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Procedimento Comum RESPOSTA DO RÉU O réu pode responder a ação de várias formas: contestando, reconvindo, reconhecendo o pedido do autor, etc. Pode até mesmo ficar revel: Posturas do réu: Apresentar contestação: Consequência: intimação do autor para oferecer réplica (art. 350/351) Contra-atacar apresentando reconvenção: Consequência: intimação do autor para oferecer a reposta (art 343 §1º) Submeter-se ao direito do autor reconhecendo o pedido: Consequência: o juiz proferir decisão homologando a autocomposição (art 487, III, a) Não contestar a ação e ser declarado revel: Consequência da revelia: efeitos material (presumir veracidade dos fatos alegados pelo autor art 344) e formal (desnecessidade de intimação do revel – art. 346) A adoção de uma dessas posturas não necessariamente excluirá a possibilidade das outras. Ex. O réu, pode contestar e reconvir. Apenas reconvir e não contestar será decretada a revelia na ação originária. Pode contestar um pedido e reconhecer outro. CONTESTAÇÃO A contestação é a defesa do réu às pretensões formuladas pelo autor na petição inicial. Ela é regida pelo principio da eventualidade, que determina a concentração dessa defesas no mesmo ato (ainda que o conhecimento de uma impeça a análise de outra). (art. 336) Concentração das defesas na contestação: Exceção de incompetência relativa (art 337, II) Reconvenção (art 343) Impugnação ao valor da causa (art 337, III) Impugnação ao beneficio da justiça gratuita (art. 337 XIII) Denunciação da lide (art 126) Chamamento ao processo (art. 131) A contestação exige a impugnação especifica dos fatos (art 341) sob pena de confissão, ou seja, o rpeu deverá impugnar cada um dos fatos alegados pelo autor, sob pena de os não rebatidos serem tidos no processo como verdadeiros. São liberados dessa impugnação especifica: defensor público, advogado dativo e o curador especial (art. 341) Depois da contestação, só é licito ao réu deduzir no novas alegações quando: Relativas a direito ou fato superveniente, Competir ao juiz conhecer delas de oficio, Por expressa autorização legal PRAZO DA CONTESTAÇÃO: Art. 335: 15 dias. Termo inicial do prazo para contestar: Quando há audiência de conciliação ou mediação: a data da audiência ou da ultima sessão de conciliação (Art 335, I) Quando ambas as partes optam pela não realização da audiência: a data do protocolo do pedido de cancelamento apresentado pelo réu (art 335, II) Quando o direito não admite autocomposição: o réu já será citado para constestar, dessa forma o termo inicial segue o art. 231 e irá variar a depender de como foi feita a citação. (art. 335, III) Quando houver litisconsórcio, o termo inicial do prazo será a ultima das datas de citação. DEFESAS PROCESSUAIS: Dilatóras x Peremptórias *Dilatóras: A defesa é considerada dilatória quando o seu acolhimento retarda a relação processual, mas não a extingue. Ex.: A alegação de incompetência, se acolhida não extingue o processo (art. 64 §3º) *Peremptória: Quando o seu acolhimento conduz a extinção processual. Ex.: a alegação de perempção, se acolhida o processo será extinto. (art. 485, V) Objeções x Exceções *Objeções: A defesa é considerada uma objeção quando for congnoscível de oficio. Ex.: A alegação de falta de legitimidade e de interesse da parte (art 337, §5º e 485 §3º) *Exceções: A defesa é considerada um exceção quando a matéria não puder ser analisada de oficio. Ex.:As alegações de incompetência relativa e de convenção de arbitragem (art. 337, § 5º) Diretas x Indiretas *Direta: Quando enfrenta a ação processualizada negando os fatos da que lhe sustenta ou os efeitos jurídicos a eles atribuídos. Ex.: Quando o reu nega os fatos apontados pelo autor na petição inicial e requer a rejeição do pedido formulado. (art. 485, I) *Indireta: Quando objetiva a rejeição da ação em decorrência de fato outro (modificativo, extintivo ou impeditivo) não sustentado pelo autor. Ex.: a alegação de que ocorreu prescrição ou decadência da pretensão ou direito do autor. (art. 487, II) PRELIMINARES Art. 337, em suma: Incube ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: × Inexistência ou nulidade da ação, × Incompetência, × Inépcia da inicial, × Perempção, × Litispendência, × Coisa julgada, × Conexão, × Incapacidade da parte, × Convenção de arbitragem, × Ilegitimidade ou falta de interesse processual, × Falta de caução ou outra prestação que a lei exige como preliminar, × Justiça gratuita. ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA O réu pode requerer sua exclusão do polo passivo e a inclusão de um novo réu para substitui-lo (art. 339). Isso corresponde a antiga nomeação à autoria do CPC/73. Caso isso aconteça, o adv do réu excluído terá direito a honorários entre 3 a 5% do valor da causa (art 338) Mas o CPC/15 permite algo a mais: o autor, ciente dessa informação do réu poderá optar pela inclusão de um novo demandado no polo passivo e não apenas na sua simples substituição. RECONVENÇÃO Art. 343. CPC/2015 A reconvenção não deve ser confundida com a contestação. Ambas são modalidades de resposta do réu, mas enquanto a contestação é uma defesa a reconvenção é uma ação onde o réu passa a ostentar uma posição ativa. Há uma inversão dos polos na demanda. O réu da ação originária passa a ser o autor reconvinte e o autor da ação originária se torna o réu reconvindo, O art. 343 exige que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. A reconvenção guarda autonomia em relação À ação originária. (art. 343 §2º) A reconvenção admite formação de litisconsórcio tanto no polo ativo como no polo passivo. De forma que é pacifico na doutrina a possibilidade de diminuição subjetiva na reconvenção. Portanto, existindo litisconsórcio na ação originária, o mesmo litisconsórcio não será necessariamente formado na reconvenção, admitindo-se que somente um dos autores da ação originária figure como réu na reconvenção ou apenas um dos réus reconvenha. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação, pois trata-se de uma ação autônoma. REVELIA Revelia é uma espécie de gênero contumácia (inércia). Quando essa inércia é do autor, nomina-se apenas de contumácia. Mas quando essa contumácia é do réu, chama-se de revelia. O réu não é obrigado a apresentar defesa. Portanto ele pode adotar essa postura, contudo sofrerá as consequências dessa inércia. É extremamente importante não confundir REVELIA (ato-fato processual de não contestar tempestivamente) com os EFEITOS (consequências) dessa revelia. A revelia (ato de não contestar) pode produzir dois efeitos: um material e um formal (processual) *Efeito material: Se o réu não contestar a ação será considerado revel haverá presunção de veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor. (art. 344). A presunção de veracidade recai sobre os fatos e não sobre o direito, e ocorre de forma relativa (o juiz não estará obrigado a presumir necessariamente o fato como ocorrido.). Não implica procedência do pedido, mas pode gerar julgamento antecipado do mérito (art. 355, II) Em resumo: o efeito material recai somente sobre os fatos e tem presunção relativa. Hipóteses de inocorrência do efeito material: Art. 345: Se houver pluralidade de réus, algum deles contestar a ação, Direitos indisponíveis, Petição inicial desacompanhada de documentos indispensáveis a prova do ato Alegações formuladas pelo autor ocorra de forma inverossímil ou esteja em contradição com as provas nos autos Não ocorre o efeito material quando a Fazenda Pública é revel. No caso do réu não contestar, mas apresentar reconvenção ele será decretado revel na ação originária, mas poderá não sofrer os efeitos materiais, se apresentar na reconvenção impugnação aos pedidos da contestação,o juiz pode n presumir veracidade da inicial. *Efeito formal: é a fluência dos prazos contra o revel a partir da publicação do ato decisório no órgão oficial e independentemente da sua intimação. (art. 346) Ocorrerá esse feito quando o réu não constituir patrono nos autos. Caso isso ocorra, os prazos contra o revel fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial (art. 346) Cessação do efeito: Quando o revel intervier no processo, constituindo patrono. Dessa forma, irá receber o processo no estado em que se encontra e praticar os atos que ainda não estão preclusos.
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