para a versão tecnicista/comportamental, o mundo é um fenômeno objetivo e já construído,
podendo ser manipulado, no sentido de seu aperfeiçoamento. Por sua vez, as relações do
indivíduo com o meio podem ser controladas.
Autor: Jeswin Thomas/unsplash.com
A abordagem ou pedagogia tecnicista/comportamental considera que o ser humano é
produto do mundo exterior. Governado pelo meio ambiente, o ser humano é reativo às
estimulações externas. Em outras palavras, o ser humano é “construído” a partir das
influências ou forças existentes no meio ambiente.
Atenção!
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/aula4/img/01abordagemTecnicista.jpeg
De acordo com os princípios da abordagem que estamos analisando, sociedade e cultura
são categorias distintas. Vejamos o que afirma Skinner sobre o assunto:
Skinner (1973)
“O ambiente social é o que chamamos de cultura. Dá forma e preserva o comportamento
dos que nela vivem”.
“Uma cultura evolui quando novos costumes favorecem a sobrevivência daqueles que os
praticam”.
A sociedade-cultura é considerada um conjunto de contingências de reforço, advogando-
se o planejamento social e cultural, regido pelos princípios de uma engenharia
comportamental.
Segundo Skinner (1972b), qualquer grupo poderá ter autossuficiência econômica se contar
com os recursos da tecnologia moderna, e os problemas psicológicos da vida grupal
poderão ser resolvidos pela aplicação dos princípios da engenharia comportamental.
Para a versão tecnicista/comportamental, “[...] a cultura é representada pelos usos e
costumes dominantes, pelos comportamentos que se mantêm ao longo do tempo. O ponto
principal é que nós estimulamos nossa gente a olhar cada hábito e costume tendo em vista
um possível aperfeiçoamento.”
As mutações culturais ocorrem na medida em que são criadas novas práticas sociais,
modificadas as condições de seleção de tais práticas e quando são alterados os ambientes
onde os seres humanos vivem.
A função do indivíduo no planejamento sociocultural é a de ser respondente ao que se
espera que ele realize. Dessa forma, entende-se que o comportamento humano pode ser
controlado e dirigido.
Se afirmamos que o indivíduo pode ser dirigido, a educação implica a transmissão cultural.
O educando é visto como um recipiente de informações e reflexões. O conteúdo transmitido
está intimamente relacionado a objetivos e habilidades que levam à competência, e assim, a
educação deverá preocupar-se com aspectos que podem ser observados e medidos.
A tendência tecnicista/comportamental implica a adoção de uma estratégia que envolve
uma preocupação científica associada ao planejamento, à condução e à avaliação do
processo de aprendizagem. Ou seja, a estratégia instrucional está fundamentada nos
princípios da tecnologia educacional.
Nesse sentido, são desenvolvidos modelos, a partir da análise dos processos por meio dos
quais o comportamento humano é modelado e reforçado. Para tanto, é necessário planejar
as contingências e as sequências de atividades de aprendizagem.
É importante prever os mecanismos de recompensa, de controle e reforços necessários
à modelagem do comportamento humano.
Mizukami (1986) afirma que a educação deverá transmitir conhecimentos, assim como
comportamentos éticos, práticas sociais, habilidades consideradas básicas para a
manipulação e controle do mundo/ambiente.
Sociedade e cultura
Transmissão cultural
Nesse contexto, a função primordial da educação é a de promover mudanças nos
comportamentos dos indivíduos, envolvendo a aquisição de novos comportamentos ou a
modificação daqueles já existentes.
Vamos analisar como os dois autores, até agora estudados nesta aula, enxergam o papel da
escola:
Skinner (1972a)
A tarefa da escola está intimamente relacionada ao processo de ensino que implica na
organização de contingências de reforço para uma aprendizagem eficaz. “[...] ensinar é
simplesmente arranjar contingências de reforço. Entregue a si mesmo, em dado ambiente,
um estudante aprenderá, e nem por isso terá sido ensinado. A escola da vida não é bem
uma escola, não porque ninguém nela aprende, mas porque ninguém ensina. Ensinar é o
ato de facilitar a aprendizagem; quem é ensinado aprende mais rapidamente do que quem
não é.”
Mizukami (1986)
Cabe à escola, como agência educacional, “manter, conservar e em parte modificar os
padrões de comportamento aceitos como úteis e desejáveis para uma sociedade,
considerando-se um determinado contexto cultural”.
Segundo a tendência tecnicista/comportamental, é possível programar o ensino de
qualquer disciplina ou comportamento, desde que seja possível especificar o objetivo final
desejado. Ainda segundo essa tendência, cabe ao professor planejar o processo de ensino,
organizando, inclusive, as contingências de reforço de modo a aumentar a probabilidade de
respostas aprendidas.
As propostas pedagógicas, orientadas pela versão tecnicista/comportamental, estão
associadas a uma abordagem sistêmica e à utilização de recursos tecnológicos.
Enfatizam-se o uso de:
Microensino;
Instrução programada;
Tele-ensino;
Máquinas de ensinar.
A organização racional dos meios converte-se na garantia da eficiência do processo ensino-
aprendizagem, minimizando as interferências subjetivas, que podem pôr em risco tal
eficiência.
Consoante com as características da prática pedagógica, orientada pela abordagem
tecnicista/comportamental, que enfatiza a definição de objetivos intermediários e finais
Processo de ensino
Atenção!
Avaliação do aluno(uma intensa literatura sobre como definir tais objetivos foi produzida), visando a estabelecer
a sequência da aprendizagem de modo gradual, a avaliação consiste em verificar as
realizações do aluno passo a passo.
Por isso, a avaliação deve ocorrer antes, durante e ao final do processo de ensino-
aprendizagem, de modo que seja possível detectar o progresso do educando nas suas
diferentes etapas.
A avaliação fornece os próprios elementos necessários à organização das contingências de
reforço.
Você sabe quais são os principais representantes da abordagem
tecnicista/comportamental?
Vejamos:
Burrhus Frederic Skinner;
James Popham;
Katherine Briggs;
Isabel Briggs Myers;
Robert Gagné;
Benjamin Bloom;
Robert Mager;
Cláudio Dib;
Samuel Pfromm Neto;
João Batista de Oliveira;
Cláudio de Moura Castro.
Autor: Pragyan Bezbaruah/pexels.com
Na atualidade, há uma tendência no sentido de valorizar uma perspectiva que podemos
chamar de neotecnicista, que se orienta pelos mesmos princípios da abordagem tecnicista,
Revisitando a abordagem tecnicista: a versão neotecnicista
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/aula4/img/04avaliacao.jpeg
atualizando-os, tendo presente os princípios da “qualidade total” e o significativo e
contemporâneo avanço tecnológico nas áreas da informação e da comunicação.
Segundo entendemos, trata-se também de uma tentativa de transferir para a escola o
modelo de gestão e funcionamento da empresa. Nesse caso:
Levando em conta a centralidade no mercado e, como consequência, a ênfase no produto
e no consumidor, a abordagem neotecnicista valoriza o papel da educação como
preparação do educando para o mundo do trabalho e do consumo.
Nesse contexto, essa abordagem enfatiza o empreendedorismo, a empregabilidade e a
flexibilidade que reconhece como exigências das sociedades atuais – sociedades do
conhecimento – e em função da competitividade – aspectos que configuram um mercado
globalizado.
Nesse caso, a escola está orientada a promover processos que visem à aquisição dos
conhecimentos e comportamentos exigidos pela sociedade – especialmente pelo mercado
de trabalho – tendo em vista o objetivo de aumentar a sua produtividade e eficiência.
Na sua opinião, a ênfase no empreendedorismo pode ser considerada a melhor maneira de
aumentar a produtividade e eficiência da escola?
Segundo a abordagem neotecnicista, o educador é concebido como “gerente” do processo
instrucional. Professores e alunos são vistos como partes de um sistema e a relação entre
eles, em geral, é mediada por recursos das novas e avançadas tecnologias que têm um
papel relevante no processo de ensino-aprendizagem.
No que se refere às questões de poder e de convivência, há uma valorização das
hierarquias funcionais ou das hierarquias por competência.
A administração de conflitos, a resolução de problemas de ineficiência e a melhoria do
clima de convivência na escola devem levar em conta regras, normas e leis pré-fixadas. Por
sua vez, reitera-se a aposta no indivíduo: na sua automudança, na sua autorregulação e na
sua autonomia.
Também na perspectiva neotecnicista, a avaliação de resultados que podem ser medidos é
valorizada. Reitera-se, aqui, a ênfase na avaliação da aprendizagem de natureza formativa e
somativa centradas no desempenho.
As diferenças individuais tendem a ser valorizadas, principalmente no que se referem a
comportamentos, modos e ritmos de aprendizagem.
Mundo do trabalho e do consumo
Professores e alunos
Avaliação de resultados
Agora que já estudamos a abordagem tecnicista/neotecnicista, trataremos sobre a
abordagem crítica.
Segundo o ponto de vista de Libâneo (1984), essa abordagem, muitas vezes, denominada
sociocultural, político-social, ou ainda, pedagogia progressista, envolveria três tendências
pedagógicas:
A libertadora;
A libertária;
De conteúdos culturais.
Essas três tendências têm, em comum, a característica de conceberem “a educação
inserida no contexto das relações sociais, em que convivem interesses antagônicos, entre as
classes sociais fundamentais, e atribuem-lhe, assim, finalidades sociopolíticas dentro de um
projeto histórico social de emancipação humana” (LIBÂNEO, 1984).
Antes de continuarmos nossos estudos, vejamos o vídeoclipe da música Another Brick in
the Wall (Parte II), do grupo Pink Floyd:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Clique no PDF para ver a letra da música.
 [../downloads/Musica_another_brick_in_the_wall_II.pdf]
A partir do que assistiu no vídeo, você consegue observar a crítica feita aos tipos de
abordagens pedagógicas que vimos anteriormente à abordagem crítica?
Isso porque as abordagens críticas privilegiam a relação entre sujeito e objeto, quer dizer
entre o ser humano e o mundo, em uma visão interacionista, reconhecendo o sujeito como
elaborador e criador do conhecimento.
Nesse tipo de abordagens ou tendências pedagógicas, só existem seres humanos
concretos situados em um contexto econômico, cultural, político e histórico.
Atividade mediadora
Para Libâneo, ao assumir o papel de mediador, a escola, “ao mesmo tempo em que afirma a
determinação socioestrutural da educação, afirma, também, o especificamente pedagógico:
a transmissão do saber escolar, enquanto meio de elevação cultural, supõe,
simultaneamente, sua reelaboração crítica por parte do aluno, razão pela qual importa
articulá-lo com as suas condições concretas de vida e com as disposições socioculturais
decorrentes”.
Abordagem crítica
Notas
Seres humanos concretos
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/Musica_another_brick_in_the_wall_II.pdf
Entendendo que só existem seres humanos concretos situados em um contexto
econômico, cultural, político e histórico, Mizukami (1986) afirma:
O homem chegará a ser sujeito por meio da reflexão sobre seu ambiente concreto: quanto
mais ele reflete sobre a realidade, sobre a sua própria situação concreta, torna-se progressiva
e gradualmente, plenamente consciente, comprometido a intervir na realidade para mudá-la.
Nessa perspectiva, o homem cria a cultura, resultado de sua atividade, na medida em que
se integrando no seu contexto de vida, reflete sobre as condições desse contexto e
responde aos seus desafios.
Freire (1983) afirma que “é como seus transformadores e criadores que os homens, em suas
permanentes relações com a realidade, produzem, não somente os bens materiais, as
coisas sensíveis, os objetos, mas também as instituições sociais, suas ideias, suas
concepções.”
Completa ele: “por meio de sua permanente ação transformadora da realidade objetiva, os
homens, simultaneamente, criam a história e se fazem seres histórico-sociais”.
Os aspectos estruturais da sociedade são colocados em relevo, dá-se ênfase, assim, às
relações sociais de produção e de poder. A emancipação do ser humano está diretamente
relacionada à sua participação consciente como sujeito na sociedade, na cultura e na
história.
As concepções críticas entendem que a realidade é dinâmica e que seu movimento segue
leis objetivas que devem ser conhecidas pelo ser humano. Este, desafiado pela realidade,
deve responder a cada um desses desafios de maneira original, podendo modificar não só a
realidade na qual está inserido, mas também a si próprio.
A prática pedagógica, nesse contexto de teorizações, tem características distintas.
Por isso, a partir de agora, estudaremos, detalhadamente, cada uma das três tendências
pedagógicas citadas anteriormente.
A tendência libertadora se inspira no pensamento pedagógico de Paulo Freire.
Segundo Libâneo (1983), a pedagogia libertadora dá ênfase a uma educação em que
professor e alunos “mediatizados pela realidade que aprendem e da qual extraem o
conteúdo da aprendizagem, atingem um nível de conscientização dessa mesma realidade,
a fim de nela atuarem, no sentido da transformação social”.
Para Freire (1983), “trata-se de uma perspectiva pedagógico-didática em que educador e
educandos (lideranças e massas), cointencionados à realidade, se encontram em uma
tarefa em que ambos são sujeitosno ato, não só de desvendá-la e, assim, criticamente
conhecê-la, mas também no de recriar este conhecimento”.
Atenção!
Diferentes tendências
Tendência libertadora
Ainda para Freire (1983), “é na realidade mediatizadora, na consciência que dela tenhamos –
educadores e povo –, que iremos buscar o conteúdo programático da educação”.
A concepção crítica libertadora privilegia métodos que enfatizam o diálogo entre
educadores e educando, recomendando a adoção de grupos de discussão que devem
determinar o conteúdo e a dinâmica de suas atividades. Esses grupos são responsáveis,
pois, pela gestão de seu próprio processo de aprendizagem.
Nesse caso, o professor é um animador que estabelece uma relação dialogal com os
alunos, intervindo nesse processo só quando necessário.
MOTIVAÇÃO
De acordo com Freire (1983), “a razão de ser da educação libertadora está no seu impulso
inicial conciliador. Daí que tal forma de educação implique na superação da contradição
educador-educandos, de maneira que se façam ambos, simultaneamente, educadores e
educandos”.
A motivação é entendida como essencial à aprendizagem e a educação problematizadora é
a forma de obtê-la. Freire afirma que “a educação que se impõe aos que verdadeiramente
se comprometem com a libertação não pode fundar-se em uma compreensão dos homens
como seres vazios a quem o mundo encha de conteúdos [...]; não pode ser a do depósito de
conteúdos, mas a da problematização dos homens em suas relações com o mundo”.
Em sala de aula, você se preocupa em propiciar a seus alunos uma educação
problematizadora? Considera importante que todos se tornem educadores e educandos ao
mesmo tempo? Reflita sobre os métodos que você costuma utilizar para que isso seja
possível.
Autor: javi_indy/freepik.com
AVALIAÇÃO
Segundo Libâneo (1983), no que tange a avaliação, na versão libertadora, “[...] admite-se a
avaliação da prática vivenciada entre educador-educandos no processo de grupo e, às
vezes, a autoavaliação feita em termos de compromissos assumidos com a prática social”.
Vejamos uma cena do filme Escritores da Liberdade que se relaciona com o conteúdo
tratado nesta seção:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Clique no PDF para ver a sinopse.
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/aula4/img/07gruposDiscussao.jpg
 [../downloads/Sinopse_Escritores_liberdade.pdf]
Percebeu como, na cena, através da análise da autoavaliação, o professor enfatiza o
compromisso social do aluno com sua classe e com a vivência entre educador e educando?
A tendência libertária é aquela que se inspira em propostas autogestionárias ou
antiautoritárias.
Para a pedagogia libertária, o mais importante é o conhecimento oriundo da experiência
vivida, principalmente, em situação de participação crítica. Os conteúdos devem ser aqueles
que respondem aos interesses e necessidades do grupo, constituindo-se as tradicionais
matérias de estudo em um instrumento a mais à disposição do aluno.
A tendência libertária, por sua vez, dá ênfase à vivência grupal na forma da autogestão, todo
o interesse pedagógico e também didático depende de suas necessidades. Elimina-se
qualquer forma de direção do grupo, valorizando-se, inicialmente, oportunidades de
contatos, relações informais entre os alunos, de modo que os grupos possam evoluir, no
sentido de organizarem-se em cooperativas, assembleias para decidir e executar trabalhos
em conjunto. A relação professor-aluno é regida pelos princípios da não diretividade, sendo
o professor um orientador ou catalizador que deve refletir com o grupo.
MOTIVAÇÃO
A motivação para a aprendizagem deve estar intimamente relacionada ao desejo de crescer
na vivência grupal, na medida em que esta pode permitir a satisfação dos interesses e
necessidades de cada um. Vejamos o vídeo a seguir:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Clique no PDF para ver a sinopse.
 [../downloads/Sinopse_tree.pdf]
Você percebeu como, através do trabalho em grupo, todos os integrantes do vídeo
conseguem atingir seus interesses e suas necessidades?
Cada integrante possuía um destino individual, diferente dos demais, mas, para que esse
destino final fosse alcançado, precisaram crescer na vivência grupal, removendo a árvore do
caminho. Na educação, esse crescimento é tão importante quanto fora da sala de aula. É
através dele que o processo de aprendizagem é alcançado com sucesso.
AVALIAÇÃO
Quanto à concepção libertária, a avaliação da aprendizagem de conteúdos não tem sentido,
na medida em que o critério de relevância do saber sistematizado está em função do seu
possível uso prático (LIBÂNEO, 1983).
Tendência libertária
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/Sinopse_Escritores_liberdade.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/Sinopse_tree.pdf
No que diz respeito à pedagogia de conteúdos culturais, valorizam-se os conteúdos
compreendidos como universais acumulados historicamente pela humanidade e que são,
constantemente, criticados a reelaborados, em função das diferentes realidades sociais.
Nessa pedagogia, busca-se articular a cultura erudita e popular, estabelecendo-se uma
relação de continuidade.
A pedagogia de conteúdos culturais propõe o uso de métodos que permitam articular o
saber escolar relativo aos conteúdos que entendem como universais e os conteúdos
vinculados às realidades locais.
Os métodos devem, pois, favorecer a correspondência dos conteúdos com os interesses do
aluno, mas, ao mesmo tempo, fazer com que o educando perceba como os conteúdos
podem auxiliá-lo na compreensão da sua realidade. Os métodos utilizados devem, desse
modo, privilegiar uma articulação entre o saber trazido de fora e a experiência do educando.
Cabe ao professor favorecer o relacionamento entre os conteúdos propostos por ele e a
vida do aluno. Considerando que “o conhecimento resulta de trocas que se estabelecem na
interação entre o meio e o sujeito, sendo o professor o mediador, então a relação
pedagógica consiste no provimento das condições em que professores e alunos possam
colaborar para fazer progredir essas trocas”. (LIBÂNEO, 1983).
MOTIVAÇÃO
Para Libâneo (1983), é função do professor, além de satisfazer as carências do educando,
“despertar outras necessidades, acelerar e disciplinar métodos de estudo, exigir o esforço
do aluno, propor conteúdos e modelos compatíveis com suas experiências vividas”.
Nesse sentido, a aprendizagem dependerá não só da prontidão e da disposição do aluno,
mas também da ação do professor, do próprio contexto da sala de aula. “Aprender, dentro
da visão da pedagogia dos conteúdos culturais, é desenvolver a capacidade de processar
informações e lidar com os estímulos do ambiente, organizando os dados disponíveis da
experiência”. (LIBÂNEO, 1983).
Vejamos, a seguir, uma cena do filme Sociedade dos Poetas Mortos:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Clique no PDF para ver a sinopse.
 [../downloads/Sinopse_Sociedade_Poetas_Mortos.pdf]
Você percebeu como a ação do professor é um importante componente para que o
processo de aprendizagem tenha sucesso?
AVALIAÇÃO
Segundo Libâneo (1983), a pedagogia dos conteúdos culturais enfatiza a avaliação do
trabalho escolar, no sentido de permitir a comprovação do progresso do aluno em direção à
aquisição de noções mais sistematizadas.
Tendência de conteúdos culturais
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/Sinopse_Sociedade_Poetas_Mortos.pdf
Em síntese, de acordo com Caudau (20003), podemos dizer que a abordagem crítica está
construída levando em conta diferentes contribuições, sendo que todas elas têm em
comum:
Conceber os processos educacionais como historicamente situados, articular a educação com
outros processos sociais, trabalhar sistematicamente a relação teoria-prática, favorecer
processos de construção de sujeitos autônomos, competentes, solidários capazes de serem
sujeitos de direito no plano pessoal e coletivo, capazes de construir histórias e apostar em um
mundoe em uma sociedade diferentes, de utilizar metodologias ativas, participativas,
personalizadas e multidimensionais, articuladoras das dimensões cognitiva, afetiva, lúdica,
cultural, social, econômica e política da educação.
Vejamos, a seguir, o quadro Operários, da pintora Tarsila do Amaral:
Para acessar informações sobre a obra Operários, clique no PDF.
 [../downloads/obra_arte_operarios.pdf]
Em sua obra, Tarsila do Amaral pinta diversos rostos de operários que migraram do campo
para a cidade em busca de empregos em fábricas. Ainda que cada operário tenha seu traço
próprio, quando olhamos para a pintura, visualizamos um bloco de pessoas e entendemos,
de forma inconsciente, todos os operários como um só indivíduo.
A partir dessa consideração, pense na obra como uma sala de aula. Será que o professor
identifica cada aluno como um sujeito independente e autônomo? Diante do que
estudamos até aqui, reflita sobre essa questão tão enfatizada na abordagem crítica da
aprendizagem.
Depois do estudo realizado até aqui, consideramos importante registrar e destacar que
assumimos e privilegiamos – no que se refere à concepção das nossas próprias aulas e,
Contribuições importantes
Perspectiva crítica e intercultural
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/aula4/img/08operarios.jpg
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/obra_arte_operarios.pdf
consequentemente, no que diz respeito à nossa concepção de Pedagogia e certamente de
Didática – a abordagem crítica.
Uma abordagem crítica que se enriquece, contudo, com o que estamos chamando de uma
educação e/ou de uma didática intercultural.
Como afirmamos na aula 2, trata-se perspectiva intercultural que “quer promover uma
educação para o reconhecimento do “outro”, para o diálogo entre diferentes grupos sociais
e culturais.
Uma educação para a negociação cultural, que enfrenta os conflitos provocados pela
assimetria de poder entre os diferentes grupos socioculturais em nossa sociedade, e é
capaz de favorecer a construção de um projeto comum, pelo qual as diferenças são
dialeticamente integradas.” (CANDAU, 2009).
É importante mencionar que não há uma só concepção da perspectiva intercultural.
Todavia, a preocupação com as diferenças culturais é uma constante em todas elas.
De um modo geral, a diferença está na maneira como tais diferenças culturais são tratadas
e/ou incorporadas pelos processos e/ou práticas.
Ao longo de nossas próximas aulas, a perspectiva crítica e intercultural certamente marcará
muitas das ideias e propostas que serão objetos de reflexão e estudo.
Vamos fazer uma atividade para ajudar você a ampliar, sistematizar e/ou rever suas
aprendizagens.
a) Procure fazer uma leitura crítica do texto também especialmente elaborado para esta
aula. Não se esqueça de fazer notações, indicando as ideias principais.
b) Em seguida, sugerimos que você, tendo presente a leitura e as suas anotações do texto
em pauta, continue completando o quadro a seguir, cujo modelo foi apresentado na aula
anterior. Só para lembrar: no caso desta aula 04, você deverá elaborar um quadro para a
abordagem tecnológica/neotecnológica e outro para a abordagem crítica.
 [../downloads/a4_atividade_proposta_modelo.pdf]
Clique no PDF para ver a resposta.
 [../downloads/Chave_resposta_atividade_aula4.pdf]
Atenção!
Atividade proposta
Aprenda mais
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/a4_atividade_proposta_modelo.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU162/downloads/Chave_resposta_atividade_aula4.pdf
Para saber mais sobre os assuntos abordados nesta aula, leia os livros:
GADOTTI, Moacyr. Histórias das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, Série
Educação. 1996, 4ª edição.
CANDAU, V. M. F. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre
igualdade e diferença. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Educação v. 13 n. 37 jan./abr.
2008. Disponível abaixo.
Clique aqui [http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n37/05.pdf]
Exercícios de fixação
Questão 1 - A abordagem tecnicista inspira-se nos princípios de:
Racionalidade, humanidade e produtividade.
Racionalidade, solidariedade e produtividade.
Racionalidade, eficiência e produtividade.
Solidariedade, eficiência e produtividade.
Questão 2 - Podemos dizer que, no caso da abordagem tecnicista, as relações entre o
indivíduo e o meio podem ser prioritariamente:
Equilibradas
Controladas
Harmoniosas
Integradas
Questão 3 - Podemos dizer que as abordagens críticas têm em comum, por exemplo:
Conceber os processos educacionais como historicamente situados, articular a
educação com outros processos sociais, trabalhar sistematicamente a relação teoria-
prática e favorecer processos de construção de sujeitos autônomos.
Estimular a transmissão dos conhecimentos, articular a educação com outros processos
sociais, trabalhar sistematicamente a relação teoria-prática e favorecer processos de
construção de sujeitos autônomos.
Conceber os processos educacionais como historicamente situados, trabalhar
sistematicamente a relação teoria-prática, favorecer processos de construção de
sujeitos autônomos, valorizar a eficiência da sociedade.
Estimular a transmissão dos conhecimentos, Incentivar métodos centrados no trabalho
do professor, trabalhar sistematicamente a relação teoria-prática e favorecer processos
de construção de sujeitos autônomos.
Questão 4 - No caso das abordagens críticas, valoriza-se:
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n37/05.pdf
Nesta aula:
Realizamos reflexões sobre as abordagens ou tendências pedagógicas
denominadas tecnicista/neotecnicista e crítica;
Enfatizamos os princípios e características de cada uma das abordagens;
Tratamos questões relacionadas à incorporação de uma perspectiva intercultural,
bem como aspectos e/ou dimensões relacionadas às diferenças culturais.
Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
Elementos que configuram o processo de ensino-aprendizagem e suas
especificidades no âmbito do Ensino Superior;
Diferentes desafios para a vivência da prática Didática na sala de aula universitária.
CANDAU, V. M. F. Pedagogias Críticas: ontem e hoje. In: Revista Novamerica. Rio de Janeiro,
n. 97, março, 2003, p.58 a 61.
_________________________. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões
entre igualdade e diferença. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Educação v. 13 n. 37
jan./abr. 2008.
_________________________. Educação Escolar e Culturas: Multiculturalismo, Universalismo
e Currículo. In: CANDAU, Vera Maria (org.). Didática. Questões Contemporâneas. Rio de
Janeiro: Forma & Ação, 2009, p. 47 a 60.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Editora Paz e terra, 1983, 12. ed.
A educação frontal.
As memorizações.
As metodologias ativas.
As provas e testes.
Questão 5 - No contexto da Pedagogia Crítica e tendo presente a tendência libertadora,
proposta por Paulo Freire, é possível afirmar que a motivação é essencial à aprendizagem e
que uma das maneiras de obtê-la é enfatizando:
O aprender a aprender.
A educação bancária.
O ensino sistemático.
A educação problematizadora.
Síntese
Próxima aula
Referências
GADOTTI, M. Histórias das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, Série Educação.
1996, 4. ed.
LIBÂNEO, J. C. Tendências Pedagógicas na Prática Escolar. In: ANDE / Revista da
Associação Nacional de Educação. 1983, Ano 3, n. 6.
__________________. Anotações sobre a Questão Pedagógica. Didática e a Política da
Educação. In: Coletânea dos Simpósios da III Conferência Brasileira de Educação. São Paulo:
Editora Loyola, 1984.
KOFF, A. M. N. S. Formação de Professores para a Escola Básica: realidade e perspectivas.
Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: Departamento de Educação da PUC-Rio, 1986.
Disponível na Biblioteca Geral da PUC-Rio.
MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. Disponível
em: http://estudopedagogia.blogspot.com/2011/03/ensino-as-abordagens-do-
processo.html [http://estudopedagogia.blogspot.com/2011/03/ensino-as-abordagens-do-processo.html] .
SAVIANI, D. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez Editora, 1984.
SKINNER, B. F. Tecnologia do Ensino. Coleção Ciências do comportamento. São Paulo:
Editora Pedagógica e Universitária, 1972a.
______________________. Walden II. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1972b.
_______________________. O Mito da Liberdade. Rio de Janeiro: Bloch Edições, 1973.
_______________________. Contingências de Reforço. Uma Análise Teórica. São Paulo:
Editora Abril, 1980. Coleção os Pensadores.
http://estudopedagogia.blogspot.com/2011/03/ensino-as-abordagens-do-processo.html

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